Investigadores alertam
Com um escasso número de psicólogos e psiquiatras a trabalhar com doentes oncológicos, a grande maioria das cerca de 6100...

O alerta, segundo o Sapo, é de um grupo de investigadoras de Psicologia da Universidade de Aveiro (UA) que desenvolveu o InMama Group, um programa inédito de intervenção em grupo que otimiza o trabalho dos técnicos de saúde mental sem descurar a eficácia dos resultados.

“Existe um número reduzido de psiquiatras e psicólogos nos institutos de oncologia nacional, que só conseguem alcançar uma parte reduzida da população que passa pela doença. No Instituto Português de Oncologia de Coimbra existe uma equipa constituída por uma Psiquiatra e uma Psicóloga para todos os doentes de todos os tipos de cancro”, exemplifica Ana Torres, psicóloga, autora do InMama Group juntamente com Anabela Pereira, Sara Monteiro e Filipa Araújo. Por isso, aponta, “o acompanhamento [psicológico e emocional] é escasso e a maioria das mulheres não o recebe”.

Por isso, “o facto do InMama Group apontar para uma intervenção de grupo tem também como objetivo que os poucos profissionais que trabalham nesta área consigam intervir em simultâneo num grupo de doentes e não somente num doente”. Ou seja, explica Ana Torres, “com este tipo de intervenção consegue-se chegar a um maior número de pessoas”.

Para além desta otimização de recursos, esclarece a investigadora, “a intervenção de grupo neste tipo de problema tem sido indicado também por proporcionar a oportunidade de partilha de experiências comuns relacionadas com o cancro e de estratégias para lidar com as dificuldades, para além de se acreditar que as pessoas se sentem úteis ao fornecer ajuda aos outros membros do grupo”.

Sintomas emocionais que podem ser tratados

“Existem efeitos físicos e psicológicos em todas as fases da doença, nomeadamente efeitos tardios e de longa duração, que persistem para além da remissão da fase ativa da doença, por exemplo, alterações da auto-imagem, alterações do auto-conceito e da auto-estima, sintomatologia depressiva e ansiosa, medo de recorrência ou dificuldades sexuais”, descreve Ana Torres.

Uma sintomatologia de sofrimento emocional “que pode comprometer a qualidade de vida, ou pelo menos alguns domínios da qualidade de vida destas doentes, o domínio físico, sexual, psicológico, social, de papel e espiritual”.

Escrito a pensar nos psicólogos e psiquiatras que trabalham com doentes oncológicos, em especial com mulheres que sobreviveram ao cancro da mama, o livro descreve, passo a passo, oito sessões psico-educativas contendo a descrição e informação para liderar este tipo de intervenção, potenciando a replicação dos benefícios alcançados. O InMamaGroup é um programa de natureza essencialmente psicoeducativa e tem como objetivo familiarizar as doentes com estratégias que promovam o ajustamento psicológico, emocional, social e espiritual às dificuldades resultantes da doença, contribuindo para a melhoria da sua qualidade de vida.

Constituído por oito sessões, de frequência semanal e com a duração de aproximadamente 90 minutos, o programa tem como objetivos permitir uma adaptação saudável da mulher aos efeitos do cancro da mama e dos tratamentos, diminuir a sintomatologia psicopatológica e o sofrimento psicológico, melhorar as estratégias de coping, os estados de humor e o autoconceito contribuindo para o ajustamento emocional e o crescimento pessoal e, por consequência, promover a qualidade de vida da mulher.

Testado ao longo dos últimos anos, as melhorias encontradas nas mulheres que já passaram pelo cancro da mama e, posteriormente, pelo programa InMama Group são notórias.
“Encontramos um efeito significativo especialmente a nível da perceção que as mulheres têm de si [ao nível do auto-conceito], para além da diminuição da predisposição à ansiedade”, congratula-se Ana Torres. Portanto, desejam as autoras, “esperamos que muitas outras mulheres consigam beneficiar destes e de outros efeitos”.

Em 25 anos
O programa de rastreio da Liga Portuguesa Contra o Cancro, que arrancou em 1990 na região Centro, identificou 6.935 cancros da...

Os resultados dos 25 anos do programa, que são apresentados no sábado, em Coimbra, permitem concluir que há uma "maior probabilidade" de mulheres que repetem a mamografia de apresentarem "lesões menos graves", sublinhou o membro da direção do Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro (NRC-LPCC), Vitor Rodrigues.

