Especialista esclarece
Um exame importante para fazer e muitas matérias para estudar, mas o dia tem apenas 24 horas. O café passa a ser o companheiro...

Segundo especialistas, a cafeína pode, sim, irritar o estômago causando dor e desconforto. E não é só esta substância. Pimenta, bebidas alcoólicas e até o tabaco também possuem essa característica. Essa irritação pode ser entendida como gastrite, que nada mais é do que um termo genérico para designar uma lesão superficial na mucosa do estômago. A gastrite pode ser gerada por diversos fatores.

O gastroenterologista Matheus Azevedo explica que o desenvolvimento de uma inflamação no estômago varia de pessoa para pessoa. “O nosso estômago tem um mecanismo de defesa próprio contra agentes externos, mas quando esses mecanismos não são suficientes para vencer os agentes, a gastrite pode acontecer e piorar. Isso vai depender de organismo para organismo”, explicou.

Apesar dos hábitos influenciarem o desenvolvimento da gastrite, grande parte dos casos está relacionada com a presença de uma bactéria específica: a Helicobacter pylori, ou H-pilori como é conhecida. “É uma bactéria frequente no meio ambiente e a sua contaminação tem a ver com a condição socioeconómica do paciente. Vivemos num mundo de contaminação fecal-oral”, disse Ramiro Mascarenhas, presidente da Sobed (Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva).

O H-pylori causa úlceras no estômago, que são feridas mais profundas, e podem levar até a um cancro gástrico. “É preciso ter cuidado porque essa dor, esse desconforto, porque pode indicar a presença de doenças mais graves. É preciso investigar as causas desse desconforto”, afirmou Mascarenhas. Essa investigação é feita através da endoscopia digestiva, que é um exame que filma a mucosa do esôfago, estômago e da parte superior do intestino delgado, e também através da biópsia, que retira um pouco do tecido inflamado do estômago para análise.

“Há casos que a endoscopia nem é necessária. Apenas um exame de sangue já consegue detetar o que a pessoa tem. Por isso, é muito importante procurar orientação médica, afirmou Mascarenhas, ao referir-se às parasitoses que tem sintomas semelhares à gastrite, como estrongiloidíase e a giárdia.

Matheus Azevedo explica que, no caso da infeção por H-pylori, o tratamento é feito com dois ou três antibióticos e um inibidor do ácido do estômago. “Nesse período, o paciente não pode comer alimentos que vão pesar no estômago, não pode ingerir álcool. Além disso, os antibióticos podem gerar desconforto estomacal”, conta.

Além dos microrganismos, dos hábitos descritos no começo desse texto, o que muita gente não sabe é que aquela aspirina tomada depois de um longo dia de trabalho e stress para aliviar a dor de cabeça, ou aquele remédio para desinflamar a garganta, também podem causar inflamações no estômago.

“Há medicamentos, em especial os anti-inflamatórios, que interagem com substâncias presentes na mucosa do estômago, diminuindo a sua presença, o que pode causar inflamação e até úlceras. Por isso, é imprescindível que esses medicamentos só sejam tomados com prescrição médica”, disse Rogério Alves, gastroenterologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Trabalhador na Guiné-Conacri
As primeiras análises ao ébola ao português que deu entrada, no domingo, no hospital de Cascais, com suspeitas da doença deram...

O homem de 35 anos foi entretanto transferido para o Curry Cabral, o hospital de referência para o ébola em Portugal, diz o Diário Digital.

O homem é português mas trabalha na Guiné-Conacri e vai continuar internado sob observação, até que todos os exames sejam conclusivos.

Em menos de dois anos, o vírus do ébola matou mais de 11.200 pessoas, a maioria na África Ocidental.

Ações de prevenção
No próximo dia 18 de julho, da parte da tarde, a Secção Regional do Norte da Ordem dos Enfermeiros promove um conjunto de ações...

A Barragem do Azibo, em Macedo de Cavaleiros (Bragança), a Praia da Arda, em Afife (Viana do Castelo) e a Praia de Salgueiros, em Vila Nova de Gaia (Porto), vão assim acolher uma equipa composta por Enfermeiros, auxiliados pelos técnicos da Liga Portuguesa Contra o Cancro.

Numa iniciativa conjunta, refere o Sapo, estas entidades vão alertar a população, sobretudo os mais jovens, para os cuidados a ter com o sol. Apesar de indispensável para o fabrico da vitamina D e para o desenvolvimento ósseo, o sol em excesso pode significar problemas no futuro. Os cuidados devem ser redobrados sobretudo com as crianças, porque são mais sensíveis e porque têm a pele mais fina e menos bem irrigada. Mesmo nos adultos, a exposição solar deve ser lenta e progressiva.

O uso de chapéu, camisola, e protetor solar, a ingestão de água com frequência, e a sombra obrigatória para todos os bebés são apenas alguns dos conselhos básicos. De um modo geral a população conhece os riscos, mas o certo que continuamos a ver as crianças e adultos desprotegidos e expostos aos raios ultravioletas entre as 11h00 e as 17h00. Esquecem uma regra simples que diz que as horas seguras são aquelas em que a nossa sombra é maior que nós próprios.

A maior parte das manchas pigmentadas não são graves mas pode acontecer que algumas aumentam e proliferam para se tornarem num melanoma ou qualquer outro cancro da pele. O aviso que a Secção Regional do Norte (SRN) faz é a consulta em casos de dúvida. Se acompanhados desde cedo os cancros de pele podem ser curados.

Para reforçar estes e outros conselhos a SRN e a Liga unem esforços e levam a mensagem aos locais de maior perigo como as praias e as piscinas. Nos três distritos vão ter um dermatoscópio disponível para o diagnóstico precoce das alterações da pigmentação da pele. Os profissionais de Enfermagem vão ensinar igualmente como se faz a boa aplicação do protetor solar por exemplo.

Sucesso entre as brasileiras
Já conhece o polémico método anti-concecional que já se tornou uma alternativa para quem quer combater os sintomas da...

