Austrália considera
A Austrália, um dos maiores exportadores mundiais de carne, ridicularizou um relatório da Organização Mundial de Saúde que diz...

“Não, não deve ser comparada aos cigarros e obviamente isso faz com que tudo isso seja uma farsa – comparar salsichas a cigarros”, afirmou o ministro da Agricultura australiano, Barnaby Joyce à rádio nacional.

O “mais importante” a fazer é garantir uma “dieta equilibrada”, dado que é impossível para os humanos evitar todo o tipo de cancro causado por toxinas na vida moderna, assinalou.

Um estudo divulgado na segunda-feira pela Agência Internacional para a Investigação sobre o Cancro (IARC, na sigla em inglês) adverte que a carne processada – como bacon, salsichas ou presunto – é cancerígena para os seres humanos e que a carne vermelha “provavelmente” também o é.

O grupo de trabalho da IARC, agência que depende da Organização Mundial de Saúde (OMS), teve em consideração mais de 800 estudos que investigaram a associação de mais de uma dúzia de tipos de cancro com o consumo de carne vermelha e de carne processada em vários países e populações com diferentes dietas.

O estudo coloca a carne processada na categoria 1 dos cancerígenos, o mesmo grupo que inclui substâncias como o álcool, amianto e tabaco.

“Se pegarmos em tudo o que a Organização Mundial de Saúde afirma ser cancerígeno e tirarmos das necessidades diárias, somos capazes de voltar à caverna”, sublinhou ainda o ministro australiano.

Os australianos estão entre os maiores consumidores de carne do mundo. Também têm a oitava maior taxa de incidência de cancro colo-rectal.

O relatório da IARC refere que a ingestão diária de 50 gramas de carne processada – menos de duas fatias de bacon – aumenta em 18% a probabilidade de desenvolver cancro colo-rectal (também conhecido como cancro do intestino).

O documento foi elaborado por um grupo de trabalho composto por 22 especialistas de dez países, que foram convocados para o Programa de Monografias da IARC, organização com sede na cidade francesa de Lyon.

O grupo de trabalho considerou que existem “provas suficientes” de que a ingestão de carne processada está ligada ao cancro colo-rectal.

No Chile
O Chile plantou 6.900 plantas de canábis destinadas à produção de um medicamento para patologias associadas ao cancro e à...

“Esta segunda plantação (depois de uma primeira com 400 plantas em 2014) conta 6.900 plantas cultivadas numa superfície com um hectare e meio”, especificou Alejandra Ahumada, química da Fundação, à agência noticiosa AFP.

O projeto, elaborado pelo serviço de agricultura e pecuária da comuna de Colbun, situada 260 quilómetros a sul da capital, é apoiado por 20 municípios chilenos que esperam ganhar com o medicamento à base de canábis, destinado a tratar cerca de quatro mil doentes que sofrem de cancro, epilepsia e dores crónicas ligadas ao cancro.

Protocolo assinado
O Hospital de Santa Maria, em Lisboa, vai colaborar com o centro de hemodiálise do Hospital Agostinho Neto, na Praia, ao abrigo...

No âmbito do protocolo, assinado na cidade da Praia, equipas do Hospital de Santa Maria vão dar formação e fazer assessoria técnica a médicos e enfermeiros do Hospital Agostinho Neto para fortalecer a capacidade de resposta do centro de hemodiálise, que começou a funcionar em 2014 e atende atualmente 52 doentes, havendo 14 em lista de espera.

A diretora do Hospital Agostinho Neto, Ricardina Andrade, explicou que desde a entrada em funcionamento do centro de dialise, o envio para Lisboa destes doentes "foi descontinuado", sendo agora necessário o "treinamento e capacitação de médicos e enfermeiros".

"Já estamos a fazer diálise, mas sabemos que o objetivo de um doente é não depender da diálise e vamos começar a preparar e a dialogar sobre o próximo passo, que é o transplante", disse Ricardina Andrade.

Para já, prosseguiu, ao abrigo do protocolo, o hospital vai focar-se "na qualidade e na segurança da diálise", mas a responsável considera que não "se pode parar por aí".

"Vamos ter que começar a planificar porque temos jovens com insuficiência renal que não devem ficar só pela diálise", sublinhou.

Carlos Martins, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte, que liderou a delegação do Hospital de Santa Maria que assinou o protocolo, disse que a criação de um programa de transplantação renal em Cabo Verde "é uma ambição".

"Estamos muito ligados à criação do centro de hemodialise e queremos participar na sua consolidação. Não apenas no centro, mas naquilo que é a natural ambição do hospital e das pessoas que estão hemodialisadas, que é, através da transplantação, terem mais qualidade de vida", disse.

Otimista quanto à criação do programa, Carlos Martins recusou contudo fazer uma previsão de quando será possível aos doentes cabo-verdianos fazerem transplantes de rins no país.

"São questões que dependem das equipas, da tecnologia, dos doentes, de um conjunto de questões que [adiantar uma data neste momento] seria criar falsas expectativas. Vamos trabalhar para que daqui a um ano existam condições completamente diferentes, vamos começar devagar e criar as condições para que Cabo Verde tenha, num futuro não muito longínquo, capacidade de resposta interna", disse.

As duas entidades assinaram ainda protocolos nas áreas da cirurgia geral, urgência geral e gestão hospitalar, ao abrigo dos quais equipas de médicos e técnicos do Hospital Santa Maria se deslocarão a Cabo Verde para dar formação e acompanhar o funcionamento de cada um dos serviços.

O Hospital Santa Maria receberá também equipas do Hospital Agostinho Neto para ações de formação.

Haverá ainda recurso à telemedicina e às tecnologias para que os médicos do Hospital Agostinho Neto possam participar em encontros de discussão técnica e científica realizados em Lisboa.

Segundo Carlos Martins, o objetivo principal dos protocolos assinados é aumentar a capacidade de resposta do Hospital Agostinho Neto e diminuir o envio de doentes para Portugal.

A delegação portuguesa parte quarta-feira para o Mindelo, onde irá assinar outros protocolos de cooperação com o Hospital Batista de Sousa.

Infarmed
A Agência Europeia do Medicamento emitiu uma nova recomendação para minimizar o risco de ocorrência de leucoencefalopatia...

A leucoencefalopatia multifocal progressiva (PML) é uma infeção cerebral rara causada pelo vírus John Cunningham (JC). Este vírus é muito comum na população sendo normalmente inofensivo. No entanto, em pessoas cujo sistema imunitário está comprometido pode levar ao aparecimento de PML, com sintomas que podem ser semelhantes aos de um surto de esclerose múltipla e que pode resultar em incapacidade grave ou morte.

Até à data, ocorreram 3 casos de PML em doentes tratados com Tecfidera (e não tratados anteriormente com outros medicamentos associados ao risco de PML). Estes casos ocorreram após o tratamento prolongado em doentes com níveis muito baixos de linfócitos durante um período prolongado.

A Agência Europeia do Medicamento (EMA) iniciou esta revisão de segurança em novembro de 2014 após a notificação do primeiro caso de PML. A EMA também analisou os casos de PML ocorridos com outros medicamentos contendo fumarato de dimetilo usados no tratamento da psoríase.

Assim, para prevenir o risco de PML, a EMA e o Infarmed recomendam o seguinte:

Profissionais de Saúde
- Antes de iniciar o tratamento com Tecfidera, deve ser realizado um hemograma completo, incluindo uma contagem de linfócitos, e uma ressonância magnética (de preferência em 3 meses) para referência;
- Durante a terapêutica, devem ser realizados hemogramas a cada 3 meses;
- Se, durante o tratamento, a contagem de linfócitos baixar para níveis inferiores a 0,5x109/L durante 6 meses, deve ser avaliada a relação benefício/risco da continuação do tratamento com Tecfidera, tendo em conta as alternativas terapêuticas disponíveis, os fatores clínicos, os resultados laboratoriais e os resultados de imagiologia:
- Se o tratamento for continuado em doentes com linfopenia prolongada intensa, estes doentes devem ser considerados como tendo risco aumentado de PML e devem ser monitorizados para deteção de sinais e sintomas de novas disfunções neurológicas (por exemplo, disfunção motora, cognitiva ou sintomas psiquiátricos);
- Se o tratamento for descontinuado, a contagem de linfócitos deve ser monitorizada até à recuperação.
- Durante o tratamento com Tecfidera, a necessidade de exames adicionais por ressonância magnética (RM) deve ter em consideração as recomendações nacionais . As imagens de RM podem ser consideradas como um reforço na vigilância dos doentes com risco acrescido de PML;
- Em caso de suspeita clínica de PML, deve realizar-se uma ressonância magnética para diagnóstico, o tratamento deve ser suspenso de imediato e devem ser consideradas novas avaliações;
- A PML só pode ocorrer na presença de infeção pelo vírus JC. Caso seja realizado um teste ao anticorpo anti-JC, deve ser considerado que a influência de linfopenia na precisão desses testes não foi previamente estudada em doentes tratados com Tecfidera. Um resultado negativo (na presença de contagem normal de linfócitos) não exclui a possibilidade de infeção subsequente pelo vírus JC;
- Não existem estudos de eficácia e segurança em doentes que interrompem outras medicações para iniciar Tecfidera. A contribuição de anterior terapia imunossupressora para o desenvolvimento da PML em doentes tratados com Tecfidera é desconhecida. Quando se muda a terapêutica anterior do doente para Tecfidera, deve ser considerado o tempo de semi-vida e modo de ação da medicação anterior, para evitar um efeito imunológico aditivo, e reduzir o risco de reativação da doença.

