Entre 2008 e 2012
O Ministério Público acusou um médico de abortos ilegais, alegadamente praticados no Hospital Amadora/Sintra e no Centro...

O despacho de acusação do Ministério Público (MP), foi deduzido a 10 de dezembro de 2014, mas passado mais de meio ano, o médico especialista de ginecologia/obstetrícia, atualmente com 51 anos e natural de Cuba, ainda não foi notificado da acusação pelo Tribunal de Loures, por se encontrar fora de Portugal.

A acusação descreve três situações de alegados abortos ilegais praticados a troco de dinheiro: um em 2008, no Hospital Amadora/Sintra, e dois no Centro Hospitalar de Torres Vedras, ambos em 2012, sendo que uma das pacientes é a mesma que havia realizado o aborto em 2008.

O médico residia em Portugal desde 2002, tendo exercido a sua especialidade em diversas clínicas e hospitais nacionais, nomeadamente na Clínica dos Arcos, em Lisboa - “onde procedia à realização de intervenções de interrupção voluntária de gravidez (IVG) -, no hospital Amadora/Sintra e posteriormente no Centro Hospitalar de Torres Vedras.

Segundo o MP, antes de março de 2008, o arguido “concebeu um plano que contemplava a realização de abortos a mulheres grávidas que se lhe apresentassem para o efeito da Clínica dos Arcos, estabelecimento reconhecido oficialmente para a realização da IVG, mediante a entrega de contrapartidas monetárias, com o objetivo de obter benefícios económicos”.

A acusação refere que, quando atendia as utentes, o médico, embora acedendo em realizar a IVG – porque as mesmas se encontravam nas dez primeiras semanas de gravidez -, “recusava-se a realizá-las na Clínica dos Arcos, procedendo ao seu encaminhamento para os hospitais públicos”: Hospital Amadora/Sintra e mais tarde para o Centro Hospitalar de Torres Vedras, onde exercia funções idênticas, em regime de prestação de serviços.

“Nesse encaminhamento, o arguido instruía essas mulheres, indicando-lhe concretamente que se deveriam dirigir aos serviços de urgência de tais hospitais, nos dias em que aí se achasse de serviço, queixando-se de dores ou hemorragias, caso em que seriam pelo mesmo atendidas, sujeitas a uma ecografia e (…) submetidas ao pretendido aborto”, explica o MP.

No registo clínico das pacientes o médico justificava o ato médico como “meras intervenções cirúrgicas de dilatação e curetagem do útero após parto ou aborto espontâneo”.

O arguido informava ainda as mulheres que a realização do aborto nestas situações, “implicava o pagamento de uma contrapartida financeira, que se podia situar entre os 300 e os 2.500 euros, a ser-lhe entregue imediatamente antes da sua concretização, em dinheiro”.

O MP deduziu acusação contra uma outra médica, por alegada cumplicidade com o principal arguido. Contudo, a médica requereu a abertura de instrução, tendo o Tribunal de Loures determinado o arquivamento dos autos relativos a esta profissional.

O médico está acusado de dois crimes de aborto agravado, de dois crimes de falsificação de documento, de cinco crimes de peculato, e de três crimes de recebimento indevido de vantagem.

Quando o tribunal conseguir notificar o arguido da acusação do MP, este pode ainda requerer a abertura de instrução.

Estudo
Os doentes na Europa estão a sofrer atrasos significativos no acesso a dispositivos cardiovasculares já aprovados devido a...

O artigo, da autoria do presidente da Sociedade Europeia de Cardiologia e recém-eleito presidente da Faculdade de Medicina de Lisboa, o português Fausto Pinto, aponta para uma correlação direta entre a diminuição da mortalidade devido a doenças cardiovasculares e a introdução de técnicas e dispositivos inovadores.

“Estes dispositivos são seguros, aprovados pelos organismos reguladores e incluídos nas orientações, mas a sua inclusão no sistema de reembolsos fica para trás”, refere Fausto Pinto, concluindo que “os doentes podem ver atrasado o acesso aos tratamentos recomendados de vido a atrasos burocráticos”.

O efeito deste atraso, adiantou o presidente da Sociedade Europeia de Cardiologia, é que o retorno do investimento é reduzido, levando as empresas a diminuir o investimento em investigação e desenvolvimento para futuras terapias com dispositivos.

“A inovação em dispositivos cardiovasculares é desesperadamente necessária para travar uma epidemia de doenças cardiovasculares que são a principal causa de morte na Europa”, frisou o cardiologista.

Fausto Pinto alertou para o envelhecimento da população e consequente aumento de doenças como a diabetes ou a obesidade que agrava ainda mais o problema.

O estudo publicado aponta para 40% da população que, em 2030, sofrerá de pelo menos uma doença cardiovascular.

Em Portugal
Portugal, Brasil, Angola, Moçambique e Cabo Verde criaram a Associação Respiratória de Língua Portuguesa, que é apresentada em...

Liderada pela Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), a associação pretende estabelecer relações multilaterais com outras sociedades científicas, tendo por base a criação de parcerias, a partilha de conhecimentos e experiências, assim como a promoção da língua portuguesa enquanto elemento de intercâmbio científico nos países lusófonos.

Em declarações, o presidente da SPP, Carlos Robalo Cordeiro, explicou que, destes cinco países, apenas Portugal e o Brasil têm sociedade científicas de pneumologia formalmente constituídas.

“A sociedade angolana de pneumologia está a ser constituída”, mas Moçambique e Cabo Verde não têm, sendo, por isso, também objetivo da Associação Respiratória de Língua Portuguesa (ARELP) dinamizar a criação de associações e sociedades científicas na área respiratória nos países onde não existem, adiantou.

“O que se pretende é criar parcerias a diversos níveis”, desde parcerias clínicas, investigação na área das doenças respiratórias e um maior apoio à formação nos países em desenvolvimento em áreas da patologia respiratória deficitárias, sublinhou.

O apoio à formação pode ser feito através da realização de ações locais, mas também através da promoção de estágios de formação específica nos “países com mais dificuldades ou com défices particulares”, explicou o pneumologista.

Portugal, Brasil, Angola, Moçambique e Cabo Verde são os primeiros signatários da Associação Respiratória de Língua Portuguesa, à qual se prevê que se venham a associar Timor e Macau.

