Estudo conclui
Fazer uma sesta regularmente após o almoço pode reduzir o risco de enfarte, revelou um novo estudo.

Conduzida por cientistas gregos, a pesquisa mostrou que fazer a famosa sesta contribui significativamente para a redução da pressão sanguínea, diminuindo as probabilidades de o paciente sofrer uma paragem cardíaca, escreve o Diário Digital.

“Churchill (Winston Churchill, ex-primeiro-ministro britânico) afirmava que tinha de fazer uma sesta entre o almoço e o jantar. Já Thatcher (Margaret Thatcher, ex-primeira-ministra britânica) dizia que em torno das três da tarde não deveria ser incomodada”, afirmou Manolis Kallistratos, que liderou a equipa responsável pelo estudo.

As conclusões do trabalho - que relaciona a sesta à pressão arterial - foram apresentadas no Congresso Europeu de Cardiologia, realizado em Londres.

“Ambos (Churchill and Tatcher) tinham razão. Segundo o nosso estudo, dormir ao meio-dia reduz a pressão arterial e pode diminuir o número de medicamentos necessários para os hipertensos”, assegurou Kallistratos, cardiologista do Hospital Geral de Asklepieion Voula, em Atenas.

O estudo mediu o impacto da sesta na pressão sanguínea de cerca de 400 pacientes com uma idade média de 61,4 anos.

Cada paciente teve a sua pressão medida tanto durante as horas em que permanecia no trabalho quanto por 24 horas em ambulatório.

Também foram avaliados a velocidade das pulsações, os hábitos de vida e o índice de massa corporal dos pacientes (IMC). Eles foram submetidos ainda a ecocardiogramas.

Após descartar o impacto de fatores como idade, sexo, consumo de álcool, sal, tabaco, café e exercício, Kallistratos e a sua equipa constataram que a pressão arterial ambulatória era 5% menor em pacientes que faziam a sesta do que aqueles que não descansavam após o almoço.

A taxa refere-se à pressão arterial sistólica. No caso do estudo, a pressão sistólica dos pacientes que faziam a sesta foi 4% menor quando estavam acordados (5 mmHg) e 6% menor (7 mmHg) durante a noite do que as dos pacientes que não dormiam uma sesta.

“Apesar do número parecer baixo, devemos lembrar que uma redução de 2 mmHg na pressão arterial sistólica pode reduzir o risco de eventos cardiovasculares em até 10%.”

Os pesquisadores também verificaram que a chamada velocidade de onda de pulso (pulse wave velocity em inglês), um índice de rigidez da aorta, era 11% inferior, e o diâmetro do ventrículo esquerdo 5% entre os pacientes que faziam a sesta e aqueles que não descansavam após o almoço.

“Isso indica que quem faz a sesta tem menos problemas nas artérias e no coração devido à pressão arterial alta”, assinalou Kallistratos.

A duração da sesta também foi avaliada pela pesquisa. Os pacientes que dormiram durante 60 minutos após o almoço registaram uma pressão sistólica ambulatória menor do que aqueles que descansaram 17 minutos menos.

“O nosso estudo demonstra que a sesta não só está associada a uma menor pressão arterial, mas também que, quanto mais longa ela é, mais benéfico será o descanso”, disse Kallistratos.

“A sesta ao meio-dia está associada à menor pressão arterial durante um período de 24 horas, a uma maior redução da pressão durante o descanso à noite, e menos danos às artérias e ao coração. E quanto mais longa for a sesta, menor serão os níveis da pressão arterial sistólica e também provavelmente a quantidade de medicamentos necessária para regular a pressão”, acrescentou.

O desafio, segundo Kallistratos, é incorporar o descanso na rotina diária.

“A sesta ao meio-dia é um hábito ainda visto como um privilégio para quem trabalha das nove da manhã às cinco da tarde”, disse Kallistratos.

Estudo
As pessoas que não dormem o suficiente são quatro vezes mais propensas a sofrer de uma gripe do que aquelas que descansam bem,...

A conclusão publicada pela revista Sleep baseia-se num estudo com 164 voluntários que foram expostos ao vírus da gripe por investigadores que também controlaram os seus hábitos de sono.

Os indivíduos, segundo o Diário Digital, foram submetidos previamente a exames de saúde e preencheram questionários para que os pesquisadores pudessem entender os seus fatores de risco, como stresse, temperamento e consumo de álcool e tabaco.

Os seus hábitos de sono foram acompanhados mais de uma semana antes do início do estudo, durante o qual se hospedaram num hotel na área de Pittsburgh, na Pensilvânia.

Enquanto estiveram no hotel, os cientistas administraram o vírus da gripe via nasal e monitorizaram o grupo durante uma semana para ver quem desenvolveria a doença.

Os resultados mostraram que aqueles que dormiam menos de seis horas por noite durante a semana tinham 4,2 vezes mais hipóteses de serem infetados em comparação com aqueles que dormiam mais de sete horas.

Aqueles que dormiam menos de cinco horas eram 4,5 vezes mais propensos a ficar doentes.

“A falta de sono é mais importante do que qualquer outro fator em predizer a probabilidade de contrair uma gripe”, explicou Aric Prather, professora assistente de psiquiatria na Universidade da Califórnia em São Francisco, e principal autora do estudo.

“Não importa a idade, os níveis de stresse, raça, educação ou rendimentos. Não importa se é fumador. Mesmo tendo em conta todos estes parâmetros, a quantidade de sono foi o fator mais importante”, disse.

Estudos anteriores ligaram a falta de sono a doenças crónicas, morte prematura, o risco de ficar doente, acidentes de carro, desastres industriais e erros médicos.

Um em cada cinco americanos dorme menos de seis horas, em média, de acordo com uma pesquisa de 2013 da Fundação Nacional do Sono.

Cientistas revelam
O veneno de uma vespa brasileira, Polybia paulista, contém uma poderosa toxina que mata células de cancro, sem danificar as...

