Alunos propõem
O concurso FAQtos, para alunos do ensino secundário, recebeu candidaturas com trabalhos sobre comportamento dos estudantes em...

O prémio enquadra-se no projeto FAQtos, desenvolvido pelo INOV-INESC, e é um concurso lançado para todas as escolas de ensino secundário, público e privado, visando o conhecimento acerca do impacto da radiação eletromagnética emitida por sistemas de comunicações na saúde e ambiente, e este ano o tema é "Agarra a Onda RF" (radio frequência).

"Os temas têm sido muito variados e os trabalhos excecionais. Tivemos 58 candidaturas, mais do que costume, felizmente", abrangendo áreas como física, informática, biologia, português ou matemática, e foi constituído um júri com professores do ensino secundário", explicou o coordenador do projeto, Luís Correia.

As candidaturas recebidas, em maior número do que as 51 de 2014, correspondem a um total de 214 alunos e 41 professores orientadores de 37 escolas secundárias de 13 distritos e das duas regiões autónomas.

Os alunos que realizaram os 10 melhores trabalhos, vindos de todo o país, desde Lisboa, Porto, Aveiro, Madeira ou Açores, vão hoje apresentá-los perante o júri que seleciona três - aqueles a receber prémios entre 500 e 1.500 euros, assim como bilhetes para festivais de verão.

Os professores orientadores dos projetos vencedores e as respetivas escolas também recebem prémios.

Luís Correia avançou que os trabalhos candidatos incluem desde páginas ou portais na internet sobre as radio frequências ou vídeos sobre temas como a história das telecomunicações nos Açores ou o estudo do comportamento dos estudantes em relação ao telemóvel.

"Temos uns óculos para possibilitar a pessoas cegas detetar obstáculos, um outro [trabalho] é uma pulseira para medir a poluição do ar e outros estudaram os efeitos das radiações nos animais, com experiências com ratinhos. Outros ainda [estudaram] os efeitos em plantas", continuou o investigador do INOV-INESC e professor do Instituto Superior Técnico.

O objetivo do concurso é motivar os alunos para este tipo de trabalhos pois, "infelizmente, não há muitos concursos a nível nacional para estudantes do ensino secundário, faz com que olhem para a questão das radio frequências de uma maneira que não é exclusivamente aquela do faz bem ou faz mal, como a [radiação] dos telemóveis", defendeu.

Trata-se, acrescentou, de "olhar de um ponto de vista global, com uma visão alargada do que são as radio frequências e as telecomunicações em geral".

No caso dos telemóveis, por exemplo, as radiações "não fazem mal porque os valores são muito baixos, mas as radiações de um forno microondas, lá dentro, fazem mal", clarificou.

O projeto "contribui de facto para desmistificar e criar maior conhecimento nesta área", resumiu Luís Correia.

ONU
Os países da África Ocidental mais afetados pela epidemia de Ébola – Serra Leoa, Libéria e Guiné-Conacri – receberam promessas...

Estes são “números preliminares” relativos a novos fundos, que elevam o total prometido por países dadores para 5,18 mil milhões de dólares (4,6 mil milhões de euros), especificou a administradora do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Helen Clark.

“É um resultado muito encorajador”, estimou.

“O esforço de recuperação (dos países afetados pelo Ébola) teve uma partida prometedora”, declarou à imprensa depois de realizada a conferência de dadores na sede da Organização das Nações Unidas.

Os três países esperavam recolher na sexta-feira 3,2 mil milhões de dólares para financiar os seus programas nacionais de recuperação, para além de outros quatro mil milhões aplicados em projetos regionais.

Estes fundos devem cobrir as necessidades por um período inicial de dois anos.

A epidemia causou mais de 11 mil mortos desde o final de 2013, na sua maioria nestes três países, e desorganizou os seus sistemas de saúde, destruiu as suas economias e afugentou os investidores.

Faixas etárias dos 15 e 18 anos
Os resultados dos novos estudos de prevalência das doenças orais entre crianças e jovens até aos 24 anos comprovam uma...

A gravidade da cárie dentária na dentição permanente aos 15 e aos 18 anos tem vindo a diminuir consistentemente desde o ano 2000.

Aos 18 anos, os níveis de doença, medidos através do índice CPO – número de dentes cariados e extraídos por doente revelam uma quebra de 4,7 para 2,5. A percentagem de jovens com pelo menos um selante em dentição permanente, aumentou de apenas 19,8% para 29,3%.

O número de jovens com 15 e 18 anos com gengivas saudáveis praticamente duplicou de 21,1% para 41,8%, confirmando a importância que cada vez mais é dada à higiene oral, pois 96% dos jovens de 18 anos referem escovar os dentes todos os dias.

Já em março, os dados revelados sobre as crianças de seis e 12 anos mostravam uma redução da prevalência das doenças orais. Aos seis anos, 79% das crianças afirma escovar os dentes todos os dias, aos 12 anos são quase 90%

Para o secretário-geral da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), Paulo Melo, “esta melhoria que se tem verificado na saúde oral dos portugueses mais jovens deve-se a três fatores. Em primeiro lugar, a existência de um programa público de saúde oral que inclui o cheque dentista e permite que os mais jovens sejam acompanhados regularmente por médicos dentistas. Em segundo lugar porque esse programa permite ensinar a prevenir as doenças orais e introduzindo o hábito de escovar os dentes pelo menos duas vezes por dia e permite também que estes jovens sejam tratados quando a doença ainda está no seu início. Depois, este estudo comprova a importância do papel dos médicos dentistas portugueses na saúde oral dos jovens portugueses e que estão no caminho certo no ensinamento dos cuidados preventivos e no tratamento dos casos de doença”.

Face a estes bons resultados, Paulo Melo considera “que deve ser estudado um alargamento do Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral por forma a abranger mais faixas carenciadas da população. As consultas de medicina dentária são praticamente inexistente no Serviço Nacional de Saúde (SNS), e é por isso imperativo criar condições para que todos os portugueses tenham acesso a cuidados de saúde oral. Seja com a integração de médicos dentistas nos hospitais públicos e centros de saúde, seja através de convenções entre o Estado e os consultórios e clínicas privadas”.

