OMS
Dois casos de poliomielite em crianças pequenas foram confirmados na Ucrânia, o que ocorre pela primeira vez na Europa desde...

A doença, que causa uma paralisia total ou parcial, foi detetada em duas crianças, de quatro anos e de dez meses, na região da Transcarpátia (sudoeste da Ucrânia), segundo um comunicado da Organização Mundial de Saúde (OMS).

“É o primeiro caso de poliomielite na Europa desde 2010”, precisou um porta-voz da organização em Genebra, Oliver Rosenbauer.

Em 2010, foram registados 14 casos de pólio na Rússia, alguns deles na parte europeia do país, a oeste dos Urais. Os casos estavam relacionados com um surto no Tajiquistão e no Afeganistão, país onde a doença continua a ter uma prevalência importante.

Na Ucrânia, precisou, é “o primeiro caso desde 1996”.

A OMS considera no entanto que o risco de contaminação internacional é fraco, apesar de aquela região fazer fronteira com a Roménia, a Hungria, a Eslováquia e a Polónia.

A Ucrânia está especialmente exposta ao risco de surgimento do vírus da poliomielite porque a taxa de vacinação contra esta doença é de apenas 50% das crianças, segundo a associação Polio Global Eradication Initiative.

O Ministério da Saúde ucraniano admitiu por seu lado que os problemas relativos à vacinação existem desde 2008.

O vice-ministro da Saúde, Igor Pereguinets, disse à agência France Presse que o risco de contágio continua a ser elevado tanto para as crianças como para os adultos, na medida em que, devido “ao baixo nível de imunização”, o vírus sofreu “numerosas mutações”.

O responsável apontou como causas da situação “a falta crónica de financiamento” e as campanhas anti-vacinação desencadeadas em 2008 após a morte de uma criança que recebera uma vacina contra o sarampo.

O país recebeu na primavera, “a título de ajuda humanitária”, vacinas contra a poliomielite que “cobrem as necessidades daqui para a frente”.

A poliomielite foi considerada erradicada a 99% pela OMS até o vírus reaparecer na Somália em 2013.

Nesse ano, a OMS classificava apenas três países onde a doença era endémica – Afeganistão, Nigéria e Paquistão -, contra mais de 125 em 1988.

Especialista alerta
A motivação para alterar de estilo de vida é baixa entre aqueles que têm excesso de peso, uma doença que exige ajuda médica e...

"As pessoas têm de perceber que a obesidade e excesso de peso é uma doença", afirmou a coordenadora do programa Peso da Saúde, Ana Macedo, e exemplifica: "quando uma pessoa tem diabetes não tem dúvida de que tem de ir ao médico, vigiar a doença e tomar os medicamentos".

No entanto, quando a pessoa tem excesso de peso ou obesidade "acha que grande parte da culpa é sua", depois os médicos "valorizam isto pouco e, muitas vezes não sabem como abordar o assunto e as pessoas acham que isto se resolve sozinho", referiu.

O programa Peso da Saúde percorreu mais de 20 praias do país, incluindo os Açores, apelando à participação de voluntários e cerca de mil tiveram a sua composição corporal avaliada, ao mesmo tempo que recebiam uma explicação sobre a caracterização do seu peso e respondiam a algumas questões.

No final, foram retiradas algumas conclusões e a médica apontou que "à pergunta se estavam dispostas a mudar o seu estilo de vida, a motivação é muito baixa", já que menos de metade das pessoas diz estar motivada.

Este assunto "não se resolve de outra maneira", por isso, a especialista transmitiu a sua preocupação e defendeu ser necessário começar por motivar os portugueses.

"Apesar de tudo, hoje temos fármacos eficazes para tratar doenças [como diabetes ou hipertensão] e não temos uma oferta muito específica e eficaz no que à obesidade diz respeito, temos muitas, mas todas elas carecem, antes de mais, de um compromisso da pessoa numa coisa que é muito difícil que é mudar hábitos", alertou a coordenadora do programa.

Como reconheceu, "é difícil, mas "existe uma solução e tem de passar por uma maior grau de informação, primeiro do risco, e as pessoas têm de ter consciência de que o excesso de peso é um risco, fez-se isso com o tabaco, tem de fazer-se em relação ao excesso de peso".

Por outro lado, é necessário começar a consciencializar as pessoas de que "precisam de ser ajudadas por um profissional de saúde" para escolher a estratégia para emagrecer, afastando a ideia da "dieta milagrosa", que, segundo Ana Macedo, "continua a existir", nomeadamente na publicidade, que em três meses se resolve o assunto.

Ora, alertou a médica, a solução não é tão rápida e "há um trabalho individual, feito no consultório, seja pelo médico ou pelo nutricionista, há um trabalho social", ou seja, como é que enquanto sociedade é incorporado este problema.

E "um número reduzido de pessoas falou com o médico sobre este assunto", só cerca de 23% daqueles com excesso de peso ou obesidade diz já ter ido ao médico, o que "é muito pouco", e continuam a fazer a gestão da doença sozinhas, transmitiu Ana Macedo.

O programa Peso da Saúde, cujo balanço é apresentado na quinta-feira, é uma ação de educação e sensibilização para alertar os adultos para os danos do excesso de peso e para as doenças graves que pode causar.

Especialista diz
Metade de um grupo de mil portugueses tem excesso de peso ou obesidade, mas somente um em cada 10 tem consciência de ser obeso,...

Ana Macedo coordenou o programa Peso e Saúde que percorreu mais de 20 praias do país, incluindo os Açores, apelando à participação de voluntários que tinham a sua composição corporal avaliada, ao mesmo tempo que recebiam uma explicação sobre a caracterização do seu peso e respondiam a algumas questões.

Com base nestes dados, a coordenadora avançou algumas conclusões do trabalho, que irá ter algum seguimento num estudo nacional a ter lugar a partir de setembro, com questionários à população.

Do total das cerca de mil pessoas que participaram no programa, "10,5% têm uma classificação como obesas, isto é, têm um índice de massa corporal superior a 30, que é o que estávamos à espera para o país", disse a médica responsável da 'Keypoint', entidade que desenvolveu o programa Peso da Saúde.

Os dados recolhidos "batem certo" com o conhecimento de Portugal nesta matéria e metade dos adultos têm excesso de peso ou obesidade, ou seja, têm mais que 25 de massa corporal, e entre 10 a 12% têm mais que 30.

"O que me espanta não é estes 10%, é que quando perguntamos à pessoa como classifica o seu peso, só 1% é que se classifica como tendo obesidade. As pessoas não têm consciência [desta situação], ou não sabem ou não assumem, para nós fica a dúvida, mas há um trabalho importante a fazer", realçou Ana Macedo.

Uma das conclusões do projeto Peso da Saúde é que "apenas um em cada 10 participantes obesos sabe que é obeso".

Ao contrário, "as pessoas dizem que têm excesso de peso, isso as pessoas sabem, há 41% dos participantes que afirmam que tem excesso de peso e temos 39% com excesso de peso", acrescentou.

Esta situação, apontou a coordenadora do projeto, pode estar relacionada com o desconhecimento entre o que é ter excesso de peso e o que é ser obeso, além "da parte social e do estigma de ser uma pessoa obesa".