Doentes
- O medicamento Tecfidera, usado no tratamento da esclerose múltipla, pode baixar os níveis de linfócitos (um tipo de glóbulos brancos que combate as infeções). Se isto ocorrer em doentes infetados pelo vírus JC, pode ser mais difícil combater o vírus, e consequentemente poderá desenvolver-se uma infeção cerebral grave chamada leucoencefalopatia multifocal progressiva. Contudo, esta situação é muito rara.
- Para monitorizar esta situação, é necessária a realização regular de análises ao sangue para controlar os níveis de glóbulos brancos.

A EMA e o Infarmed continuarão a acompanhar e a divulgar todas as informações pertinentes relativas a esta matéria.

Estudo
Mais de metade da superfície terrestre poderá tornar-se uma zona árida em 2100 se as emissões de gases poluentes continuar ao...

Cientistas da universidade chinesa de Lanzhou indicam que esse processo terá um especial impacto nos países em vias de desenvolvimento, onde se registará grande parte da expansão dessas regiões áridas, onde a precipitação é escassa e os seus efeitos são anulados pela evaporação da água causada pelo calor.

As alterações climáticas, o crescimento da população humana e a ampliação das cidades são os fatores apontados pelo estudo como responsáveis por este processo de desertificação.

Partindo da análise comparativa de dados recolhidos entre 1948 e 2005, Jianping Huang e o seu grupo concluíram que a maioria dos modelos subestima a tendência para a expansão das terras áridas, que atualmente cobrem 40% da superfície terrestre.

Os cientistas elaboraram novas previsões que apontam para que a aridez aumente até cerca de 56% se as emissões de gases poluentes se mantiverem elevadas nos próximos 85 anos.

Num outro estudo divulgado na mesma publicação, investigadores do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT) alertam para as condições extremas de temperatura e humidade que serão atingidas na zona do Golfo Pérsico durante o século XXI.

Se as emissões de gases com efeito de estufa continuarem na atual trajetória ascendente, os cientistas põem em dúvida “a habitabilidade humana” dessas regiões no futuro.

Os cientistas sublinham que o corpo humano só consegue arrefecer-se a si mesmo através da transpiração abaixo dos 35 graus centígrados.

“Acima desse patamar, o corpo não consegue arrefecer-se e a sobrevivência no exterior de um indivíduo são e em forma está em sério perigo”, defende o estudo.

O trabalho assenta em simulações de modelos climáticos de alta resolução para prever a incidência de ondas de calor extremas na zona do Golfo Pérsico entre 2071 e 2100.

Num cenário em que as emissões tenham continuado a aumentar, as temperaturas extremas que se alcançarão ocasionalmente em cidades como Abu Dabi, Dubai e Doha representarão um desafio à “sobrevivência humana”, frisou o estudo.

DGS
A Direção-Geral da Saúde considera que o consumo de carne processada não é problemático, desde que seja moderado e em refeições...

Pedro Graça, diretor do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da Direção-Geral da Saúde (DGS), reagiu desta forma ao anúncio de que a carne processada – como bacon, salsichas ou presunto – é cancerígena para os seres humanos.

A conclusão consta de um estudo hoje divulgado pela Agência Internacional para a Investigação sobre o Cancro (IARC), da Organização Mundial de Saúde (OMS), o qual alertou que a carne vermelha também é “provavelmente” cancerígena.

Para Pedro Graça, o anúncio reitera o que há alguns anos os especialistas têm alertado: a relação entre o consumo de carne processada e o risco para o aparecimento de cancros, nomeadamente o cancro colon-retal, mas também o da próstata e do pâncreas.

“A novidade é o grau do reforço” do alerta, explicou o nutricionista, para quem as indicações da DGS nesta matéria vão manter-se e apontam no sentido do consumo moderado deste tipo de alimentos.

“Não é um bife de vaca que, apesar de dever ser consumido de forma moderada, vai provocar o cancro. Agora, o seu consumo deve manter-se ou ser reduzido para até 500 gramas por semana, o que equivale a quatro ou cinco refeições de carne por semana”, explicou.

Segundo Pedro Graça, “a alimentação inadequada é dos fatores que mais rouba anos de vida às pessoas, nomeadamente aos portugueses”.

“Continuamos a comer mais ou menos a mesma coisa, apesar dos alertas”, lamentou.

Outra solução defendida pela DGS passa pelo acompanhamento das refeições com alimentos protetores, como os hortícolas e a fruta, que deve estar presente diariamente nos menus dos portugueses.

O documento hoje conhecido foi elaborado por um grupo de trabalho composto por 22 especialistas de 10 países, que foram convocados para o Programa de Monografias da IARC, organização com sede na cidade francesa de Lyon.

O grupo de trabalho considerou que existem “provas suficientes” de que a ingestão de carne processada está ligada ao cancro colo-rectal.

Os mesmos especialistas classificaram o consumo de carne vermelha como “provavelmente” cancerígeno para os seres humanos, com base em “provas limitadas” de que a ingestão deste tipo de alimento pode estar associada ao cancro colo-rectal, mas também ao cancro do pâncreas e ao cancro da próstata.

“Para um indivíduo, o risco de desenvolver cancro colo-rectal por consumir carne processada é pequeno, mas o risco aumenta à medida que aumenta a quantidade de carne consumida”, afirmou Kurt Straif, chefe do Programa de Monografias da IARC, citado num comunicado.

E acrescentou: “Tendo em conta o grande número de pessoas que consome carne processada, o impacto global sobre a incidência de cancro é de grande importância para a saúde pública”.

Proteja-se no inverno
O abaixamento da temperatura exige cuidados redobrados para que a sua saúde não se ressinta.

Prepare-se antes… lendo as nossas recomendações gerais.

Parte I

No seu domicílio…

  • Antes de chegar o inverno, verifique os equipamentos de aquecimento da sua casa;
  • Se tiver lareira mande limpar a chaminé, se necessário;
  • Mantenha a casa arejada, abrindo um pouco a janela/porta para evitar acumulação de gases;
  • Feche janelas e portas para evitar a entrada de ar frio e a saída do calor acumulado;
  • Não use fogareiro a carvão;
  • Mantenha a temperatura da sua casa entre os 19º C e os 22º C. Sugestão: poderá instalar um termómetro em local visível;
  • No caso de prever-se a aproximação de um período de grande frio ou neve forte, faça as suas compras alimentares e outras que cheguem para um período de 2 a 3 dias, para evitar ter de sair de casa; 
  • Verifique ainda a necessidade de botijas de gás suplementares;
  • Verifique se tem medicamentos suficientes;
  • Evite dormir/descansar muito perto do aquecimento;
  • Não fique descalço no chão frio ou molhado por muito tempo;
  • Promova boa circulação de ar, principalmente durante a noite, não fechando completamente os quartos, mas evitando correntes de ar frio;
  • Poupe energia. Sugestão: desligue os aparelhos elétricos quando não estiver em casa. Utilize-os de forma criteriosa devido ao risco de sobrecarga do quadro;
  • Atenção! A utilização de botijas de água quente deve ser feita sempre sob vigilância para evitar o risco de queimadura.