Os dados sobre a prevalência de doenças orais integram o relatório apresentado pela Direção-Geral da Saúde (DGS) ‘A Saúde dos Portugueses - Perspetiva 2015’ que evidencia a necessidade de haver uma abordagem, integrada, com as várias especialidades da medicina, na prevenção e tratamento das doenças que mais atingem os portugueses.

O relatório da DGS concluiu que a má alimentação é o fator que rouba mais anos de vida saudável aos portugueses, e como sublinha o secretário-geral da OMD “é também o principal fator de risco, a par do tabaco, para a saúde oral. O médico dentista pode desempenhar um papel decisivo já que as nossas bocas refletem exatamente os alimentos que ingerimos com perigos graves para doenças como a diabetes e as cardiovasculares, que condicionam especialmente a saúde oral e também são condicionadas pelas doenças orais. Há aqui um trabalho de promoção da saúde em geral que a saúde oral pode e deve desempenhar, dando um contributo muito importante para prolongar a vida, e sobretudo a qualidade de vida, dos portugueses”. 

Sindicato Independente dos Médicos
O Sindicato Independente dos Médicos considerou importantes todas as iniciativas para colocar mais clínicos no sistema,...

Em declarações, o presidente do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Jorge Paulo Roque da Cunha, comentou desta forma a informação avançada na quinta-feira pela Administração Central do Sistema de Saúde, segundo a qual foi concluído o processo de avaliação de 51 novos médicos de família, que serão distribuídos por 23 agrupamentos dos centros de saúde de todo o país.

Os concursos, para o SIM, são importantes para a consolidação da carreira, quer ao nível da contratação, quer da progressão profissional.

O dirigente do SIM considerou que a medida agora anunciada “mitiga a grande falta de recursos médicos”, que resultou das restrições ao acesso à formação académica na última década e meia.

“O princípio que foi retomado há três anos, de contratação médica por concurso, é fundamental para a solidificação da carreira médica, defendeu.

Roque da Cunha salientou que, “além dos concursos que existem para a saída de especialistas (dois por ano), é também importante os concursos a que pode concorrer toda a gente, já que, não havendo restrições, haverá maior possibilidade de mobilidade dos próprios médicos”.

Contactada, a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) indicou que a estrutura terá uma reunião, na qual este tema será abordado, pelo que remeteu para depois uma posição.

Segundo a informação oficial divulgada na quinta-feira, a entrada em funções destes profissionais permitirá “reforçar a cobertura em médicos de família, com mais 1.900 utentes por médico que venha a ser contratado pelas administrações regionais de saúde”.

Tribunal de Contas
As administrações regionais de saúde do Centro e Alentejo aumentaram os pagamentos em atraso em 2013, não cumprindo o “objetivo...

Esta é uma das principais conclusões de uma auditoria do Tribunal de Contas, cujo relatório foi divulgado e que foi realizada para verificar o impacto da lei dos compromissos e pagamentos em atraso nas administrações regionais de saúde (ARS).

A lei dos compromissos surgiu na sequência do programa de assistência financeira a Portugal e veio estabelecer regras aplicáveis a entidades públicas no que se refere a pagamentos em atraso e assunção de compromissos financeiros, com o objetivo de assegurar maior controlo e disciplina orçamental.

Segundo o relatório do Tribunal de Contas, os pagamentos em atraso nas administrações regionais de saúde ascenderam a 44,5 milhões de euros no final de 2013, ainda assim registando um decréscimo de 47% face ao verificado em 2012.

Contudo, as ARS do Centro e do Alentejo aumentaram os pagamentos em atraso de 2012 para 2013 em 3,4 milhões de euros e 0,6 milhões de euros respetivamente, “não cumprindo o objetivo fundamental” da lei dos compromissos de não aumentar os pagamentos em atraso.

Em termos percentuais, a ARS do Centro aumentou em 25% os pagamentos em atraso, enquanto a do Alentejo subiu 590%.

Na globalidade, o subsetor da saúde era o que apresentava um maior volume de pagamentos em atraso no fim de 2011 (1.991 milhões de euros), representando 37,8% do total nacional.

No final de 2013, este subsetor da saúde conseguiu uma redução de 57,5% dos pagamentos em atraso face a 2011.

O montante de pagamentos em atraso passou a ser, no final de 2013, de 847 milhões de euros, continuando ainda assim a representar 37% do total nacional.

Estudo revela
Conhecido por causar cancro e doenças cardiovasculares, os cigarros podem afinal aumentar também o risco de transtornos...

Uma "associação" estatística entre o consumo (passivo ou ativo) de tabaco e a ocorrência de psicoses, em especial de origem esquizofrénica, já tinha sido descoberta em estudos anteriores, lembram os investigadores europeus que assinam este novo trabalho.

No entanto, segundo o Sapo, este estudo adianta que as pessoas com transtornos psiquiátricos graves são significativamente mais propensas ao vício do tabaco, com taxas de tabagismo entre os doentes psiquiátricos três vezes maiores do que na população em geral.

Mas as razões pelas quais as pessoas com psicose são mais propensas a fumar do que o resto da população são ainda desconhecidas, lê-se no artigo.

Várias teorias têm sido colocadas, porém há uma que de destaca: o cigarro pode ajudar a compensar os efeitos secundários dos medicamentos nos níveis da dopamina, um neurotransmissor associado ao mecanismo de recompensa.

Mas outros investigadores concentraram-se também na ideia de que o próprio cigarro "pode aumentar o risco da ocorrência destas doenças".

Este estudo agora publicado procurou especificamente testar esta hipótese e determinar se a psicose é declarada mais cedo em fumadores do que entre não-fumadores.

Tabaco bastante presente na vida dos doentes psicóticos
Deste trabalho de "meta-análise" epidemiológica (que consiste na análise de vários estudos já realizados, envolvendo um total de 14.555 fumadores e de 273.162 não-fumadores), foi extraído um resultado bastante claro.