As pessoas sabem que o excesso de peso e obesidade aumentam o risco de outras doenças pois 70% dizem que contribui, ou seja, salientou a médica, "dois em cada três sabem que ter excesso de peso faz mal", mas "não têm consciência crítica em relação a si próprios".

Quando a questão é o efeito na imagem de cada um, as pessoas com excesso de peso desvalorizam o efeito no seu dia-a-dia, não havendo grande diferença entre as respostas de homens e mulheres, 24% dos participantes diz que é importante, ou seja, "uma em cada quatro pessoas com excesso de peso diz que isso interfere com a sua vida profissional", referiu Ana Macedo.

Se a pergunta é sobre a relação conjugal ou as relações íntimas, aquela percentagem sobe para 35%.

A especialista destacou a adesão das pessoas, apesar de estarem de férias e de não ser agradável o problema do excesso de peso, principalmente para os "afetados", o que considerou relevante dada a importância da sensibilização para o assunto e da motivação.

"Pensaram sobre o assunto certamente e até se motivaram o suficiente para dizer: eu vou fazer diferente, sabemos que muitas destas decisões são muito efémeras, mas algumas vão ficar e numa situação como a obesidade em que é tão difícil as pessoas mudarem alguma coisa porque é difícil mudar estilos de vida, esse é um dado extremamente importante", resumiu.

O balanço do programa Peso da Saúde é apresentado na quinta-feira, em Lisboa, numa sessão que conta com a presença do diretor geral da Saúde, Francisco George.

Encontro científico
Sabia que a vitamina D não é uma vitamina mas uma pro-hormona que atua no sistema e organismo humano (Vitamina D ou Hormona D)?...

Qual o papel da suplementação de Vitamina D? Porquê e para quem? Estas foram algumas das questões e temas como a influência da vitamina D na saúde cardiovascular dos portugueses, em debate no encontro intitulado “Défice de Vitamina D num país de sol”, que se realizou no passado dia 4 de Julho, na Fundação Oriente, com o apoio da Jaba Recordati.

No encontro estiveram presentes profissionais de saúde numa discussão multidisciplinar sobre a “previsão do estado do tempo: saudável em todo o país” que contou com a participação de Manuel Teixeira Veríssimo1 na qualidade presidente da reunião com os oradores e especialistas António Marinho2, Carlos Aguiar3, Jorge Polónia4, José Pereira da Silva5 e Viriato Horta6.

Após proferidas as boas-vindas a assistente a moderadora do encontro científico fez uma pequena introdução lançando a questão central na perspetiva clinica da necessidade de falar sobre este tema – vitamina D num País de Sol? – lançando o repto ao professor Teixeira Veríssimo que presidiu a reunião.

Parece que a vitamina D serve para tudo e está em todos os tecidos, e a sua deficiência causa transtorno em quase todos os órgãos e doenças. Porquê esta preocupação agora a nível nacional e mundial? Poder-se-á falar  de um Inverno da Vitamina D?

Seguiram-se breves introduções ao tema “Quo Vadis” Vitamina D pelos diferentes intervenientes/oradores. Na perspetiva reumática e osteoarticular (incluindo hiperparatiroidismo) o Prof. Pereira da Silva, na perspetiva do risco cardiovascular e doenças auto-imunes e virais, o Dr. António Marinho, na perspetiva dos cuidados primários e redução de risco o Dr. Viriato Horta, na perspetiva farmacodinâmica de como atua no nosso organismo a Vitamina D, o Prof. Jorge Polónia e finalmente na perspetiva cardiovascular, o Dr. Carlos Aguiar.

Existem duas fontes essenciais de vitamina D e duas formas de atuar no organismo. A hormona é a mesma mas atua de formas diferentes no nosso organismo por diferenciação da célula:

1.       Sol – por exposição solar os raios UVB é capaz de ativar a síntese desta substância. O sol é responsável por 80 a 90% desta produção

2.       Alimentações – apesar de estar presente em alimentos de origem animal, sobretudo peixes gordos, lacticínios, ovos, iscas de fígado, estes alimentos não possuem a quantidade de vitamina D que o organismo necessita (aporte muito pequeno seria necessário comer toneladas para garantir melhoria do aporte alimentar de V2 e V3).

A Vitamina D pode ser sintetizada pelo organismo, através da pele, daí poder dizer-se que se trata de uma hormona - Hormona Colecalciferol. A otimização da produção cutânea de vitamina D (colecalciferol) está dependente dos níveis de radiação de UVB, dos tipos de pele (escala de 1 a 6), tempo de exposição solar de acordo com tabelas publicadas (tempo sub-eritema) e utilização de protetores solares (a partir de nível 10 já bloqueia 90% de vitamina D, serão necessários 20 a 30 minutos e não fazer escaldão).

Alguns dos benefícios e usos da Vitamina D:

- Fortalece os ossos. Esta hormona é necessária para a absorção do cálcio pelos ossos. Pode ser responsável pelo raquitismo na infância e pela osteoporose nos adultos.
- Fortalece os músculos. A fraqueza muscular nos idosos e as quedas frequentes estão muitas vezes associadas à deficiência de Vitamina D.
- Importante na gravidez: a sua falta, no primeiro trimestre da gravidez pode levar a interrupção involuntária da gravidez e no final da gravidez pode ser responsável por pré-eclâmpsia.
- Para controlar e prevenir a diabetes. A produção de insulina pelo pâncreas requer Vitamina D. Alguns estudos mostraram que, em crianças, o risco de desenvolverem diabetes tipo1 pode ser muito reduzido com um suplemento desta vitamina.
- Protege o coração, diminuindo o risco de doenças cardiovasculares e permite um maior controle da Hipertensão arterial.
- Tratamento de doenças auto-imunes, como por exemplo o Lúpus ou a Artrite reumatóide. A vitamina D é um imunoregulador que inibe seletivamente o tipo de resposta imunológica que provoca a reação contra o próprio organismo. O tratamento de doenças auto-imunes com vitamina D é recente, mas é visto por especialistas como um grande avanço da medicina. Esta substância mostra um efeito anti-inflamatório nestas doenças.
- Prevenção e tratamento de alguns tipos de cancro. A falta de Vitamina D favorece o aparecimento do cancro da mama e próstata, entre outros.
- Doença de Alzheimer.
- Outras patologias, como a dismenorreia e a enxaqueca.

Doseamento e défice de vitamina D
A vitamina D é única entre as vitaminas, pois funciona como uma “hormona” e pode ser sintetizada na pele a partir da exposição à luz solar. Portugal é um país de sol e está assumido no senso comum que todos podem ter acesso os níveis de vitamina D adequado. Para sintetizar a vitamina D nas doses diárias necessárias e evitar a carência da substância, seria necessário uma exposição solar diária entre 15 e 20 minutos sem ou com proteção U.V. inferior a 8 (um protetor  com fator 8 inibe a retenção de vitamina D em 95% e um fator maior praticamente inibe toda a produção da substância). Os braços e pernas devem estar expostos, pois a quantidade de vitamina D que será absorvida é proporcional à quantidade de pele que está exposta.