O estudo, publicado na revista científica Biophysical Journal, poderá inspirar a criação de uma classe inédita de drogas contra o cancro, segundo os cientistas. De acordo com um dos autores do estudo, Paul Beales, da universidade inglesa, a toxina MP1 não afeta as células normais, mas interage com lipídios - moléculas de gordura - que estão distribuídos de forma anómala apenas na superfície das células cancerígenas, escreve o Diário Digital. Ao entrar em contacto com a membrana dessas células, a toxina abre buracos por onde escapam moléculas essenciais para o seu funcionamento.

"Terapias contra o cancro que atacam a composição de lipídios da membrana da célula seriam uma classe inteiramente nova de drogas anti-tumorais. Isso poderia ser útil para o desenvolvimento de novas terapias combinadas, nas quais múltiplas drogas são utilizadas para tratar um cancro atacando diferentes partes das suas células simultaneamente”, disse Beales.

Estudo
Dificuldades enfrentadas até aos seis anos de idade, como doenças na família, separação dos pais, mudança de bairro, entre...

“Devemos lembrar que se trata de uma escala de stresse. É normal ter um pouco de stresse na infância, o que medimos é uma acumulação de vários fatores stressantes”, afirmou a coordenadora do estudo e pesquisadora do King's College, em Londres, Sarah Jensen.

“Problemas de internalização, como depressão, estão extremamente ligados a eventos que aconteceram no início da vida”, explica. A equipa usou como referência 37 tipos de stresse, desde os citados acima até à violência física e emocional contra as crianças e contra as mães, escreve o Diário Digital.

Segundo os autores, o estudo é importante porque mostra que é possível prevenir diversos problemas, em vez de considerar que depressão e ansiedade são causados apenas pela genética. “A descoberta de que as experiências da infância podem afetar o cérebro mostra que a primeira infância não é só um período de vulnerabilidade, mas também de oportunidade”, conclui. “Intervenções contra a adversidade podem ajudar a prevenir que crianças internalizem sintomas e as proteger contra o desenvolvimento anormal do cérebro.”

As mães também apresentaram níveis de internalização de sintomas (depressão e/ou ansiedade) quando os pequenos tinham 7, 10 e 13 anos. Os dados foram recolhidos através de imagens de ressonância magnética.

Sarah e Edward Barker, outro autor do estudo, explicam que existem duas maneiras de reagir às adversidades; uma é a internalização de sintomas, que é o caso da pesquisa, e a externalização, que se reflete no comportamento das pessoas. A equipa observou três partes do córtex associadas à internalização de sintomas. “A ideia é que algumas partes do cérebro que eram associadas com a internalização de sintomas na verdade estão associadas à adversidade”, diz Barker.

Nas crianças que internalizaram sintomas de depressão e ansiedade, o giro frontal superior apresentou um volume inferior de massa cinzenta. “Isso vai de encontro com estudos anteriores que mostram que regiões frontais do cérebro estão implicadas na depressão”, diz Sarah.

Em relação ao volume do precuneus (região do lobo parietal), houve uma surpresa. Existe uma associação positiva entre adversidades e aumento de volume. “Normalmente, o stresse tem um efeito tóxico sobre o cérebro e a massa cinzenta é menor, mas neste caso, foi maior. Pode ser uma proteção, uma compensação, ou quer dizer que algum nível de stresse tenha um efeito positivo nesta área, mas não sabemos ao certo”, explica Sarah. Essa região já havia sido associada a experiências adversas como maus tratos.

O estudo foi feito apenas com meninos por ter sido feito juntamente com outra pesquisa que observou apenas crianças do sexo masculino. A coordenadora avalia que se trata de uma limitação e que seria interessante repeti-lo com meninas também.

Dia 8 de setembro – Dia Internacional da Literacia
O Dia Mundial da Literacia assinala-se a 8 de setembro em todo o Mundo.

A Literacia pode ser considerada como um dos recursos mais importantes de uma sociedade. A Literacia afeta positivamente o estatuto sócio-económico e o estado de saúde de pessoas e sociedades. A literacia em saúde é um instrumento fundamental para melhorar os níveis de saúde da população.

De facto, ter conhecimentos sobre estilos de vida saudáveis e prevenção das doenças, nomeadamente, nutrição, doseamento do stress, problemas do sono e como preveni-los, envelhecer com saúde, prevenção de acidentes, entre outros, são contributos importantes para a literacia em saúde. Mas só por si são insuficientes. É necessário que as pessoas, para além, de terem os conhecimentos os interpretem e compreendam, criando soluções que lhes permitam ter estilos de vida progressivamente mais saudáveis, seja através da capacitação individual ou da mudança contextual.
Este processo é contínuo, com a identificação constante das necessidades de conhecimentos, capacidades interpretativas ou de desenvolvimento de capacidades e potencialidades. Para esta tarefa, sociedade, indivíduos e profissionais de saúde são parceiros na procura contínua de soluções que permitam aumentar a literacia em saúde dos Portugueses.

O que nos revela o primeiro estudo em Portugal sobre a literacia em saúde dos Portugueses…

- O primeiro estudo sobre literacia em saúde realizado em Portugal (2014) revelou que a maioria dos portugueses inquiridos tem um nível de literacia em saúde problemático ou inadequado;

- O estudo, que contou com um inquérito feito a 1004 pessoas, foi desenvolvido no âmbito do projeto “Saúde que Conta” da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), e teve como base o Questionário Europeu de Literacia em Saúde;

- De acordo com os resultados, e no que respeita à prevenção da doença, cerca de 45% da população inquirida revelou ter um nível suficiente ou excelente de literacia em saúde;

- Em matéria de promoção da saúde, 60,2% dos inquiridos apresenta um nível de literacia problemático ou inadequado, comparativamente com os outros países em análise: Espanha, Irlanda, Holanda, Alemanha, Áustria, Grécia, Polónia e Bulgária;

- A investigação apurou que, em Portugal, à medida que a idade aumenta, o nível de literacia em saúde diminui;

- Observa-se tendencialmente o inverso no que diz respeito ao nível de escolaridade: quanto maior o nível de escolaridade, os níveis de literacia em saúde tendem a ser superiores;

- Os resultados do questionário, aplicado em Portugal continental e ilhas, revelam, contudo, que não são somente os grupos vulneráveis que apresentam níveis inadequados de literacia em saúde, mas sim a população em geral.