"O consumo diário está associado a um risco aumentado de psicose e ao início mais precoce dos transtornos e surtos psicóticos", escreveram os autores do artigo, Pedro Gurillo, do hospital de Torrevieja, no leste da Espanha, e Sameer Jauhar, do King's College de Londres.

No início da doença, os doentes são três vezes mais propensos a serem fumadores do que o resto da população.

"Embora seja sempre difícil determinar a causalidade, os nossos resultados mostram que o tabagismo deve ser seriamente considerado como um possível fator de risco no desenvolvimento de psicoses e não como uma simples consequência da doença", explicou James MacCabe, do King's College, que também colaborou no estudo.

Um "nexo de causalidade" precisa todavia ser plenamente demonstrado, mas os cientistas apontam para uma possível explicação: a dopamina.

"É possível que a exposição à nicotina aumente a liberação de dopamina, o que resulta no desenvolvimento de psicoses", já que o excesso de dopamina no corpo é uma das hipóteses para explicar a esquizofrenia, afirmou Robin Murray, da King's College.

Este estudo e outro trabalho sueco publicado recentemente sobre tabagismo e esquizofrenia, "argumentam fortemente a favor de uma relação causal entre tabagismo e esquizofrenia", avaliou ainda o psiquiatra Michael Owen, da Universidade de Cardiff, cita a agência France Presse.

Mas para Michael Bloomfield, da University College London, "ainda há muito trabalho a ser feito antes que os cientistas possam declarar com certeza que fumar realmente aumenta o risco de esquizofrenia".

Testado no Brasil
Uma nova arma contra o mosquito da dengue está a ser testada no Brasil: trata-se de uma modificação genética em mosquitos Aedes...

Mais de seis milhões de mosquitos modificados foram libertados esta semana em Piracicaba (São Paulo), e testes efetuados noutras cidades comprovam que a população do mosquito diminuirá dentro de alguns meses, diz o Diário Digital.

O controlo funciona da seguinte forma: o mosquito geneticamente modificado - popularmente conhecido como ‘Aedes aegypti amigável’ - é sempre macho. Quando uma fêmea da espécie, a responsável pela transmissão de doenças, cruza com um dos mosquitos mutantes, os genes do macho impedem que as larvas geradas pelo cruzamento se desenvolvam até à fase adulta, impedindo o crescimento da população mosquito, resultando em menos pessoas picadas e em menos doentes.

A modificação genética também “pinta” as larvas do mosquito: a versão mutante da larva do inseto fica vermelha quando exposta a luzes ultravioleta, tornando fácil saber se a modificação está a dar resultados.

O inseto modificado foi criado pela Oxitec, uma empresa britânica de controlo de insetos e doenças, e são produzidos em massa numa fábrica em Campinas (São Paulo). A empresa tem autorização para libertar os mosquitos mutantes em qualquer lugar do Brasil, e procura autorização para colocá-los à solta na Florida, nos EUA, como uma medida de prevenção da doença.

Educação parental
Um programa de educação parental desenvolvido para crianças com hiperatividade e défice de atenção está a ser dirigido em...

Numa relação onde a paralisia ocupa um papel central, os pais podem demitir-se da "imposição de regras e limites" por sentirem que a vida "já castigou demasiado o seu filho", explica Joana Lobo, psicóloga da Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra (APCC), instituição que, em parceria com a Faculdade de Psicologia da Universidade de Coimbra, decidiu implementar o programa de educação parental "Anos Incríveis", que desenvolve estratégias para reduzir distúrbios em crianças com hiperatividade, défice de atenção ou agressividade.

"Porque é que estes pais precisam do programa? Porque são pais. A paralisia é uma coisa na vida, mas não é a vida", sublinha uma das coordenadoras do programa em Portugal, Filomena Gaspar, referindo que as estratégias utilizadas pretendem fazer com que o foco dos pais "não seja no que a criança não faz bem, mas no que faz bem".

Segundo a também docente da Faculdade de Psicologia, os pais precisam de "se focar no essencial e não gastar tempo no que não interessa", dando atenção positiva ao mesmo tempo que impõem limites e consequências para desobediências e birras.

Numa sala da sede da APCC, pais de 13 crianças com paralisia cerebral, dos três aos oito anos, começaram em abril a receber formação deste programa, em que se procura "acabar com a frustração e insegurança" que os progenitores possam sentir, diz à Lusa Joana Lobo.

Durante as formações, que ocorrem uma vez por semana e que são dinamizadas por investigadores da Faculdade de Psicologia, os pais põem-se no lugar dos filhos, aprendem a impor limites e a brincar, numa sala onde reina o pensamento positivo, que segue depois para casa, como conta Susana Pires, mãe da Carolina, de sete anos.

"Foco-me mais nos aspetos positivos, aproveito melhor o tempo que tenho com a Carolina, mas também percebi que estava a fazer algumas coisas bem", diz a mãe, de 25 anos, da Guarda, que nota sinais de melhoria na sua filha que diz ser "um bocadinho manipulativa".

O pouco tempo que tem com a filha, devido ao trabalho, aproveita agora "da melhor forma", refere.

"Não aproveitávamos tanto para brincar. Agora, chego a estar duas horas só a brincar", salienta Sofia Gouveia, de 39 anos, referindo que está "mais feliz".

Maria Filomena Gaspar acrescenta: "Custa menos que uma caixa de antidepressivos".

Miguel Monteiro, pai do David, de seis anos, afirma que a paralisia "é como uma tragédia que se abate" no seio da família.

"Vivemos centrados nesse problema e esquecemo-nos de que são crianças normais. O meu filho é muito acompanhado, está rodeado de técnicos, mas só tem uns pais. Não podemos esquecer a afetividade, temos de lhe dar carinho", salienta.

"É uma espécie de vacina", explica a coordenadora do programa.

A formação termina na quinta-feira e a APCC e a Faculdade de Psicologia vão realizar uma segunda fase do projeto, com outras 13 famílias da região Centro, a qual irá arrancar em outubro.