O problema é que grande parte do ano não nos expomos ao sol e só os meses de verão não são suficientes para cobrir as necessidades sobretudo de quem vive no meio urbano. Também as pessoas de pele escura e os idosos necessitam de um período mais alargado de exposição ao sol para cobrirem as necessidades e carências de vitamina D. A questão da carência de vitamina D nos casos dos idosos e com o envelhecimento da população levou o Professor Teixeira Veríssimo a destacar o conceito de “Frailty” ou síndrome de Fragilidade (muito comum nos idosos com mais de 75 anos e associado ao aumento de risco de quedas).

Evidências recentes correlacionam níveis insuficientes de vitamina D ao desenvolvimento ou agravamento de algumas patologias crónicas aumentando o seu risco, tais como doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes, demência e osteoporose, entre outras.

Como é possível saber se temos défice de Vitamina D? Através de uma análise de sangue, podemos ter este indicador. Trata-se de uma análise comparticipada já prescrita por muitas especialidades (doseamento da 25-hidroxivitamina D), sobretudo a doentes de risco (pessoas com pouca exposição solar, pele escura, idosos, grávidas e lactantes, mulheres pós-menopáusicas, obesos, insuficiência hepática e ou renal, doentes auto-imunes, etc.). Pessoas que se expõem pouco são sobretudo os que se encontram institucionalizados, acamados e em países onde se usa muita roupa.

Quando tomar suplemento de Vitamina D?
Como quase todos os suplementos e, apesar da baixa toxicidade, não devem ser tomados suplementos de Vitamina D sem o aconselhamento médico. Quando o doseamento da 25-hidroxivitamina D é inferior ao valor recomendado, o médico, além de recomendar a tal exposição ao sol de 15 a 20 minutos por dia, pode aconselhar uma suplementação de Vitamina D.

A segunda parte do encontro foi marcada pelo debate sobre o tema tendo intervenções individuais de cada um dos palestrantes sobre a problemática da Vitamina D e os benefícios de suplementação.

Existe atualmente uma consciência conjunta da importância da Vitamina D na saúde pública e a preocupação já é à escala mundial pois, mesmo nos países onde há muito sol, como é o caso de Portugal, existe deficiência desta hormona (98% dos idosos com mais de 65 anos tem défice). Mas a vitamina D não é vista ainda como prioritária. Em Portugal, mesmo os médicos tomam menos suplementos de vitamina D e outros do que em outros países embora já peçam análises.

A discussão científica em torno dos benefícios da suplementação de vitamina D é atual e está cientificamente aceite. É importante referir que na maioria dos casos, os estudos ainda são recentes e apesar da grande variabilidade não são suficientes para que as conclusões finais sejam tiradas, ou seja, a eficácia dos dados experimentais ainda está por comprovar em grandes estudos controlados. A área de reumatologia está mais estudada e a cardiovascular menos estudada.

No final houve espaço para os palestrantes deixarem uma recomendação para a prática clínica quotidiana e as take home messages. A deficiência de vitamina D é causa e consequência de doenças como as auto-imunes que criam resistência à absorção, sendo portanto importante na prevenção da doença e de quedas no caso dos idosos e transversal a várias patologias como a fraqueza muscular a nível cardíaco.

Faltam estudos médicos e científicos mas trata-se de um problema social e de saúde pública. O défice de vitamina D é regra nos idosos, ou seja, a prevalência da deficiência de vitamina D é praticamente constante em idosos. Além do idoso há muitos medicamentos que interferem com síntese da vitamina D no organismo. Nos diabetes tipo I a precocidade da suplementação é fundamental. Trata-se de um problema prevalecente associado a várias patologias e sintomas e recomendam suplementação pelos benefícios e pela intervenção segura. Em tom de provocação foi mesmo referido em jeito de conclusão que não choca pensar que grande parte da população portuguesa precisa de suplementação. 

 

1Professor Manuel Teixeira Veríssimo atual presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna e tem como competência a subespecialização em geriatria e regente da cadeira (CHUC – Centro Hospitalar da Universidade de Coimbra) e está ligado à American Geriatric Society.
2Dr. António Marinho – Médico de Medicina Interna da Unidade de Imunologia Clínica do Hospital de Santo António – Centro Hospitalar do Porto (HSA-CHP), está ligado à Sociedade Portuguesa de Medicina Interna como coordenador núcleo doenças auto-imunes. Tem uma afinidade científica muito grande com as doenças auto-imunes, destacando a lúpus e o papel da vitamina D neste tipo de doentes.
3Carlos Aguiar Cardiologista e Councillor of the Board da Sociedade Europeia de Cardiologia (SEC) e ex- secretário-geral da Sociedade Portuguesa de Cardiologia
4Dr. Jorge Polónia, Professor de Medicina, Departamento de Medicina da Faculdade Medicina da Universidade do Porto e Consultor de Medicina e Hipertensão Arterial e Risco Cardiovascular, Hospital Pedro Hispano, Matosinhos com a Especialidade: Medicina Interna, Farmacologia Clínica
5O Dr. José António Pereira da Silva dedica-se à prevenção e tratamento das doenças reumáticas, Director do Serviço de Reumatologia do H. S. Maria
6Dr. Viriato Horta, especialista de Medicina Geral e Familiar na Clínica Europa

DGS
O combate à larva dos mosquitos foi intensificado no Algarve, sobretudo em tanques de água com matérias orgânicas, após ter...

“Houve um reforço dos mecanismos de luta antilarvar dos mosquitos, com a aplicação de larvicidas, com especial incidência nos tanques de água com matéria orgânica, de forma a interromper uma eventual cadeia de transmissão na fase larvar”, disse o diretor-geral de saúde, Francisco George.

De acordo com o responsável, os resultados das análises para confirmação ou não da infeção de um homem residente no Algarve com o vírus do Nilo Ocidental, “só deverão ser conhecidos dentro de uma semana”.

Segundo Francisco George, o homem, com cerca de 70 anos, “teve alta”, depois de ter sido tratado no hospital de Faro, sublinhando que “os testes de confirmação estão a ser feitos e os resultados devem ser conhecidos dentro de uma semana”.

O caso provável de infeção pelo vírus do Nilo, transmitido pela picada de mosquito, num residente no Algarve, levou a Direção-Geral de Saúde (DGS) a recomendar na segunda-feira às autoridades e à população que tomem medidas preventivas.

O diretor-geral de saúde crê que “não há riscos acrescidos neste momento”, frisando que “estão a ser tomadas todas as medidas de prevenção”.

Francisco George disse ainda que os serviços de veterinária "estão também a exercer ações de vigilância e controlo, uma vez que o mosquito pode transmitir a infeção a animais, sobretudo cavalos".

A DGS aconselha a população a implementar medidas de proteção, com a redução da exposição corporal à picada do mosquito, usando repelentes e redes mosquiteiras.

Segundo a DGS, o vírus não se transmite de pessoa para pessoa, mas "unicamente por picada de mosquito do género Culex" podendo, "em 20% das infeções, provocar doença febril com manifestações clínicas ligeiras, que raramente pode evoluir para meningite viral".

Pesquisa revela
Uma única dose de cocaína pode prejudicar a capacidade de reconhecer emoções negativas, de acordo com uma pesquisa apresentada...