Relatório
A grande maioria da população já não depende de hospitais psiquiátricos de estadia prolongada, contudo nos hospitais gerais que...

Estas são as principais conclusões do primeiro relatório nacional e do relatório europeu sobre transição dos cuidados de saúde mental para a comunidade que serão apresentados na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa.

Os relatórios da “EU Joint Action on Mental Health and Wellbeing” focam os aspetos positivos e negativos da transição de modelos institucionais para modelos baseados na comunidade.

Como positivo, apontam o facto de mais de 75% da população depender de cuidados prestados por serviços com base em hospitais gerais, que substituíram os hospitais psiquiátricos como elemento central do sistema de saúde mental.

O relatório nacional destaca que se encerrou o mais antigo hospital psiquiátrico do país (Hospital Miguel Bombarda), através de um processo que levou à sua substituição por um conjunto de novos serviços de saúde mental na comunidade e em vários hospitais gerais, como os do Barreiro, Centro Hospitalar Lisboa Ocidental, Cascais, Amadora, Almada, Setúbal, Évora e Beja.

O objetivo desta transição era passar a utilizar modelos baseados na comunidade e socialmente inclusivos, como o internamento de curta duração e cuidados ambulatórios nos hospitais gerais, nos centros de saúde mentais e em centros de dia, para garantir às pessoas o direito de viver na comunidade, a escolher o local de residência e ter acesso a serviços residenciais, domiciliários e a outros serviços comunitários.

No entanto, são apontados vários aspetos a melhorar, entre os quais se destaca o facto de a maior parte dos serviços de saúde portugueses, incluindo os baseados nos hospitais gerais, continuarem a concentrar a maior parte dos seus recursos em atividades intra-hospitalares e a ter “uma escassa atividade na comunidade, privilegiando modelos de cuidados há muito ultrapassados”.

“As equipas de saúde mental verdadeiramente implantadas na comunidade continuam a existir num número restrito de departamentos de saúde mental”, conclui o relatório.

Por outro lado, os programas colaborativos com os cuidados primários, os programas integrados para doentes mentais graves, os centros de saúde mental e os programas de intervenção domiciliária “continuam a ter uma expressão muito modesta, em comparação com a realidade dos outros países europeus, e estão muito longe do mínimo aceitável”, sublinha.

Na Austrália
Cerca de 11 mil australianos foram instados a realizar testes de despistagem por receios de que tenham sido expostos ao VIH e...

As autoridades de saúde de New South Wales indicaram que 12 dentistas de quatro clínicas de Sydney foram acusados de falhas na higiene e nas práticas de esterilização do equipamento, pelo que recomendam aos pacientes que realizem análises de sangue para despistar VIH, bem como a hepatite A, B e C, por precaução.

Embora não haja casos de contágio e a probabilidade de ocorrer seja baixa, as autoridades advertem que existem riscos de infeções, em particular para pacientes sujeitos a procedimentos invasivos.

Seis dentistas foram suspensos e igual número de profissionais autorizados a continuar a trabalhar sob condições.

O caso foi desencadeado por uma queixa em novembro, tendo as consequentes investigações revelado “consideráveis” violações.

Estudo
O medicamento injetável para diabetes Liraglutide, que os reguladores norte-americanos aprovaram o ano passado para a perda de...

A maior parte dos pacientes conseguiram perder peso durante as 56 semanas da investigação realizada com vista a comercialização do medicamento, segundo o estudo divulgado no New England Journal of Medicine.

O estudo foi conduzido em 191 cidades de 27 países da Europa, América do Norte, América do Sul, Ásia, África e Austrália.

Os 3.731 pacientes que participaram no estudo tinham mais de 18 anos e uma massa corporal superior a 30. A massa corporal saudável deve situar-se entre os 19 e os 25.

Kevin Williams, chefe do departamento de endocrinologia, diabetes e metabolismo da Universidade de Saúde de Temple, descreveu a perda de peso com a utilização do medicamento como “significativa”.

Com a utilização do medicamento foram detetados efeitos secundários, incluindo problemas gastrointestinais, na vesícula e um ligeiro risco de aumento do cancro na mama.

Os investigadores salientaram ser necessário estudar melhor os efeitos secundários, nomeadamente o risco de aumento do cancro na mama.

O Liraglutide tem sido usado em pequenas doses para tratar diabéticos e alguns pacientes notaram que a droga os ajudou a perder peso.

Cerca de 35% dos adultos norte-americanos, cerca de 100 milhões de pessoas, são obesos.

Dois outros medicamentos para combater a obesidade foram lançados em 2012 nos Estados Unidos, mas os tratamentos provocam efeitos secundários e não são muito utilizados.

APDP
A Associação Protetora de Diabéticos de Portugal vai desenvolver dois projetos no concelho de Sintra, destinados à divulgação e...

O município de Sintra vai assinar, na sexta-feira, dois protocolos com a Associação Protetora de Diabéticos de Portugal (APDP) para o desenvolvimento dos projetos "Ter Diabetes 1 na Escola" e "Capacitação Integrada da Pessoa Idosa com Diabetes Tipo 2".

"Os projetos têm como objetivo colmatar necessidades e barreiras da gestão diária da diabetes" e "melhorar a qualidade de vida das crianças e idosos" que padecem desta doença crónica e da sua família, acrescentou uma nota da autarquia.

A diabetes foi considerada um problema de saúde de intervenção prioritária no âmbito do Plano Local de Saúde 2015-2017, em preparação, e a APDP vai desenvolver, durante um ano, com o apoio da autarquia, dois projetos financiados pelo Programa Nacional para a Diabetes.

Segundo uma proposta do vereador da Solidariedade e Inovação Social, Eduardo Quinta Nova, estima-se que no concelho de Sintra existam cerca de 130 crianças/jovens com diabetes tipo 1, patologia que surge maioritariamente em idade escolar.

A iniciativa nas escolas do concelho visa, entre outros objetivos, "melhorar a integração social e a rede de suporte das crianças e jovens com diabetes tipo 1 em ambiente escolar", "desenvolver competências da comunidade escolar" em relação ao tratamento da doença e "aumentar a literacia em diabetes".