Segundo o Sapo, é o assunto mais falado entre as fashionistas nos bastidores das semanas de moda e já ganhou a fama de querido entre as modelos quando se trata de combater as dores da menstruação, como a enxaqueca, o inchaço a também as cólicas, estamos a falar portanto do chip hormonal. O chip é um tubo de plástico com 3 cm de comprimento que pode contar com até seis combinações de hormonas (progesterona, estrogénio, gestrinona, estradiol, nomegestrol e elcometrina) que ajudam a perder peso, assim como, a definir o corpo e chegando a eliminar a celulite, a grande inimiga das mulheres.

Este método surgiu como uma alternativa ao uso da pílula, tanto para o combate das dores como pela sua forma milagrosa de proporcionar uma silhueta mais bonita e onde graças às hormonas que lá são colocadas, ajuda a diminuir a gordura e a aumentar a massa magra.

O implante coloca-se sob a pele do braço ou dos glúteos, expulsando de uma forma mais lenta e gradual o medicamento no sangue. As doses utilizadas em cada tubo são bem mais pequenas que as doses usadas nas pílulas, pois ao contrário destas, não é necessário passarem pelo fígado para entrarem no organismo.

Mas claro que como todos os medicamentos este também tem os seus contras, até porque existem muitas mulheres que não conseguem adaptar-se bem a este chip hormonal, além disso pode causar o aparecimento de borbulhas, queda de cabelo, mudança na voz, aumento no peso e também bastante inchaço. Por isso esta aplicação só deve ser realizada após diversos exames que tenham como objetivo descobrir a combinação certa de hormonas para cada tipo de paciente tendo em conta o índice de massa corporal, a idade, os hábitos, entre outros.

Contudo isto, se o que pretende é perder peso e ficar com o corpo definido recomendamos que siga uma vida saudável com uma alimentação variada juntamente com alguns exercícios físicos e procure um método contracetivo mais natural que seja ideal para si e que a faça sentir-se bem consigo mesma.

Responsáveis alemães
O presidente do Biocon Valley, entidade alemã com a qual a região Centro vai estabelecer uma parceria na área das...

Depois de ter visitado o Centro no início de junho, Horst Klinkmann disse ter ficado “muito impressionado” com a cooperação demonstrada entre as variadas estruturas visitadas, desde a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), os hospitais da região, as universidades, os parques tecnológicos e as empresas, numa rede que vai desde a formação académica, à investigação, inovação e, finalmente, prestação de cuidados de saúde.

“Ficámos muito impressionados com a estreita cooperação demonstrada. O nosso elogio enaltece os esforços de Portugal para superar os problemas económicos e para manter o seu futuro – a geração mais nova – em casa. Dentro da União Europeia, os esforços de Portugal são certamente um exemplo para os outros países”, disse aquele responsável.

Uma comitiva portuguesa – CentroPT Health Alliance – celebra em Rostock, na Alemanha, na quarta e na quinta-feira, uma parceria de cooperação com a rede de saúde alemã Biocon Valley, entidade com mais de 160 parceiros e que está precisamente localizada naquela cidade e ainda em Greifswald.

O ministro da Saúde português, Paulo Macedo, o embaixador em Berlim, Luís de Almeida Sampaio, a presidente da CCDRC, Ana Abrunhosa, o presidente do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Martins Nunes, representantes das três universidades da região (Coimbra, Aveiro e Beira Interior – Covilhã), os responsáveis máximos do Turismo do Centro e da Administração Regional de Saúde do Centro, Pedro Machado e José Tereso, respetivamente, e ainda várias empresas representativas do setor, marcam também presença na Conferência de Rostock sobre a Economia da Saúde.

Miguel Castelo-Branco, presidente do Centro Hospitalar Cova da Beira, responsáveis pelo hospital Rovisco Pais e pelo Biocant (parque tecnológico em Cantanhede) e Instituto Pedro Nunes (em Coimbra) participam igualmente naquele evento.

Horst Klinkmann explicou que nos últimos anos a conferência tem “sido um marco para o desenvolvimento das ciências da vida não só dentro da Alemanha, mas também para os países que rodeiam o Mar Báltico” e que Portugal é o primeiro “país parceiro de outra região da União Europeia”.

“Estamos muito honrados por o ministro da Saúde e o embaixador português marcarem presença no evento e com uma delegação tão representativa”, disse Klinkmann.

O presidente do Biocon Valley aludiu ainda às semelhanças entre aquele estado alemão e a região Centro, naquilo que diz respeito ao setor da saúde e da biotecnologia, ponto de partida para o memorando.

Potenciar ciências da vida e saúde
A região Centro e o Biocon Valley, um centro de ciências da vida e de economia da saúde no norte da Alemanha, estabelecem na...

Os principais objetivos desta parceria são, designadamente, estimular a cooperação nas áreas da ciência e dos cuidados de saúde entre o Centro de Portugal e o estado alemão de Mecklenburg-Vorpommern, facilitar a comunicação e fornecer informação fulcral sobre os cuidados de saúde e a economia da saúde.

Além disso, os subscritores comprometem-se a iniciar uma colaboração direta entre os principais agentes destas regiões naquilo que respeita à indústria, investigação e serviços de cuidados de saúde.

As partes devem ainda identificar campos de interesse mútuo nestes setores estratégicos para as duas regiões – a saúde e a biotecnologia -, assim como promover a troca de informação académica e resultados de investigações.

A parceria será estabelecida, nesta fase inicial, por um período de três anos.

O Biocon Valley é uma rede que envolve 160 parceiros e está situada nas cidades universitárias de Rostock e Greifswald.

A assinatura do protocolo decorre na quarta-feira, em Rostock, durante a conferência sobre Economia da Saúde, que se realiza até quinta-feira.

Portugal está representado pelo ministro da Saúde, Paulo Macedo, pelo embaixador português em Berlim, Luís de Almeida Sampaio, e pela presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, Ana Abrunhosa.

A comitiva integra também o presidente do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Martins Nunes, representantes das três universidades localizadas na região, nomeadamente a de Coimbra, de Aveiro e da Beira Interior (Covilhã), os responsáveis máximos do Turismo do Centro e da Administração Regional de Saúde do Centro, Pedro Machado e José Tereso, respetivamente, e ainda várias empresas representativas do setor.

O presidente do Centro Hospitalar Cova da Beira, Miguel Castelo-Branco, e responsáveis pelo hospital Rovisco Pais e pelo Biocant (parque tecnológico em Cantanhede) e Instituto Pedro Nunes (em Coimbra) também participam na conferência.