Ordem dos Médicos
A Ordem dos Médicos defendeu que é preciso melhorar as condições de contratação de clínicos reformados e travar a emigração de...

A Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) anunciou na quinta-feira, num comunicado, a conclusão do processo de avaliação de 51 novos médicos de família, que serão distribuídos por 23 agrupamentos dos centros de saúde de todo o país.

Porém, o bastonário da Ordem dos Médicos (OM), José Manuel Silva, acredita que a maioria dos médicos já estaria no sistema, pelo que, na prática, não serão 51 novos médicos de família.

O Jornal de Notícias afirma que o Governo abriu concurso para contratar 115 médicos de família, frisando que apenas 51 vagas foram preenchidas e que só 16 clínicos não estavam no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

De acordo com os dados oficiais, entre estes 51 médicos, seis são espanhóis, o que para José Manuel Silva demonstra também que, apesar de ter sido aberto concurso em Espanha, Portugal não oferece condições atrativas de contratação.

“Em Portugal, os médicos estão muito mal pagos”, disse o responsável pela OM.

Segundo José Manuel Silva, serão mais 1.700 a 1.800 utentes que receberão médico de família, com a medida agora anunciada, o que classificou de positivo, mas insuficiente.

“É preciso melhorar as condições de contratação de médicos reformados para permitir dar um médico de família a todos os portugueses”, defendeu, sublinhando que Portugal tem capacidade para cumprir este objetivo.

O sistema precisa de mais 700 médicos de família, frisou José Manuel Silva, referindo que só nos últimos cinco anos reformaram-se 1.500 profissionais, “a esmagadora maioria antecipadamente”, com cerca de 60 anos de idade.

“Se lhes oferecessem condições minimamente dignas, não se importariam de voltar a trabalhar durante dois, três ou quatro anos”, o "tempo necessário para entrarem em funções novos médicos de família para preencher todo o país", argumentou.

Atualmente, "há quase 2.000 novos médicos de família a tirar a especialidade”, declarou o bastonário.

“As necessidades estão garantidas no curto prazo, era preciso que durante esta fase de transição, o ministério adotasse medidas suficientes para garantir aquela que foi a única promessa do ministro [da Saúde] e que, por este andar, não vai ser cumprida – dar um médico de família a todos os portugueses”, criticou.

José Manuel Silva reiterou que é possível dar um médico de família a todos os portugueses até ao fim da legislatura.

“Algumas dezenas de jovens médicos de família estão a emigrar e não é por falta de emprego em Portugal, é por falta de condições dignas”, lamentou.

A Administração Central do Sistema de Saúde anunciou que os candidatos selecionados vão iniciar funções “muito proximamente”, mas sem adiantar uma data concreta, até porque cabe às ARS celebrar ainda os respetivos contratos de trabalho.

Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
Escola Superior de Enfermagem de Coimbra comemora aniversário de projeto com uma atividade dedicada aos pais e mães que...

Para cima de uma centena de participantes (mães e casais) já frequentou o projeto “Terna Aventura”, que amanhã (sábado, dia 11 de julho) comemora cinco anos de sessões de preparação para o parto e parentalidade, mas também de acompanhamento haptonómico pré e pós-natal e, ainda, de recuperação pós-parto e cuidados ao recém-nascido.

É com um “Encontro de casais”, para o qual também são convidados os filhos que entretanto nasceram, que a equipa da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) que dinamiza o “Terna Aventura” pretende assinalar este aniversário, a partir das 16h00, no Polo B da instituição, em S. Martinho do Bispo.

Do programa consta a realização de dois workshops para grávidas/casais (a partir das 16h30) – um sobre “A alimentação diversificada do bebé – Hábitos saudáveis” e outro sobre “Criopreservação de células estaminais do cordão umbilical” –, bem como de uma mesa-redonda (pelas 17h30) que revisitará alguns dos mais marcantes momentos do projeto, fazendo um balanço dos seus principais resultados.

E “o balanço, sem dúvida, é positivo”, para os responsáveis deste projeto, que se tem “mantido sempre com o objetivo de complementar a formação de enfermeiros especialistas em Enfermagem de Saúde Materna e Obstetrícia, criando as condições necessárias ao desenvolvimento de competências nesta área”.

Neste momento, o “Terna Aventura” está “a apoiar a atualização de conhecimentos de enfermeiras especialistas que pretendem implementar e desenvolver projetos de preparação para o parto e parentalidade e de recuperação pós-parto nos seus locais de trabalho”.

O projeto tem, ainda, ajudado a complementar a oferta existente nas unidades de saúde, que ainda não conseguem dar uma resposta cabal à procura existente por parte da população.

Por outro lado, “tem sido possível inovar nas estratégias, usando o conhecimento mais atual na área. A haptonomia tem sido uma experiência inovadora bem aceite pelos casais que a procuram, com profissionais que são reconhecidas pelo Centro Internacional de Investigação e Desenvolvimento da Haptonomia”, prossegue a equipa do “Terna Aventura”.

Quanto à avaliação que é feita pelos casais, estes revelam tratar-se de “uma experiência positiva, que os ajuda a viver a gravidez de forma mais saudável e a sentirem-se mais preparados para enfrentarem a experiência do nascimento”, concluem os responsáveis pelo projeto.

No domínio da investigação, o “Terna Aventura” integra um dos projetos estruturantes da Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem (UICISA: E), acolhida na ESEnfC.

Integram a equipa do projeto o “Terna Aventura” as professoras Rosa Maria Santos Moreira, Teresa Maria de Campos Silva, Ana Maria Poço dos Santos, Ana Bela de Jesus Roldão Caetano, Júlia Maria das Neves Carvalho e Isabel Margarida Marques Monteiro Dias Mendes.