Segundo os dados a que a Lusa teve acesso, por cada mil mulheres rastreadas pela primeira vez, 62 são chamadas a uma consulta de aferição, 7,6 são encaminhadas para o hospital e quatro têm cancro.

Já nas mulheres que repetem o rastreio mamográfico, por cada mil 21 são chamadas a uma consulta de aferição, 4,1 são encaminhadas para o hospital e 2,8 têm cancro.

A repetição da mamografia resulta num diagnóstico do cancro da mama "mais precoce", o que leva a "um tratamento menos agressivo e a uma maior potencialidade de controlo", explanou.

Apesar dessa constatação, Vitor Rodrigues afirmou que, quer num caso quer noutro, a maioria dos tumores detetados são de pequena dimensão.

Cerca de 80% dos tumores detetados nas mulheres que repetem o rastreio têm pequena dimensão (até 15 milímetros) e 78% não apresentam extensão para os gânglios linfáticos, sendo que nas mulheres rastreadas pela primeira vez essa percentagem é um pouco mais baixa (75% dos tumores têm pequena dimensão e 72% não apresentam extensão para os gânglios), acrescentou.

O programa de rastreio da LPCC começou em 1990 na região Centro, em 1997 estendeu-se ao Alentejo e parte do distrito de Santarém, através do núcleo regional do Sul, e em 1999 começou a ser realizado pelo núcleo regional do Norte e na Madeira, através do Governo Regional.

O rastreio realiza-se também nos Açores, desde 2008, e no Algarve, desde 2005.

De acordo com Vitor Rodrigues, desde o início do projeto que se registou um aumento das mulheres que procuram o programa.

"No início, abrangíamos perto de 40%. Neste momento, abrangemos 65% das mulheres" em idade rastreável (dos 45 aos 69 anos) nos territórios em que o programa está implementado, frisou.

Para o também professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, "há, sem sombra de dúvida, uma maior sensibilização e um interiorizar por parte das pessoas de que têm de tomar conta da sua saúde".

Os resultados vão ser apresentados no sábado, no Hotel Quinta das Lágrimas, em Coimbra, no âmbito da sessão comemorativa de 25 anos do programa de rastreio da LPCC.

Barómetro
Quase metade dos portugueses não vai ao dentista há mais de um ano, tendo-se registado uma diminuição de consultas de saúde...

Estas são algumas das principais conclusões do II Barómetro Nacional de Saúde Oral, e que mostram que mais de 16% dos portugueses cortou nas consultas de medicina dentária em 2015, comparativamente ao ano anterior.

Contudo, em 2014 era mais elevado (20%) o número de pessoas que indicava ter diminuído as visitas ao dentista.

Segundo este barómetro, 46,7% dos portugueses não visitam o médico dentista há mais de um ano e os que foram a uma consulta são, sobretudo, mulheres, jovens, do interior Norte e de classe social mais elevada.

No oposto, surgem os idosos, os moradores no Sul e as pessoas das classes sociais com menores rendimentos.

Aliás, quando é assumida a diminuição de visitas ao dentista no último ano, o principal motivo elencado são as questões monetárias, como já se tinha verificado em 2014.

Outro dos indicadores mostra que um terço dos portugueses nunca visitaram o médico dentista ou só o fizeram apenas em caso de urgência, enquanto 9,5% dizem mesmo nunca ir ao dentista.

A Ordem dos Médicos Dentistas, responsável por este barómetro, salienta que existe uma correlação entre a falta de dentes e as poucas visitas ao dentista.

Este ano, 37% dos portugueses inquiridos afirmaram que têm falta de mais do que seis dentes naturais, mais cinco pontos percentuais do que em 2014.

Além disso, mais de metade (54%) dos portugueses com falta de dentes naturais não têm nada a substituí-los (nem dentaduras, nem dentes fixos) e apenas 28% dizem ter a dentição completa, excluindo os dentes do siso.

Quanto aos hábitos de higiene oral, 97,4% dizem escovar os dentes com frequência e até aumentou, em comparação com 2014, a quantidade dos que usam elixir e fio dentário.