Os resultados deste estudo aproximam-se em grande medida de outros estudos realizados na última década que têm evidenciado que um nível inadequado de literacia em saúde tem implicações significativas nos resultados em saúde, na utilização dos serviços de saúde e, consequentemente, nos gastos em saúde. Estes traduzem-se especialmente numa maior taxa de morbilidade em doenças como Diabetes, Hipertensão, Obesidade e infeção por VIH; numa utilização menos eficiente dos serviços de saúde; numa maior taxa de hospitalizações e de utilização das urgências hospitalares; numa menor utilização de cuidados preventivos, como sejam os rastreios oncológicos e a vacinação; e numa autogestão deficiente em caso de doença crónica.

A importância da escola, da saúde escolar e dos enfermeiros

A Escola é, por excelência, um local privilegiado para a melhoria da literacia, que é muito mais do que aprender a  ler, escrever  e contar. A Escola é igualmente um local propício à promoção da saúde e ao exercício da cidadania plena, assente nos valores da equidade e da universalidade.

Por outro lado, a Saúde  Escolar  pode  e  deve ser  parceira da  Escola na  capacitação  da  comunidade educativa e na criação de escolas resilientes que são necessariamente mais seguras, mais sustentáveis e mais saudáveis. Assim, a Saúde Escolar,  pelo  potencial  que  tem  para  responder  aos  desafios  que  se  colocam  à saúde da comunidade educativa, é cada vez mais uma “alavanca” para a melhoria do nível de literacia em saúde dos jovens, facilitando a tomada de decisões responsáveis e promovendo ganhos em saúde.

É bom lembrar que a evidência mostra-nos que as crianças com um bom início de vida  aprendem  melhor,  têm  vidas  mais  produtivas  e contribuem  ativamente  para  a  sociedade. Por outro lado, as  desigualdades  e  os  determinantes  sociais, incluindo  o  género,  são  fatores de  risco em  termos  de educação e acesso  a  serviços  de saúde. Numa Escola para Todos, podem ser minorados e revertidos em benefício do bem-estar, da participação escolar e social  e de escolhas  mais  saudáveis das  crianças  e  dos jovens.

Portugal integra a Rede Europeia de Escolas Promotoras da Saúde desde 1994, com uma parceria formalizada entre os Ministérios da Saúde e da Educação, onde ambos assumiram a promoção da saúde na escola como um investimento que se traduzirá em ganhos em saúde.

O principal objetivo do recente Programa Nacional de Saúde Escolar 2014 é melhorar o nível de literacia em saúde e promover a adoção de estilos de vida saudáveis e a inclusão de crianças e jovens com necessidades de saúde especiais e contribuir para um ambiente escolar seguro e saudável.

Consideramos que a Escola pode contribuir para a melhoria da literacia em saúde, desenvolvendo (PNSE, 2014):

- Competências básicas  em  promoção  da  saúde  que  facilitam  a adoção  de comportamentos protetores da saúde e de prevenção da doença, bem como o autocuidado;

- Competências da pessoa com doença para se orientar no sistema de saúde e agir como um parceiro ativo dos profissionais;

- Competências como consumidor para tomar decisões de saúde, selecionar bens e serviços e agir de acordo com os seus direitos, caso necessário;

-  Competências  como  cidadão informado  e  conhecedor dos  seus  direitos  em saúde, capaz  de participar no  debate  de  assuntos  de  saúde,  integrado  nas estruturas de saúde e organizações de doentes.

De facto, o conjunto  de  competências  enunciadas acima permite  identificar  caminhos  com  vista  à  capacitação  da comunidade educativa em literacia em saúde.

A “Promoção da Saúde e da Literacia em Saúde” é uma das áreas de intervenção prioritária competindo à Saúde Escolar (DGS, 2013):

- Privilegiar os projetos de promoção da saúde  em meio escolar  que contribuam para  a  promoção  da saúde  mental  e  a melhoria  dos  determinantes  em  saúde, como a  prevenção do início do consumo de tabaco e álcool,  a  educação sexual em  meio  escolar,  o  aumento  da  ingestão  de  fruta  e  vegetais,  o  aumento  da prática de atividade física,  a  promoção da mobilidade segura  e  a  promoção de boas práticas em saúde oral;

- Cooperar na dinâmica dos Gabinetes de Informação e Apoio ao Aluno, no âmbito da educação para a saúde e educação sexual, conforme a legislação em vigor;

- Contribuir para os ganhos em saúde e a redução dos problemas de saúde com maior impacte  na  mortalidade  e  morbilidade  da  população  infantil  e  juvenil, como a obesidade, o excesso de peso e os acidentes;

- Promover a melhoria da literacia em saúde da comunidade educativa investindo: na  gestão  adequada  dos  determinantes  das  doenças  crónicas  não transmissíveis e das doenças transmissíveis; na melhoria do acesso às fontes de informação sobre saúde; na compreensão da informação técnica; no desenvolvimento de formas adequadas de comunicar saúde; no empowerment e, também, na melhoria dos  outputs  de saúde em termos de morbilidade e mortalidade e na melhor utilização dos recursos e na redução dos gastos em saúde.

Por último, consideramos que os enfermeiros possuem sensibilidade e competências para a promoção da saúde e literacia em saúde na escola, conjugando capacidades de comunicação, cooperação e aceitação, pelo que têm um papel determinante na efetividade e sucesso deste programa junto da comunidade educativa.

Os enfermeiros ao atuarem próximo de toda a comunidade educativa (alunos, pais, encarregados de educação, profissionais docentes e não docentes) assumem um papel ativo e preponderante e têm a oportunidade de partilhar saberes, num desafio constante de saúde para todos, contribuindo diretamente para a obtenção de ganhos em saúde.

 


Pedro Quintas, Enfermeiro no ACES Pinhal Litoral, Enfermeiro Especialista em Enfermagem Comunitária, [email protected]
 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Universidade de Coimbra
A investigadora Raquel Santiago, da Universidade de Coimbra, foi contemplada com uma bolsa da Bayer HealthCare para estudar...

