Escola Superior de Enfermagem de Coimbra

Curso aborda a participação dos cidadãos na produção de conhecimento em saúde

A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra iniciou um curso de pesquisa-acção participativa em saúde, que está a ser frequentado por meia centena de profissionais de quatro países: Portugal, Brasil, Cabo Verde e Angola.

O grupo de formandos é maioritariamente constituído por enfermeiros ligados a projectos que envolvem populações vulneráveis (por exemplo, sem-abrigo) e que procuram saber mais sobre uma abordagem de pesquisa que, entre outros aspectos, se caracteriza por um “processo democrático” e em que os resultados são transferidos para a comunidade de forma imediata.

Como é a participação dos cidadãos na produção de conhecimento? Podem as pessoas melhorar o conhecimento sobre os problemas que mais afectam as populações, em particular aquelas que evidenciam desigualdades no acesso à saúde?

Estas são algumas perguntas de partida para uma formação de quatro dias (termina quinta-feira, dia 12 de fevereiro), que foi desenvolvida pela International Collaboration for Participatory Health Research (ICPHR) e que em Portugal tem a coordenação das professoras da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), Irma da Silva Brito e Maria da Alegria Simões.

“A pesquisa-acção participativa em saúde é uma abordagem que enfatiza a participação dos cidadãos em todos os aspetos do processo de pesquisa, incluindo-o em todas as etapas: desde a identificação de questões de pesquisa até soluções de execução/acção”, afirma a professora Irma Brito, ao notar que “a participação das partes interessadas faz aumentar a sua capacidade de efectuar mudanças nas condições sociais mais amplas que afectam a saúde e bem-estar a longo prazo”.

“Vários estudos salientam a importância da participação e do envolvimento da comunidade nos serviços de saúde, sobretudo para contribuir para a melhoria do acesso, atendimento, cobertura, adesão terapêutica e eficácia”, prossegue a professora da ESEnfC.

Este curso de pesquisa-acção participativa em saúde está a ser oferecido em quatro países na língua local e haverá oportunidades para os participantes dos diferentes países compartilharem as suas experiências numa plataforma de Internet. Além da ESEnfC (Portugal), são organizações participantes a Universidade de Northumbria de Newcastle (Reino Unido), a Universidade Católica de Ciências Aplicadas de Berlim (Alemanha) e a Universidade de Alberta (Canadá).

Fonte: 
ESEnfC
Nota: 
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