Atenção ao seu vestuário…

  • Cubra as extremidades (mãos, pés, cabeça);
  • Use roupas folgadas e calçado adequados à temperatura ambiente, protegendo as extremidades;
  • Não use roupas justas pois dificultam a circulação sanguínea;
  • Use várias camadas de roupa em vez de uma única muito grossa;
  • Use roupas de algodão e fibras naturais.

Em relação aos cuidados de higiene…

  • Mantenha a higiene pessoal;
  • Tome banho com água morna, porque água muito quente remove a camada protetora natural da pele;
  • Mantenha a pele hidratada. Hidrate todo o corpo não esquecendo mãos, pés, cara e lábios;
  • Quando tomar banho, embrulhe-se na toalha e/ou tenha a sala aquecida;
  • Dica: aumente a capacidade de enfrentar o frio, através da exposição controlada ao frio, utilizando duches frios inicialmente rápidos, após o banho quente. Depois aumente o tempo de banho frio, à medida que for se acostumando.

E em relação à sua alimentação…

  • Coma com mais frequência. Sugestão: encurte as horas entre as refeições;
  • Coma mesmo que não sinta muita fome, em especial sopas e bebidas quentes (por exemplo, leite ou chá);
  • Se a sua saúde o permitir, inclua moderadamente na sua alimentação alimentos calóricos como chocolates, azeite, frutos secos;
  • Evite bebidas alcoólicas. Estas causam aquecimento, mas provocam vasodilatação com perda de calor e arrefecimento do corpo;
  • Coma alimentos ricos em vitaminas e sais que protegem contra infeções;
  • Abstenha-se de produtos nocivos como o cigarro, bebidas alcoólicas e drogas.

Não se esqueça do exercício físico!

  • Deve manter a prática de exercício físico, pois este aumenta a produção de calor e a circulação de sangue;
  • Não fazer exercício físico intenso ou ao ar livre e evite arrefecer com a roupa transpirada no corpo;
  • Faça pequenos movimentos com os dedos, os braços e as pernas. Estes gestos evitam o arrefecimento do corpo;
  • Continue a beber água durante a atividade física para evitar a desidratação.

Atenção especial às pessoas sós/isoladas…

  • Os familiares, amigos e vizinhos têm um papel importante. Sugestão: faça um telefonema ou contacte pelo menos uma vez por dia com pessoas sós/isoladas;
  • Certifique-se que eles se encontram de boa saúde e em condições de conforto.

Tenha também algumas precauções ao ar livre…

  • Quando a temperatura baixa muito, e se há muito vento, procure um local baixo e abrigado;
  • Se tiver que sair, faça-o de forma breve, protegendo-se com roupa adequada não apertada;
  • Procure manter-se seco, dado que o corpo arrefece rapidamente com a humidade;
  • Se tiver que realizar trabalho com muito esforço, proteja-se com roupa adequada e vá doseando o esforço;
  • Evite caminhar sobre o gelo devido ao risco de lesões por queda.

E se vai viajar de automóvel…

  • No caso de andar de carro tenha em conta que pode ficar bloqueado.
  • Previna-se: leve roupas quentes, mantas e roupa para troca, bem como comida e bebidas quentes num termo;
  • Tenha um mapa à mão;
  • Evite viajar sozinho de automóvel;
  • Ligue o aquecimento do veículo 10 minutos em cada hora e baixe os vidros uns milímetros para arejar;
  • Observe o tubo de escape para ver se não está tapado, evitando o risco de envenenamento por monóxido de carbono;
  • Se o carro bloquear, coloque uma manta brilhante na antena do veículo para chamar à atenção, cubra o corpo com mantas e mantenha-se desperto.

Por último…

  • Evite entrar e permanecer em locais fechados e com grande concentração de pessoas, onde se transmitem os vírus, em particular, a gripe;
  • Evite o contacto com outras pessoas doentes.

Nota: Para além das recomendações anteriores, tenha em conta as recomendações da Direção-Geral da Saúde para se proteger da gripe. Para mais informações ligue para a Linha Saúde 24 - 808 24 24 24. Para situações de emergência ligue 112.

Cuidados reforçados aos Grupos Vulneráveis.
Prepare-se… lendo primeiro as nossas recomendações.

Parte II

Se tem um bebé ou recém-nascido…

  • Os bebés e os recém-nascidos são particularmente sensíveis às baixas temperaturas e podem desenvolver hipotermia rapidamente;
  • Não deve sair de casa com o bebé ou recém-nascido nos dias frios.

No caso de ter de sair de casa…

  • Agasalhe o bebé, principalmente a cabeça e as extremidades (mãos, orelhas e pés);
  • Evite transportar o bebé num porta-bebés, tipo mochila, que poderá comprimir as pernas e causar enregelamento;
  • Transporte o bebé num carrinho que lhe permita movimentar-se para se aquecer e verifique se está bem protegido do frio;
  • Utilize várias camadas de roupa em vez de uma única peça grossa;
  • Dê de beber regularmente ao bebé.

No caso de crianças asmáticas…

  • Evite atividades físicas no exterior;
  • Deve ter por perto o tratamento para situações de crise: broncodilatador inalável;
  • Informe o professor/educador destas recomendações.

No caso das pessoas idosas…

  • Os familiares, amigos e vizinhos têm um papel importante, devendo visitar ou telefonar às pessoas idosas para prestar ajuda e verificar o seu estado de saúde e conforto;
  • No caso de se prever a aproximação de um período de grande frio ou neve forte, faça as suas compras alimentares e outras que cheguem para um período de 2 a 3 dias para evitar ter de sair de casa; 
  • Verifique se tem medicamentos suficientes;
  • Coma mesmo que não sinta muita fome, em especial sopas e bebidas quentes (por exemplo, leite ou chá);
  • Beba líquidos mornos;
  • Durante os períodos de grande frio, permaneça em casa;
  • Se tiver de sair de casa: use roupas quentes, sapatos impermeáveis e antiderrapantes, chapéu, luvas e cachecol;
  • Não durma muito perto do aquecimento;
  • Faça pequenos movimentos com os dedos, os braços e as pernas, pois estes evitam o arrefecimento do corpo.
  • Atenção aos doentes cardíacos, vasculares, com insuficiência respiratória, reumáticos e diabéticos…
  • Siga as recomendações gerais (parte 1) e, se necessário, aconselhe-se com o seu médico ou enfermeiro de família.
  • Certifique-se também que tem sempre consigo os medicamentos necessários.

Nota: Para além das recomendações anteriores, tenha em conta as recomendações da Direção-Geral da Saúde para se proteger da gripe. Para mais informações ligue para a Linha Saúde 24 - 808 24 24 24. Para situações de emergência ligue 112.

Bibliografia: Direcção-Geral da Saúde (2012), Recomendações Gerais para a População em Períodos de Frio Intenso - Orientação nº 017/2012 de 25/10/2012. Lisboa: DGS.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Em Coimbra
Uma conferência proferida pelo diretor-geral da Saúde vai abrir na quinta-feira, em Coimbra, a segunda Conferência do Instituto...

Na quinta-feira, às 10:00, Francisco George dissertará sobre o tema “A medicina legal e a saúde”, após a sessão de abertura do encontro, às 09:00, no auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra, com intervenção do presidente do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF), Francisco José Brízida Martins.

Além das diferentes comunicações e mesas-redondas, com a participação de médicos legistas, juristas, docentes e investigadores universitários e outros profissionais, o instituto, que promove a conferência, entre quinta e sexta-feira, divulgará estudos em diversas áreas realizados nos últimos anos.

O vice-presidente do INMLCF, João Pinheiro, disse hoje, em conferência de imprensa, que esses estudos abrangem temas como “Homicídios em contexto familiar”, “Cannabis em acidentes de viação”, “Suicídios de idosos”, “Violência em Portugal em 2014”, “O primeiro caso de ‘dinitrofenol’ em Portugal”, “Mortes com pesticidas” e “Consumo de medicamentos na região Sul a partir das autópsias”.

O médico legista adiantou aos jornalistas que o instituto aposta na realização da conferência, pelo segundo ano consecutivo, para que esta se imponha “como grande evento científico da medicina legal e das ciências forenses em Portugal”.

Os oradores terão de respeitar “um verdadeiro critério democrático e científico”, à semelhança dos Estados Unidos da América e dos países do Norte da Europa, sujeitando as suas intervenções ao “crivo científico” fixado pela organização e dispondo de apenas 10 minutos para apresentar os seus trabalhos, a que se seguirá uma “discussão ampla” com a participação dos presentes.