Segundo a Universidade de Coimbra (UC), Raquel Santiago vai receber uma bolsa do "Global Ophthalmology Awards Program" (GOAP), no valor de 50 mil dólares (44 mil euros), para desenvolver o estudo "Gerir a inflamação na retinopatia diabética por bloqueio do recetor A2A de adenosina".

"Estudos anteriores desenvolvidos pela equipa da investigadora demonstraram que o bloqueio deste recetor previne a ativação das células da microglia (células do sistema imunitário) e a morte de células da retina", refere a instituição, em comunicado.

Raquel Santiago, citada na nota, explica que "em situações normais, as células da microglia estão constantemente a vigiar o microambiente que as rodeia, tendo um papel muito importante na homeostasia do sistema nervoso central, mas na diabetes as suas funções estão modificadas, promovendo a resposta inflamatória que pode contribuir para a morte celular na retina".

Segundo a investigadora, o seu estudo pretende verificar se ao bloquear o recetor A2A de adenosina é possível travar a morte das células da retina e, desta forma, a progressão da doença.

A equipa de Raquel Santiago prepara-se para iniciar um conjunto de experiências em modelos animais de diabetes, que serão tratados com um bloqueador de recetores A2A de adenosina, para estudar como reage a retina e se as células da microglia ficam menos reativas.

De acordo com o comunicado da UC, estima-se que, após 20 anos com diabetes, cerca de 90% dos doentes com diabetes tipo 1 e mais de 60 por cento dos doentes com diabetes tipo 2 sofrem de retinopatia diabética.

"Se for possível encontrar uma terapêutica que permita o tratamento numa fase mais inicial, o impacto na qualidade de vida do doente com retinopatia diabética será muito elevado", salienta Raquel Santiago, considerando que "os atuais tratamentos são dirigidos às fases avançadas da patologia, extremamente invasivos e pouco eficazes".

A investigadora do Instituto de Imagem Biomédica e Ciências da Vida (IBILI) da Faculdade de Medicina da UC recebe o prémio no dia 19, em Nice (França), durante o EURETINA - Congresso Europeu das doenças da retina.

Novas instalações
O Centro Hospitalar do Médio Tejo inaugura as novas instalações do serviço de Nefrologia, aumentando o número de postos de...

Em comunicado, o CHMT afirma que o serviço, único no distrito de Santarém, passa a ocupar o 5º piso da Unidade Hospitalar de Torres Novas, do CHMT (que integra ainda as unidades de Abrantes e de Tomar), com uma ala de internamento e outra para os tratamentos de diálise.

O investimento feito permitiu a instalação de “equipamentos e tecnologias de última geração”, sublinha a nota.

“Com esta renovação, o Centro Hospitalar do Médio Tejo duplica a capacidade de tratamento de doentes, em postos de diálise, tornando-se no único serviço de Nefrologia com estas características, do Serviço Nacional de Saúde (SNS), no distrito de Santarém e a segunda maior unidade de diálise hospitalar, do SNS, do país”, acrescenta.

O projeto foi iniciado em 2012, tendo sido concluído pela administração liderada por Carlos Andrade Costa, que está em funções há pouco mais de um ano.

A sessão de inauguração, marcada para hoje à tarde, contará com a presença do secretário de Estado da Saúde, Manuel Teixeira, e do presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Luís Cunha Ribeiro.

Estudo
Cientistas descobriram, numa experiência com ratos, que o Meis1 é um dos genes implicados no desenvolvimento correto do olho,...

Os resultados da investigação, publicados na revista Development, revelam que o gene Meis1 coordena a expressão de um grande número de genes, por sua vez responsáveis pela formação, pelo desenvolvimento e pela diferenciação da retina neural nos estádios iniciais de formação do olho, assim como de outras partes do organismo.

"Vimos que a falta do gene Meis1 reduzia muito a formação do esboço do olho. Uma só cópia alterada era suficiente para o conseguir", afirmou, citada pela agência noticiosa Efe, uma das coordenadoras da investigação, Paola Bovolenta, do Centro de Biologia Molecular "Severo Ochoa", em Madrid, Espanha.

Posteriormente, através de análises genómicas, a equipa identificou "os genes alterados na ausência de Meis1" e viu que o gene "coordena um número muito grande de genes implicados no desenvolvimento do olho, que tem um papel fundamental na formação deste órgão e que as suas mutações podem gerar microftalmia", adiantou Paola Bovolenta.

A microftlamia é uma malformação congénita, pouco frequente, que faz com que o olho não se desenvolva bem e que a criança nasça com um ou os dois globos oculares mais pequenos do que o normal e com diversos graus de incapacidade visual, que podem chegar à cegueira.

A anomalia é responsável direta por 11 por cento dos casos de cegueira infantil nos países desenvolvidos, salienta a Efe.

O defeito pode ser hereditário, aparecer de forma espontânea ou ser gerado por agentes externos (como o medicamento Talidomida, comercializado na década de 60 e que provocou uma série de casos de malformações nos fetos). Na maior parte das situações, a microftlamia tem origem em mutações genéticas.

Segundo a investigadora Paola Bovolenta, a microftalmia "também pode vir acompanhada por defeitos na face, no ouvido ou no sistema muscular", uma vez que é provocada "por mutações em genes que são importantes para o desenvolvimento de tecidos distintos".

No estudo participaram igualmente cientistas do Centro Helmholtz de Munique, na Alemanha, e da Universidade da Austrália Ocidental.

Estudo revela
Um diagnóstico de excesso de peso aos 50 anos poderá estar ligado ao surgimento precoce da doença de Alzheimer em adultos dessa...

Segundo os especialistas do Instituto Nacional de Envelhecimento norte-americano (NIH, na sigla em inglês), cada unidade adicionada ao Índice de Massa Corporal (IMC, quociente entre o peso e o quadrado da altura) neste período conhecido como a meia-idade pode antecipar o surgimento da doença neurodegenerativa em seis a sete meses.

Estudos anteriores já tinham indicado que alterações no estilo de vida, como uma melhor dieta alimentar e a prática de exercício regular, podiam retardar o aparecimento de Alzheimer.