A diabetes tipo 2 afeta "mais de 25% dos portugueses acima dos 60 anos", observando-se na população idosa "complicações da diabetes, comorbilidades [associação de doenças], limitações cognitivas e mobilidade condicionada", salientou outra proposta do autarca.

O projeto, enquadrado na intervenção municipal junto de populações vulneráveis, pretende também "colmatar necessidades e barreiras da gestão diária da diabetes" e "desenvolver competências das pessoas com diabetes e dos respetivos cuidadores informais".

Unidades de Saúde de Loulé e Albufeira
A Administração Regional de Saúde do Algarve anunciou que as Unidades de Saúde Familiar de Loulé e de Albufeira vão atribuir...

A disponibilização de médicos de família a estes utentes vai ser possível devido à passagem das Unidades de Saúde Familiar (USF) de Loulé e Albufeira do modelo A (fase de aprendizagem e de aperfeiçoamento do trabalho em equipa) para o B (equipas com maior amadurecimento em termos de organização e desempenho mais exigente).

A alteração foi consumada com um despacho dos gabinetes da ministra de Estado e das Finanças e do ministro da Saúde, que “fixa o número máximo de Unidades de Saúde Familiar a constituir no ano de 2015 e determina o número máximo que transitam do modelo A para o modelo B”, precisou a Administração Regional de Saúde (ARS).

“A passagem para modelo B destas unidades vai permitir atribuir médico de família a cerca de 2.700 utentes dos concelhos de Loulé (1.500) e de Albufeira (1.200)”, considerou a ARS num comunicado.

Ao mesmo tempo, a alteração permite “o alargamento das atividades previstas no âmbito dos programas de prevenção e promoção da Saúde”, o que constitui “uma mais-valia para a população abrangida” e contribui para “a obtenção de ganhos em saúde”.

O Modelo B é, segundo a ARS, “o indicado para equipas com maior amadurecimento organizacional”, para as unidades em que “o trabalho em equipa de saúde familiar seja uma prática efetiva” e nas quais os profissionais estejam “dispostos a aceitar um nível de contratualização de patamares de desempenho mais exigente”.

A ARS observou que a USF de Loulé conta com seis médicos, seis enfermeiros e cinco assistentes técnicos, para um total de 9.900 utentes, enquanto na de Albufeira trabalham cinco médicos, cinco enfermeiros e quatro assistentes técnicos, para dar assistência a 8.300 utentes.

A mesma fonte frisou ainda que esta passagem do Modelo A para o Modelo B contou com pareceres técnicos da equipa regional de apoio e acompanhamento da ARS Algarve, da presidente do conselho clínico do Agrupamento de Centros de Saúde Central, tendo os indicadores disponíveis “comprovado o bom desempenho das equipas destas unidades” em 2014.

Além do Agrupamento de Centros de Saúde Central, o Algarve conta com outros dois Agrupamentos de Centros de Saúde, o do Sotavento e o do Barlavento.

Amanhã à tarde na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
Iniciativa pretende revisitar as paisagens da saúde mental a partir da experiência de trabalho e do olhar da câmara do...

A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) organiza, amanhã (dia 2 de julho), o colóquio/debate “Esta é a minha casa: vi(ver) n(a) comunidade”.

O colóquio, com início às 14h30, no Polo A da ESEnfC, tem o objetivo de “revisitar as paisagens da saúde mental a partir da experiência de trabalho e do olhar da câmara do enfermeiro Pedro Renca”, cujo documentário sobre o quotidiano de doentes mentais no meio rural, intitulado “Esta é a Minha Casa”, será visionado logo após a sessão de abertura, que estará a cargo da Presidente da Escola, Maria da Conceição Bento.

“São também revisitados alguns espaços conceptuais comuns como são as questões da ‘psicofobia’, dos critérios subjacentes à definição do ‘normal’ e do ‘patológico’, assim como à forma como se reconhecem e desconhecem os problemas e territórios da saúde mental”, refere a organização do colóquio/debate, da responsabilidade da Unidade Cientifico-Pedagógica (UCP) de Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica.

“Psicofobia ou o medo de nós?” (pelo professor Luís Loureiro), “Saúde Mental: a ‘maior das minorias’” (pela professora Ana Paula Monteiro) e “Reconhecimento versus desconhecimento dos problemas de saúde mental” (pelo professor Amorim Rosa), são os títulos das comunicações que se seguem.

“As questões relacionadas com o encerramento progressivo dos grandes hospitais psiquiátricos e consequente desinstitucionalização dos doentes mentais e seu regresso às famílias e à comunidade assumiram lugar de destaque ao longo da última década e são uma realidade atual. Estas medidas, defendidas por ‘uns’ como tendo um caráter mais humanista e sendo mais eficazes do ponto de vista terapêutico (com continuidade de cuidados e acompanhamento técnico na comunidade), parecem indiciar que a institucionalização não deve ser vista como “uma medida cómoda para gente que incomoda”. Contudo, ‘outros’ têm questionado os critérios de pendor economicistas destas medidas que transformam o doente num peso para as famílias que vivem já na esteira do estigma e da discriminação sociais. Além disso, as respostas comunitárias de apoio a doentes e famílias e os sistemas de apoio em saúde mental são ainda escassos, pouco articulados e tendem a não acompanhar as necessidades emergentes de uma desinstitucionalização em massa”, constata a comissão científica e organizadora do colóquio, composta pelos professores Luís Loureiro, Amorim Rosa e Ana Paula Monteiro.

O colóquio/debate termina pelas 17h00.

Direção-Geral da Saúde
Os últimos dias que foram marcados por altas temperaturas tiveram um “pequeno aumento da mortalidade”, mas os efeitos do calor...

De acordo com Graça Freitas, o calor que se registou nos últimos dias poderá ter causado perto de uma centena de mortos, que é o aumento da mortalidade registado nesse período, mas que ainda não foi oficialmente atribuída às altas temperaturas recentes.

A especialista em saúde pública ressalvou que Portugal ainda não enfrentou nesta época uma onda de calor, apesar das altas temperaturas que se registaram nos últimos dias.

No entanto, esclareceu, os dias seguidos de calor foram poucos, além do arrefecimento noturno que se tem registado e que impede piores consequências na saúde das pessoas.