O formato dos debates terá em conta critérios de “interregionalidade e intergeracionalidade”, assegurando o contributo de especialistas de diversos pontos do país e com diferentes idades e experiências profissionais, disse João Pinheiro.

O juiz desembargador Francisco Brízida Martins, presidente do INMLCF, e Helena Teixeira, diretora do Departamento de Investigação, Formação e Documentação do instituto, também usarão da palavra.

O programa inclui a segunda Reunião de Coordenadores de Gabinetes Médico-Legais e Forenses e dois “cursos pós conferência”, intitulados “Entrevista forense de crianças: o protocolo NICHD” e “Identificação humana – Aplicação prática das lições dos genocídios e desastres de massa”, coordenados pelo psicólogo forense Carlos Peixoto e pela diretora da Delegação Sul do INMLCF, Maria Cristina Mendonça, respetivamente.

“As valas comuns e os desastres de massa são grandes escolas da medicina legal”, sublinhou João Pinheiro.

Qual é o mais adequado?
Como a própria origem da palavra ‘sénior’ nos revela, ela quer apenas dizer mais velho relativamente

Inicialmente, convém rever os seguintes conceitos:

  • Atividade Física: movimentos corporais com contração de músculo-esquelético e que aumentam o dispêndio energético.
  • Exercício físico: atividade física planeada e estruturada.
  • Desporto: exercício físico que envolve competição.

Se, por exemplo, para definirmos o período da adolescência nos guiamos pelo inglesismo dos ‘teens’, quando é que realmente podemos dizer que a idade sénior se iniciou? No âmbito deste artigo em que esclareceremos questões relacionadas com a prescrição de exercício físico consideraremos os 65 anos como a idade de entrada na idade sénior. Também importa ressalvar que indivíduos com mais de 50 anos com doenças crónicas, com impacto clínico significativo ou com limitação funcional podem também seguir o mesmo tipo de recomendações.

Mas o que de facto acarreta este passar dos anos a que denominamos envelhecimento?

Resumidamente, exponho alguns dos seus principais efeitos no organismo humano que habitualmente se iniciam tão precocemente como entre os 25-30 anos de idade:

  • Perda da capacidade do sistema cardiovascular em resposta ao exercício de cerca de 10% por década.
  • Perda de 10% da massa muscular até aos 50 anos que é considerada a idade crítica para o músculo. Após esta idade o declínio da força muscular aumenta substancialmente sendo na ordem dos 15% nas décadas 60 e 70 e 30% nas décadas seguintes.
  • Perda de mobilidade articular na ordem dos 7% à década.
  • Alteração da composição corporal em favorecimento do ganho de gordura sobretudo a visceral (abdominal)
  • Perda gradual da massa óssea sendo esta mais relevante na mulher pós-menopausa onde atinge percentagens de 3% ao ano.

Com um simples raciocínio será facilmente compreensível o que acarretam estas alterações. Uma perda da capacidade de adaptação a uma atividade física e uma diminuição da força muscular pode facilmente ter repercussões nas atividades da vida diária, inclusive na sua própria independência funcional e, consequentemente, na qualidade de vida do indivíduo.

Se associarmos, a estes fatores que levam a uma perda de capacidade para gerar energia, um aumento da percentagem de massa gorda (maior peso corporal que não contribui para a mobilidade do indivíduo) e, se a este cenário, já pouco favorável, ainda associarmos uma perda da mobilidade articular, podemos aumentar drasticamente o risco de quedas que num corpo que perde 3% de massa óssea ao ano pode levar a consequências muito relevantes como são as fraturas ósseas que, muitas vezes, nestas idades, deixam sequelas graves e podem mesmo levar à morte.

Também é sobejamente conhecido e cientificamente comprovado que o processo de envelhecimento acarreta muitas outras alterações (fora do âmbito deste artigo) que levam a uma correlação positiva entre uma grande maioria das doenças crónicas (responsáveis por uma elevada taxa de mortalidade e morbilidade) e a idade. Neste grupo de doenças, que são transversais aos vários órgãos e sistemas, encontramos as Doenças Cardiovasculares e Cerebrovasculares, a Hipertensão, os Diabetes Tipo II, a Obesidade, vários tipos de Cancro, a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica, a Insuficiência Renal Crónica, a Osteoporose e a Osteoartrose, a Demência e a Depressão.

Parece claro que o envelhecimento condiciona alterações estruturais e fisiológicas com repercussões significativas na qualidade de vida do indivíduo. A sociedade atual compreende bem a importância do envelhecimento de forma saudável e é aqui que entra o exercício físico (EF), como um dos principais pilares deste paradigma.

No contexto deste artigo, o EF pode ser dividido em 4 categorias diferentes:

  • Treino aeróbio (TA): que aqui será referido a exercícios que perdurem no tempo que envolvam grandes grupos musculares de forma rítmica.
  • Treino de Fortalecimento Muscular: exercício com trabalho muscular contra uma força/peso aplicado.
  • Treino de Flexibilidade (FX): atividades que promovem a manutenção ou aumento das amplitudes articulares
  • Treino de Equilíbrio (EQ): atividades para melhoria da força e da reação muscular dos membros inferiores que reduzem a possibilidade de quedas.

Estudos em populações envelhecidas de forma saudável revelam que estes indivíduos são, geralmente, socialmente ativos, otimistas, com cuidados alimentares e de higiene do sono e com elevada atividade física.

Também muito bem documentados estão os efeitos do exercício físico nesta população e nestas doenças que citamos:

  • Relativamente às patologias que enumerei acima, o EF tem 2 papéis fundamentais: 1º previne o seu aparecimento; 2º atua como ferramenta terapêutica se a patologia já estiver instalada.
  • A perda de capacidade cardiovascular pode facilmente ser atenuada com exercícios de treino aeróbio (TA) de moderada intensidade.
  • A perda da massa muscular e, consequentemente, da força muscular podem facilmente ser combatidas por programas de fortalecimento muscular (FM).
  • A manutenção das amplitudes articulares pode ser atingida com exercícios regulares de flexibilidade.
  • O EF é um dos principais fatores que permite conservar uma composição corporal adequada, tanto através do TA como através de programas de FM.
  • É possível limitar a perda gradual da massa óssea sobretudo com programas de FM.

Se o envelhecimento é inevitável e trás consigo efeitos biológicos deletérios e uma maior propensão à aquisição de patologias que, em ambos os casos podem por em causa a nossa saúde e, em última análise, a nossa qualidade de vida;

Se o exercício físico demonstrou grande eficácia na atenuação desses efeitos bem com um papel preventivo e mesmo terapêutica na grande maioria das doenças que se correlacionam com a idade;

Então deveremos concluir que a fase da vida em que mais beneficiamos da prática regular do EF é na idade sénior.

Feitas todas estas considerações, as próximas linhas do artigo são destinadas às recomendações para obtermos os efeitos desejáveis com a prática do EF. Na tabela 2, encontram um resumo das mesmas.

Treino Aeróbio:
(Caminhadas, Corrida, Natação, Hidroginástica, Ciclismo, Aulas de ‘cardiofitness’…)

  • Principiantes deverão iniciar estas atividades com intensidade moderada (Tabela 1) com uma frequência de 5 dias/semana com duração superior a 30’ e inferior a 60’.
  • Indivíduos com capacidade para optar por atividades de alta intensidade (7-8 Escala de Perceção de Esforço - EPE) deverão realizá-las 3 dias/semana numa duração entre 20’ a 30’.

Caso haja interesse ou necessidade em aumentar a carga total, esta não deverá exceder os 5% por semana.

Treino de Fortalecimento Muscular:
Pode ser realizado com pesos livres, materiais de resistência variável (elásticos) ou máquinas mais ou menos funcionais. Nestas faixas etárias são preferidos exercícios em máquinas que controlem o movimento por serem, pelo menos numa fase inicial, mais seguros.

  • Entre 2 a 3 vezes/semana sendo que obrigatoriamente deverá existir um período de 48 horas entre sessões.
  • As sessões deverão contemplar 8 a 10 exercícios utilizando os principais grupos musculares e durando uma média de 30’.
  • Cada exercício deverá ser realizado 1 ou 3 vezes (séries) com intervalos de recuperação de 2’ a 3’ e terá de 10 a 15 repetições sendo que a última repetição deverá ser realizada em fadiga (correspondente a 65-75% de uma repetição máxima - RM).