Os investigadores do NIH reuniram dados sobre um grupo de 1.394 doentes cognitivamente normais que realizou testes neuropsicológicos a cada dois anos durante uma média de 14 anos.

Dentro deste grupo, 142 pessoas desenvolveram a doença neurodegenerativa. Destas pessoas, aquelas com o maior IMC aos 50 anos foram as que desenvolveram mais rapidamente os sintomas de Alzheimer.

Os cientistas descobriram ainda que a obesidade na meia-idade também está associada a danos neurológicos no cérebro relacionados com a doença de Alzheimer.

“Estes resultados são importantes porque acrescentam uma quantidade significativa de conhecimento sobre a relação entre a obesidade e a doença de Alzheimer, mas acima de tudo indica que a manutenção de um IMC saudável a partir da meia-idade pode contribuir para a produção de um efeito protetor”, disse Madhay Thambisetty, principal autor do estudo.

Segundo o cientista, são agora necessários novos estudos, com um maior número de pacientes, que consigam determinar o IMC específico a partir do qual existe um elevado risco de manifestações precoces de Alhzeimer.

Os autores do estudo precisaram que os resultados estatísticos desta investigação não aprofundam os mecanismos associados ao excesso de peso e a obesidade que influenciam o surgimento da doença neurodegenerativa.

Publicado em Diário da República
A licença obrigatória gozada pelo pai aquando do nascimento de um filho passa a ser de 15 dias úteis, em vez de 10, a usufruir...

Uma lei hoje publicada em Diário da República altera algumas regras do Código de Trabalho, e de decretos lei anteriores, para reforçar os direitos de maternidade e paternidade, medidas que vão entrar em vigor com o próximo Orçamento do Estado, conforme é referido no documento.

"É obrigatório o gozo pelo pai de uma licença parental de 15 dias úteis, seguidos ou interpolados, nos 30 dias seguintes ao nascimento do filho, cinco dos quais" de modo consecutivo logo após o parto.

No decreto lei que estabelece o regime jurídico de proteção social na parentalidade, escreve o jornal Sol, é aumentado o número de dias de subsídio inicial exclusivo do pai para 15 dias úteis, contra os anteriores 10 dias.

A mãe e o pai trabalhadores têm direito, por nascimento de filho, a uma licença parental inicial de 120 ou 150 dias consecutivos, cujo gozo podem partilhar após o parto, e em simultâneo.

Mas, a lei acrescenta que, se os pais trabalharem na mesma microempresa, o usufruto da licença parental inicial ao mesmo tempo "depende de acordo com o empregador".

Os trabalhadores com filhos menores de 12 anos, ou em qualquer idade se forem portadores de deficiência ou de doença crónica, podem optar por trabalho a tempo parcial ou pelo regime flexível sem serem penalizados, tanto na avaliação como na progressão da carreira, é também estipulado.

Além das situações já previstas na lei, é agora acrescentada a possibilidade de o trabalhador com filho até três anos exercer a sua atividade em teletrabalho, embora dependa de ser compatível com as suas tarefas e da entidade patronal ter meios para aplicar este regime laboral.

A lei refere também que passa a ser contraordenação grave, em vez de leve, a violação da obrigação do empregador de comunicar, no prazo de cinco dias úteis, à entidade com competência na área da igualdade de oportunidades entre homens e mulheres o motivo da não renovação de contrato de trabalho a termo a uma trabalhadora grávida, puérpera ou lactante.

O trabalhador com filhos menor de três anos pode não ser abrangido pelo regime de adaptabilidade ou pela aplicação do regime de banco de horas, se não manifestar, por escrito, a sua concordância.

Nos EUA
O antiepilético da BIAL, o primeiro medicamento de patente e investigação portuguesa, acaba de ser aprovado pelo regulador do...

Aprovado em novembro de 2013 pela Food and Drug Administration (FDA) como terapêutica adjuvante em doentes adultos com crises epiléticas parciais, com ou sem generalização secundária, o acetato de eslicarbazepina pode agora ser administrado, nos Estados Unidos, em monoterapia em doentes que iniciam tratamento ou na sequência da mudança de outros antiepiléticos. Com base nos resultados positivos de dois ensaios de fase III, o acetato de eslicarbazepina torna-se assim o primeiro antiepilético, de toma única diária em libertação não prolongada, a poder ser usado isoladamente ou em combinação com outros antiepiléticos no tratamento de doentes adultos com crises epiléticas parciais.

“Esta é a segunda aprovação – a primeira a nível mundial para a indicação de monoterapia – que recebemos das autoridades reguladoras norte-americanas, cujos padrões de exigência são muito rigorosos. O nosso antiepilético chegará a um maior número de doentes ao poder ser utilizado tanto em monoterapia, como no tratamento adjuvante” afirma António Portela, CEO do grupo BIAL, para sublinhar “para nós esta aprovação traduz a confiança, a qualidade e segurança, quer do nosso medicamento, quer de toda a aposta que temos feito, e vamos continuar a fazer, na Investigação &Desenvolvimento (I&D) de novos fármacos”.

O desenvolvimento deste medicamento para a epilepsia envolveu 15 anos de investigação e um investimento superior a 300 milhões de euros. Na Europa, o acetato de eslicarbazepina foi aprovado pela Comissão Europeia em 2009 e está à venda em mais de 20 países – em mercados como o Reino Unido, a Alemanha, a França, a Espanha e a Itália. No continente Americano, a comercialização do fármaco da BIAL teve início em abril de 2014, nos EUA e Canadá.

Nos EUA, a epilepsia é a quarta doença neurológica mais comum, estimando-se que uma em cada 26 pessoas irá desenvolver uma crise epilética ao longo da vida. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, aproximadamente 50 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem desta patologia.

15 de setembro – Dia Mundial do Linfoma
Várias figuras públicas nacionais do ramo artístico e radiofónico aceitaram o desafio da Associação Portuguesa Contra a...