Graça Freitas adiantou que a Direção-Geral da Saúde (DGS) tema acompanhado a resposta das instituições de saúde – hospitais e centros de saúde – a um eventual aumento da procura devido aos efeitos do calor.

“Está tudo dentro do que é expetável”, afirmou.

A Linha de Saúde 24 registou, desde o dia 20 de junho, um aumento de chamadas devido a sintomas relacionados com as altas temperaturas, passando da média de nove chamadas diárias para as 13.

Segundo Sérgio Gomes, que coordena esta linha de aconselhamento telefónico, o maior número de chamadas relacionadas com o calor registou-se no dia 21, com 26 telefonemas.

Desde 15 de maio que Portugal tem acionado o módulo calor do Plano de contingência para temperaturas extremas adversas.

Da responsabilidade da DGS, este plano visa “promover a proteção da saúde das populações contra os efeitos negativos dos períodos de calor intenso, através de uma avaliação eficaz do risco e do desenvolvimento de respostas apropriadas pelas entidades competentes da saúde, baseada num sistema de previsão, alerta e resposta adequada”.

Trata-se da 11ª edição deste plano desde que o Ministério da Saúde elaborou o primeiro documento que visou responder a situações como a registada em 2003.

Nesse ano, uma onda de calor que ocorreu em algumas zonas do país por mais de duas semanas ficou associada a um excesso de mortalidade de 1.953 óbitos.

Segundo a DGS, em 2010 estimou-se um excesso de mortalidade nos períodos de calor intenso de 2.167 óbitos e em 2013 foi determinado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) um excesso de mortalidade de 1.684 óbitos.

Conheça as principais:
As principais doenças hematológicas na terceira idade são a anemia, as hemorragias, as leucopenias,
Idoso internado com soro em cama de hospital

As doenças hematológicas são aquelas que afectam o sangue e os elementos figurados do sangue: hemácias (glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas, mas também os órgãos onde o sangue é produzido - medula óssea, gânglios linfáticos e baço.

Uma das principais funções do sangue é, através dos glóbulos vermelhos transportar oxigénio dos pulmões para os tecidos e "retirar” o dioxido de carbono dos tecidos para ser eliminado pelos pulmões. Através dos seus glóbulos brancos participa activamente da defesa do organismo, contra as infecções. Para além disso, outras funções do sangue é conter as proteínas que regulam o sangramento e, também, transportar os anticorpos, nutrientes, açúcar, gorduras, vitaminas e sais minerais.

O exame hematológico que permite identificar as inúmeras doenças do sangue é o hemograma, um exame que estuda as células do sangue e permite identificar as enfermidades, como a anemia, a leucemia, ou mesmo, as infecções e doenças alérgicas.

Anemia

A anemia é a diminuição do número e/ou da produção de glóbulos vermelhos ou de seu conteúdo (hemoglobina) ou ainda quando há destruição exagerada. A principal causa de anemia é a deficiência de ferro (anemia ferropénica), substância básica na formação da hemoglobina. Pode também ocorrer na deficiência de vitamina B12, de cobre e de zinco e é também uma grave consequência da desnutrição.

Na terceira idade a anemia é de extrema importância embora seja muitas vezes subdiagnosticada ou quando diagnosticada mal orientada.

A perda contínua e discreta de sangue pelas fezes (devida a um tumor intestinal silencioso, por exemplo) pode levar à anemia com poucas manifestações clínicas porque surge lentamente. O mesmo pode ocorrer na perda sanguínea vaginal continuada (mioma uterino, por exemplo).

A anemia na terceira idade está com frequência está relacionada a tumores, mas pode também ser devida a erros alimentares. Dietas pobres em ferro e em vegetais podem ser causa da anemia. Por outro lado, situações em que há má absorção de alimentos (doenças do estômago, por exemplo) também podem levar a anemia por deficiência de vitamina B12.

A deficiência de vitamina C pode também ser uma causa de anemia na terceira idade e é favorecida pelo alcoolismo, bem como a doença renal e os distúrbios da tiróide.

Por outro lado, são várias as classes de medicamentos que podem provocar a anemia.

As manifestações da anemia são variáveis e podem ser ligeiras, sem graves consequências, ou podem ocorrer manifestações cardíacas, vasculares e pulmonares. Contudo, a fadiga e falta de disposição são os sintomas mais frequentes. Há também emagrecimento e palidez.

O diagnóstico da anemia é feito através do hemograma, onde se observa diminuição na taxa de hemoglobina. A dosagem de ferro no sangue e a pesquisa de sangue oculto nas fezes também fazem parte do estudo da anemia. Algumas vezes há necessidade de se examinar a medula óssea, local formador das células componentes do sangue.

O tratamento correcto da anemia deve basear-se no diagnóstico, ou seja, que tenha em conta a causa exacta. No entanto, é frequente o tratamento inespecífico da anemia com a utilização de complexos vitamínicos sem qualquer critério. Em certas situações deve ser feita a reposição de ferro, ácido fólico ou vitamina B12. Noutros casos, mais graves, há necessidade de transfusão de sangue.

Hemorragias

São várias as situações que podem levar a hemorragias, desde simples doenças vasculares cutâneas (púrpuras) até graves distúrbios da coagulação do sangue. A hemofilia, a leucemia e inúmeras doenças como o cancro e infecções graves podem evoluir com hemorragias, principalmente entre a população idosa.

Também a deficiência de vitaminas C e K são também causas de hemorragia. A aspirina (ácido acetil-salicílico) pode levar a hemorragias em pessoas que já apresentem tendência a sangramentos. Certos antibióticos derivados da penicilina também podem aumentar a tendência de hemorragia.

Nesta faixa etária também é comum o aparecimento de manchas de sangue (ou púrpuras) nos braços e mãos e ocorrer hemorragia nasal. É um processo benigno denominado púrpura senil. É uma manifestação da pele que acontece devido à fragilidade dos vasos sanguíneos da derme, facto decorrente, entre outros factores, devido ao envelhecimento do organismo. Este tipo de problema acontece quando os idosos sofrem alguma pequena lesão, como batidas, apertões ou até mesmo a comichão. O resultado é uma região da pele avermelhada ou arroxeada, conforme a quantidade de vasos rompidos.