Campanha online termina a 27 de Julho de 2015
O Serviço de Ação Social da Europacolon Portugal – Associação de Apoio ao Doente com Cancro Digestivo, promove uma campanha...

“Este projeto tem como objetivo dar resposta às necessidades básicas dos pacientes ostomizados. Pretendemos aumentar a qualidade de vida e dignidade dos doentes oncológicos e seus cuidadores.

A Europacolon pretende acima de tudo apoiar os pacientes com insuficiência financeira, por forma a permitir-lhes adquirir gratuitamente as placas e os sacos coletores de fezes", afirma Vítor Neves, Presidente da Europacolon.

Segundo os últimos registos, o número de pacientes ostomizados em Portugal atinge cerca de 15 mil casos, dos quais 80 a 90% são pessoas que sofrem ou sofreram de doenças oncológicas. Em Portugal, um paciente ostomizado gasta em média 120 euros mensais em placas e sacos coletores de fezes.

A Campanha online de apoio ao paciente ostomizado tem como desafio angariar 3.600 euros para o apoio de mais cinco pacientes, durante seis meses. A Campanha termina a 27 de Julho e os donativos devem ser realizados através da plataforma:  https://novobancocrowdfunding.ppl.pt/pt/prj/apoio-social-pacientes-oncologicos

Infarmed
A Agência Europeia do Medicamento iniciou a publicação das conclusões adotadas na sequência da avaliação única de relatórios...

Esta iniciativa pretende facilitar a implementação harmonizada das medidas de segurança adotadas para todos os medicamentos com a mesma substância ativa em todos os Estados-membros da União Europeia.

Em European Medicines Agency - Outcomes of periodic safety update report single assessments, encontram-se disponíveis:
- A publicação das conclusões científicas e justificação para as alterações à informação do medicamento e o respetivo calendário de implementação em todas as línguas oficiais da União Europeia;
- A lista dos medicamentos envolvidos nos procedimentos.

Esta divulgação abrange as conclusões decorrentes da avaliação única dos relatórios periódicos de segurança (RPS) que apenas envolvam medicamentos autorizados por procedimento nacional, de reconhecimento mútuo ou descentralizado (não centralizados).

As conclusões da avaliação única de RPS de medicamentos autorizados por procedimento centralizado são publicadas no Relatório Público Europeu de Avaliação (EPAR) de cada medicamento. As conclusões da avaliação única de RPS de medicamentos autorizados por procedimento centralizado e não centralizado são publicadas no Community register of medicinal products | Public health, European Commission.

Os titulares de autorização de introdução no mercado (AIM) dos medicamentos envolvidos (incluindo medicamentos genéricos e de uso bem estabelecido) devem adotar as medidas previstas nas conclusões, incluindo a submissão de alterações aos termos da AIM.

Relembra-se que os titulares de AIM estão legalmente obrigados a assegurar que as informações dos seus medicamentos se mantêm atualizadas face aos conhecimentos científicos mais recentes e têm em conta as recomendações publicadas no site da Agência Europeia do Medicamento (EMA), que funciona como o portal europeu de medicamentos.

Para facilitar a implementação das conclusões decorrentes da avaliação de todos os procedimentos que envolvam pelo menos uma AIM não centralizada (nacional, de reconhecimento mútuo ou descentralizada), o Infarmed:
- Publica, de forma regular, os resumos dos relatórios de avaliação em Relatórios Periódicos de Segurança – conclusões da avaliação única;
- Notifica os Titulares de AIM (dos medicamentos autorizados por procedimento nacional e por reconhecimento mútuo ou descentralizado em que Portugal seja o Estado-membro de referência) sempre que as conclusões científicas implicarem alterações aos termos da AIM.

Reunião Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica 2015
A Astellas Pharma anunciou novos dados do ensaio clínico de fase II que avalia a utilização da enzalutamida enquanto agente...

O estudo alcançou o seu objetivo primário e o respetivo resumo foi selecionado para ser destacado nas próximas reuniões “Best of ASCO”.

O ensaio clínico de fase II com braço único, aberto e multicêntrico envolveu 118 mulheres com TNBC avançado em duas etapas. O objetivo primário do ensaio era atingir uma taxa de sucesso clínico às 16 semanas (CBR16), definida como a proporção de mulheres com uma resposta completa (CR), resposta parcial (PR) ou doença estabilizada nas últimas 16 semanas. Dois tipos de população foram avaliados neste ensaio clínico: a população de doentes avaliáveis tinham pelo menos 10% das células na amostra de tumor primário com resultado positivo para o AR e tiveram pelo menos uma avaliação de follow-up do tumor, enquanto que a população com intenção de tratamento (ITT) recebeu pelo menos uma dose de enzalutamida e o cancro da mama não apresentava coloração no ensaio imunohistoquímico para o AR. 75 doentes preencheram os critérios para inclusão na população de doentes avaliáveis e um total de 118 doentes foram incluídos na população com ITT. Não havia nenhum limite para o número de tratamentos anteriormente recebidos.

·         Nos 75 doentes avaliáveis, a CBR16 foi alcançada em 35% dos doentes (95%, intervalo de confiança (CI) entre 24 a 46) incluindo seis CR/PR. A taxa de benefício clínico após 24 semanas, ou mais, (CBR24) foi atingida em 29% (95%, CI: 20 - 41). A sobrevivência livre de progressão (PFS) mediana foi de 14,7 semanas (95%, IC: 8,1 - 19,3).

·         Na população com ITT, a CBR16 foi alcançada em 25% (95% CI: 17-33) incluindo sete CR/PR (6%). A CBR24 foi alcançada em 20% (95% CI: 14-29). A PFS mediana foi de 12,6 semanas (95% CI: 8,1-15,7).

Os dados recolhidos neste estudo permitirão o desenvolvimento de um novo ensaio genómico. O ensaio diagnóstico, que também foi introduzido durante uma sessão da ASCO, foi avaliado pela sua capacidade de identificação de doentes que possam vir a beneficiar com enzalutamida. Aproximadamente 50% da população ITT teve diagnóstico positivo e os dados de acordo com esta metodologia foram os seguintes:

·         Na população ITT, 39% (95% CI: 27-53) dos doentes com diagnóstico TNBC AR positivo obtiveram CBR16 e 36% alcançou CBR24 (95% CI: 24-49), enquanto que 11% (95% CI: 5-21) dos doentes com diagnóstico negativo AR TNBC alcançaram CBR16 e apenas 6% (95% CI: 2-16) alcançou CBR24. A PFS mediana foi de 16,1 semanas (95% CI: 13,3; 27,4) em comparação com 8,1 semanas (95% CI: 7,4; 12,6), respetivamente.