Cientistas alemães e holandeses conduziram um estudo com 24 jovens de 19 a 27 anos que participavam de um programa para redução do uso de cocaína. Segundo o Diário Digital, parte deles recebeu 300 mg da droga por via oral, enquanto a outra parte recebeu placebo.

Após 1 ou 2 horas, cada participante foi submetido a uma série de testes bioquímicos, além de testes de reconhecimento de expressões faciais para medir a resposta a emoções como medo, raiva, nojo, tristeza e felicidade.

Os investigadores descobriram que a dose causou um aumento do ritmo cardíaco, bem como de cortisol, a hormona do stresse. Além disso, perceberam que os indivíduos que receberam cocaína consideraram mais difícil reconhecer emoções negativas. O seu desempenho em reconhecer raiva e tristeza foi 10% pior em relação ao grupo que recebeu placebo.

De acordo com o principal autor do estudo, o pesquisador Kim Kuypers, da Universidade de Maastricht, uma única dose da droga pode dificultar a capacidade de uma pessoa interagir em situações sociais. O resultado também ajuda a explicar por que consumidores ficam mais sociáveis após consumir cocaína – simplesmente porque não conseguem reconhecer as emoções negativas.

Como a cocaína modifica o nível de dopamina para o cérebro, os pesquisadores também acreditam que o estudo pode ser útil para compreender os efeitos de transtornos mentais como a depressão e a esquizofrenia.

Urologista revela
As perturbações causadas pelos exames à próstata dificultam o diagnóstico precoce do cancro da próstata, uma doença que é a...

“Os exames à próstata mexem com a masculinidade de muitos homens que acabam por se sentir violentados mas não há razão para isso. Quer o toque retal quer a ecografia prostática não são agressivos. As sondas transretais são delicadas e quanto mais descontraídos os pacientes estiverem mais fácil e rápido é o exame”, revela Matos Pereira ao Diário Digital, urologista do Hospital Lusíadas Lisboa.

O especialista aconselha que os homens ignorem o desconforto psicológico que este tipo de exames pode causar e a ter em mente a importância do diagnóstico precoce da doença. “Claro que depende do tipo de cancro, pois há tumores que mesmo detetados precocemente são de tal modo agressivos que acabam por ter desfechos trágicos. Mas a maior parte deles, bem ou moderadamente diferenciados, quando descobertos numa fase inicial, têm uma probabilidade elevadíssima de cura, seja através de cirurgia, de radioterapia externa ou interna ou braquiterapia (implantação de sementes radioativas) e é isto que é preciso reter.”

“Existem métodos de diagnóstico precoce muito rigorosos, pelo que é essencial que, a partir dos 45 anos, todos os homens façam uma consulta de rotina anual, se não houver história familiar de cancro na próstata. Se houver, é importante começar uma vigilância mais cedo, por volta dos 40 anos, uma vez que ao ter lugar numa zona periférica, não traz quaisquer sintomas até uma fase muito avançada e, além disso, aumenta exponencialmente com a idade”, conclui o urologista.

Em Portugal, o cancro da próstata é o tipo de cancro mais frequente no homem e mata todos os anos 1.800 pessoas.

Estudo conclui
Fazer uma sesta regularmente após o almoço pode reduzir o risco de enfarte, revelou um novo estudo.

Conduzida por cientistas gregos, a pesquisa mostrou que fazer a famosa sesta contribui significativamente para a redução da pressão sanguínea, diminuindo as probabilidades de o paciente sofrer uma paragem cardíaca, escreve o Diário Digital.

“Churchill (Winston Churchill, ex-primeiro-ministro britânico) afirmava que tinha de fazer uma sesta entre o almoço e o jantar. Já Thatcher (Margaret Thatcher, ex-primeira-ministra britânica) dizia que em torno das três da tarde não deveria ser incomodada”, afirmou Manolis Kallistratos, que liderou a equipa responsável pelo estudo.

As conclusões do trabalho - que relaciona a sesta à pressão arterial - foram apresentadas no Congresso Europeu de Cardiologia, realizado em Londres.

“Ambos (Churchill and Tatcher) tinham razão. Segundo o nosso estudo, dormir ao meio-dia reduz a pressão arterial e pode diminuir o número de medicamentos necessários para os hipertensos”, assegurou Kallistratos, cardiologista do Hospital Geral de Asklepieion Voula, em Atenas.

O estudo mediu o impacto da sesta na pressão sanguínea de cerca de 400 pacientes com uma idade média de 61,4 anos.

Cada paciente teve a sua pressão medida tanto durante as horas em que permanecia no trabalho quanto por 24 horas em ambulatório.

Também foram avaliados a velocidade das pulsações, os hábitos de vida e o índice de massa corporal dos pacientes (IMC). Eles foram submetidos ainda a ecocardiogramas.

Após descartar o impacto de fatores como idade, sexo, consumo de álcool, sal, tabaco, café e exercício, Kallistratos e a sua equipa constataram que a pressão arterial ambulatória era 5% menor em pacientes que faziam a sesta do que aqueles que não descansavam após o almoço.

A taxa refere-se à pressão arterial sistólica. No caso do estudo, a pressão sistólica dos pacientes que faziam a sesta foi 4% menor quando estavam acordados (5 mmHg) e 6% menor (7 mmHg) durante a noite do que as dos pacientes que não dormiam uma sesta.

“Apesar do número parecer baixo, devemos lembrar que uma redução de 2 mmHg na pressão arterial sistólica pode reduzir o risco de eventos cardiovasculares em até 10%.”

Os pesquisadores também verificaram que a chamada velocidade de onda de pulso (pulse wave velocity em inglês), um índice de rigidez da aorta, era 11% inferior, e o diâmetro do ventrículo esquerdo 5% entre os pacientes que faziam a sesta e aqueles que não descansavam após o almoço.

“Isso indica que quem faz a sesta tem menos problemas nas artérias e no coração devido à pressão arterial alta”, assinalou Kallistratos.

A duração da sesta também foi avaliada pela pesquisa. Os pacientes que dormiram durante 60 minutos após o almoço registaram uma pressão sistólica ambulatória menor do que aqueles que descansaram 17 minutos menos.

“O nosso estudo demonstra que a sesta não só está associada a uma menor pressão arterial, mas também que, quanto mais longa ela é, mais benéfico será o descanso”, disse Kallistratos.

“A sesta ao meio-dia está associada à menor pressão arterial durante um período de 24 horas, a uma maior redução da pressão durante o descanso à noite, e menos danos às artérias e ao coração. E quanto mais longa for a sesta, menor serão os níveis da pressão arterial sistólica e também provavelmente a quantidade de medicamentos necessária para regular a pressão”, acrescentou.

O desafio, segundo Kallistratos, é incorporar o descanso na rotina diária.

“A sesta ao meio-dia é um hábito ainda visto como um privilégio para quem trabalha das nove da manhã às cinco da tarde”, disse Kallistratos.

Estudo
As pessoas que não dormem o suficiente são quatro vezes mais propensas a sofrer de uma gripe do que aquelas que descansam bem,...

A conclusão publicada pela revista Sleep baseia-se num estudo com 164 voluntários que foram expostos ao vírus da gripe por investigadores que também controlaram os seus hábitos de sono.