Um projeto com três programas
O projeto “Terna Aventura” começou por compreender dois programas: um de “Preparação para o Parto e Parentalidade” (dirigido a grávidas/casais a partir das 28 semanas de gestação, é composto por exercícios que promovem o relaxamento, o autocontrolo e ajudam a grávida/casal a preparar-se para o trabalho de parto); o outro de “Acompanhamento Haptonómico Pré e Pós-Natal” (com início entre as 16 e 28 semanas de gestação, decorre em sessões individuais com o casal, onde a mãe e o pai aprendem a contactar afetivamente com o seu filho, e em que o pai tem uma participação ativa e fundamental durante todas as sessões).

Desde 2015 que existe um novo programa, de “Recuperação Pós-parto e Cuidados ao Recém-nascido” (aborda questões como a promoção da recuperação física da mulher após o parto, a reorganização da vida conjugal e afetiva do casal, a amamentação e prevenção de complicações, a alimentação, sono e repouso do bebé e da mãe, a vigilância de saúde infantil e a segurança e prevenção de acidentes).

As sessões decorrem na ESEnfC - Polo B (Rua 5 de Outubro, junto ao Hospital Geral do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, em S. Martinho do Bispo).

As inscrições, neste momento encerradas para alguns programas, são feitas por telefone (927 501 116 ou 962 659 147), ou por correio eletrónico ([email protected] – neste caso deve ser indicado nome e contacto telefónico).

Cientistas australianos
Cientistas australianos descobriram um novo fármaco que abre a porta ao tratamento de um tipo de leucemia muito agressivo que...

Este medicamento, batizado de 'PR-104', foi eficaz contra a leucemia linfoblástica aguda T, ou T-LLA, nos testes realizados em laboratório, segundo um comunicado da Universidade de Nova Gales do Sul.

A leucemia linfoblástica aguda é o cancro mais comum em crianças, sendo que 15% dos casos são do subtipo mais agressivo, conhecido como T-LLA, aquele que menos responde aos tratamentos e tende a causar recaídas.

Richard Lock e Donya Moradi Manesh, investigadores do Instituto do Cancro Infantil, da Universidade de Nova Gales do Sul, têm liderado os testes com o 'PR-104', depois de já terem sido testados cerca de 70 fármacos nos últimos dez anos.

“Acreditamos que o 'PR-104' pode ser eficaz para os pacientes que inicialmente beneficiaram de tratamentos convencionais contra a T-LLA e que posteriormente sofreram recaídas”, comentou Lock.

Estudo
O cientista Miguel Santos Pais Vieira é o primeiro autor do estudo publicado na revista Scientific Reports, que mostra como os...

Em dois estudos separados assinados com os seus colegas da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, Pais Vieira explora o conceito de 'brainet', ou Internet cerebral, numa tradução livre para o português.

Nestes estudos, grupos de dois a quatro animais foram capazes de combinar parte da atividade dos seus cérebros para controlar os movimentos de um braço virtual ou para realizar operações computacionais, como reconhecimento de padrões, recuperação de memórias tácteis e uma forma simplificada de previsão do tempo.

Esta investigação abre espaço para desenvolver redes de cérebros de animais, verdadeiros computadores orgânicos que utilizam tecnologia analógica e digital.

"A nossa expectativa foi atingida de forma surpreendente, o que sugere que, no futuro, os seres humanos vão ter menos dificuldades para combinar, de forma não invasiva, a atividade elétrica de um ou mais cérebros para uma tarefa motora, por exemplo", explicou o diretor da equipa, o brasileiro Miguel Nicolelis, com quem trabalha Pais Vieira.

Num dos estudos publicados, dois macacos em ambientes diferentes tinham que movimentar apenas com o pensamento um braço virtual, apresentado na tela do computador.

Cada macaco tinha que realizar um movimento para receber uma recompensa; os movimentos eram diferentes um do outro, mas no seu conjunto faziam o braço virtual mexer.

Num segundo estudo, que mostrou a conexão feita entre cérebros de ratos, foi possível combinar a atividade elétrica de três ou quatro roedores para a realização de tarefas computacionais lógicas.

Uma das possibilidades que estes estudos abre é o trabalho com pessoas que tenham sofrido acidentes.

Em teoria, quem perdeu os seus movimentos poderá ser auxiliada por uma ou mais pessoas a sentir novamente os seus membros, o que facilitaria o seu processo de reabilitação.

Essa teoria deve começar a ser testada com seres humanos, no Brasil e nos Estados Unidos, ainda este ano, estando os primeiros resultados previstos para 2016.

Estes estudos foram realizados nos últimos quatro anos, enquanto Nicolelis e a sua equipa trabalham no projeto Walk Again (Andar de Novo), que tem como objetivo utilizar as atividades neurais para controlar de maneira direta um equipamento externo ao corpo humano.

O trabalho ficou conhecido pelo desenvolvimento de um exoesqueleto que possibilitou um paraplégico brasileiro dar um pontapé durante a cerimónia de abertura do Campeonato do Mundo de Futebol, em São Paulo, em junho do ano passado.

Miguel Pais Vieira, de 35 anos, fez o seu doutoramento em neurociência na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, e chegou aos Estados Unidos em 2009 para trabalhar com o professor Miguel Nicolelis, líder desta área de investigação.

Investigador diz
Um grupo de investigadores médicos norte-americanos acreditam que "dentro de cinco anos haja um medicamento que cure a...

“Não existe ainda um medicamento” para a inflamação do fígado ou esteatose-hepática não alcoólica (EHNA) e, por vezes, “um novo fígado é a única opção para muitas pessoas”, disse o investigador Joel Levine.

O investigador, que dirige as especialidades de gastroenterologia, hepatologia e nutrição do Centro Médico do Hospital Pediátrico Morgan Stanley, em Nova Iorque, considerou que atualmente “os médicos têm pouco a oferecer aos pacientes com EHNA”, além da recomendação para comerem menos e melhor e fazerem mais exercício”.

Contudo, por ser um potencial com enorme procura, dado tratar-se de uma doença crónica – um mercado anual avaliado em 31,5 milhões de euros -, e também devido a um maior conhecimento sobre as formas pelas quais esta patologia melhora ou piora, muitas farmacêuticas estão já a testar algumas drogas, sublinhou.