·         Doentes com diagnóstico TNBC AR positivo tratados em primeira ou segunda linha com enzalutamida na população ITT demostraram uma PFS mediana de 40,4 semanas (95% CI: 16,1- ainda não alcançada) em comparação com 8,9 semanas (95% CI: 7,3; 15,7) em doentes com diagnóstico negativo de doença AR TNBC.

Os efeitos adversos mais comuns (notificados em ≥10%) na população ITT foram a fadiga (34%), náuseas (25%), redução do apetite (13%), diarreia e afrontamentos (10% cada).

Campanha de consciencialização da Ordem dos Farmacêuticos
A campanha Uso Responsável do Medicamento desenvolvida pela Ordem dos Farmacêuticos, com o slogan “Uso do Medicamento – Somos...

“A distinção da campanha da Ordem dos Farmacêuticos ‘Uso do Medicamento – Somos Todos Responsáveis’ com o Prémio Almofariz relativo ao Projeto do Ano tem um significado muito especial para todos nós, já que constitui um importante reconhecimento do mérito da nossa iniciativa e da relevância do assunto, o que obviamente muito nos apraz registar” afirma Carlos Maurício Barbosa, Bastonário da Ordem dos Farmacêuticos.

A campanha “Uso do Medicamento – Somos Todos Responsáveis”, foi lançada em setembro do ano passado e visa alertar a população para o uso responsável dos medicamentos, promover boas práticas de prescrição, dispensa e utilização e debater o assunto com todos os agentes envolvidos nesta problemática – farmacêuticos, indústria farmacêutica, médicos, enfermeiros, decisores políticos e cidadãos.

Os Prémios Almofariz, promovidos pela revista Farmácia Distribuição, distinguem, anualmente desde 1995, a inovação da Indústria Farmacêutica, as farmácias, os farmacêuticos e os seus projetos mais relevantes. 

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde recusou a ideia de aplicar uma taxa aos produtos alimentares mais nocivos para a saúde, considerando que...

“Achamos que não é pela parte das taxas em novos alimentos que podem resultar consequências mais positivas de imediato”, afirmou Paulo Macedo aos jornalistas, no final de uma sessão, em Lisboa, sobre a extensão do Plano Nacional de Saúde a 2020.

Durante a sessão, a diretora regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a Europa, Zsuzsanna Jakab, considerou que a prevenção de doenças é essencial nos próximos anos, designadamente na área alimentar, uma das que mais contribui para anos de vida perdidos em Portugal.

Questionado pelos jornalistas sobre a introdução de taxas em produtos alimentares ou bebidas mais nocivos para a saúde, o ministro Paulo Macedo lembrou que os alimentos essenciais têm uma taxa de IVA mais baixa, enquanto as bebidas açucaradas, por exemplo, têm uma taxa mais elevada, considerando que esta já é uma forma de diferenciação.

“Entendemos que, independentemente das taxas, designadamente nos produtos que contêm demasiado sal, o que é importante é conseguir pôr em prática uma melhoria da informação para o consumidor. Está previsto o início de um grupo de trabalho entre os ministérios da Economia, Agricultura e Saúde, que espero que comece a funcionar ainda este mês, para dar um novo avanço no que deve ser a redução de sal”, afirmou.

Paulo Macedo insiste que “não basta apenas ir pela parte da tributação”, até porque “nem sempre as taxas são a maneira mais eficaz ou ideal”, propondo antes medidas de “monitorização do consumo” e de aumento de informação aos consumidores.

Sobre os produtos nocivos, recordou que o governo já tributou adicionalmente o tabaco e o álcool, fazendo-o “de maneira equilibrada”.

No final da cerimónia, em declarações aos jornalistas, a diretora regional da OMS repetiu que Portugal precisa de “fazer um esforço na área do tabagismo, da obesidade, da obesidade infantil e de todos os problemas associados à alimentação e à nutrição, como o excessivo consumo de sal, açúcar e gorduras, e ainda em relação à promoção do exercício físico”.

Aliás, a extensão do Plano Nacional de Saúde para 2020 traça precisamente o combate à obesidade infantil como uma das principais metas, a par com a redução do tabagismo, com o aumento da esperança de vida saudável aos 65 anos e com o decréscimo da mortalidade antes dos 70 anos (mortalidade prematura).

“Estão a fazer um bom progresso no que toca à esperança média de vida e à redução da mortalidade prematura. No entanto, como acontece em todo o mundo, as doenças crónicas não transmissíveis são um grande desafio, um grande problema, portanto, é preciso de continuar o nosso trabalho nessa área”, declarou Zsuzsanna Jakab.

Contudo, a responsável avisou que os comportamentos ao nível da saúde não podem ser dissociados das circunstâncias e condições de vida: ”há que trabalhar de modo próximo com os setores das políticas sociais, do emprego e da educação, de modo a gerar um bom progresso nestas áreas”.

Zsuzsanna Jakab considera as políticas portuguesas na área da saúde “um exemplo” para os outros países europeus, sublinhando que Portugal “está no caminho certo”.

Baixo risco público
Um caso de gripe aviária da estirpe H7N7, “altamente patogénica” para as aves, foi confirmada numa quinta do noroeste do Reino...

“O serviço de saúde pública de Inglaterra confirmou que o risco em termos de saúde pública para esta estirpe é muito fraco”, disse Nigel Gibbens, o veterinário chefe do Ministério do Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais (DEFRA), num comunicado.

“A agência de proteção alimentar declarou que não havia qualquer risco para os consumidores em matéria de segurança alimentar”, adiantou.

Foi criada uma zona de restrição de 10 quilómetros, na qual é proibido deslocar os animais, à volta da quinta de criação de frangos perto da cidade de Preston, no Lancashire, e as aves estão a ser abatidas como medida de precaução, precisou Gibbens.