O barómetro demonstrou ainda que são poucos os portugueses que recorreram ao Serviço Nacional de Saúde para tratar um problema de dentes – 6,9% nos últimos doze meses e, destes, 22% não tiveram o seu problema resolvido.

Em todo o país
Cerca de 30 mil voluntários da Liga Portuguesa Contra o Cancro iniciam hoje o peditório a favor da organização, que decorrerá...

A iniciativa tem como objetivo “alertar a população para a importância de contribuir para esta causa”, refere a instituição em comunicado.

“Lançamos novamente o repto aos portugueses para que se juntem à Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) e à luta contra o cancro”, afirma o presidente da LPCC, Francisco Cavaleiro de Ferreira, lembrando que o peditório “é uma das ações de angariação mais importantes” para a liga.

As receitas do peditório permitem dar continuidade aos diversos projetos que a Liga tem vindo a desenvolver na luta contra o cancro.

“No entanto, mais do que uma recolha de fundos, queremos que este seja um exemplo nacional de entreajuda e de solidariedade para fazermos mais e ajudarmos mais”, sublinha Francisco Cavaleiro de Ferreira, em comunicado.

Durante os quatro dias da iniciativa, os voluntários vão estar em locais distintos, como centros comerciais, igrejas, cemitérios, supermercados e principais ruas da cidade devidamente identificados com o colete da instituição e com o cofre.

Este ano, além da contribuição tradicional, os portugueses poderão fazer o seu donativo através de ‘QRCode’(código de resposta rápida para identificação digital), de “forma simples e segura”.

Esta ação decorre em todo o país, sob as orientações dos respetivos Núcleos Regionais da LPCC – Norte, Centro, Sul, Açores e Madeira.

Com o intuito de alertar a população para a importância de contribuir para esta causa, a LPCC está a promover novamente uma campanha de sensibilização cujo mote é “Contra o Cancro Todos Contam”.

A campanha, disponível em imprensa, ‘mupis’, online e TV, conta com a participação da cantora Mariza, do ator Paulo Pires, o ex-jogador Pauleta, a judoca Telma Monteiro e da atriz Ana Sofia Martins.

Estudo
As intervenções dos farmacêuticos junto dos utentes poupam à sociedade portuguesa cerca de 880 milhões de euros, valor que...

Estas são algumas das conclusões de um estudo promovido pela Ordem dos Farmacêuticos, que tentou apurar o valor económico e social das intervenções das farmácias comunitárias, e seus profissionais, junto dos utentes, tendo como base de comparação o que se estima que ocorreria caso não houvesse intervenção farmacêutica.

Esta análise não incluiu a dispensa do medicamento, atividade principal da farmácia, tendo considerado apenas intervenções diárias como gestão de doenças e terapêuticas, saúde materna e do bebé ou “intervenções transversais” como administração de medicamentos e vacinas, apoio ao domicílio, aconselhamento farmacêutico, ou programas de saúde pública, como troca de seringas e cessação tabágica.

Assim, em termos de resultados globais, o estudo conclui que as farmácias permitem uma poupança de 879,6 milhões de euros, um valor que representa 0,5% do PIB e 5,6% da despesa total em saúde.

Discriminando por áreas de intervenção, as poupanças geradas são de 352 milhões de euros em toda a atividade não remunerada do farmacêutico, 45 milhões em internamentos hospitalares, 1,6 milhões em urgências e 401,5 milhões em consultas.

Em termos de doenças e terapêuticas crónicas, a sociedade portuguesa pouparia 147,6 milhões de euros em hipertensão arterial, 32,9 milhões na diabetes e 27,7 milhões na asma e DPOC (doença pulmonar obstrutiva crónica).

Com a saúde materna e da criança a poupança chegaria aos 13,3 milhões de euros e com a melhoria da adesão à terapêutica aos 237,6 milhões.

Relativamente ao considerado “valor social” das farmácias, o estudo revela que a intervenção farmacêutica abrange 4,2 milhões de utentes, num valor global anual de 120 milhões de intervenções, e representa um aumento de 8,3% da qualidade de vida, bem como um benefício total de 260.245 anos de vida com qualidade.

A ausência de intervenções farmacêuticas representaria mais de 6 milhões de atos de saúde a mais no SNS, mais 22.409 hospitalizações, 22.054 episódios de urgência e 5.991.308 consultas.