As primeiras 4 semanas deverão ser feitas com supervisão e carga reduzida (sem fadiga às 25 repetições) para familiarização com o exercício, preparação do sistema músculo-esquelético e, dessa forma, reduzir o risco de lesão.

O ajuste de cargas (quando necessário) deve ser feito mensalmente.

Treino de Flexibilidade:

  • Mínimo de 2 dias/semana, englobando os principais grupos musculares.
  • Mínimo de 30 segundos/alongamento com sensação de desconforto - repetir 3 a 4 vezes.

Treino de Equilíbrio:
Também conhecido como treino propriocetivo ou de coordenação neuromuscular, tem particular interesse em grupos com risco acrescido de queda.

O Tai Chi é um dos melhores exemplos deste tipo de treino.

  • Idealmente num total de 20’, 3 dias/semana.


Tabela 1


Tabela 2

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
LPCC aconselha
Outubro é o mês da Prevenção do Cancro da Mama, o tipo de cancro mais comum entre as mulheres e a su

De acordo com a Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), o cancro de mama tem uma alta incidência e uma alta taxa de mortalidade, sobretudo na mulher. Dados revelam que morrem quatro mulheres por dia, com a doença.

Mas, cerca de um por cento, de todos os casos diagnosticados em Portugal, afeta os homens. Por isso é fundamental sensibilizar a população para a deteção precoce do cancro de Mama e relembrar que não acontece só aos outros, e nem apenas às mulheres.

Conhecidos alguns fatores de risco, cerca de cinco a dez por cento dos cancros de mama diagnosticados aparentam características genéticas e hereditárias, que obrigam a um acompanhamento mais cuidadoso e precoce dos familiares.

Na realidade, a investigação tem, ao longo dos anos, vindo a demonstrar que há mulheres que apresentam maior risco de desenvolver cancro da mama.

Este risco parece estar associado a determinados fatores de risco, tais como:

1. A idade. O cancro de mama é menos comum antes da menopausa, por isso, com o aumento da idade aumenta com ela também o risco de sofrer da doença. Sabe-se que o cancro de mama tem maior incidência na mulher depois dos 50 anos.
2. História pessoal de cancro de mama. Uma mulher que tenha sofrido de cancro numa das mamas tem maior risco de desenvolver a doença na outra mama.
3. História familiar. O aumento do risco de cancro de mama acontece se já houver antecedentes familiares desta doença. Em especial, se este tive ocorrido antes dos 40 anos.
4. Algumas alterações na mama. Algumas mulheres apresentam células mamárias anormais. Ter determinado tipo de células, como a hiperplasia atípica ou o carcinoma lobular in-situ, aumenta o risco de cancro de mama.
5. Alterações genéticas. A alteração de determinados genes – BRCA1 e BRCA2 – aumenta o risco de cancro. Sempre que há um histórico familiar da doença, os testes genéticos podem detetar a presença destas alterações dando a possibilidade de serem tomadas medidas preventivas no sentido de reduzir o risco de cancro e que possibilitam a deteção precoce da doença.
6. A primeira gravidez depois dos 31 anos.
7. História menstrual longa. Mulheres que tiveram a primeira menstruação precocemente (antes dos 12 anos) e tiveram uma menopausa tardia (após os 55 anos) ou que nunca tiveram filhos têm maior risco de sofrer de cancro de mama.
8. Terapêutica hormonal de substituição. Parece haver uma relação entre a toma prolongada – durante cinco ou mais anos – da terapêutica hormonal para a menopausa (apenas com estrogénios ou estrogénios e progesterona) e o aumento do risco do cancro de mama.

No entanto, de acordo com a LPCC “muitos dos fatores de risco citados podem ser evitados; outros, como a história familiar, não podem ser evitados. É, no entanto, útil saber e estar consciente dos fatores de risco, ainda que muitas mulheres com esses fatores de risco não apresentem cancro de mama”.

Por isso, em risco ou não, preste atenção aos sinais!

A alteração do tamanho ou a forma da mama, por exemplo, pode indicar que alguma coisa não está bem.

Mas deixamos-lhe aqui outros sinais a ter em conta:
- Secreção ou perda de líquido pelo mamilo
- Qualquer alteração na mama ou mamilo, quer no aspeto quer na palpação
- Qualquer nódulo ou espessamento da mama, perto da mama ou na zona das axilas
- Sensibilidade no mamilo
- Retração do mamilo, ou seja, o mamilo virado para dentro da mama
- Pele da mama, aréola ou mamilo com aspeto escamoso, vermelho ou inchado

Caso apresente um destes sinais, aconselhe-se com o seu medico e lembre-se: a deteção precoce pode salvar-lhe a vida.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Em Portugal
O consumo de carne de vaca e de porco tem vindo a diminuir em Portugal desde 2008, enquanto a carne de aves tem vindo a...

“Desde que há registo, inverte-se pela primeira vez uma tendência: a carne de aves (animais de capoeira) cresce ao contrário da de bovino e a de suíno. Mesmo assim, a proporção de proteína de origem animal ainda está acima do desejável”, refere o relatório Alimentação Saudável em Números 2014 da Direção-geral da Saúde, que recorre a dados do Instituto Nacional de Estatística entre os anos de 2008 e 2012.

Um estudo divulgado pela Agência Internacional para a Investigação sobre o Cancro (IARC, na sigla em inglês)revela que a carne processada – como bacon, salsichas ou presunto – é cancerígena para os seres humanos.

O mesmo documento da IARC (agência que depende da Organização Mundial de Saúde - OMS) alertou que a carne vermelha também é “provavelmente” cancerígena.

O relatório referiu que a ingestão diária de 50 gramas de carne processada – menos de duas fatias de bacon – aumenta a probabilidade de desenvolver cancro colo-rectal (também conhecido como cancro do intestino) em 18%.

De acordo com dados do INE, em 2008, a carne bovina tinha um peso no consumo de 19,6 quilos por habitante, que baixou para 16,7 em 2012.

Também a carne de porco registou a tendência decrescente, passando de um consumo de 47,1 quilos por habitante em 2008 para 43,3 quilos/habitante em 2012.

Já o consumo de carne de animais de capoeira foi aumentando, de 33,8 quilos/habitante em 2008 para 35,8 quilos em 2012.

De uma forma geral, registou-se entre 2008 e 2012 um decréscimo de consumo do grupo de alimentos “carne, pescado e ovos”, que contudo “não foram suficientes para baixar substancialmente as disponibilidades excedentárias destes grupos”.

Ordem dos Nutricionistas
A bastonária da Ordem dos Nutricionistas congratulou-se com o facto da Organização Mundial da Saúde classificar os alimentos...

Coube à Organização Mundial da Saúde (OMS) esta classificação, que coloca alimentos como o fiambre, bacon, salsichas ou presunto ao nível do tabaco, em termos de efeitos prejudicais para a saúde de quem os consome.

O estudo da Agência Internacional para a Investigação sobre o Cancro (IARC, na sigla em inglês) indica que a carne processada é cancerígena para os seres humanos e alerta para o facto de a carne vermelha também é “provavelmente” cancerígena.

O relatório referiu que a ingestão diária de 50 gramas de carne processada – menos de duas fatias de bacon – aumenta a probabilidade de desenvolver cancro colo-rectal (também conhecido como cancro do intestino) em 18%.

A classificação foi bem recebida pela bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Alexandra Bento, que não ficou, contudo, surpreendida.

“Para os profissionais de saúde, o facto não é novidade. Há estudos que associam estes alimentos ao cancro, assim como identificam os hortofrutícolas como potenciais diminuidores do risco de doença oncológica”, disse.

Alexandra Bento reconhece que “não é fácil mudar hábitos alimentares de um dia para o outro”, mas afirmou ser esta uma oportunidade para recuperar o consumo da dieta mediterrânica, que foi abandonada nos últimos tempos.

“Se sabemos que há uma relação entre os hábitos alimentares e a saúde e que os erros alimentares podem levar a doenças, nomeadamente ao cancro, então devemos pensar nos alimentos que devem ser a base da nossa alimentação”, afirmou, numa referência aos hortofrutícolas.

Em relação às carnes vermelhas, a nutricionista diz que esta apenas deve ser consumida esporadicamente.

“Em alimentação não devemos diabolizar alimentos, mas devemos consumi-los com peso e medida”, adiantou.

Alexandra Bento reconhece que “as fileiras vão posicionar-se”, numa referência aos produtores destes produtos.