O aspecto pode assustar e causar a impressão de um grande trauma à pele, mas na realidade trata-se apenas de uma mancha passageira, que em até 15 dias, em média, desaparece. Este tipo de manifestação pode ocorrer em qualquer região do corpo, mas é mais comum em braços e pernas. O tamanho também irá variar de acordo com a extensão da lesão. As manchas da púrpura senil são indolores, não dão comichão e não modificam a superfície da pele. Apesar de surgirem após pequenos traumas na pele, as manchas avermelhadas da púrpura senil não devem ser confundidas com hematomas.

Leucopenia

A leucopenia é a diminuição de glóbulos brancos, ou leucócitos, abaixo da sua concentração normal no sangue, situação que provoca uma diminuição das defesas orgânicas contra as infecções.

Fala-se de leucopenia quando a concentração de leucócitos é inferior ao seu limite mínimo normal, ou seja, a cerca de 4 mil por milímetro cúbico de sangue. Todavia, é possível distinguir vários tipos específicos de leucopenia, de diferente significado, consoante o tipo de glóbulos brancos cujo número diminui:

Neutropenia

Situação que corresponde a uma diminuição do número de granulócitos neutrófilos presentes no sangue. De acordo com a intensidade da diminuição de concentração destas células, fala-se de neutropenia ligeira, de neutropenia moderada e de neutropenia grave. O total desaparecimento dos neutrófilos no sangue denomina-se agranulocitose, uma situação muito grave, pois implica uma extrema sensibilidade às infecções bacterianas.

Eosinopenia

Corresponde à diminuição do número de granulócitos eosinófilos presentes no sangue, por vezes ao seu total desaparecimento, tal como acontece caracteristicamente na fase aguda de algumas infecções (febre tifóide, brucelose) e também ao longo do tratamento com determinados fármacos, em especial os corticosteróides.

Basopenia

Consiste na diminuição do número de granulócitos basófilos presentes no sangue, como acontece em determinadas doenças endócrinas (síndrome de Cushing, hipertiroidismo) e também ao longo do tratamento com medicamentos antitiróideos e determinados anticoagulantes (heparina).

Linfopenia

Corresponde a uma diminuição significativa do número de linfócitos presentes no sangue ou da sua relativa relação com o resto dos glóbulos brancos. Esta situação observa-se de forma passageira no período inicial de quase todas as infecções agudas (como determinadas pneumonias), após tratamentos com fármacos citostáticos (anticancerosos) e após sessões de radioterapia, enquanto se estabelece de forma mais persistente ao longo de determinadas doenças infecciosas (como a tuberculose), em determinadas doenças auto-imunes (como o lúpus eritematoso disseminado), na doença de Hodgkin, em algumas formas de imunodependência hereditária e na anemia aplásica.

Monocitopenia

Consiste numa redução significativa do número de monócitos presentes no sangue ou da sua relativa relação com o resto dos glóbulos brancos em determinadas formas de leucemia, durante o tratamento com glucocorticóides e na anemia aplásica.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Instituto Português do Sangue e Transplantação
O Instituto Português do Sangue alertou para a quebra de dádivas de sangue devido ao alarme na opinião pública relacionado com...

Ouvido na Comissão de Saúde, para prestar informação e esclarecimentos na sequência das medidas tomadas para aumentar o aproveitamento de plasma em Portugal, o presidente do Instituto Português do Sangue e Transplantação (IPST), Hélder Trindade, mostrou-se preocupado com o alarme lançado na opinião pública por causa de notícias na comunicação social relacionadas com o desperdício de plasma e consequente diminuição de dádivas.

Esta preocupação assume proporções mais gravosas para o responsável pelo facto de se estar a entrar no verão, época de habitual redução do número de dádivas.

A título de exemplo, citou os dados mais recentes, relativos a terça-feira, segundo os quais estavam previstas 817 inscrições, mas houve apenas 728 inscrições efetivas, das quais, resultaram pouco mais de 500 colheitas.

“Toda esta campanha, vejo-a com enormíssima preocupação, porque vai influenciar de forma negativa a opinião pública e os dadores, sobretudo num altura complicada em que está a iniciar-se o verão”, alertou.

Hélder Trindade lamentou ainda ver instituto enredado numa “teia” por causa do desperdício de plasma, um problema que existe em Portugal há vários anos e que só conheceu um real avanço desde que está à frente do IPST.

“Há um trabalho de três anos que nunca tinha sido feito para chegarmos onde chegámos. Temos feito um trabalho o mais correto e o mais célere possível, para termos plasma inativado português [desde final de 2014], algo nunca feito até agora e vemo-nos enrolados nesta teia”, afirmou, acrescentando: “estamos a falar de plasma, plasma, plasma, mas o que é preciso todos os dias é de sangue e plaquetas”.

Instituto Português do Sangue e Transplantação
O presidente do Instituto Português do Sangue e Transplantação anunciou que há uma verba de cinco milhões de euros para o...

Hélder Trindade falava aos deputados da Comissão Parlamentar da Saúde sobre o ponto da situação do aproveitamento do plasma português no país.

Segundo o responsável, o concurso para fracionar o plasma (programa que permitirá a transformação deste produto em medicamentos) está a decorrer.

“As firmas, os peritos vão entregar os dossiers a explicar o que vão fazer”, designadamente explicar se têm inativação, que tipo ou se é seguro”, disse.

Perante o “diálogo concorrencial”, o júri reúne-se e já sabe o que a indústria tem para oferecer, acrescentou, considerando que este processo está a ser “absolutamente transparente e diferente de tudo o que foi feito até agora”.

Segundo Hélder Trindade, este programa completa o trabalho que o instituto fez ao longo dos últimos anos, seguindo-se à inativação do plasma português para transfusões, que já é feita desde o final de 2014.

Faltava ainda o tratamento do plasma remanescente como matéria-prima para a produção de medicamentos derivados do plasma, para o que foi lançado um concurso que está a correr, do qual deverá resultar a empresa que irá fracionar o plasma, a começar pelos 30 mil litros que o IPST tem colhidos e conservados.

No entanto, “se se chegar a setembro e as empresas começarem a fazer perguntas e perguntas com má fé, não vamos cumprir prazos”, alertou.