Os indivíduos, segundo o Diário Digital, foram submetidos previamente a exames de saúde e preencheram questionários para que os pesquisadores pudessem entender os seus fatores de risco, como stresse, temperamento e consumo de álcool e tabaco.

Os seus hábitos de sono foram acompanhados mais de uma semana antes do início do estudo, durante o qual se hospedaram num hotel na área de Pittsburgh, na Pensilvânia.

Enquanto estiveram no hotel, os cientistas administraram o vírus da gripe via nasal e monitorizaram o grupo durante uma semana para ver quem desenvolveria a doença.

Os resultados mostraram que aqueles que dormiam menos de seis horas por noite durante a semana tinham 4,2 vezes mais hipóteses de serem infetados em comparação com aqueles que dormiam mais de sete horas.

Aqueles que dormiam menos de cinco horas eram 4,5 vezes mais propensos a ficar doentes.

“A falta de sono é mais importante do que qualquer outro fator em predizer a probabilidade de contrair uma gripe”, explicou Aric Prather, professora assistente de psiquiatria na Universidade da Califórnia em São Francisco, e principal autora do estudo.

“Não importa a idade, os níveis de stresse, raça, educação ou rendimentos. Não importa se é fumador. Mesmo tendo em conta todos estes parâmetros, a quantidade de sono foi o fator mais importante”, disse.

Estudos anteriores ligaram a falta de sono a doenças crónicas, morte prematura, o risco de ficar doente, acidentes de carro, desastres industriais e erros médicos.

Um em cada cinco americanos dorme menos de seis horas, em média, de acordo com uma pesquisa de 2013 da Fundação Nacional do Sono.

Cientistas revelam
O veneno de uma vespa brasileira, Polybia paulista, contém uma poderosa toxina que mata células de cancro, sem danificar as...

O estudo, publicado na revista científica Biophysical Journal, poderá inspirar a criação de uma classe inédita de drogas contra o cancro, segundo os cientistas. De acordo com um dos autores do estudo, Paul Beales, da universidade inglesa, a toxina MP1 não afeta as células normais, mas interage com lipídios - moléculas de gordura - que estão distribuídos de forma anómala apenas na superfície das células cancerígenas, escreve o Diário Digital. Ao entrar em contacto com a membrana dessas células, a toxina abre buracos por onde escapam moléculas essenciais para o seu funcionamento.

"Terapias contra o cancro que atacam a composição de lipídios da membrana da célula seriam uma classe inteiramente nova de drogas anti-tumorais. Isso poderia ser útil para o desenvolvimento de novas terapias combinadas, nas quais múltiplas drogas são utilizadas para tratar um cancro atacando diferentes partes das suas células simultaneamente”, disse Beales.

Estudo
Dificuldades enfrentadas até aos seis anos de idade, como doenças na família, separação dos pais, mudança de bairro, entre...

“Devemos lembrar que se trata de uma escala de stresse. É normal ter um pouco de stresse na infância, o que medimos é uma acumulação de vários fatores stressantes”, afirmou a coordenadora do estudo e pesquisadora do King's College, em Londres, Sarah Jensen.

“Problemas de internalização, como depressão, estão extremamente ligados a eventos que aconteceram no início da vida”, explica. A equipa usou como referência 37 tipos de stresse, desde os citados acima até à violência física e emocional contra as crianças e contra as mães, escreve o Diário Digital.

Segundo os autores, o estudo é importante porque mostra que é possível prevenir diversos problemas, em vez de considerar que depressão e ansiedade são causados apenas pela genética. “A descoberta de que as experiências da infância podem afetar o cérebro mostra que a primeira infância não é só um período de vulnerabilidade, mas também de oportunidade”, conclui. “Intervenções contra a adversidade podem ajudar a prevenir que crianças internalizem sintomas e as proteger contra o desenvolvimento anormal do cérebro.”

As mães também apresentaram níveis de internalização de sintomas (depressão e/ou ansiedade) quando os pequenos tinham 7, 10 e 13 anos. Os dados foram recolhidos através de imagens de ressonância magnética.

Sarah e Edward Barker, outro autor do estudo, explicam que existem duas maneiras de reagir às adversidades; uma é a internalização de sintomas, que é o caso da pesquisa, e a externalização, que se reflete no comportamento das pessoas. A equipa observou três partes do córtex associadas à internalização de sintomas. “A ideia é que algumas partes do cérebro que eram associadas com a internalização de sintomas na verdade estão associadas à adversidade”, diz Barker.

Nas crianças que internalizaram sintomas de depressão e ansiedade, o giro frontal superior apresentou um volume inferior de massa cinzenta. “Isso vai de encontro com estudos anteriores que mostram que regiões frontais do cérebro estão implicadas na depressão”, diz Sarah.

Em relação ao volume do precuneus (região do lobo parietal), houve uma surpresa. Existe uma associação positiva entre adversidades e aumento de volume. “Normalmente, o stresse tem um efeito tóxico sobre o cérebro e a massa cinzenta é menor, mas neste caso, foi maior. Pode ser uma proteção, uma compensação, ou quer dizer que algum nível de stresse tenha um efeito positivo nesta área, mas não sabemos ao certo”, explica Sarah. Essa região já havia sido associada a experiências adversas como maus tratos.

O estudo foi feito apenas com meninos por ter sido feito juntamente com outra pesquisa que observou apenas crianças do sexo masculino. A coordenadora avalia que se trata de uma limitação e que seria interessante repeti-lo com meninas também.

Dia 8 de setembro – Dia Internacional da Literacia
O Dia Mundial da Literacia assinala-se a 8 de setembro em todo o Mundo.

A Literacia pode ser considerada como um dos recursos mais importantes de uma sociedade. A Literacia afeta positivamente o estatuto sócio-económico e o estado de saúde de pessoas e sociedades. A literacia em saúde é um instrumento fundamental para melhorar os níveis de saúde da população.

De facto, ter conhecimentos sobre estilos de vida saudáveis e prevenção das doenças, nomeadamente, nutrição, doseamento do stress, problemas do sono e como preveni-los, envelhecer com saúde, prevenção de acidentes, entre outros, são contributos importantes para a literacia em saúde. Mas só por si são insuficientes. É necessário que as pessoas, para além, de terem os conhecimentos os interpretem e compreendam, criando soluções que lhes permitam ter estilos de vida progressivamente mais saudáveis, seja através da capacitação individual ou da mudança contextual.
Este processo é contínuo, com a identificação constante das necessidades de conhecimentos, capacidades interpretativas ou de desenvolvimento de capacidades e potencialidades. Para esta tarefa, sociedade, indivíduos e profissionais de saúde são parceiros na procura contínua de soluções que permitam aumentar a literacia em saúde dos Portugueses.