O documento foi elaborado por um grupo de trabalho composto por 22 especialistas de 10 países, que foram convocados para o Programa de Monografias da IARC, organização com sede na cidade francesa de Lyon.

O grupo de trabalho considerou que existem “provas suficientes” de que a ingestão de carne processada está ligada ao cancro colo-rectal.

A IARC especificou que o termo “carne vermelha” está associado a “todos os tipos de carne muscular de mamíferos, como carne de vaca, vitela, porco, carneiro, cavalo ou cabra”.

Por sua vez, a carne processada está relacionada com produtos “que foram transformados através de um processo de salga, fumeiro, fermentação ou outros processos para melhorar o sabor ou conservação”.

Nesta categoria estão incluídos, entre outros, produtos como salsichas, presunto, carne enlatada, bacon e preparados ou molhos à base de carne.

Atualização das recomendações
O Comité dos Medicamentos de Uso Humano da Agência Europeia do Medicamento adotou as recomendações do Comité de Avaliação do...

Lipodistrofia
No início dos anos 2000, a advertência relativa a lipodistrofia foi introduzida no RCM/FI destes medicamentos para refletir os dados clínicos observados em doentes que tomavam as combinações de medicamentos disponíveis à data. Neste contexto, o termo “lipodistrofia” refere-se a alterações na quantidade de gordura corporal, bem como na sua distribuição no organismo. Análises mais recentes sugerem que apenas alguns medicamentos causam alterações da gordura corporal (zidovudina, estavudina e, provavelmente, didanosina) e que estas dizem respeito a perda de gordura subcutânea (lipoatrofia). Não existe evidência clara de que os medicamentos para o tratamento de infeções por vírus de imunodeficiência humana (VIH) causem lipodistrofia (acumulação de gordura).

Assim, de acordo com evidência atual:
- A advertência geral sobre lipodistrofia deve ser eliminada do Resumos das Características dos Medicamentos e os Folhetos Informativos (RCM/FI) dos medicamentos para o tratamento de infeções por VIH;
- A advertência específica relativa à perda de gordura subcutânea permanecerá no RCM/FI dos medicamentos que contêm zidovudina, estavudina e didanosina.

Os RCM/FI dos medicamentos com AIM centralizada Aptivus, Atripla, Combivir, Crixivan, Edurant, Emtriva, Epivir, Eviplera, Evotaz*, Intelence, Invirase, Kaletra, Kivexa, Lamivudine ViiV*, Norvir, Prezista, Reyataz, Rezolsta*, Stocrin, Stribild, Sustiva*, Telzir, Triumeq*, Trizivir, Truvada, Viramune, Viread, Zerit e Ziagen serão atualizados para eliminar a advertência sobre a lipodistrofia.
Os RCM/FI dos medicamentos com AIM centralizada Combivir, Trizivir e Zerit serão atualizados com uma advertência sobre a perda de gordura (lipoatrofia).

Os RCM/FI de medicamentos com AIM nacional serão também atualizados de acordo com estas recomendações.

Acidose láctica
De modo similar, no início dos anos 2000, a advertência relativa à acidose láctica foi introduzida no RCM/FI dos medicamentos da classe dos análogos nucleosídeos e nucleótidos. Contudo, uma análise recente dos estudos, dos casos notificados e da literatura publicada demonstra que o risco de acidose láctica difere substancialmente entre os medicamentos da mesma classe.

Assim, de acordo com a evidência atual, a advertência de classe relativa à acidose láctica deve ser eliminada do RCM/FI dos medicamentos análogos nucleosídeos e nucleótidos, exceto dos medicamentos que contêm zidovudina, estavudina e didanosina.

Os RCM/FI dos medicamentos com AIM centralizada Atripla, Emtriva, Epivir, Eviplera, Kivexa, Lamivudine ViiV, Stribild, Triumeq, Truvada, Viread e Ziagen serão atualizados para eliminar a advertência sobre a acidose láctica.

Os RCM/FI dos medicamentos com AIM centralizada Combivir, Trizivir e Zerit mantêm a advertência sobre a acidose láctica.

Os RCM/FI de medicamentos com AIM nacional serão também atualizados de acordo com estas recomendações.

Face ao exposto, a Agência Europeia do Medicamento (EMA) e o Infarmed informam o seguinte:
Profissionais de Saúde
- Esta revisão da informação de segurança não identificou novos riscos ou preocupações; devem esclarecer os doentes que, para vários medicamentos, a informação prévia sobre o risco de alterações da gordura corporal e acidose láctica já não é considerada relevante.

Doentes
- Devem continuar a tomar os medicamentos que lhes foram prescritos;
- Caso tenham dúvidas, devem discuti-las com o seu médico.

* Os medicamentos com AIM centralizada Evotaz, Lamivudine ViiV, Rezolsta, Sustiva e Triumeq não se encontram comercializados em Portugal.

Organização Mundial de Saúde
A carne processada – como bacon, salsichas ou presunto – é cancerígena para os seres humanos, segundo um estudo divulgado pela...

O mesmo documento da Agência Internacional para a Investigação sobre o Cancro (IARC - agência que depende da Organização Mundial de Saúde) alertou que a carne vermelha também é “provavelmente” cancerígena.

O relatório referiu que a ingestão diária de 50 gramas de carne processada – menos de duas fatias de bacon – aumenta a probabilidade de desenvolver cancro colo-rectal (também conhecido como cancro do intestino) em 18%.

O documento foi elaborado por um grupo de trabalho composto por 22 especialistas de 10 países, que foram convocados para o Programa de Monografias da IARC, organização com sede na cidade francesa de Lyon.

O grupo de trabalho considerou que existem “provas suficientes” de que a ingestão de carne processada está ligada ao cancro colo-rectal.

Os mesmos especialistas classificaram o consumo de carne vermelha como “provavelmente” cancerígeno para os seres humanos, com base em “provas limitadas” de que a ingestão deste tipo de alimento pode estar associada ao cancro colo-rectal, mas também ao cancro do pâncreas e ao cancro da próstata.

“Para um indivíduo, o risco de desenvolver cancro colo-rectal por consumir carne processada é pequeno, mas o risco aumenta à medida que aumenta a quantidade de carne consumida”, afirmou Kurt Straif, chefe do Programa de Monografias da IARC, citado num comunicado.

E acrescentou: “Tendo em conta o grande número de pessoas que consome carne processada, o impacto global sobre a incidência de cancro é de grande importância para a saúde pública”.

O grupo de trabalho da IARC teve em consideração mais de 800 estudos que investigaram a associação de mais de uma dúzia de tipos de cancro com o consumo de carne vermelha e de carne processada em vários países e populações com diferentes dietas.

Para o diretor da IARC, Christopher Wild, “estes resultados confirmam as recomendações atuais de saúde pública para se limitar o consumo de carne”.

O representante lembrou, no entanto, o “valor nutricional” da carne vermelha, esperando que as conclusões do estudo sirvam para os governos e as agências reguladoras emitirem as suas próprias recomendações dietéticas.

No comunicado divulgado, a IARC especificou que o termo “carne vermelha” está associado a “todos os tipos de carne muscular de mamíferos, como carne de vaca, vitela, porco, carneiro, cavalo ou cabra”.

Por sua vez, a carne processada está relacionada com produtos “que foram transformados através de um processo de salga, fumeiro, fermentação ou outros processos para melhorar o sabor ou conservação”.

Nesta categoria estão incluídos, entre outros, produtos como salsichas, presunto, carne enlatada, bacon e preparados ou molhos à base de carne.

Cientistas europeus
Investigadores de oito países europeus vão elaborar um guia sobre medicação de idosos dirigido essencialmente a profissionais...

Investigadores e especialistas da Alemanha, Espanha, Grécia, Itália, Polónia, Portugal, Reino Unido e Suécia “reuniram-se em consórcio para estudar o impacto da polimedicação e adesão à terapêutica na saúde dos idosos”, anunciou a Universidade de Coimbra (UC).

A equipa de especialistas envolvidos no projeto está a “identificar estudos de caso que ilustrem o estado de desenvolvimento da polimedicação e da gestão da adesão à terapêutica dos idosos em diferentes Estados membros da União Europeia” e vai “elaborar um guia de boas práticas, dirigido aos profissionais de saúde, especialmente aos médicos, enfermeiros e farmacêuticos”, acrescenta a UC.