A gripe aviária é mortal para as aves e, conforme as estirpes, pode afetar os seres humanos que lidem com animais infetados.

Em 2003, a estirpe H7N7 dizimou quintas de criação na Holanda e levou ao abate de mais de 25 milhões de aves.

A Organização Mundial da Saúde Animal apelou em meados de maio para o reforço da luta contra a gripe aviária que se propagou a todos os continentes, causando a morte de dezenas de milhões de aves e significativas perdas económicas e alimentares.

Em Portugal
Ondas de calor são cada vez mais frequentes e intensas no mundo. Alertas multiplicam-se sobre os seus efeitos na saúde pública....

No primeiro dia do mês, as campainhas de alarme começaram a soar em vários países europeus: o Reino Unido bateu o recorde do dia mais quente, quando os termómetros a chegaram aos 36,7ºC, França acionou o plano de emergência ao ver as temperaturas a aproximarem-se dos 40ºC, e a Alemanha começou a preparar-se para o Verão mais escaldante das últimas décadas. Com registos de pequenas vagas de calor em Maio e Junho, refere o jornal Público, Portugal escapou incólume a esta mega-onda de calor europeu. Mas o que vai acontecer no resto do Verão? É impossível prever, mas é bom estar preparado, avisam os especialistas.

Certo é que os períodos prolongados de temperaturas extremas provocam mortalidade em excesso. Este ano, têm-se multiplicado os avisos para os efeitos das ondas de calor – que são cada vez mais visíveis e frequentes. Portugal não tem sido exceção. Só numa década, há registo de quatro anos com excessos de mortalidade significativos (2003, 2006, 2010 e 2013) devido a ondas de calor prolongadas em território nacional, de acordo com os dados da Direcção-Geral da Saúde (ver gráfico). Antes disso, os registos dão conta de anos complicados apenas em 1981 e 1991.

A maior parte dos sistemas de alerta europeus surgiu justamente após o Verão de 2003, quando uma onda de calor prolongada provocou a morte de milhares de pessoas em vários países europeus. França e Portugal foram, então, os mais afetados. As ondas de calor são definidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como períodos de seis dias consecutivos com temperaturas máximas diárias superiores a 5ºC ao valor médio diário para essa época do ano.

Este ano, os alertas subiram de tom. Em Junho, uma comissão internacional de peritos concluía, num relatório publicado na revista The Lancet, que o impacto das alterações climáticas na saúde poderá revelar-se “catastrófico”, pondo em causa “os ganhos obtidos nos últimos 50 anos”, se nada for feito entretanto.

Até 2100, estimam os especialistas, naquele que é o cenário mais pessimista, o número de pessoas com mais de 65 anos expostas a ondas de calor poderá ultrapassar os três mil milhões por ano, quando hoje não chega a 500 milhões. “As alterações climáticas são uma emergência médica”, enfatizava um dos coordenadores da comissão, Hugh Montgomery.

Citando projeções da OMS que apontam para um aumento de 250 mil mortes por ano devido às alterações climáticas, em consequência dos seus efeitos diretos ou indiretos, os peritos lembram que uma parte ficará a dever-se às ondas de calor.

No início deste mês, a Organização Meteorológica Mundial e a OMS lançaram também, e pela primeira vez, um alerta conjunto sobre o impacto das ondas de calor na população, na sequência da morte de milhares de pessoas na Índia e no Paquistão devido às elevadíssimas temperaturas (por volta dos 50ºC) registadas em Junho.

Para responder a estes fenómenos, as duas organizações recomendam a adoção generalizada de sistemas de alerta como os que já existem em vários países europeus, Portugal incluído. As ondas de calor “não têm o carácter espetacular nem a violência repentina de outros fenómenos, como os ciclones ou as inundações, mas as suas repercussões podem ser graves”, argumentam, recordando que 14 dos 15 anos mais quentes observados até à data aconteceram neste século e que, à escala global, 2014 foi mesmo o mais quente (desde que há registos –1850).

Em Junho, até o Papa Francisco apelou a uma mudança global do estilo de vida, numa encíclica pioneira em que abordou quase todos os aspetos da crise ambiental mundial. Colocando-se ao lado dos cientistas na questão das alterações climáticas, recordou que “existe um consenso científico muito consistente que indica que estamos perante um preocupante aquecimento climático”.

Os alertas surgem quando falta meio ano para a conferência climática de Paris, onde se aguarda um acordo mundial que suceda ao protocolo de Quioto e que leve o maior número de países a adotar medidas para conter o aquecimento global, até ao final do século. O objetivo é o de que a temperatura média global não aumente mais do que 2ºC, mas, mesmo com um acréscimo de 1ºC, "haverá muitas pessoas afetadas nos países mais pobres", observa Filipe Duarte Santos, da Universidade de Lisboa, um dos revisores do relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) e coordenador dos primeiros estudos sobre o impacto das alterações climáticas em Portugal.

Pôr assunto na ordem do dia
“A ação do homem em termos da emissão de gases com efeito de estufa acabou por acelerar fenómenos naturais que sempre aconteceram”, corrobora Paulo Diegues, o chefe da Divisão de Saúde Ambiental da Direção-Geral da Saúde (DGS), um dos responsáveis pelo plano de contingência para temperaturas extremas em Portugal.

Cenários já delineados por especialistas indicam que “vamos ter um clima mais desértico nalgumas regiões, como o Alentejo e o Algarve e maior stress hídrico tendo em conta a água disponível”, agravado por alterações na precipitação que, em vez de ocorrer ao longo do tempo, será mais concentrada, lembra Paulo Diegues. Doenças tropicais provocadas por vetores, como a malária e o dengue, podem aparecer no território nacional.

Citando a Agência Europeia do Ambiente, os autores da última versão do plano português de contingência destacam, aliás, que a década de 2002-2011 “foi a mais quente na Europa, tendo a temperatura média da atmosfera à superfície sido 1,3ºC mais quente do que a média no período pré-industrial”.

“Há de facto um potencial de ameaça, mas este é um cenário extremo, que só poderá concretizar-se se não tomarmos medidas”, desdramatiza o epidemiologista da DGS Paulo Nogueira, referindo-se às previsões mais pessimistas traçadas no artigo da Lancet. Admitindo que é um “aviso importante”, Paulo Nogueira prefere destacar a ideia de que esta é “uma grande oportunidade para a saúde abordar estas questões”, pô-las na ordem do dia. “Se dissermos às pessoas que o que está em causa é questão de saúde pública, de vivermos mais tempo, elas percebem melhor”, acredita.