Luís Represas, Marco Paulo, Maria Ana Bobone, Pedro Ribeiro, Rui Veloso e Vasco Palmeirim são os nomes que se associam à iniciativa “Bolas de Sabão pelo Linfoma”. Com o apoio da Roche e a colaboração da Associação de Apoio aos Doentes com Leucemia e Linfoma (ADL) e da Associação Portuguesa de Leucemias e Linfomas (APLL), a ação será lançada no dia 15 de Setembro, data em que se assinala o Dia Internacional contra o Linfoma.

Num vídeo a divulgar na página de Facebook da Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL), os padrinhos convidam os portugueses a fazer bolas de sabão pelo linfoma e a partilhar vídeos e fotografias na página de Facebook da APCL (Facebook.com/AssociacaoPortuguesaContraLeucemia).

A mensagem de sensibilização será também levada às ruas de Lisboa por um grupo de voluntários que, no dia 15 de Setembro, percorrerá a cidade num autocarro, distribuindo folhetos informativos sobre a doença e oferecendo frascos de bolas de sabão à população. As pessoas serão convidadas a associar-se à iniciativa, cobrindo o céu com bolas de sabão, como forma de sensibilização e alerta para o linfoma. 

Processos em avaliação
Lei que prevê esta possibilidade tem um ano e aplica-se nos casos em que o Estado português não trata pacientes a tempo. Apenas...

Apenas oito portugueses pediram reembolsos ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) por tratamentos feitos noutro país da União Europeia.

A lei que pretende responder a quem não encontra uma cura a tempo em Portugal tem um ano, mas, na prática, ninguém teve ainda acesso a tratamentos programados no estrangeiro. Tratamentos que podem acontecer quando o SNS não dá resposta a um paciente em tempo útil.

Nos casos anteriores, desde setembro de 2014 que o Estado português arrisca-se a ter de pagar o tratamento feito por um doente num país da União Europeia. É isso que prevê a lei imposta por uma diretiva europeia sobre os cuidados de saúde transfronteiriços.

Os tratamentos programados no estrangeiro poderiam acontecer, por exemplo, em exames ou cirurgias com uma longa lista de espera.

Dos oito doentes que recorreram à nova lei, seis foram ao estrangeiro e depois pediram o reembolso, já tendo recebido um pedido de informações complementares pelo SNS. E dois optaram por fazer um pedido de autorização prévia antes de procurar tratamento na Europa. Os números foram avançados à TSF pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), cujo presidente já admitiu, numa entrevista à revista da associação de consumidores Deco, que o número de pedidos é, de facto, muito pequeno.

A maioria dos processos tinha falta de documentos e esta lei ainda será, segundo a ACSS, pouco conhecida dos portugueses.

Apesar de serem poucos, todos os casos de portugueses que pediram reembolsos por tratamentos no estrangeiros continuam em avaliação. Nenhum foi até agora aprovado pelo Estado português.

Relatório recomenda
Com o aumento da esperança de vida espera-se que as necessidades nas unidades de cuidados intensivos aumentem todos os anos....

Nas unidades de cuidados intensivos estão sobretudo doentes internados com infeções graves, doenças agudas ou crónicas agudizadas – “cada vez mais frequentes”, lê-se no relatório –, pós-operatórios com necessidade de meios extraordinários de suporte de vida ou monitorização, doentes em morte cerebral, que potencialmente podem ser dadores de órgãos, entre outras situações.

O relatório constata que as necessidades nesta área aumentarão porque ao aumento de idade da população se associa um aumento de complexidade das situações clínicas e do número de internamentos por pessoa, escreve o jornal Público.

Parte-se do pressuposto que existirá um acréscimo de necessidades de 1,5% ao ano para os próximos seis anos, o que totalizaria um acréscimo de 9% de camas até 2020. “Chegamos a uma necessidade no valor de 80 camas”, lê-se no documento disponível no Portal da Saúde. Atualmente existem 759.

Mas a necessidade de aumento encontra o seu maior obstáculo na falta de médicos com formação nesta área, os chamados intensivistas. “A partir de 2015 deveria ser reforçado o esforço de formação de recursos humanos que permitisse um aumento de camas entre 2017 e 2020”, defende-se. O coordenador do relatório, o médico Jorge Penedo, nota que o recente anúncio de abertura de 12 vagas para intensivistas pelo Ministério da Saúde pretende aumentar a capacidade de dar formação a médicos desta especialidade nos hospitais.

De acordo com relatórios internacionais citados no documento, “a situação de Portugal no que se refere à disponibilização de cuidados em medicina intensiva encontra-se abaixo daquela que é a mediana dos países europeus.” Os autores do documento notam que uma capacidade reduzida em cuidados intensivos é motivo de múltiplas problemas “inaceitáveis em  sociedades desenvolvidas”, “tais como cancelamento de cirurgias programadas, não recolhas de órgãos para transplantes, transferências inadequadas e altas demasiadamente precoces, exemplos claramente indiciadores de má pratica”.

Aponta-se também grandes assimetrias regionais, “num total global entre os mais baixos da Europa, a par de países como o Reino Unido, Holanda, Irlanda ou Grécia e abaixo da mediana europeia". Destaca-se que só a Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve se aproxima da mediana europeia (11,5 camas por 100.000 habitantes).

Na área dos cuidados intensivos pediátricos não se recomenda grandes alterações. Por exemplo, não existem cuidados intensivos para crianças na ARS do Alentejo, os doentes são transportados para a região de saúde de Lisboa, mas o relatório não recomenda a sua abertura. “Com o transporte inter-hospitalar pediátrico atualmente existente o custo-benefício da abertura de camas de cuidados intensivos pediátrico é pouco favorável à abertura.” Jorge Penedo explica que a não abertura não é recomendável por razões médicas, porque tem de haver um número de casos suficiente para garantir a existência de experiência técnica adequada. Só na ARS do Norte se defende a abertura de quatro novas camas de cuidados intensivos pediátricos, "contribuindo para a redução do número de transferências para a região centro."

Desde Abril
Desde Abril, com as novas regras, 76 clínicos voltaram ao serviço público. Entre 2011 e Março deste ano tinham sido só 117.