“O que nós vamos pedir é: para rentabilizar ao máximo o plasma que temos, o que é que nos vão dar?”, sublinhou.

Trata-se de 120 mil unidades, que irão dar 30 mil litros, é o mínimo para que o plasma dê mais valias, disse.

“Quanto maior a quantidade que eu der para fracionar, mais barato me sairá”, acrescentou.

Hélder Trindade referiu ainda que o Instituto Português do Sangue e Transplantação (IPST) enviou ofícios aos hospitais a saber quanto é que gastam de plasma inativado e que nem todos responderam, mas o número final “foi qualquer coisa como 10 mil unidades”.

Entretanto, o Bloco de Esquerda requereu hoje a audição do presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), Luís Cunha Ribeiro, sobre a “inutilização do plasma em Portugal”, pedido que foi chumbado pelos partidos da maioria (PSD e CDS).

“Atendendo à gravidade das notícias que têm vindo a público, o Bloco de Esquerda entende que, em nome da transparência e do esclarecimento cabal desta situação, se deve ouvir, no âmbito deste processo, o presidente da ARSLVT, Luís Cunha Ribeiro”, lê-se no requerimento do BE.

Para o Bloco, este chumbo impede “que sejam prestados os esclarecimentos necessários sobre a questão da utilização de plasma em Portugal”.

Especialista afirma
O antigo responsável pelo serviço nacional de saúde inglês Nigel Crisp considera que “não existe margem” para aumentar as taxas...

Num artigo intitulado o “Futuro do Sistema de Saúde Português”, publicado na revista Ata Médica Portuguesa, Nigel Crisp afirma que “não existe margem para aumentar as taxas moderadoras, uma vez que os pagamentos não comparticipados (franquias ou taxas moderadoras) – aqueles que não são reembolsados pelo seguro ou pelo SNS – são muito elevados em Portugal, ascendendo a 27% do total de gastos com a saúde”.

De igual modo, o especialista considera que “existe uma escassa margem para um aumento dos impostos”, exceto no que se refere aos impostos sobre o tabaco, o álcool e outros produtos nocivos para a saúde.

Esta situação significa que “é necessário acentuar a importância decisiva da gestão de custos, reduzindo desperdícios e duplicações, reformulando serviços e melhorando a relação qualidade/preço”, defende Nigel Crisp, que presidiu à comissão que elaborou o Relatório o Futuro da Saúde em Portugal, a pedido da Fundação Calouste Gulbenkian.

Para o especialista, que esteve dois anos em Portugal a estudar o sistema de saúde português, o futuro do Serviço Nacional de Saúde (SNS) “irá certamente depender da natureza dos problemas de saúde que o país terá que enfrentar”.

“O sistema de saúde português apresenta consideráveis mais-valias e um impressionante historial de sucesso, embora enfrente atualmente importantes constrangimentos associados ao aumento da procura e às restrições relativamente ao seu financiamento”, sublinha.

A continuação do sucesso do SNS irá depender do modo como os portugueses e os médicos vierem a “dar resposta” a estes constrangimentos, mas também de “uma visão clara relativamente ao futuro” e de “uma gestão conjunta qualificada dos profissionais de saúde, políticos e outros decisores na sociedade em geral”.

“O SNS não será sustentável a menos que seja aliviado algum do constrangimento por meio de uma abordagem mantida e sistemática de prevenção dos problemas de saúde e promoção da saúde e bem-estar físico e mental. O SNS, só por si, não poderá fazê-lo”, sublinha.

Na análise, Nigel Crisp considera o SNS “particularmente robusto” em termos de serviços hospitalares, mas menos em cuidados primários e continuados, com muitos doentes a usarem as urgências hospitalares por “não terem acesso a cuidados primários ou por terem pouca expectativa na sua qualidade”.

“Apesar de existirem muitos serviços de muito boa qualidade um pouco por todo o país, os dados disponíveis sugerem que existe uma ampla variação no que se refere à prática e resultados clínicos”, sublinha no artigo publicado na revista científica da Ordem dos Médicos.

Sociedade Portuguesa da Contraceção
A Sociedade Portuguesa da Contraceção avisou hoje que aplicar taxas moderadoras à Interrupção Voluntária da Gravidez poderá...

A propósito do debate parlamentar sobre a Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG) que se realiza na sexta-feira, a Sociedade Portuguesa da Contraceção lembra, em comunicado, que o grande objetivo da despenalização do aborto foi a diminuição da mortalidade materna, uma meta atingida.

Citando dois relatórios da Direção-Geral da Saúde, aquela sociedade científica refere que entre 2002 e 2007 houve 14 mortes maternas notificadas relacionadas com o aborto clandestino, enquanto em 2011 e 2012 não se registou nenhum caso.

No debate parlamentar de sexta-feira vão ser analisadas as propostas da iniciativa de cidadãos “Pelo Direito a Nascer”, entre as quais o fim da equiparação entre IVG e maternidade para efeitos de prestações sociais e a aplicação de taxas moderadoras.

Relativamente às taxas, a Sociedade de Contraceção considera que a sua aplicação levanta problemas de concretização e teme um desvio de mulheres “novamente para o aborto clandestino”.

Lembrando que toda a atividade no âmbito da saúde sexual e reprodutiva está isenta de taxa moderadora, o comunicado refere ainda que, se as mulheres optarem pelo aborto clandestino, se perde a oportunidade de intervir no aconselhamento contracetivo.

“Em Portugal a interrupção da gravidez é também uma oportunidade de aconselhamento contracetivo. A maioria das mulheres está motivada e aceita o aconselhamento”, dizem estes especialistas, indicando que atualmente 90% das mulheres após um aborto escolhe um método contracetivo e que um terço opta por um método de longa duração.

A Sociedade de Contraceção afirma que Portugal é reconhecido internacionalmente como um exemplo na acessibilidade, na segurança da IVG e na promoção da contraceção.

“Contraceção não significa limitar a natalidade mas sim dar a oportunidade às famílias e às mulheres de planearem gravidez. A interrupção da gravidez não é um método contracetivo e não é entendido como tal pela grande maioria das utentes”, indica a associação científica, que tem como objetivo a formação, difusão de informação, promoção e estudo científico no âmbito da saúde sexual e reprodutiva.