Das várias possibilidades testadas sobressaiu “o ácido ‘obeticholic’, que tem vindo a impressionar os pesquisadores por reduzir a quantidade de cicatrizes no fígado”, consequência da doença em estado grave.

Daí o especialista afiançar que se está num momento "crucial" na história do combate a esta doença hepática e que, “dentro de cinco anos, poderemos ter pelo menos um medicamento aprovado”.

“A inflamação do fígado ou esteatose-hepática não alcoólica, associada à obesidade, decorre do excesso de gordura no fígado e, como o nome indica, não resulta do abuso de álcool", como se julgava antes, frisou o cientista, acrescentando que esta patologia “origina muitos casos graves" da doença conhecida como "fígado gordo", que pode "destruir o órgão e levar à necessidade de um transplante ou até mesmo à morte”.

Apesar de haver propensões genéticas associadas a quem se torna obeso ou desenvolve a doença do "fígado gordo", e com ou sem lesão das células, “as mudanças na dieta e pouco exercício são as razões para este problema”, disse o especialista que é também professor e vice-presidente da especialidade de Pediatria da Universidade de Columbia, também em Nova Iorque.

O fígado funciona como um agente de trânsito para as gorduras resultantes das calorias que são consumidas, atualmente bastante acima das necessidades, referiu Joel Levine, apontando que por essa razão “o fígado começa também a armazená-las em excesso” e, nalguns casos, gera inflamação que pode levar à insuficiência hepática, ao cancro e à morte.

Trata-se de “uma 'epidemia' que está inclusivamente a surgir em lugares improváveis como a Índia rural. É um problema em todo o mundo", insistiu.

Esta doença brevemente será o principal motivo para o transplante de fígado, reforçou, dizendo que a EHNA é presentemente a causa número dois para transplantes deste órgão vital, mas que provavelmente passará para número um até ao final da década, devido à nova geração de drogas antivirais para a cura da hepatite C, atualmente a maior causa de insuficiência hepática.

Durante décadas, o problema da EHNA passou despercebido, principalmente porque os médicos a confundiam com a hepatite alcoólica, que também envolve o acumular de gordura no fígado, mas esta resulta de alcoolismo prolongado, referiu o investigador.

O crescente universo de pessoas não alcoólicas que apresentavam "fígados gordos", na década de 1980, levou à distinção pelos patologistas entre as duas inflamações: a esteatose-hepática alcoólica e a não alcoólica.

A distinção surgiu sobretudo após surgir um elevado número de crianças com o problema, algumas já com cirrose hepática, o que ajudou a dissipar quaisquer dúvidas de que a doença não estava relacionada com o consumo excessivo de álcool.

De norte a sul do país
Mais de 2 mil crianças e jovens, dos 6 aos 18 anos, participaram nas sessões de esclarecimento.

Está concluída a primeira fase do projeto que a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) tem vindo a desenvolver junto da comunidade escolar, no âmbito do Programa para a Inclusão e Vida Saudável (PIVS). No próximo ano letivo haverá mais sessões, com o apoio da Direção-Geral da Saúde (DGS), direcionadas a escolas com crianças e jovens com diabetes tipo 1.

Constituída por profissionais na área da saúde e da educação, a equipa de formadores da APDP desenvolveu desde o início deste ano várias sessões de esclarecimento sobre a diabetes e a promoção de hábitos de nutrição equilibrada.

Dirigidas a crianças, jovens, professores, pais e encarregados de educação de escolas públicas do ensino básico ao secundário, estas sessões aconteceram em cerca de 20 escolas de Silves, Porto, Évora e em diferentes cidades da Grande Lisboa, incluindo Amadora, Alcochete, Seixal, entre outras.

Esta iniciativa realizou-se no âmbito do PIVS, financiado pelo Fundo Social Europeu através do Programa Operacional do Potencial Humano.

Desenvolvido em parceria entre a APDP, o Instituto Luso-Ilírio para o Desenvolvimento Humano, a Associação Mundo a Sorrir, a União das Mutualidades, a União das Misericórdias Portuguesas e com o Plano Nacional de Ética no Desporto, o projeto integra atividades de natureza multidisciplinar que capacitam os beneficiários para a adoção de estilos de vida saudável.

“Este conjunto de ações educativas, com recurso a jogos e muita interação, pretende contribuir para uma consciencialização das crianças e dos jovens sobre a problemática da diabetes, mas também para a aquisição de conhecimentos fundamentais para uma vida saudável em pleno”, explica a formadora Alexandra Costa, uma das responsáveis pelo projeto da APDP.

A grande recetividade e o reconhecimento do trabalho desenvolvido por parte das escolas envolvidas levam à continuação das sessões de esclarecimento promovidas pela APDP no próximo ano letivo.

Esta nova fase, já fora do âmbito do Programa PIVS, contará com o apoio da DGS e será direcionada a escolas com crianças e jovens com diabetes tipo 1.

Desde o reinício do Programa de Troca de Seringas nas Farmácias
As farmácias trocaram mais de 25.500 seringas nos primeiros seis meses do programa troca de seringas que se reiniciou no início...

O Programa de Troca de Seringas nas Farmácias (PTS-F) estava suspenso desde 2012, quando cessou o contrato entre a Associação Nacional de Farmácias (ANF) e o Ministério da Saúde, tendo sido retomado no início de janeiro deste ano.

A retoma deste programa já tinha sido anunciada, mas até agora não fora concretizada, tendo a troca de seringas sido feita, desde então, apenas nos centros de saúde e em instituições de solidariedade social.

De acordo com a ANF, o reinício do PTS-F “ocorreu de forma faseada e cumprindo o calendário da Direção-Geral da Saúde”, tendo começado em janeiro pelo distrito de Setúbal, estendendo-se progressivamente a Lisboa (em fevereiro), ao Porto (em março) e aos restantes distritos do país a partir de 15 de março.

Atualmente, são mais de 1.450 as farmácias aderentes ao programa, assegurando uma cobertura nacional que ultrapassa a existente quando o programa cessou (cerca de 1.200 farmácias participantes em 2012).