Para efeitos deste estudo foram ainda consideradas as “intervenções futuras”, ou seja, intervenções que ainda não existem nas farmácias, mas que os farmacêuticos defendem que comecem a fazer parte das suas atividades, proximamente e em articulação com os cuidados de saúde primários e hospitalares.

Dispensa de medicamentos atualmente de uso exclusivo hospitalar a doentes crónicos controlados, deteção precoce do VIH, reconciliação da terapêutica, toma observada direta da terapêutica (no caso da tuberculose), ajuste da dose de terapêutica anticoagulante ou programas de gestão da doença no caso da artrite são algumas dessas intervenções.

Segundo o estudo, tal contributo permitiria poupar mais 144,3 milhões de euros e abranger 1,7 milhões de utentes.

Em Portugal
A Procuradoria-Geral da República está investigar o negócio do plasma em Portugal, uma matéria alvo de uma reportagem há alguns...

A Procuradoria-Geral da República confirmou a existência de um inquérito, “a correr termos no Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa (DIAP)”, em investigação e em segredo de justiça.

A estação televisiva disse que o DIAP pediu os documentos que estiveram na base da reportagem “O negócio do plasma”, e que vai começar a ouvir os envolvidos no caso.

A reportagem denunciava o desperdício de plasma doado pelos dadores portugueses e o gasto de milhões de euros na compra de plasma à empresa Octapharma.

A TVI noticiou que vão ser investigados os contratos ganhos pela farmacêutica, quando um dos elementos do júri era Luís Cunha Ribeiro, atual presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa, que na altura vivia em casa do principal responsável da empresa.

A Octapharma disse em comunicado, na altura da reportagem, que não retirava “o mais pequeno benefício da situação de não aproveitamento do plasma português”.

O responsável da Octapharma, Lalanda e Castro, foi quem deu emprego a José Sócrates depois de o ex-primeiro-ministro ter deixado o executivo. Além de José Sócrates é também um dos arguidos do processo “Operação Marquês”.

OMS
Dois terços da população mundial com menos de 50 anos são portadores do vírus do herpes, uma infeção incurável e contagiosa que...

A conclusão é da Organização Mundial de Saúde (OMS), que divulgou um relatório sobre este vírus e a respetiva incidência na população mundial.

“Mais de 3,7 mil milhões de pessoas com menos de 50 anos, ou seja 67% da população [com menos de 50 anos], estão infetadas pelo vírus Herpes Simples do tipo 1 (HSV-1)", indicou a agência das Nações Unidas, num comunicado.

Este vírus, que é transmitido principalmente pelo contacto com as partículas virais presentes em zonas como a boca, saliva ou lábios, afeta 87% da população com menos de 50 anos em África e 75% das pessoas com menos de 50 anos na região do Mediterrâneo Oriental, segundo o mesmo estudo.

Na Europa, 69% das mulheres com menos de 50 anos são portadoras do vírus, um número que desce para 61% quando analisada a incidência do vírus em homens da mesma faixa etária.

A região das Américas é a menos afetada: 49% das mulheres com menos de 50 anos são portadoras do vírus HSV-1, contra 39% dos homens.

Nos países mais desenvolvidos existem menos pessoas infetadas com o HSV-1 durante o período da infância, provavelmente porque existem melhores condições de higiene, acrescentou o relatório.

No entanto, segundo indicou o documento, estas mesmas pessoas estão expostas a um maior risco de contrair herpes labial através da prática de sexo oral.

Existem dois tipos de vírus do herpes: o vírus Herpes Simples do tipo 1 (HSV-1) e o vírus Herpes Simples do tipo 2 (HSV-2). Os dois são “muito contagiosos e incuráveis”, segundo a OMS.

O HSV-2, que se transmite principalmente por via sexual, é a principal causa do herpes genital.

Cerca de 417 milhões de pessoas entre os 15 e os 49 anos estão infetadas por este vírus.

Mas, novos dados fornecidos pela OMS mostram que o HSV-1 "é também uma das principais causas do herpes genital”.

Cerca de 140 milhões de pessoas com idades compreendidas entre os 15 e 49 anos estão infetadas com herpes genital HSV-1, principalmente no continente americano, Europa e no Pacífico Ocidental, precisou o relatório.