A polimedicação é um “tema que ainda tem merecido pouca atenção”, apesar de representar “um sério problema na população idosa, especialmente na franja de idosos que vivem sozinhos e/ou em condições de saúde frágil”, adverte a UC.

O projeto pretende contrariar a tendência para a polimedicação e promover “a implementação de regulamentação em países onde ainda não existe, como é o caso de Portugal”.

A equipa portuguesa, liderada pelo Ageing@Coimbra/Região Europeia de Referência para o Envelhecimento Ativo e Saudável, é constituída por seis investigadores das faculdades de Farmácia e de Medicina da UC, contando ainda com a colaboração da Universidade de Lisboa.

Em Portugal, que "tem uma população envelhecida", a polimedicação desadequada é “um problema gravíssimo de saúde pública, com gastos enormes, quer para o Estado, quer para as famílias”, salienta João Malva, coordenador científico do Ageing@Coimbra.

“As complicações de saúde geradas pela polimedicação são imprevisíveis, exigindo respostas urgentes por parte dos decisores políticos”, sustenta ainda o investigador.

O projeto visa também “fornecer recursos para apoiar os decisores políticos na criação de regulamentação nesta matéria, promovendo a mudança na prática de cuidados de saúde e de política para obter melhores resultados de saúde a partir do uso de medicamentos em idosos em toda a União Europeia”, refere a UC.

“Um dos maiores desafios da sociedade na Europa prende-se com as alterações demográficas e o rápido crescimento da população com mais de 65 anos”, refere a UC, sublinhando que esta população evoluirá de 87 milhões de pessoas, em 2010, para 148 milhões, em 2060.

Com um orçamento global de um milhão de euros, financiado pelo terceiro Programa Europeu de Saúde, o projeto intitulado Simpathy (Stimulating Innovation Management of Polypharmacy and Adherence in The Elderly) é coordenado pelo Governo da Escócia.

Estudo
Um projeto da Universidade de Coimbra que analisou a saúde da população entre 1991 e 2011 identificou "sinais de alerta...

O projeto GeoHealthS, coordenado pela professora catedrática Paula Santana, do Centro de Estudos em Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Coimbra (CEGOTUC), desenvolveu o Índice de Saúde da População (INES) - uma medida que agrega resultados em saúde e determinantes em saúde, contando com 43 critérios de avaliação de saúde da população aplicados nos 278 municípios de Portugal Continental.

O estudo conclui que houve um aumento de mais do dobro de famílias monoparentais entre 1991 e 2011, passando de uma média de 6,1% para 12,6%, tendo incrementado "em quase todos os municípios" do território continental.

"Os maiores aumentos registam-se em municípios localizados no Sul do país, sendo que mais de metade [53%] integra a região do Alentejo", com concelhos em Portugal a registar uma proporção de famílias monoparentais superior a 15,5%.

Segundo o projeto de investigação coordenado por Paula Santana, a monoparentalidade "encontra-se associada a maior risco de privação de pobreza, principalmente nas mulheres", havendo vários estudos que indicam um risco acrescido para a criança ao nível da saúde mental.

O projeto, que identificou uma melhoria generalizada do valor global de saúde, registou também um aumento da proporção de nados vivos com peso inferior a 2.500 gramas para um tempo de gestação superior a 37 semanas, passando de uma média 2,9% entre 1989 a 1993, para 3,4% entre 2007 e 2011.

Também se registou um aumento dos nados vivos prematuros (com menos de 37 semanas de gestação), entre 1999 a 2003 (6,5%) e 2007 a 2011 (8,7%), apesar de se ter registado uma descida quando comparada com o intervalo de tempo de 1989 a 1993 (9,5%).

A diretora de Pediatria do Hospital Santa Maria e membro da equipa do projeto, Maria do Céu Machado, considera que este aumento de nados vivos com baixo peso pode estar associado ao aumento de fumadoras entre os 15 e 24 anos, ao adiamento da gravidez (que também influencia a prematuridade), bem como à crise, que leva "a malnutrição materna, mas também ao aumento do tabagismo, alcoolismo e stress".

Também a prevalência de excesso de peso e obesidade na população com mais de 20 anos constitui um alerta, tendo aumentado de 48,5% em 1995/1996 para 54,3% em 2005/2006, com o incremento da prevalência de excesso de peso a ser "mais expressivo" no norte do país.

Portugal também tem hoje mais idosos a viverem sozinhos.

De 18,9% dos idosos a viverem sozinhos em 1991, Portugal passou a ter 20,1% nessa situação em 2011, com o valor máximo registado num município a chegar a mais de um quarto da população idosa (26,9%).

Também a criminalidade aumentou em quase todos os municípios de Portugal Continental (78,5%) e mais de metade dos concelhos (52%) registou um aumento do suicídio nos 20 anos analisados.

O projeto foi financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e contou com a participação de 16 entidades da administração central, regional e do ensino superior.

Estudo
Um projeto de investigação da Universidade de Coimbra que analisou a saúde da população portuguesa entre 1991 e 2011 concluiu...

A equipa do projeto GeoHealthS, que desenvolveu um Índice de Saúde da População que avalia o valor global de saúde entre 1991 e 2011 nos 278 municípios de Portugal Continental, concluiu que a saúde da população evoluiu positivamente em cerca de 98% dos municípios portugueses, nos 20 anos analisados.

Apesar da evolução, o estudo a que a agência Lusa teve acesso constata que mais de metade dos concelhos posiciona-se abaixo do valor global de saúde de referência em 2011.

Como contributo positivo para a evolução positiva do valor global de saúde, destacam-se o aumento da esperança de vida aos 65 anos, a diminuição das mortes evitáveis (sensíveis à prevenção primária, promoção da saúde, cuidados de saúde e pobreza), os ganhos no acesso aos cuidados de saúde e farmacêuticos, aumento da cobertura de sistemas de água e de saneamento, melhorias na habitação, aumento da população com ensino superior e diminuição do abandono escolar, entre outros fatores.

As assimetrias entre municípios também diminuíram ao longo dos 20 anos analisados, mas continuam "a verificar-se desigualdades geográficas", maioritariamente relacionadas com densidade populacional e dinâmicas urbanas, com os municípios de baixa densidade, mais envelhecidos e predominantemente rurais a registarem os piores valores.

Segundo o estudo, há uma tendência de evolução negativa em 31% dos municípios entre 2001 e 2011, que está associado a determinantes em saúde, nomeadamente a fatores económicos e sociais.

De acordo com a equipa de investigação, coordenada pela investigadora do Grupo de Investigação em Geografia da Saúde da Universidade de Coimbra Paula Santana, as potenciais áreas de intervenção prioritária serão a morbilidade nos municípios na faixa litoral, a mortalidade em áreas rurais e periféricas do país, bem como a dimensão económica e social e o ambiente físico.

"Os problemas em saúde [frequência e severidade] não estão distribuídos de forma uniforme nem pela população nem pelo território", alerta a equipa, considerando que "as consequências práticas de como o território se organiza e a capacidade de resposta dos municípios para a resolução dos problemas sociais, económicos e ambientais devem ser tomadas em linha de conta quando se observa a saúde da população".

O Índice de Saúde da População (INES), desenvolvido no âmbito do projeto GeoHealthS, é uma medida que agrega resultados em saúde e determinantes em saúde, contando com 43 critérios de avaliação de saúde da população.

O Índice (disponível para consulta em saudemunicipio.uc.pt) avaliou o valor global de saúde entre 1991 e 2011, à escala do município.

O projeto GeoHealthS, coordenado pelo Centro de Estudos em Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Coimbra (CEGOTUC), contou com a participação de 16 entidades da administração central, regional e do ensino superior e foi financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.

 

Saúde reprodutiva
Nos últimos anos, o desenvolvimento das técnicas de fertilização ‘in vitro’, cultura, diagnóstico e

Determinados estilos de vida são cada vez mais reconhecidos como negativos. Estes podem afetar não só a saúde reprodutiva como também a eficácia das técnicas reprodutivas. São exemplo o excesso de peso, o consumo de tabaco, de álcool e de cafeína, as alterações do ritmo circadiano, entre outros. Esta influência é relevante até cerca três a quatro meses antes da conceção, aquando a formação e maturação dos gâmetas. Tanto o homem como a mulher podem comprometer a sua capacidade reprodutiva ao acumular vários destes fatores no seu dia-a-dia.