Filipe Duarte Santos não tem dúvidas. As ondas de calor estão a tornar-se mais frequentes praticamente em todos os pontos do mundo provocando efeitos diretos e indiretos na saúde pública, diz. Quanto às alterações climáticas, lembra que há dois tipos de resposta a considerar: a "mitigação" reduzindo as emissões de gases com efeito de estufa, e a "adaptação". As respostas, destaca, estão nas mãos de todos: “Cada um de nós pode contribuir poupando energia, com a climatização das casas, diminuindo a velocidade nas auto-estradas e com gestos tão simples como o de não deixar a televisão ligada quando não estamos na sala.”

Segundo projeções
Projeções estimam que Portugal possa tornar-se em 2050 o segundo país mais envelhecido do mundo, a seguir ao Japão. Atualmente...

Segundo o jornal Público, atualmente 64% das pessoas em Portugal morrem em hospitais. A manter-se esta tendência, daqui a 15 anos esse número poderá aumentar para os 75%, o que significaria que três em cada quatro pessoas morreriam em camas hospitalares. Além de não respeitar as opções da maioria da população, que preferia morrer em casa, o aumento das mortes hospitalares coloca um problema de sustentabilidade do sistema de saúde, alerta Bárbara Gomes, investigadora do King’s College de Londres que liderou a investigação divulgada na revista científica Palliative Medicine.

“As pessoas vão para os ambientes onde se sentem seguras e apoiadas e onde há disponibilidade de recursos”, constata a investigadora. Por isso, morrem mais em hospitais. Esta é uma tendência que se intensifica com o envelhecimento da população. O aumento das mortes em ambiente hospitalar poderá subir 27,7% até 2030, num cenário mais otimista, e 52%, num mais pessimista. Mas nas pessoas com mais de 85 anos – que representam 33% do total das mortes – a subida de óbitos nos hospitais tem sido ainda mais acentuada: passou de 28% em 1988 para 54% em 2010. De acordo com este estudo, o número de pessoas com 85 anos ou mais a morrer em hospitais pode duplicar até 2030.

Portugal tem atualmente a sétima população mais envelhecida no mundo, refere a publicação, ao lado de países como a Dinamarca, Alemanha e França, com 24% da população com mais de 60 anos. Espera-se que esta proporção suba para 40% em 2050, tornando Portugal no segundo país mais envelhecido do mundo, apenas superado pelo Japão. Essa tendência vai intensificar o problema do aumento das mortes em ambiente hospitalar, sublinha-se na investigação a que o jornal Público teve acesso.

Escolher morrer em casa
A autora principal do estudo, Vera Paiva Sarmento, diz: “Somos um dos países mais envelhecidos do mundo e temos uma das mais acentuadas tendências de morte hospitalar – isto é preocupante, sobretudo se considerarmos que os mais idosos são os que mais preferem morrer em casa e, no entanto, os que mais morrem no hospital.”

Bárbara Gomes, que foi autora do estudo Preferências e Locais de Morte em Regiões de Portugal em 2010, divulgado em 2013, lembra que, caso pudessem escolher, numa situação de doença avançada, 51% dos portugueses preferiam morrer na sua própria casa, a juntar a 1% que escolheria a casa de familiares e amigos; 36% dos entrevistados escolheram uma unidade de cuidados paliativos.

“As tendências vão contra as preferências e na direção de um cenário que não é, a longo termo, insustentável”, diz. A inversão da tendência crescente das mortes hospitalares é possível com a existência de cuidados paliativos prestados em ambiente familiar, sublinha. “De acordo com dados de outros países, [o acompanhamento de] uma equipa de cuidados paliativos duplica a chance de morrer em casa.”

Há países que conseguiram inverter a tendência e aumentar o número de pessoas que morrem em casa, com apoio de equipas especializadas, diz-se. Foi o caso da Inglaterra, Bélgica, Canadá e Estados Unidos. Na Alemanha, por exemplo, espera-se que os números de mortes hospitalares se irão manter estáveis, refere a investigação que foi feita em colaboração com o Centro de Estudos e Investigação em Saúde da Universidade de Coimbra e financiada pela Fundação Calouste Gulbenkian.

Bárbara Gomes nota que em Portugal houve um desenvolvimento importante no ano passado, com um despacho do Ministério da Saúde que instou todos os hospitais a terem uma equipa de cuidados paliativos própria. “O que é uma medida positiva tem um lado menos positivo, [porque] não foram criadas respostas comunitárias." O ideal seria agora pensar na mesma medida mas ao nível comunitário, “para as pessoas poderem ficar em casa apoiadas. Mas que se planeie já, para que os agrupamentos de centros de saúde as assegurem”, defende. “É necessário estabelecer um novo programa nacional de cuidados paliativos focado no desenvolvimento dos cuidados domiciliários, já que o último data de 2010.”

A Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos dá conta de 61 serviços de cuidados paliativos no país. Os que dão apoio no domicílio são apenas 20, o que resulta "numa equipa por 520 mil habitantes, quando as recomendações internacionais apontam para a existência de uma por cada 100 mil habitantes”.

O panorama nacional, a este nível, “mudou muito pouco”, adverte Bárbara Gomes, apontando para o facto de este ano terem avançado quatro projetos de cuidados paliativos domiciliários financiadas pela Gulbenkian, “que estão a preencher o buraco a descoberto de iniciativa governamental”.

Outro problema é o facto de os projetos no terreno não estarem integrados no sistema de saúde como um todo. As razões são sobretudo quatro, elenca a investigadora: falta de recursos; não identificação, pelos profissionais de saúde, das necessidades de cuidados paliativos; falta de formação na área nos cursos de medicina e de enfermagem e a referenciação tardia dos doentes. “Às vezes são referenciados tarde de mais, nos últimos dias de vida, quando já é difícil fazer a diferença.”

Estudo
Cientistas dos Estados Unidos e da Suíça afirmam que conseguiram reverter alguns tipos de surdez em cobaias com o uso de um...