É também lembrado que entre 2008 e 2013 houve um decréscimo de 1,6% no número de abortos por opção da mulher e que em 2014 se manteve a tendência decrescente – menos 9,5% em relação ao ano anterior.

No debate parlamentar de sexta-feira vão ser analisadas as propostas do movimento “Pelo Direito a Nascer”, que propõe que, no âmbito do consentimento informado para realizar um aborto, seja mostrada à mulher a ecografia necessária para confirmação das semanas de gravidez, devendo a grávida assinar essa ecografia.

Sobre esta proposta, a Sociedade de Contraceção refere que, durante a realização da ecografia para a datação da gravidez, é perguntado à mulher se deseja ou não ver a imagem no ecrã ecográfico.

“A obrigatoriedade de ver o ecrã ou assinar a imagem ecográfica constitui um atentado ao princípio ético da autonomia: o doente tem o direito de saber tudo o que quiser e de tomar livremente uma decisão. Também tem direito a não querer ser informado”, indicam os especialistas.

A iniciativa legislativa de cidadãos do movimento “Pelo Direito a Nascer” recolheu cerca de 50 mil assinaturas, 38 mil das quais reconhecidas.

Estudo
Quase meio século depois de rigorosos estudos mostrarem que medicamentos que diminuem a pressão sanguínea previnem ataques do...

“Sabemos que tratar a hipertensão é bom, mas não temos a certeza de quão agressivos devemos ser”, explica Michael Lauer, diretor da Divisão de Ciências Cardiovasculares do Instituto Nacional de Coração, Pulmão e Sangue.

O instituto, segundo o Diário Digital, está a procurar por respostas definitivas como parte da sua missão para diminuir as mortes por doenças cardiovasculares, para continuar com as décadas de queda nas taxas dessa patologia que é líder de mortalidade.

Os resultados de um grande e rigoroso estudo, chamado SPRINT (de Systolic Blood Pressure Intervention Trial ou Teste de Intervenção da Pressão Sanguínea Sistólica, em tradução livre), devem sair em 2017. Os investigadores estão a analisar nove mil adultos com pressão sanguínea alta.

Metade deles teve como tarefa trazer a sua pressão sistólica - o maior número, que mede a pressão quando o coração contrai – para menos de 120 (o que vulgarmente chamamos de 12) enquanto outros deveriam chegar a menos de 140. O estudo vai medir não apenas os ataques cardíacos, acidentes vasculares cerebrais (AVC) e doenças nos rins, mas também os efeitos no cérebro. 

Estudo
Um ensino secundário mais extenso pode ser um método eficaz e económico para reduzir o número de casos de Sida nos países mais...

Segundo o estudo, publicado esta segunda-feira na revista médica The Lancet Global Health, um ano escolar a mais permite diminuir em 8% o risco de infeção pelo vírus da imunodeficiência adquirida (VIH) ao longo dos dez anos seguintes, refere o Sapo.

A investigação foi realizada com a participação de 7 mil homens e mulheres com mais de 18 anos no momento da entrevista.

O Botswana é um dos países com as mais altas taxas de novas infeções pelo VIH: estima-se que 22% dos habitantes com idades entre os 15 e os 40 anos sejam seropositivos.

O país modificou o sistema escolar em 1996 para prolongar o tempo de escola em mais seis meses. O impacto dessa extensão na escolaridade foi "particularmente claro entre as mulheres", informam os autores do estudo, escreve a agência France Presse.

O papel dos fatores sócioeconómicos na progressão da Sida já eram conhecidos, mas nenhum estudo tinha até agora demonstrado a importância da escolaridade.

Segundo um dos co-autores do estudo, Jan-Walker de Neve, da Escola de Saúde Pública de Boston, a educação permite especialmente "aumentar as oportunidades económicas e reduzir a participação das mulheres em relações sexuais consideradas de alto risco".

Os autores do estudo ressaltam também que mais tempo na escola secundária pode ser uma medida "muito económica" para prevenir o desenvolvimento da Sida em zonas consideradas endémicas.

"A escola deve fazer parte de uma estratégia multilateral de prevenção da Sida, ao lado de outras intervenções", explicou o outro co-autor do estudo, Jacob Bor.

Estratégia de fiscalização
Para já a medida só vai ser aplicada em alguns festivais de música. Os promotores estão ainda a definir estratégias para...

A época de festivais de música abriu há umas semanas, mas o calendário intensifica-se sobretudo nos meses de julho e agosto. A maioria dos espetadores dos festivais tem entre 17 e 24 anos, segundo dados do perfil do festivaleiro, traçado pelo fórum Talkfest.

Luís Montez, promotor da Música no Coração, afirmou que nos festivais Super Bock Super Rock, em julho em Lisboa, e no Meo Sudoeste, em agosto na Zambujeira do Mar, será implementado o sistema de pulseiras a atribuir a quem tenha mais de 18 anos, para que possa comprar bebidas alcoólicas.

É um sistema que já é utilizado, por exemplo, nos Estados Unidos, onde na maior parte dos estados apenas é permitida a venda de bebidas alcoólicas a maiores de 21 anos.

Pontos de colocação de pulseiras
Sem adiantar muitos pormenores, Luís Montez explicou que, no recinto dos festivais que organiza, existirão pontos de colocação de pulseiras, mediante apresentação de identificação dos consumidores.

"Vamos cumprir a lei, claro", disse Luís Montez, referindo que para aqueles dois festivais, a promotora articulou-se com a principal patrocinadora, uma marca de cervejas.

Quanto ao Sumol Summer Fest, que decorrerá já no próximo fim-de-semana na Ericeira, Luís Montez referiu apenas que o assunto estava a ser estudado.

A norte, no festival Paredes de Coura, o promotor João Carvalho explicou que ainda está a ser afinado o método a utilizar no recinto.

De acordo com o promotor, ou será criada uma pulseira a atribuir a quem tem menos de 18 anos ou a organização recorrerá à identificação com cartão do cidadão.

"A verdade é que o Paredes de Coura não tem assim tanta gente com menos de 18 anos, mas a lei é para cumprir", disse.