A obesidade arrasta consigo inúmeras condições médicas graves para a saúde e também para a saúde reprodutiva. Muitos estudos demonstraram o aumento do tempo de conceção, o maior risco de aborto e maior número de complicações na gravidez. Quando a dieta é desequilibrada há uma redução da conceção espontânea.

A prática de exercício físico na mulher é um benefício não só na manutenção do peso, mas também na diminuição do risco de outras doenças, no entanto quando em excesso correlaciona-se negativamente com a fertilidade.

São amplamente conhecidos os malefícios do tabaco na saúde reprodutiva. Os seus efeitos são dose dependentes afetando inúmeros aspetos da reprodução feminina como o desgaste ovárico prematuro com a menopausa precoce, a alteração do funcionamento ovárico com uma menor taxa de gravidez, o aumento da taxa de aborto, o maior risco de gravidez extrauterina e o compromisso da capacidade reprodutiva na geração seguinte. Pelo lado masculino ocorrem alterações da fisiologia espermática comprometendo o sucesso quer na conceção espontânea quer na assistida.

O risco de aborto e malformações congénitas está aumentado associado ao consumo excessivo de álcool, independentemente de quem o consome. No homem o álcool associa-se à diminuição da qualidade e volume seminal, enquanto na mulher coexistem alterações do ciclo menstrual.

O consumo excessivo de cafeína (com mais de 300mg ao dia, cerca de 4 chávenas) também se associa ao aumento do risco de aborto tardio e nado morto.

A nossa sociedade, cada vez mais global, é mais exigente e durante 24h por dia. Há cada vez mais profissões que afetam o ritmo circadiano, sobretudo com o trabalho por turnos e trabalho noturno.

A fertilidade fica comprometida por afeção endócrina causando distúrbios menstruais, endometriose, aborto e parto prematuro, entre outros. No entanto o efeito do stress ainda não se conseguiu demonstrar como um fator negativo para o processo reprodutivo.

Outro fator que sabemos que influencia de forma determinante o sucesso reprodutivo, espontâneo ou assistido, é a idade feminina contra o qual não há qualquer modificação do estilo de vida que o possa contrariar além de se alertar para essa situação.

O desenvolvimento tecnológico da área da medicina de reprodução tem sido enorme na ajuda da concretização do projeto reprodutivo do casal infértil. No entanto a modificação e a adoção de um estilo de vida saudável é fundamental na otimização de todo o processo.

A existência de programas de intervenção pré-concecional, com abordagem individual e coletiva tem uma importância extrema na sensibilização para o problema da fertilidade.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Fertilidade
Em 1978, o nascimento de Louis Brown foi um marco incontornável na história da Medicina da Reproduçã

Apesar de todos os avanços ao longo dos anos e do aumento considerável das taxas de sucesso dos tratamentos de reprodução assistida, este continua a ser um dos campos da Medicina que mais perguntas tem por responder. “Doutor, os meus óvulos vão ser bons?”, “Os espermatozoides do meu marido serão rápidos o suficiente?”, “Vamos ter muitos embriões? Se assim for, deveremos criopreservar alguns, não é?”. Estas são apenas algumas das questões que são colocadas a priori aos profissionais da área.

Numa primeira consulta de fertilidade, uma das preocupações do casal é saber a qualidade e quantidade de gâmetas de ambos. Por norma, a mulher procura saber se realmente os seus óvulos serão suficientes e o homem se os seus espermatozoides são rápidos e em bom número. No caso feminino, sabemos que com a idade, o número e qualidade de ovócitos tende a diminuir e que muitas vezes quantidade não significa obrigatoriamente qualidade. Há exames femininos que permitem saber indiretamente o número de ovócitos mas o acesso à qualidade só é permitido quando os ovócitos já se encontram em laboratório (ocorre aquando duma punção folicular - procedimento cirúrgico em que os óvulos são retirados para posterior inseminação em laboratório).

Por outro lado, e de uma forma mais simples, o espermograma constitui hoje uma ferramenta básica no diagnóstico momentâneo da fertilidade masculina, traduzindo-se numa descrição da concentração, mobilidade, viabilidade e morfologia dos espermatozoides. Assim sendo, no contexto de um tratamento de fertilização in vitro, havendo ovócitos e espermatozoides é possível em laboratório prosseguir com a inseminação, cultura de embriões originados e posterior transferência dos embriões para o útero materno com o objetivo do nascimento de um bebé saudável.

A verdade é que apesar de dispormos de uma vasta melhoria tecnológica como meios de cultura de embriões otimizados, material laboratorial e incubadoras mais específicas, profissionais melhor treinados, entre outros, uma pergunta fundamental que atormenta os especialistas continua no ar: “quais os melhores embriões a transferir para o útero da mulher?”. Ultrapassando a questão da quantidade e qualidade dos gâmetas, a qualidade dos embriões surge como o desafio seguinte. Dado o limite óbvio no número dos embriões que se podem transferir para o ambiente uterino (três em Portugal), é crucial que sejamos capazes de escolher os melhores. E, de facto, esta escolha nem sempre é fácil. Há certos parâmetros que são “obrigatoriamente” avaliados em cada embrião e a soma destes parâmetros resulta assim numa classificação embrionária que traduz a probabilidade de implantação do embrião. Não seria problemático se, de facto, a classificação fosse infalível mas o que constatamos na nossa rotina clínica é diferente. De facto, há casos em que os embriões com melhor classificação não têm capacidade de implantação e, outras vezes, embriões com uma classificação mais pobre são capazes de originar um bebé.

Estes acontecimentos levam-nos a admitir que estes são os casos mais problemáticos para um laboratório de reprodução e concluímos que a qualidade embrionária é uma área extensa e ainda com muito por desvendar. A constatação é óbvia, é necessária muito mais investigação científica no que toca a este âmbito e é essencial, dentro dos próximos anos, responder à pergunta: “o que é um bom embrião?”

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Capacidade reprodutiva
Hoje em dia existe um número elevado de casais que procuram ajuda para a realização de tratamentos d
Mulher com teste de gravidez e calendário

Enquanto na década de 70 a idade média das mulheres aquando o nascimento do primeiro filho se situava nos 24,4 anos, no ano de 2014 a idade média da mulher passou para os 30 anos (Fontes/Entidades: INE, PORDATA, dados atualizados em: 2015-04-30). Mas este adiar traz consequências menos boas para o projeto da maternidade. Uma delas é a infertilidade, outra é que as mulheres ao terem o primeiro filho mais tarde muitas vezes acabam por não ter tantos filhos como aqueles que desejariam ter por falta de tempo.

Mas por que razão a capacidade reprodutiva da mulher diminui a partir de certa idade?

Redução quantidade de ovócitos As mulheres nascem com uma reserva de ovócitos limitada que se vai gastando ao longo da sua vida. Um feto feminino às 18-20 semanas de gestação tem aproximadamente 6 a 7 milhões de células germinais (que vão originar os ovócitos) nos seus ovários. No momento do nascimento, esse número decresce para os 1-2 milhões. No início da puberdade, o número de ovócitos reduz-se aos 400.000 - 500.000 dos quais somente 400 a 500 chegam a ovular. No ciclo menstrual, são utilizados vários folículos mas apenas um deles vai ovular. Os restantes folículos (que contém os ovócitos) vão degenerar e desaparecer. Nos anos que antecedem a menopausa, o gasto de folículos é ainda maior.

Redução da qualidade dos ovócitos

Por outro lado, com o avanço da idade, existe um aumento do número de alterações cromossómicas nos ovócitos que conduzem a alterações no cariótipo dos embriões (alterações cromossómicas). As alterações mais frequentes associadas à idade materna avançada (depois dos 38 anos) são; trissomia dos cromossomas 13, 14, 16, 18 e 21 e uma monossomia do cromossoma X. Como consequência as mulheres destas idades acabam por ter mais abortos do que as mais jovens.

Mas será que o útero também envelhece tão rapidamente quanto os ovários?

Muitos dos estudos publicados na literatura realizados com mulheres recetoras de ovócitos puderam verificar que a recetividade do útero era constante até aos 45 anos mas que a partir dos 45 até aos 50, a capacidade de gravidez das mulheres caía de forma abrupta. A razão para a diminuição da taxa de gravidez era justificada pela redução da recetividade do endométrio a partir dessa idade.

Em resumo, podemos dizer que a quantidade e a qualidade dos ovócitos diminuem a partir dos 35 anos. No entanto, a recetividade do útero só parece estar comprometida a partir dos 45 anos.

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