Quanto ao número de seringas distribuídas, as farmácias registaram a troca de mais de 25.500 seringas até junho (correspondendo a dados preliminares de 12.767 kits do Programa registados).

A ANF destaca que a evolução gradual do PTS-F, bem como a necessidade de divulgação aos potenciais beneficiários (população frequentemente marginalizada e pouco informada), têm correspondido às expectativas.

Infarmed
A Autoridade do Medicamento e Produtos de Saúde decretou a suspensão imediata da venda do produto cosmético Água de Rosas da...

“Verificou-se que o produto cosmético Água de Rosas Elective, da marca Elective, não cumpria os requisitos legais estabelecidos (…) pelo que o Infarmed ordena a suspensão imediata da comercialização e retirada do mercado de todos os lotes do produto”, indica um alerta divulgado no site da Autoridade do Medicamento.

O Infarmed determina que as entidades que tenham o produto não o podem vender e que os consumidores que o têm já comprado não o devem usar, “por não ser possível garantir a sua qualidade e segurança”.

Ministério da Saúde
A Administração Central do Sistema de Saúde anunciou a conclusão do processo de avaliação de 51 novos médicos de família, que...

“A entrada em funções destes médicos de família permitirá reforçar a cobertura em médicos de família, com mais 1.900 utentes por médico que venha a ser contratado pelas administrações regionais de saúde (ARS)”, refere uma nota da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).

As listas de utentes por cada médico de família são de um máximo de 1.900 utentes para os clínicos que fazem as 40 horas de trabalho semanais.

Dos 51 médicos de família selecionados, sete são de nacionalidade estrangeira (seis dos quais espanhóis).

A ACSS diz que os candidatos vão iniciar funções “muito proximamente”, mas sem adiantar uma data concreta, até porque cabe às ARS celebrar ainda os respetivos contratos de trabalho.

Segundo estimativas recentes do Ministério da Saúde, faltarão cerca de 650 médicos de família para cerca de 700 mil portugueses, necessidade que o Governo acredita que pode ser suprida dentro de dois anos.

Comité consultivo da FDA
A Sanofi e a Regeneron Pharmaceuticals, Inc. acabam de anunciar que o Comité consultivo de medicamentos metabólicos e...

A votação do Comité foi de 13 contra 3 (sem abstenções) em como a Sanofi e a Regeneron conseguiram estabelecer de forma suficiente que o benefício de redução do colesterol de lipoproteínas de baixa densidade (LDL-C ou “mau” colesterol) do Praluent é superior aos seus riscos para apoiar a aprovação em uma ou mais populações de doentes.

“Estamos satisfeitos com a recomendação do Comité para a aprovação do Praluent®. O nosso programa de desenvolvimento clínico centrou-se em doentes com uma grande necessidade não satisfeita, onde o Praluent® proporcionou reduções significativas do LDL-C, superando as terapêuticas com estatinas e outros hipolipemiantes”, afirmou Dr. Elias Zerhouni, Presidente, I&D global, Sanofi. “O nosso programa de desenvolvimento do Praluent® de fase III investigou as dosagens de 75mg e 150mg, oferecendo regimes de dosagem flexíveis que podem ser adaptados às necessidades de redução do colesterol de cada doente.”

A recomendação do Comité baseou-se no perfil benefício-risco do Praluent®, na sequência da revisão dos dados de eficácia e segurança de mais de 5000 doentes incluídos em 10 ensaios clínicos de fase III, em dupla ocultação, com duração entre seis meses a dois anos. Os dados clínicos do programa de fase III ODYSSEY mostram resultados consistentes e positivos na redução do LDL-C. Os acontecimentos adversos comuns, mais frequentemente reportados  pelos doentes tratados com Praluent® do que nos outros grupos de controlo incluíam reação no local da injeção e prurido (comichão).

“A descoberta do forte papel regulador do PCSK9 nos níveis de colesterol e em doenças cardíacas foi um dos avanços em genética humana mais importantes da última década”, afirmou Dr. George D. Yancopoulos, M.D., Ph.D., Chief Scientific Officer da Regeneron e Presidente, Regeneron Laboratories. “Os resultados de hoje aproximam-nos da tradução desta descoberta baseada na genética num tratamento que pode ajudar os inúmeros doentes que necessitam de reduzir ainda mais os níveis de colesterol.”

A recomendação do Comité Consultivo será considerada pela FDA na sua revisão do pedido de licença de produto biológico (Biologics License Application, BLA) do Praluent®. A FDA não está vinculada à recomendação do Comité, mas tem-na em consideração ao rever os medicamentos experimentais. O BLA do Praluent® foi aceite para revisão prioritária pela FDA com uma data de decisão prevista para 24 de julho de 2015.

Se aprovado pela FDA, espera-se que o Praluent® seja o primeiro anticorpo monoclonal totalmente humano que tem como alvo a PCSK9 (pró-proteína convertase subtilisina/quexina tipo 9) nos EUA. O Pedido de Autorização de Introdução no Mercado do Praluent® na União Europeia está atualmente a ser revisto pela Agência Europeia de Medicamentos (European Medicines Agency, EMA). A segurança e a eficácia do Praluent® não foram inteiramente avaliadas por qualquer autoridade reguladora.

Orientações para uma dieta que ganha terreno
A Direção-Geral da Saúde lança um manual dedicado à alimentação vegetariana, com esclarecimentos, informações nutricionais,...

"Linhas de orientação para uma alimentação vegetariana saudável" é um manual que tem como objetivo promover a informação disponível nas instituições de saúde sobre os benefícios de consumir produtos de origem vegetal e simultaneamente contribuir para um maior conhecimento dos profissionais de saúde e da população em geral, evitando erros que possam colocar a saúde em risco.

“Sentimos por parte dos profissionais de saúde, nomeadamente na área da nutrição, um aumento de pedidos de informação sobre alimentação vegetariana e particularmente a estrita”, disse à Lusa Pedro Graça, diretor do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da Direção-Geral da Saúde (DGS) e um dos autores do manual.