Para a Associação Portuguesa de Produtores de Cerveja, cabe a cada promotor ou a qualquer outro "interveniente no processo de venda a clientes finais" tomarem as "medidas preventivas que entenderem adequadas, nomeadamente formação profissional, para evitar a venda de álcool a menores.

Numa declaração, a associação volta a dizer que a alteração da lei foi precipitada.

"Não é indiferente um jovem de 16 ou de 18 anos iniciar-se através do consumo de uma cerveja com quatro ou cinco graus de álcool ou começar por ingerir bebidas de forte conteúdo alcoólico", afirma a representante das cervejeiras.

Segundo a associação, a fiscalização da venda e consumo de bebidas alcoólicas a menores depende “da vontade das entidades fiscalizadoras a efetuarem ou não".

Contactada, Ana Oliveira, inspetora chefe da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), explicou que "durante as épocas festivas, nomeadamente festivais de verão", há habitualmente um "reforço de fiscalização" e um ajustamento das equipas de inspetores, sem, contudo, especificar quantos elementos farão essa inspeção.

"A falta de afixação de aviso de forma visível, com a menção de proibição" e o incumprimento dos requisitos em relação aos avisos, são duas das infrações mais comuns, referiu a mesma fonte.

A ASAE considera que a fiscalização feita nos locais de venda é "determinante no controlo do consumo de álcool" pelos adolescentes.

A partir de quarta-feira é proibida a venda e consumo de qualquer tipo de bebida alcoólica a quem tenha menos de 18 anos.

Este diploma vem acabar com a diferenciação entre as bebidas espirituosas, permitidas a partir dos 18 anos, e as restantes (vinho e cerveja), que podiam até aqui ser consumidas a partir dos 16 anos.

De acordo com um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), divulgado em maio, Portugal foi o quinto país que mais baixou o consumo de álcool entre 1992 e 2012, com uma redução superior a 20%.

Segundo o documento, em 2012 Portugal apresentou uma média de consumo de bebidas alcoólicas a rondar os 11 litros ‘per capita’, quando a média da OCDE se situava nos 9,1%.

Em Coimbra
A evidência científica em Saúde, a sua relevância presente e futura, e suas implicações na prestação de cuidados aos cidadãos,...

Para debater o tema, “Futuro (d) (n) a evidência”, foi convidado o Prof. Doutor António Vaz Carneiro, Diretor do Centro de Estudos de Medicina Baseada na Evidência da Faculdade de Medicina de Lisboa.

Trata-se de uma sessão integrada no evento “Conversas na Ordem”, da Secção Regional do Centro (SRC), que tem como orador residente o Bastonário da Ordem dos Enfermeiros (OE), Enfº Germano Couto. Terá lugar pelas 17h00 do dia 3 de julho, no auditório da Secção Regional do Centro, em Coimbra.

“A ‘Prática baseada na Evidência’ e a sua importância ainda não é completamente conhecida por todos os cidadãos, e nem mesmo por todos os profissionais de saúde”, afirma o Enfº Ricardo Ferreira, membro do Conselho Diretivo Regional do Centro da SRC e moderador da tertúlia.

Este conceito – acrescenta - “surge com o advento das tecnologias de informação e com a ‘explosão’ na publicação de artigos científicos. No meio dos milhares de artigos científicos publicados em cada dia, só na área da saúde, como definir quais os que são ou não de qualidade? Quais podem ser úteis para mim ou para o meu doente?”.

Segundo o moderador, na tertúlia serão debatidas estratégias para identificação dos artigos que poderão ser úteis para o profissional de saúde e cidadão, e como conseguir implementar mais facilmente na prática diária de cuidados o que de melhor se conhece no mundo.

O Prof. Doutor António Vaz Carneiro tem a particularidade de direcionar as suas palestras, não apenas para o profissional de saúde, mas também para o cidadão, utilizando exemplos do quotidiano do consumidor comum.

“O cidadão é quem deve estar melhor informado sobre as suas opções. Em primeiro lugar através do profissional de saúde, mas também de forma autónoma”, para conseguir interpretar a informação difundida pelos meios de comunicação social e internet, sobre a evidência científica associada a suplementos de cálcio, vitamina D ou cartilagem de tubarão, exemplifica.

“Conversas na Ordem” tem como objetivo promover a reflexão informal sobre assuntos de interesse nacional e que tenham impacto na saúde e na vida dos cidadãos. Nelas já participaram o então Bastonário da Ordem dos Advogados, Dr. Marinho e Pinto, o presidente da Entidade Reguladora da Saúde, Dr. Jorge Simões, o fundador do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Dr. António Arnaut, e o presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), Dr. Manuel Machado.

Projeto de português
Um investigador português vai receber uma bolsa de 10 mil euros para desenvolver um projeto que visa acabar com a dor provocada...

A Bolsa para Jovens Investigadores em Dor 2015 vai ser entregue hoje, pela Fundação Grünenthal, a David Ângelo, um investigador português da Faculdade de Medicina de Lisboa, que está a desenvolver um projeto na área da "disfunção temporomandibular", anunciou a fundação.

Esta disfunção é tida como a causa mais comum de dor orofacial de origem não dentária, que afeta cerca de 30% da população, e que está relacionada com um funcionamento anormal da articulação temporo-mandibular, ligamentos, músculos da mastigação, ossos maxilar-mandíbula, dentes e estruturas de suporte dentário.

A disfunção temporomandibular pode provocar dores faciais, de cabeça, de ouvido ou pescoço.

O projeto desenvolvido pelo jovem médico está relacionado com a regeneração de tecidos, bioengenharia de materiais e técnicas de cirurgia minimamente invasiva, e envolve uma equipa multidisciplinar que conta com um grupo de médicos do Centro Hospitalar Lisboa Norte e do Hospital Infanta Cristina (Espanha), uma equipa de investigação na área dos biomateriais do CDRSP-Instituto Politécnico de Leiria, um grupo do Instituto de Medicina Molecular (iMMLisboa) e da Faculdade de Medicina Veterinária de Lisboa.

O projeto foi apreciado por um júri, composto por cinco elementos, que avaliou a originalidade da pergunta de investigação, incluindo a importância e possíveis repercussões científicas e sociais, assim como a qualidade do plano de investigação.

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