O estudo com camundongos, segundo o Diário Digital,  foi publicado na revista especializada Science Translational Medicine e mostrou que um vírus pode corrigir o problema genético e restaurar parte da audição.

Segundo os especialistas, os resultados poderão levar à disponibilização de um tratamento dentro de dez anos.

A pesquisa concentrou-se em analisar os pelos minúsculos dentro do ouvido, que convertem os sons em sinais elétricos que podem ser interpretados pelo cérebro. Mas mutações no ADN podem fazer com que estes pelos não consigam criar o sinal elétrico, o que leva à surdez.

A equipa de pesquisadores desenvolveu um vírus geneticamente modificado que pode infetar as células dos pelos do ouvido e corrigir este erro.

A nova terapia foi testada em camundongos que sofriam de surdez profunda, que não ouviriam nada nem durante um concerto de rock, com níveis de som a chegar aos 115 decibéis.

Injeções do vírus modificado nos ouvidos levaram a uma “melhoria considerável” na audição, apesar de não ter restaurado os níveis normais.

Depois do tratamento, os animais conseguiam ouvir o equivalente de ruído dentro de um carro em movimento, ou cerca de 85 decibéis. Eles também apresentaram alteração no comportamento em resposta a sons durante o período de 60 dias do estudo.

“Estamos muito animados, mas também estamos com um otimismo cauteloso, pois não queremos dar esperanças falsas. Seria prematuro dizer que encontramos uma cura”, disse à BBC Jeffrey Holt, um dos pesquisadores participantes do estudo e que trabalha no Hospital Infantil de Boston, nos EUA.

“Mas num futuro não tão distante poderia transformar-se num tratamento para a surdez genética. Por conseguinte, esta é uma descoberta importante”, acrescentou.

A equipa afirmou que a pesquisa ainda não está pronta para o início de testes clínicos em humanos.

Os cientistas querem provar que o efeito é duradouro. Por enquanto, sabem que a terapia funciona por alguns meses, mas o objetivo é que o tratamento funcione para a vida toda do paciente.

Estudo
Porque é que é tão difícil comer só um pouco de chocolate e conter-se diante de uma porção de batata frita? Um estudo realizado...

Pesquisadores da Universidade da Georgia, da Universidade de Binghamton e da Washington State University descobriram que a ingestão de alimentos com alto teor de gordura muda rapidamente os circuitos cerebrais responsáveis por nos dar a sensação de saciedade, diz o Diário Digital. Com isso, a hipótese de comer além da conta aumenta, e torna-se o caminho mais curto para o excesso de peso.

Os cientistas observaram essa mudança ao introduzirem alimentos ricos em açúcar e gordura na alimentação de ratos de laboratório. Com a nova dieta, a quantidade de bactérias localizada no intestino dos animais aumentou, enquanto a de nutrientes diminuiu. O resultado disso foi o aparecimento de inflamações que atingiram as células nervosas responsáveis por 'avisar' ao cérebro que estamos satisfeitos com o que comemos.

“O cérebro é alterado pela ingestão de alimentos não saudáveis. Isso induz a uma inflamação nas regiões do cérebro responsáveis pelo comportamento alimentar, o que pode alterar a sinalização de saciedade”, explicou Krzysztof Czaja, professor de neuroanatomia da Faculdade de Medicina da Universidade da Georgia.

“Quando começamos a alimentar os ratos com uma dieta diferente, houve um efeito imediato. De repente, diferentes nutrientes estavam a deixar o microambiente no intestino e algumas bactérias começaram a surgir em demasia. Algumas bactérias sensíveis começaram a morrer e a desaparecer. Essa mudança significativa no microambiente intestinal desencadeou uma cascata de situações que levam a esse aumento da população de bactérias”, completa.

De acordo com Czaja, o corpo humano ainda não se adaptou à dieta industrializada, já que há poucas décadas comíamos mais alimentos integrais derivados de fontes naturais. No entanto, neste processo, há a hipótese de algumas pessoas permanecerem durante anos a comer mal sem se sentirem doentes, ao passo que outras podem ter problemas de saúde mais facilmente.

O estudo não conseguiu concluir se a mudança na resposta à saciedade é permanente ou reversível à medida que os ratos voltem a alimentar-se corretamente. Esta experiência será realizada numa nova etapa da pesquisa.

Food and Drug Administration
O estatuto de medicamento órfão é concedido pela FDA a produtos que se destinam a tratar doenças raras, através de incentivos...

Segundo o Sapo, o composto experimental BLZ-100 da farmacêutica Blaze Bioscience recebeu o estatuto de medicamento órfão por parte do regulador de saúde norte-americano (FDA) para o tratamento de tumores do cérebro.

Heather Franklin, CEO da Blaze Bioscience, reforça que "as melhorias na cirurgia de cancro do cérebro representam uma das maiores necessidades médicas não atendidas para adultos e crianças com cancro no cérebro", motivo pelo qual esta decisão foi tão bem recebida pela farmacêutica que considera que esta se assume como um forte estímulo para poder atender às necessidades destes doentes.

De momento, a farmacêutica está a registar pacientes adultos e pediátricos com cancro no cérebro num ensaio clínico de Fase 1, com o objetivo de “avançar rapidamente com o desenvolvimento do BLZ-100”, para o qual conta com o apoio dos programas da FDA, revelou ainda Heather Franklin.

O estatuto de medicamento órfão é concedido pela FDA a produtos que se destinam a tratar doenças raras, através de incentivos aos fabricantes de medicamentos ou produtos biológicos.

Infarmed
A Agência Europeia do Medicamento iniciou a revisão de segurança das vacinas contra o papiloma vírus humano. Esta revisão tem...

Em Portugal, encontram-se comercializadas as vacinas Cervarix e Gardasil, indicadas na prevenção das doenças causadas pela infeção por papiloma vírus humano (HPV), como o cancro do colo do útero e outras complicações.

A vacina contra o HPV pertence ao Plano Nacional de Vacinação desde 2008.

Em todo o mundo, estas vacinas já foram utilizadas por cerca de 72 milhões de pessoas.

Esta revisão de segurança vai analisar os dados sobre duas condições que, apesar de raras, têm sido notificadas após a vacinação, mas que também podem ocorrer em indivíduos não vacinados: síndrome de dor regional complexa (SDRC) e síndrome de taquicardia ortostática postural (STOP).