O número de médicos reformados que aceitaram regressar ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) disparou desde Abril, altura em que o Governo alterou as regras para os clínicos que estivessem disponíveis para voltar – permitindo nomeadamente o trabalho em regime de part-time e acumulação de remunerações. Entre 2011 e 2014, só 112 médicos tinham aceitado voltar aos hospitais e centros de saúde públicos. Nos primeiros meses deste ano tinham sido apenas cinco, mas desde Abril o valor disparou para 76.

“É com satisfação que registo que 76 colegas voltaram ao serviço público desde Abril, em quatro meses da nova legislação, a somar aos 116 que tinham voltado desde 2011”, afirmou o secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde, num artigo de opinião no jornal Público. Até agora, 2011 tinha sido o ano com mais médicos a aceitarem voltar, num total de 64, indicam os dados enviados ao jornal Público pelo Ministério da Saúde. No ano seguinte foram apenas 22 e em 2013 o número caiu para dez. Em 2014 o valor ficou-se pelos 16 e nos primeiros três meses do ano tinham sido celebrados apenas cinco contratos. A tutela não esclareceu as especialidades destes médicos nem as zonas para onde vão trabalhar.

Em Fevereiro, numa comissão parlamentar de Saúde, em resposta aos deputados sobre as medidas que o Ministério da Saúde estava a implementar para ultrapassar as carências de profissionais no Serviço Nacional de Saúde, o ministro Paulo Macedo avançou que a tutela estava interessada em contratar mais médicos reformados e que iria alterar o regime em que esse regresso poderia ser feito. A principal diferença é que os clínicos podem voltar apenas em regime de tempo parcial, podendo prestar serviço num modelo de 20 horas semanais, em vez das 35 ou 40 horas.

A medida em questão tem o carácter de três anos e, em termos de remuneração, os médicos têm a vantagem de poder acumular a pensão que auferiam com um terço do valor das horas que vão trabalhar. Podem também optar por receber o salário na totalidade e apenas um terço da pensão. A contratação de reformados foi criada pela então ministra da Saúde, Ana Jorge (PS), para suprir a carência de recursos humanos no SNS e tem sido prolongada todos os anos pelo Governo de Pedro Passos Coelho.

No entanto, mesmo com esta subida, é praticamente impossível que a medida seja suficiente para estancar o efeito das saídas que têm acontecido nos últimos anos, numa altura em muitos concursos ficam desertos. Em cinco anos e meio mais de 3000 médicos aposentaram-se, sendo que 1400 saíram dos centros de saúde, uma das áreas com maior carência. Aliás, mais de um milhão de portugueses continua sem médico de família, com a pior cobertura a sentir-se na região de Lisboa e Vale do Tejo e com a melhor a Norte. Em muitos casos os clínicos pediram reformas antecipadas, mesmo com penalizações. Mesmo assim a tutela acredita que pode recuperar 400 médicos reformados em 2015 e contrapõe que o número total de médicos é agora superior ao do início da legislatura, apesar de muitas das entradas corresponderem a recém-especialistas.

Outra das medidas da tutela para suprir as carências passou pela criação, em 2015, de incentivos para os médicos que aceitem ser colocados nas zonas de maior necessidade. Recentemente foi anunciado também um incentivo para os médicos de família que aceitassem aumentar a lista de 1900 até 2500 utentes. O jornal Público pediu dados à tutela sobre os incentivos, mas não obteve resposta. No entanto, o ministro da Saúde explicou nesta segunda-feira, em Coimbra, que a falta de médicos no interior não pode ser resolvida “apenas com uma varinha mágica”, sendo necessário um conjunto de medidas integradas. Paulo Macedo, citado pela Lusa, defendeu que a resolução da falta de médicos em determinadas regiões do país passa por “um conjunto de medidas integradas e com múltiplas facetas e não apenas com uma varinha mágica”.

O ministro, que falava aos jornalistas à margem de uma visita ao Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, acrescentou ainda que devem existir “incentivos à interioridade como aqueles que foram divulgados”, mas sublinhou que a solução também está no facto de os próprios hospitais destas regiões conseguirem fixar mais internos que depois acabem por ficar nas instituições. Macedo sublinhou ainda o aumento de mais de dois mil médicos no Serviço Nacional de Saúde, admitindo que, apesar desse incremento, ainda “não são em número suficiente”. No entanto, insistiu que o Governo “tem feito um conjunto de esforços para levar mais médicos para o interior” e combater a assimetria na colocação dos profissionais.

Ministro da Saúde
Ministro sublinha o aumento de mais de dois mil médicos, admitindo que, apesar desse incremento, ainda "não são em número...

O ministro da Saúde disse que a falta de médicos no interior não pode ser resolvida "apenas com uma varinha mágica", escreve a Rádio Renascença, sendo necessário um conjunto de medidas integradas.

A resolução da falta de médicos em determinadas regiões do país passa por "um conjunto de medidas integradas e com múltiplas facetas e não apenas com uma varinha mágica", sublinhou o governante, que falava aos jornalistas à margem de uma visita ao Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

Segundo Paulo Macedo, têm de existir "incentivos à interioridade como aqueles que foram divulgados", bem como investimento nos hospitais, que estes "tenham idoneidades formativas, para que se façam lá os internatos" e que "as cidades ofereçam condições para os médicos se quererem estabelecer".

O ministro da Saúde sublinhou ainda o aumento de mais de dois mil médicos no Serviço Nacional de Saúde, admitindo que, apesar desse incremento, ainda "não são em número suficiente".

No entanto, o Governo "tem feito um conjunto de esforços para levar mais médicos para o interior" e combater a assimetria na colocação de médicos.

O ministro acredita que os incentivos podem ser atrativos, "se forem mantidos sistematicamente", garantindo um número de médicos suficiente. 

Medidas de prevenção
Um caso provável de infeção pelo vírus do Nilo, transmitido pela picada de mosquito, num residente no Algarve, que já teve alta...

Segundo um comunicado publicado no sítio de Internet da Direção-Geral de Saúde (DGS), é necessário que as autoridades reforcem os mecanismos de luta contra os mosquitos, sendo também aconselhado à população que reduza a exposição corporal à picada do mosquito, usando repelentes e redes mosquiteiras.