O que nos revela o primeiro estudo em Portugal sobre a literacia em saúde dos Portugueses…

- O primeiro estudo sobre literacia em saúde realizado em Portugal (2014) revelou que a maioria dos portugueses inquiridos tem um nível de literacia em saúde problemático ou inadequado;

- O estudo, que contou com um inquérito feito a 1004 pessoas, foi desenvolvido no âmbito do projeto “Saúde que Conta” da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), e teve como base o Questionário Europeu de Literacia em Saúde;

- De acordo com os resultados, e no que respeita à prevenção da doença, cerca de 45% da população inquirida revelou ter um nível suficiente ou excelente de literacia em saúde;

- Em matéria de promoção da saúde, 60,2% dos inquiridos apresenta um nível de literacia problemático ou inadequado, comparativamente com os outros países em análise: Espanha, Irlanda, Holanda, Alemanha, Áustria, Grécia, Polónia e Bulgária;

- A investigação apurou que, em Portugal, à medida que a idade aumenta, o nível de literacia em saúde diminui;

- Observa-se tendencialmente o inverso no que diz respeito ao nível de escolaridade: quanto maior o nível de escolaridade, os níveis de literacia em saúde tendem a ser superiores;

- Os resultados do questionário, aplicado em Portugal continental e ilhas, revelam, contudo, que não são somente os grupos vulneráveis que apresentam níveis inadequados de literacia em saúde, mas sim a população em geral.

Os resultados deste estudo aproximam-se em grande medida de outros estudos realizados na última década que têm evidenciado que um nível inadequado de literacia em saúde tem implicações significativas nos resultados em saúde, na utilização dos serviços de saúde e, consequentemente, nos gastos em saúde. Estes traduzem-se especialmente numa maior taxa de morbilidade em doenças como Diabetes, Hipertensão, Obesidade e infeção por VIH; numa utilização menos eficiente dos serviços de saúde; numa maior taxa de hospitalizações e de utilização das urgências hospitalares; numa menor utilização de cuidados preventivos, como sejam os rastreios oncológicos e a vacinação; e numa autogestão deficiente em caso de doença crónica.

A importância da escola, da saúde escolar e dos enfermeiros

A Escola é, por excelência, um local privilegiado para a melhoria da literacia, que é muito mais do que aprender a  ler, escrever  e contar. A Escola é igualmente um local propício à promoção da saúde e ao exercício da cidadania plena, assente nos valores da equidade e da universalidade.

Por outro lado, a Saúde  Escolar  pode  e  deve ser  parceira da  Escola na  capacitação  da  comunidade educativa e na criação de escolas resilientes que são necessariamente mais seguras, mais sustentáveis e mais saudáveis. Assim, a Saúde Escolar,  pelo  potencial  que  tem  para  responder  aos  desafios  que  se  colocam  à saúde da comunidade educativa, é cada vez mais uma “alavanca” para a melhoria do nível de literacia em saúde dos jovens, facilitando a tomada de decisões responsáveis e promovendo ganhos em saúde.

É bom lembrar que a evidência mostra-nos que as crianças com um bom início de vida  aprendem  melhor,  têm  vidas  mais  produtivas  e contribuem  ativamente  para  a  sociedade. Por outro lado, as  desigualdades  e  os  determinantes  sociais, incluindo  o  género,  são  fatores de  risco em  termos  de educação e acesso  a  serviços  de saúde. Numa Escola para Todos, podem ser minorados e revertidos em benefício do bem-estar, da participação escolar e social  e de escolhas  mais  saudáveis das  crianças  e  dos jovens.

Portugal integra a Rede Europeia de Escolas Promotoras da Saúde desde 1994, com uma parceria formalizada entre os Ministérios da Saúde e da Educação, onde ambos assumiram a promoção da saúde na escola como um investimento que se traduzirá em ganhos em saúde.

O principal objetivo do recente Programa Nacional de Saúde Escolar 2014 é melhorar o nível de literacia em saúde e promover a adoção de estilos de vida saudáveis e a inclusão de crianças e jovens com necessidades de saúde especiais e contribuir para um ambiente escolar seguro e saudável.

Consideramos que a Escola pode contribuir para a melhoria da literacia em saúde, desenvolvendo (PNSE, 2014):

- Competências básicas  em  promoção  da  saúde  que  facilitam  a adoção  de comportamentos protetores da saúde e de prevenção da doença, bem como o autocuidado;

- Competências da pessoa com doença para se orientar no sistema de saúde e agir como um parceiro ativo dos profissionais;

- Competências como consumidor para tomar decisões de saúde, selecionar bens e serviços e agir de acordo com os seus direitos, caso necessário;

-  Competências  como  cidadão informado  e  conhecedor dos  seus  direitos  em saúde, capaz  de participar no  debate  de  assuntos  de  saúde,  integrado  nas estruturas de saúde e organizações de doentes.

De facto, o conjunto  de  competências  enunciadas acima permite  identificar  caminhos  com  vista  à  capacitação  da comunidade educativa em literacia em saúde.

A “Promoção da Saúde e da Literacia em Saúde” é uma das áreas de intervenção prioritária competindo à Saúde Escolar (DGS, 2013):

- Privilegiar os projetos de promoção da saúde  em meio escolar  que contribuam para  a  promoção  da saúde  mental  e  a melhoria  dos  determinantes  em  saúde, como a  prevenção do início do consumo de tabaco e álcool,  a  educação sexual em  meio  escolar,  o  aumento  da  ingestão  de  fruta  e  vegetais,  o  aumento  da prática de atividade física,  a  promoção da mobilidade segura  e  a  promoção de boas práticas em saúde oral;

- Cooperar na dinâmica dos Gabinetes de Informação e Apoio ao Aluno, no âmbito da educação para a saúde e educação sexual, conforme a legislação em vigor;

- Contribuir para os ganhos em saúde e a redução dos problemas de saúde com maior impacte  na  mortalidade  e  morbilidade  da  população  infantil  e  juvenil, como a obesidade, o excesso de peso e os acidentes;

- Promover a melhoria da literacia em saúde da comunidade educativa investindo: na  gestão  adequada  dos  determinantes  das  doenças  crónicas  não transmissíveis e das doenças transmissíveis; na melhoria do acesso às fontes de informação sobre saúde; na compreensão da informação técnica; no desenvolvimento de formas adequadas de comunicar saúde; no empowerment e, também, na melhoria dos  outputs  de saúde em termos de morbilidade e mortalidade e na melhor utilização dos recursos e na redução dos gastos em saúde.

Por último, consideramos que os enfermeiros possuem sensibilidade e competências para a promoção da saúde e literacia em saúde na escola, conjugando capacidades de comunicação, cooperação e aceitação, pelo que têm um papel determinante na efetividade e sucesso deste programa junto da comunidade educativa.

Os enfermeiros ao atuarem próximo de toda a comunidade educativa (alunos, pais, encarregados de educação, profissionais docentes e não docentes) assumem um papel ativo e preponderante e têm a oportunidade de partilhar saberes, num desafio constante de saúde para todos, contribuindo diretamente para a obtenção de ganhos em saúde.

 


Pedro Quintas, Enfermeiro no ACES Pinhal Litoral, Enfermeiro Especialista em Enfermagem Comunitária, quintas1979@gmail.com
 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Universidade de Coimbra
A investigadora Raquel Santiago, da Universidade de Coimbra, foi contemplada com uma bolsa da Bayer HealthCare para estudar...

Segundo a Universidade de Coimbra (UC), Raquel Santiago vai receber uma bolsa do "Global Ophthalmology Awards Program" (GOAP), no valor de 50 mil dólares (44 mil euros), para desenvolver o estudo "Gerir a inflamação na retinopatia diabética por bloqueio do recetor A2A de adenosina".