Em Portugal, não há casos notificados destas síndromes após esta vacinação.

A revisão, realizada pelo Comité de Gestão do Risco em Farmacovigilância (PRAC) da Agência Europeia do Medicamento (EMA), visa caracterizar a frequência de ocorrência de SDRC e STOP após a vacinação, identificar alguma relação causal ou grupos de doentes com risco acrescido.

Até que esteja concluída a avaliação de todos os dados disponíveis, os doentes devem continuar a ser vacinados de acordo com o previsto no Plano Nacional de Vacinação e com as recomendações do seu médico.

A EMA e o Infarmed continuarão a acompanhar e a divulgar todas as informações pertinentes relativas a esta matéria.

Infarmed
A empresa Hikma Farmacêutica (Portugal), S.A. irá proceder à recolha voluntária do lote nº 418061, com a validade 04/2017, do...

Esta recolha deve-se à deteção de um resultado fora das especificações aprovadas no parâmetro “soma das impurezas desconhecidas”, durante os estudos de estabilidade de rotina após 12 meses.

Assim, o Infarmed determina a suspensão imediata da comercialização deste lote.

Atendendo a que este medicamento é utilizado apenas em meio hospitalar, as entidades que disponham deste lote não o poderão vender ou administrar, devendo proceder à sua devolução.

Patient Innovation
Uma plataforma portuguesa de partilha de ideias - algumas muito simples -, que simplificam a vida de pessoas afetadas por...

Em 16 meses, a plataforma portuguesa Patient Innovation (Doentes Inovadores) analisou e avaliou 300 inovações, vindas de 30 países, sendo os principais contribuidores oriundos dos Estados Unidos, de Portugal, do Reino Unido, da Austrália e do Brasil.

Um dos seis distinguidos, entre os que conceberam essas três centenas de soluções, é a portuguesa Joaquina Teixeira, mãe de uma criança com Síndrome de Angelman, que afeta o desenvolvimento motor, que conseguiu fazer com que o seu filho começasse a andar, ao espalhar balões coloridos pela casa.

O exemplo é citado por um dos responsáveis da plataforma, Pedro Oliveira, do Programa Avançado de Empreende­dorismo e Gestão da Inovação da Católica–Lisboa, que desenvolveu a Patient Innovation com a participação da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, do Massachusetts Institute of Technology - MIT Sloan School of Management e da Carnegie Melon University, dos Estados Unidos.

Pedro Oliveira explicou à agência Lusa que, "quando é suposto estas crianças [com Síndrome de Angelman] começarem a andar, não têm massa muscular para o fazer". Joaquina Teixeira não conseguia, por isso, que o filho se levantasse, começasse a andar ou sequer a gatinhar e, numa festa, surpreendeu-se com o entusiasmo da criança com os balões coloridos cheios de hélio, que flutuavam no ar: saltava para apanhar as bolas de cores.

Joaquina Teixeira adquiriu então muitos balões de diferentes cores, espalhou-os pela casa e, pouco tempo depois, o filho começou a andar, relata Pedro Oliveira, apontando este como um exemplo da simplicidade de algumas soluções encontradas na plataforma "online", lançada em fevereiro de 2014.

Entre os outros premiados na categoria de cuidadores está "uma senhora de Israel, que já fez 14 inovações - tem um filho com paralisia cerebral e fez umas sapatas grandes", que ficam presas a um adulto, permitindo à criança fazer o movimento de andar.

Um artista norte-americano de teatro, também distinguido, produziu uma mão mecânica. A ideia chegou através da internet até um sul-africano que tinha perdido alguns dedos, num acidente na sua oficina. E a solução, mais barata do que uma prótese, já foi adotada por 1.500 pessoas de todo o mundo.

Entre os doentes inovadores está também um cidadão britânico, engenheiro mecânico, com um problema na aorta, que desenhou um suporte para colocar à volta da artéria e conferir-lhe uma maior resistência, trabalhando em conjunto com os médicos, na solução que propunha. "Salvou a vida dele e de 52 outras pessoas que até hoje receberam o mesmo suporte aórtico", salientou Pedro Oliveira.

"Uma jornalista norte-americana, que teve cancro da mama e fez mastectomia, desenvolveu uma 'tshirt' 'super sofisticada', para poder tomar banho depois da operação", prosseguiu o responsável da plataforma e professor da Universidade Católica, recordando ainda um canadiano com fibrose quística que concebeu uma máquina para limpar os pulmões.

O sítio da plataforma na internet convida as pessoas a registar-se e a partilhar a solução que encontrou. A proposta é depois avaliada por uma equipa médica, liderada pela professora Helena Canhão, da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, antes de ser aprovada e ficar disponível "online".

A ideia surgiu quando "descobrimos que há uma quantidade enorme de doentes que fizeram soluções fantásticas para os ajudar" a lidar com as suas condições de vida, e "um enorme potencial nas coisas que faziam, mas não havia espaço para partilharem estas soluções", explicou Pedro Oliveira à Lusa.

Depois, "começámos a ter apoios completamente inesperados e temos um conselho consultivo com dois prémios Nobel" - o Nobel da Medicina Richard Roberts e o da Quimica Aaron Ciechanover - e outros especialistas, nacionais e internacionais, como aquele cientista que "tem mais patentes" registadas em todo o mundo, realçou Pedro Oliveira.

O projeto já foi destacado no âmbito do Harvard Health Acceleration Challenge, organização conjunta das faculdades de Medicina e de Economia e Negócios de Harvard, entre mais de 400 projetos a nível mundial.

A entrega dos prémios aos seis distinguidos pela Patient Innovation, realiza-se hoje, em Lisboa, em associação com "a melhor conferência de inovação aberta e de utilizador do mundo", como destaca Pedro Oliveira, referindo-se à Open and User Innovation Society Meeting (OUI), a decorrer na Fundação Calouste Gulbenkian.

A 13ª edição da conferência, que habitualmente se realiza nas grandes universidades dos Estados Unidos, tem lugar em Portugal, pela primeira vez, e reúne cerca de 200 especialistas, académicos, representantes de empresas e investigadores de várias áreas do conhecimento, que vão do diretor de inovação da NASA, ao comissário europeu para a Investigação, a Ciência e a Inovação, Carlos Moedas.

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