Programa Nacional para a Infeção VIH/Sida

Todos os seropositivos devem receber terapêutica independente do estado imunitário

Todos os doentes infetados com VIH devem passar a receber a terapêutica antirretrovírica, independentemente da carga viral, de acordo com o diretor do Programa Nacional para a Infeção VIH/Sida.

António Diniz antecipava, em declarações, a apresentação formal dos resultados do estudo START ("Strategic Timing of AntiRetroviral Treatment") - entre outros da área -, revelando que o conselho científico do Plano Nacional VIH/Sida já "procedeu à revisão das Recomendações para o tratamento da infeção por VIH" e que "esta é a posição [do Programa]".

Estas conclusões contemplam, "entre outras alterações, e pela primeira vez, o início da terapêutica antirretrovírica a todas as pessoas infetadas por VIH, independentemente do valor de CD4 [carga viral]".

O diretor do Plano Nacional para a Infeção VIH/Sida participou na VIII Conferência da Sociedade Internacional da Sida sobre Patogénese, Tratamento e Prevenção do VIH, que começou no domingo, em Vancouver, no Canadá, e de onde surgiu uma declaração subscrita por vários organismos e agências, incluindo o Programa das Nações Unidas sobre o VIH/Sida, que apela a governos e reguladores da saúde que disponibilizem o acesso imediato a antirretrovirais por parte de todos os infetados.

O diretor do Serviço de Doenças Infecciosas do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra defendeu, na terça-feira, "ser inevitável" o tratamento, em Portugal, de todos os seropositivos com antirretrovirais, desde o diagnóstico da infeção pelo vírus da Sida.

Saraiva da Cunha também participou na conferência internacional sobre Sida, de onde disse esperar que saísse "a ideia marcante de que o diagnóstico deve ser seguido imediatamente pelo tratamento".

O especialista relembrou que se um doente for tratado e controlado, a ponto de a sua carga viral se tornar negativa, deixará de transmitir a infeção.

Sobre os custos do "tratamento para todos" com antirretrovirais, o docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra disse que 'o prato da balança' irá cair "nos enormes benefícios que se recolhem em termos de saúde pública".

O médico estima que, em Portugal, haja "15 a 20% de doentes que são seguidos e não são tratados".

Um ensaio clínico à escala internacional revelou em maio, segundo as agências de notícias estrangeiras, que as pessoas com VIH tratadas imediatamente tinham menos 53% de riscos de morrer ou desenvolver doenças associadas à infeção.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Foto: 
ShutterStock