“O acesso à educação e à informação sobre os dois tipos de herpes e sobre as infeções sexualmente transmissíveis é essencial para proteger a saúde dos jovens antes que comecem a ser sexualmente ativos", afirmou Marleen Temmerman, responsável pelo Departamento de Saúde e Investigação Reprodutiva da OMS.

Os medicamentos antivirais existentes no mercado ajudam a reduzir a gravidade e a frequência dos sintomas, mas não conseguem curar a infeção. Várias vacinas e agentes microbicidas estão a ser estudados.

Instituto de Medicina Legal quer
O vice-presidente do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, João Pinheiro, realçou a aposta da instituição...

Na sua intervenção na abertura da II Conferência do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF), João Pinheiro valorizou o reforço das relações com as faculdades de Medicina portuguesas, com as quais o instituto pretende “renovar os protocolos de colaboração científico-pedagógica, alguns com mais de 15 anos, ajustando-os à realidade e tempos” atuais.

“Não posso deixar de salientar, com muito agrado, a estreita e profícua colaboração que iniciámos este ano com a Nova Medical School da Universidade Nova de Lisboa, que, estando ali mesmo ao lado da nossa Delegação Sul, não se comunicava com esta, vivendo ambas inexplicavelmente de costas voltadas há longos anos”, lamentou.

João Pinheiro disse que o alheamento entre as duas entidades, na capital, teve “várias consequências nefastas”, como o facto de “a cadeira de Medicina Legal ter sido paulatinamente reduzida a seis horas letivas anuais no atual plano de estudos do curso de Medicina” daquela escola.

Este estabelecimento de ensino acolheu uma proposta de colaboração do INMLCF que permitiu criar no quinto ano médico uma cadeira de opção, designada Medicina Legal e Ciências Forenses, com 32 horas letivas, que arranca em fevereiro de 2016, será regida pela professora Cristina Mendonça, diretora da Delegação Sul do instituto, e incluirá aulas, assistência a autópsias e exames penais.

Na sua opinião, “novos e auspiciosos trilhos de formação pré e pós-graduada e de investigação se abriram” entre as duas instituições, os seus professores e alunos.

“Assinámos com o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, do Porto, estão fechados os protocolos com a Universidade do Algarve e a Faculdade de Medicina de Lisboa e estamos em fase de negociação com a Faculdade de Medicina de Coimbra”, informou João Pinheiro.

O INMLCF quer continuar “nesta direção para outras escolas e instituições”, planeando a abertura em Faro, em janeiro, de um curso de pós-graduação em Medicina Legal e Ciências Forenses, envolvendo as unidades de saúde da Universidade do Algarve.

Também o presidente do Instituto Nacional de Medicina Legal, Francisco Brízida Martins, destacou no seu discurso a importância de “fazer ponte com todos aqueles que de uma forma ou de outra interagem com a atividade” do organismo público que lidera.

A conferência nacional, que decorre no auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra, permite ao INMLCF confirmar a sua condição de “parceiro privilegiado na administração da justiça”, promovendo “uma ampla partilha de saberes e experiências”.

Luta contra o cancro do pulmão
Associação Portuguesa de Luta Contra o Cancro do Pulmão lança sexta-feira uma campanha dirigida aos jovens que alerta para os...

“Apaixona-te pela vida. Não fumes! Informa-te sobre o cancro do pulmão” é o tema da campanha protagonizada por Frederico Morais (campeão nacional de surf), Manuel Luís Goucha (apresentador), Ricardo Carriço (ator), Tomaz Morais (treinador rugby), e William Carvalho (futebolista).

Todos deixam a mensagem “deixa de fumar, escolhe viver a vida, a natureza, o surf, o futebol, as artes, o rugby e tantas outras coisas saudáveis. Não pegues no cigarro. Escolhe um ‘vício’ saudável”.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da associação PULMONALE, António Araújo, explicou que “o objetivo da campanha é trazer para o conhecimento público os sinais e sintomas do cancro do pulmão e os malefícios do tabaco e das suas implicações”.

O oncologista adiantou que a campanha, que assinala o mês de sensibilização para o cancro do pulmão (novembro), se destina ao público em geral, mas particularmente às camadas mais jovens “de modo a alertá-los para a relação tabaco/cancro”.