A DGS esclarece que o vírus não se transmite de pessoa para pessoa, mas "unicamente por picada de mosquito do género Culex" podendo, "em 20% das infeções, provocar doença febril com manifestações clínicas ligeiras, que raramente pode evoluir para meningite viral".

Entre as recomendações, está ainda a comunicação do caso provável a nível internacional, a implementação de ações que visem a segurança do sangue e seus componentes e da transplantação e a articulação com os serviços de veterinária, uma vez que os mosquitos infetados por aquele vírus podem também transmitir a infeção a animais, em particular cavalos.

O provável caso de doença pelo vírus, que circula nalgumas zonas da bacia mediterrânica, reuniu especialistas e dirigentes da DGS, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), do Instituto Português do Sangue e da Transplantação, da Administração Regional de Saúde do Algarve e do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, em articulação com a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária.

A DGS refere que a situação verificada no Algarve "continua a ser monitorizada e que qualquer alteração será comunicada", acrescentando que o INSA "está preparado para receber amostras e realizar o diagnóstico laboratorial" do vírus.

"As instituições citadas continuarão a acompanhar a situação e, em caso de necessidade, a atualizar a informação", conclui a DGS.

Ministérios da Educação e Saúde
O ministro da Educação, Nuno Crato, disse que, em conjunto com o Ministério da Saúde, vai ser criado “um sistema de juntas...

Questionado sobre o caso dos mais de 300 professores do distrito de Bragança que pediram condições específicas por motivo de doença, Nuno Crato afirmou que o ministério “está a acompanhar o que se está a passar com estes destacamentos, e já comunicou à Ordem dos Médicos um conjunto de casos”.

“Posso dizer-vos também que, em conjunto com o Ministério da Saúde, nós estamos a prever a realização de algumas juntas médicas para verificar o que se está a passar”, afirmou o ministro aos jornalistas, no final da cerimónia de assinatura das portarias de criação do Centro Universitário de Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto - Centro Hospitalar São João (FMUP-CHSJ) e do Centro Académico Clínico Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar - Centro Hospitalar do Porto (ICBAS-CHP).

O governante ressalvou, ladeado pelo seu homólogo da Saúde, que a situação “não pode pôr em causa o direito dos professores (…) de poderem trabalhar em locais mais perto dos sítios onde seguem os seus tratamentos ou onde têm apoio familiar ou outras razões desse tipo”.

“Há uma legislação para estes professores que estão nestas condições de saúde graves e nós temos de os proteger. O que temos de fazer ao mesmo tempo é evitar abusos, evitar ilegalidades. Esses abusos e essas ilegalidades, caso existam, serão investigados e serão, como é evidente, corrigidos e punidos. É um assunto com o qual vamos proceder de uma maneira muito séria”, declarou Crato.

O ministro da Educação sublinhou que, “surgindo algumas suspeitas ou queixas da existência de abusos, é obrigação do ministério investigar o que se passa”, o que “foi feito de imediato, com a Inspeção-Geral", que seguiu o assunto.

“Foram comunicadas algumas informações à Ordem dos Médicos e agora o senhor ministro da Saúde e eu vamos pôr em marcha um sistema de juntas médicas que permitirá seguir o que se está a passar”, afirmou Nuno Crato.

Algumas dezenas de professores manifestaram-se hoje em Bragança, contra o número elevado de destacamentos por doença de colegas, num caso que já apelidam de “epidemia” e que querem que seja averiguada pelas entidades competentes.

Mais de 300 professores do distrito de Bragança pediram condições específicas por motivo de doença, o que lhes permitiu serem colocados mais próximo de casa e faz deste ano letivo recordista da chamada mobilidade especial.

O caso do número elevado de professores a recorrerem à mobilidade especial foi noticiado pelo jornal Mensageiro de Bragança, no final de julho, num artigo que dava conta da alegada epidemia que terá incapacitado os docentes desta região.

Estudo
Cientistas detetaram um novo peptídeo ativo, um tipo de molécula formada pela união de vários aminoácidos, com implicações na...

A molécula em causa, o peptídeo amiloide-(eta), passou despercebida, durante anos, aos investigadores, que creem, agora, que desempenha um papel relevante na inibição dos neurónios no hipocampo cerebral.

A partir de estudos com ratos e testes com doentes de Alzheimer, a equipa de cientistas concluiu que o novo peptídeo pode diminuir a capacidade do cérebro para reter informação.

A doença de Alzheimer, patologia neurodegenerativa, está ligada ao aparecimento de placas amiloides no cérebro, mas os estudos têm-se centrado no peptídeo beta-amiloide, o principal componente dessas placas.

Segundo o estudo publicado na Nature, a acumulação do novo peptídeo, o amiloide-(eta), sintetizado a partir da proteína precursora de amiloide, também altera as funções neuronais.

A equipa de investigadores liderada por Michael Willem, da Universidade Ludwig-Maximilian, na Alemanha, sugere que o amiloide-(eta), que o cérebro produz por si mesmo, está associado ao aparecimento de agregados neurotóxicos no hipocampo, uma irregularidade que se estende mais tarde a todo o cérebro.

O funcionamento dos peptídeos amiloide-(eta) e beta-amiloide é distinto: enquanto o primeiro torna mais difícil a estimulação dos neurónios, o segundo torna-os hiperativos.

Infarmed
A Agência Alemã do Medicamento emitiu um alerta internacional relativo ao medicamento Meropenem Hospira, pó para solução...

A empresa Hospira Portugal, Lda., titular da autorização de introdução no mercado (AIM) em Portugal, irá proceder à recolha dos seguintes lotes de medicamentos:

  • Meropenem Hospira, pó para solução injetável ou para perfusão, 1000 mg

1 - Lote nº 601E182Z, com validade de Out./16

2 - Lote nº 601E191Z, com validade de Nov./16

Assim, o Infarmed determina a suspensão imediata da comercialização destes lotes.

Atendendo a que este medicamento é de uso exclusivo hospitalar, as entidades que dele disponham não o devem vender ou administrar, mas sim, proceder à sua devolução.

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