"Estudos anteriores desenvolvidos pela equipa da investigadora demonstraram que o bloqueio deste recetor previne a ativação das células da microglia (células do sistema imunitário) e a morte de células da retina", refere a instituição, em comunicado.

Raquel Santiago, citada na nota, explica que "em situações normais, as células da microglia estão constantemente a vigiar o microambiente que as rodeia, tendo um papel muito importante na homeostasia do sistema nervoso central, mas na diabetes as suas funções estão modificadas, promovendo a resposta inflamatória que pode contribuir para a morte celular na retina".

Segundo a investigadora, o seu estudo pretende verificar se ao bloquear o recetor A2A de adenosina é possível travar a morte das células da retina e, desta forma, a progressão da doença.

A equipa de Raquel Santiago prepara-se para iniciar um conjunto de experiências em modelos animais de diabetes, que serão tratados com um bloqueador de recetores A2A de adenosina, para estudar como reage a retina e se as células da microglia ficam menos reativas.

De acordo com o comunicado da UC, estima-se que, após 20 anos com diabetes, cerca de 90% dos doentes com diabetes tipo 1 e mais de 60 por cento dos doentes com diabetes tipo 2 sofrem de retinopatia diabética.

"Se for possível encontrar uma terapêutica que permita o tratamento numa fase mais inicial, o impacto na qualidade de vida do doente com retinopatia diabética será muito elevado", salienta Raquel Santiago, considerando que "os atuais tratamentos são dirigidos às fases avançadas da patologia, extremamente invasivos e pouco eficazes".

A investigadora do Instituto de Imagem Biomédica e Ciências da Vida (IBILI) da Faculdade de Medicina da UC recebe o prémio no dia 19, em Nice (França), durante o EURETINA - Congresso Europeu das doenças da retina.

Novas instalações
O Centro Hospitalar do Médio Tejo inaugura as novas instalações do serviço de Nefrologia, aumentando o número de postos de...

Em comunicado, o CHMT afirma que o serviço, único no distrito de Santarém, passa a ocupar o 5º piso da Unidade Hospitalar de Torres Novas, do CHMT (que integra ainda as unidades de Abrantes e de Tomar), com uma ala de internamento e outra para os tratamentos de diálise.

O investimento feito permitiu a instalação de “equipamentos e tecnologias de última geração”, sublinha a nota.

“Com esta renovação, o Centro Hospitalar do Médio Tejo duplica a capacidade de tratamento de doentes, em postos de diálise, tornando-se no único serviço de Nefrologia com estas características, do Serviço Nacional de Saúde (SNS), no distrito de Santarém e a segunda maior unidade de diálise hospitalar, do SNS, do país”, acrescenta.

O projeto foi iniciado em 2012, tendo sido concluído pela administração liderada por Carlos Andrade Costa, que está em funções há pouco mais de um ano.

A sessão de inauguração, marcada para hoje à tarde, contará com a presença do secretário de Estado da Saúde, Manuel Teixeira, e do presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Luís Cunha Ribeiro.

Estudo
Cientistas descobriram, numa experiência com ratos, que o Meis1 é um dos genes implicados no desenvolvimento correto do olho,...

Os resultados da investigação, publicados na revista Development, revelam que o gene Meis1 coordena a expressão de um grande número de genes, por sua vez responsáveis pela formação, pelo desenvolvimento e pela diferenciação da retina neural nos estádios iniciais de formação do olho, assim como de outras partes do organismo.

"Vimos que a falta do gene Meis1 reduzia muito a formação do esboço do olho. Uma só cópia alterada era suficiente para o conseguir", afirmou, citada pela agência noticiosa Efe, uma das coordenadoras da investigação, Paola Bovolenta, do Centro de Biologia Molecular "Severo Ochoa", em Madrid, Espanha.

Posteriormente, através de análises genómicas, a equipa identificou "os genes alterados na ausência de Meis1" e viu que o gene "coordena um número muito grande de genes implicados no desenvolvimento do olho, que tem um papel fundamental na formação deste órgão e que as suas mutações podem gerar microftalmia", adiantou Paola Bovolenta.

A microftlamia é uma malformação congénita, pouco frequente, que faz com que o olho não se desenvolva bem e que a criança nasça com um ou os dois globos oculares mais pequenos do que o normal e com diversos graus de incapacidade visual, que podem chegar à cegueira.

A anomalia é responsável direta por 11 por cento dos casos de cegueira infantil nos países desenvolvidos, salienta a Efe.

O defeito pode ser hereditário, aparecer de forma espontânea ou ser gerado por agentes externos (como o medicamento Talidomida, comercializado na década de 60 e que provocou uma série de casos de malformações nos fetos). Na maior parte das situações, a microftlamia tem origem em mutações genéticas.

Segundo a investigadora Paola Bovolenta, a microftalmia "também pode vir acompanhada por defeitos na face, no ouvido ou no sistema muscular", uma vez que é provocada "por mutações em genes que são importantes para o desenvolvimento de tecidos distintos".

No estudo participaram igualmente cientistas do Centro Helmholtz de Munique, na Alemanha, e da Universidade da Austrália Ocidental.

Estudo revela
Um diagnóstico de excesso de peso aos 50 anos poderá estar ligado ao surgimento precoce da doença de Alzheimer em adultos dessa...

Segundo os especialistas do Instituto Nacional de Envelhecimento norte-americano (NIH, na sigla em inglês), cada unidade adicionada ao Índice de Massa Corporal (IMC, quociente entre o peso e o quadrado da altura) neste período conhecido como a meia-idade pode antecipar o surgimento da doença neurodegenerativa em seis a sete meses.

Estudos anteriores já tinham indicado que alterações no estilo de vida, como uma melhor dieta alimentar e a prática de exercício regular, podiam retardar o aparecimento de Alzheimer.

Os investigadores do NIH reuniram dados sobre um grupo de 1.394 doentes cognitivamente normais que realizou testes neuropsicológicos a cada dois anos durante uma média de 14 anos.

Dentro deste grupo, 142 pessoas desenvolveram a doença neurodegenerativa. Destas pessoas, aquelas com o maior IMC aos 50 anos foram as que desenvolveram mais rapidamente os sintomas de Alzheimer.

Os cientistas descobriram ainda que a obesidade na meia-idade também está associada a danos neurológicos no cérebro relacionados com a doença de Alzheimer.

“Estes resultados são importantes porque acrescentam uma quantidade significativa de conhecimento sobre a relação entre a obesidade e a doença de Alzheimer, mas acima de tudo indica que a manutenção de um IMC saudável a partir da meia-idade pode contribuir para a produção de um efeito protetor”, disse Madhay Thambisetty, principal autor do estudo.

Segundo o cientista, são agora necessários novos estudos, com um maior número de pacientes, que consigam determinar o IMC específico a partir do qual existe um elevado risco de manifestações precoces de Alhzeimer.

Os autores do estudo precisaram que os resultados estatísticos desta investigação não aprofundam os mecanismos associados ao excesso de peso e a obesidade que influenciam o surgimento da doença neurodegenerativa.

Publicado em Diário da República
A licença obrigatória gozada pelo pai aquando do nascimento de um filho passa a ser de 15 dias úteis, em vez de 10, a usufruir...