Os estudos internacionais apontam para um número crescente de vegetarianos a cada ano – influenciados em grande parte pelo aumento das preocupações com a proteção do ambiente e dos animais – sobretudo entre a população mais esclarecida e estudantes universitários.

Por outro lado, há cada vez mais informação online sobre vegetarianismo, muita dela sem qualidade ou a tentar vender produtos comerciais, o que origina má informação, acrescenta o responsável.

O manual contém uma breve história sobre os conceitos associados à alimentação vegetariana, os benefícios, os riscos, os principais alimentos e as suas classificações, poendo dividir-se em ovolactovegetariana (exclui carne e peixe, mas inclui ovos e lacticínios) ou vegetariana estrita ou vegana (que exclui todos os alimentos de origem animal).

Hoje em dia há cada vez mais livros, receitas e revistas, bem como menus alternativos nos restaurantes com opções vegetarianas, mas a DGS nunca tinha publicado orientações sobre a alimentação vegetariana, quando uma das conclusões do relatório 2015 sobre a saúde dos portugueses é que os motivos que mais influenciam a perda de anos de vida com qualidade saudável é a alimentação não saudável, principalmente pobre em fruta e hortícolas.

Neste sentido, Pedro Graça alerta para a necessidade de incorporar vegetais e hortícolas na alimentação, devido às suas funções protetoras das células.

“Estudos científicos demonstram que quando aumenta deste consumo há maior proteção da célula face a doenças como a oncológica e a cardiovascular”, disse, especificando que quando ultrapassa os 400 gramas por dia, se estima que tenha efeito protetor.

O responsável sublinha ainda que para se seguir esta dieta não é necessário adotar um padrão alimentar distinto, mas apenas “valorizar o que há”, uma vez que a tradição alimentar portuguesa é muito rica em vegetais.

Mas um padrão alimentar vegetariano mal acompanhado comporta riscos, que este manual visa precisamente suprir, como a carência das vitaminas B12 e D, dos minerais ferro, cálcio, zinco, proteína de qualidade e ácidos gordos essenciais.

Em particular, as grávidas e as crianças são os grupos de risco que mais preocupam os profissionais, uma vez que em cassos extremos pode levar à morte e em casso ligeiros á anemia e défice de crescimento.

“A questão proteica é a que nos preocupa mais. Na ovolactovegetariana essa carência está acautelada. Aliás, quem quer começar uma dieta vegetariana deve começar inicialmente pela ovolactovegetariana, particularmente as crianças”, frisou o nutricionista.

Estudo
Não é novidade que o tabaco traz vários malefícios para a saúde. Além de prejudicar a via respiratória, o ato de fumar também...

O problema, revela o Diário Digital, é que, segundo um novo estudo da FOP (Faculdade de Odontologia de Piracicaba), da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), os danos do fumo podem ser irreversíveis para a saúde bucal. É que metais pesados, como chumbo, níquel, cádmio e arsénio, presentes no fumo dos cigarros, contaminam a estrutura dentária.

Segundo a autora do estudo, a cirurgiã-dentista Jéssica Dias Theobaldo, os riscos que esses metais pesados podem causar à estrutura dentária são desconhecidos. “No entanto, sabemos que são substâncias altamente tóxicas para o corpo humano como um todo”, afirma.

E uma vez incorporado à estrutura dental, os metais permanecem no local. “O dano para a dentina (uma das estruturas básicas do dente) é irreversível, mas o fumador pode minimizar isso ao interromper o vício e impedir a deposição dessas substâncias na boca”, afirma Maria Lucia Zarvos Varellis, cirurgiã-dentista e conselheira do CROSP (Conselho Regional de Odontologia).

Maria Lucia conta que visitas mais frequentes ao dentista também podem ajudar a minimizar os problemas com tratamentos preventivos e curativos. “Os tratamentos são recomendados de acordo com a necessidade de cada indivíduo. Não há uma regra, pois o paciente pode precisar de um tratamento preventivo ou de restauro. Tudo depende do dano provocado pelo fumo. Além disso, o cirurgião-dentista também pode fazer parte da equipa multidisciplinar na hora de combater o vício”, acrescenta.

Além da contaminação, o estudo demonstrou que as substâncias do fumo de cigarro prejudicaram outros aspetos do tratamento dentário, como a aderência da resina à dentina do dente.

De acordo com Maria Lúcia, os restauros adesivos são os mais procuradas para a população que precisa de reconstruir estruturas dentárias perdidas por cáries ou fraturas. “Esses restauros têm a mesma cor do dente e, portanto, são impercetíveis, melhorando a forma estética do procedimento, o que faz com que grande parte da população recorra a eles”, explica.

O estudo constatou que a exposição da estrutura dentária ao fumo do cigarro diminui a capacidade de colagem dos adesivos usados neste tratamento de restauração. “Acreditamos que os restauros em pacientes fumadores tenham uma durabilidade menor, portanto, isso exige que eles tenham um acompanhamento mais intenso com o cirurgião-dentista”, afirma a pesquisadora.

O estudo foi realizado in vitro e Jéssica expôs amostras de dentes bovinos ao fumo de um maço de cigarros durante cinco dias. “Posteriormente realizamos testes para identificar metais pesados e a resistência dos adesivos dentais à estrutura dentária”, conta.

Para fazer as experiências da pesquisa, a cirurgiã-dentista utilizou uma máquina de fumo desenvolvida pelo Departamento de Odontologia Reparadora da FOP. “A máquina simula a cavidade bucal de um fumador e permite a impregnação de pigmentos e substâncias contidas no cigarro nas amostras de dentes”, conta Jéssica.

O próximo passo da pesquisadora será obter mais dados sobre o efeito do fumo do tabaco na saúde bucal no seu projeto de doutoramento. “O estudo será in vivo, pois vamos buscar pacientes fumadores voluntários para confirmar esses dados. A ideia é consolidar o resultado obtido neste estudo”, afirma.

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