Uma lei hoje publicada em Diário da República altera algumas regras do Código de Trabalho, e de decretos lei anteriores, para reforçar os direitos de maternidade e paternidade, medidas que vão entrar em vigor com o próximo Orçamento do Estado, conforme é referido no documento.

"É obrigatório o gozo pelo pai de uma licença parental de 15 dias úteis, seguidos ou interpolados, nos 30 dias seguintes ao nascimento do filho, cinco dos quais" de modo consecutivo logo após o parto.

No decreto lei que estabelece o regime jurídico de proteção social na parentalidade, escreve o jornal Sol, é aumentado o número de dias de subsídio inicial exclusivo do pai para 15 dias úteis, contra os anteriores 10 dias.

A mãe e o pai trabalhadores têm direito, por nascimento de filho, a uma licença parental inicial de 120 ou 150 dias consecutivos, cujo gozo podem partilhar após o parto, e em simultâneo.

Mas, a lei acrescenta que, se os pais trabalharem na mesma microempresa, o usufruto da licença parental inicial ao mesmo tempo "depende de acordo com o empregador".

Os trabalhadores com filhos menores de 12 anos, ou em qualquer idade se forem portadores de deficiência ou de doença crónica, podem optar por trabalho a tempo parcial ou pelo regime flexível sem serem penalizados, tanto na avaliação como na progressão da carreira, é também estipulado.

Além das situações já previstas na lei, é agora acrescentada a possibilidade de o trabalhador com filho até três anos exercer a sua atividade em teletrabalho, embora dependa de ser compatível com as suas tarefas e da entidade patronal ter meios para aplicar este regime laboral.

A lei refere também que passa a ser contraordenação grave, em vez de leve, a violação da obrigação do empregador de comunicar, no prazo de cinco dias úteis, à entidade com competência na área da igualdade de oportunidades entre homens e mulheres o motivo da não renovação de contrato de trabalho a termo a uma trabalhadora grávida, puérpera ou lactante.

O trabalhador com filhos menor de três anos pode não ser abrangido pelo regime de adaptabilidade ou pela aplicação do regime de banco de horas, se não manifestar, por escrito, a sua concordância.

Nos EUA
O antiepilético da BIAL, o primeiro medicamento de patente e investigação portuguesa, acaba de ser aprovado pelo regulador do...

Aprovado em novembro de 2013 pela Food and Drug Administration (FDA) como terapêutica adjuvante em doentes adultos com crises epiléticas parciais, com ou sem generalização secundária, o acetato de eslicarbazepina pode agora ser administrado, nos Estados Unidos, em monoterapia em doentes que iniciam tratamento ou na sequência da mudança de outros antiepiléticos. Com base nos resultados positivos de dois ensaios de fase III, o acetato de eslicarbazepina torna-se assim o primeiro antiepilético, de toma única diária em libertação não prolongada, a poder ser usado isoladamente ou em combinação com outros antiepiléticos no tratamento de doentes adultos com crises epiléticas parciais.

“Esta é a segunda aprovação – a primeira a nível mundial para a indicação de monoterapia – que recebemos das autoridades reguladoras norte-americanas, cujos padrões de exigência são muito rigorosos. O nosso antiepilético chegará a um maior número de doentes ao poder ser utilizado tanto em monoterapia, como no tratamento adjuvante” afirma António Portela, CEO do grupo BIAL, para sublinhar “para nós esta aprovação traduz a confiança, a qualidade e segurança, quer do nosso medicamento, quer de toda a aposta que temos feito, e vamos continuar a fazer, na Investigação &Desenvolvimento (I&D) de novos fármacos”.

O desenvolvimento deste medicamento para a epilepsia envolveu 15 anos de investigação e um investimento superior a 300 milhões de euros. Na Europa, o acetato de eslicarbazepina foi aprovado pela Comissão Europeia em 2009 e está à venda em mais de 20 países – em mercados como o Reino Unido, a Alemanha, a França, a Espanha e a Itália. No continente Americano, a comercialização do fármaco da BIAL teve início em abril de 2014, nos EUA e Canadá.

Nos EUA, a epilepsia é a quarta doença neurológica mais comum, estimando-se que uma em cada 26 pessoas irá desenvolver uma crise epilética ao longo da vida. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, aproximadamente 50 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem desta patologia.

15 de setembro – Dia Mundial do Linfoma
Várias figuras públicas nacionais do ramo artístico e radiofónico aceitaram o desafio da Associação Portuguesa Contra a...

Luís Represas, Marco Paulo, Maria Ana Bobone, Pedro Ribeiro, Rui Veloso e Vasco Palmeirim são os nomes que se associam à iniciativa “Bolas de Sabão pelo Linfoma”. Com o apoio da Roche e a colaboração da Associação de Apoio aos Doentes com Leucemia e Linfoma (ADL) e da Associação Portuguesa de Leucemias e Linfomas (APLL), a ação será lançada no dia 15 de Setembro, data em que se assinala o Dia Internacional contra o Linfoma.

Num vídeo a divulgar na página de Facebook da Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL), os padrinhos convidam os portugueses a fazer bolas de sabão pelo linfoma e a partilhar vídeos e fotografias na página de Facebook da APCL (Facebook.com/AssociacaoPortuguesaContraLeucemia).

A mensagem de sensibilização será também levada às ruas de Lisboa por um grupo de voluntários que, no dia 15 de Setembro, percorrerá a cidade num autocarro, distribuindo folhetos informativos sobre a doença e oferecendo frascos de bolas de sabão à população. As pessoas serão convidadas a associar-se à iniciativa, cobrindo o céu com bolas de sabão, como forma de sensibilização e alerta para o linfoma. 

Processos em avaliação
Lei que prevê esta possibilidade tem um ano e aplica-se nos casos em que o Estado português não trata pacientes a tempo. Apenas...

Apenas oito portugueses pediram reembolsos ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) por tratamentos feitos noutro país da União Europeia.

A lei que pretende responder a quem não encontra uma cura a tempo em Portugal tem um ano, mas, na prática, ninguém teve ainda acesso a tratamentos programados no estrangeiro. Tratamentos que podem acontecer quando o SNS não dá resposta a um paciente em tempo útil.

Nos casos anteriores, desde setembro de 2014 que o Estado português arrisca-se a ter de pagar o tratamento feito por um doente num país da União Europeia. É isso que prevê a lei imposta por uma diretiva europeia sobre os cuidados de saúde transfronteiriços.

Os tratamentos programados no estrangeiro poderiam acontecer, por exemplo, em exames ou cirurgias com uma longa lista de espera.

Dos oito doentes que recorreram à nova lei, seis foram ao estrangeiro e depois pediram o reembolso, já tendo recebido um pedido de informações complementares pelo SNS. E dois optaram por fazer um pedido de autorização prévia antes de procurar tratamento na Europa. Os números foram avançados à TSF pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), cujo presidente já admitiu, numa entrevista à revista da associação de consumidores Deco, que o número de pedidos é, de facto, muito pequeno.

A maioria dos processos tinha falta de documentos e esta lei ainda será, segundo a ACSS, pouco conhecida dos portugueses.

Apesar de serem poucos, todos os casos de portugueses que pediram reembolsos por tratamentos no estrangeiros continuam em avaliação. Nenhum foi até agora aprovado pelo Estado português.

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