Em Portugal, os jovens começam a fumar entre os 15 e os 18 anos, sendo objetivo da campanha apelar para que “não iniciem o consumo de tabaco ou, se já iniciaram, deixarem de fumar”.

Sobre as razões deste comportamento dos jovens, António Araújo disse que é uma forma de pertencerem a grupos e serem considerados “fixes”.

“O tabaco é uma droga que provoca habituação e dependência”, mas é socialmente aceite e os jovens “veem muito o tabaco como uma droga facilitadora de pertencerem aos grupos e serem fixes, no fundo, a serem adultos”, disse, sublinhando que as ações de sensibilização tentam desmontar esta imagem, fazendo-lhes compreender que "levar uma vida saudável, não fumar e praticar exercício é muito mais importante" do que fumar.

Por outro lado, o facto de o cancro do pulmão e as outras doenças associadas ao tabaco surgirem 10, 15 ou mais anos depois de começarem a fumar leva os jovens a não associarem “o risco de desenvolverem a doença ao consumo de tabaco e acaba por não ser interessante deixar de fumar”.

Em Portugal são diagnosticados, por ano, cerca de 4.000 novos casos de cancro do pulmão e registadas cerca de 3.500 mortes.

O tabaco está implicado em 85% dos casos desta doença, mas também noutras patologias como a doença pulmonar obstrutiva crónica, enfisema pulmonar e infeções respiratórias baixas, tuberculose pulmonar, doença cardíaca isquémica e doença cerebrovascular.

O cancro do pulmão pode ser assintomático e a sua primeira manifestação surge sob a forma de metástase, o que explica que a sobrevida aos cinco anos seja apenas de 15%.

Por isso, as pessoas têm de estar mais atentasa alguns sinais como tosse, expetoração, perda de peso, presença de sangue na expetoração, rouquidão, dor persistente no tórax.

 

Na China
A China, nação mais populosa do mundo com 1.370 milhões de habitantes, decidiu hoje abolir a política de "um casal, um...

"Era inevitável", comenta um funcionário de um órgão estatal chinês, aludindo à crescente pressão no sistema de pensões do país, fruto do rápido envelhecimento da sociedade.

"A questão agora é saber quem é que tem tempo e dinheiro para criar duas crianças?", acrescentou.

A decisão foi anunciada após uma reunião de quatro dias à porta fechada entre o Comité Central do Partido Comunista Chinês (PCC), a cúpula do poder na China, e que serviu para delinear as prioridades do 13º plano quinquenal (2016-2020).

Pelas contas do Governo, sem aquela política, em vez de cerca de 1.350 milhões de habitantes, a China teria hoje quase 1.700 milhões.

Já em 2013, a direção do PCC decidiu aliviar a política, permitindo aos casais em que ambos os cônjuges são filhos únicos ter um segundo filho.

Porém, o número de casais que se inscreveram para ter um segundo filho (cerca de 700.000) ficou muito aquém dos dois milhões previstos pelas autoridades.

"O esperado 'baby boom' não aconteceu e a vontade das pessoas de ter mais filhos irá diminuir com o desenvolvimento económico", comentou então Cai Fang, vice-diretor da Academia Chinesa de Ciências Sociais (ACCS).

Quando Deng Xiaoping impôs a política do filho único, a China era ainda um país pobre e isolado, longe de conhecer o trepidante crescimento económico que viria a transfigurar a sociedade chinesa.

Hoje, nas grandes metrópoles chinesas, muitos jovens rompem com a tradição, optando por casar tarde e ter apenas um filho, independentemente da flexibilização ditada pelo Governo.

A população ativa começou a diminuir e a taxa de fertilidade, que na década de 1970 era 4,77 filhos por mulher, desceu para 1,4, atingindo quase o nível de alerta de 1,3, considerado globalmente como "a armadilha da baixa fertilidade".

Segundo dados oficiais, em 2050, um terço da população chinesa terá 60 ou mais anos e haverá menos trabalhadores para sustentar cada reformado

Entretanto, e fruto da tradição feudal que dá preferência a filhos do sexo masculino, a política de filho único gerou um excedente de 33 milhões de homens: no final de 2014, a diferença, à nascença, era de 115,8 rapazes por 100 raparigas.

Os números sugerem um outro efeito perverso da política: de acordo com dados oficiais chineses, desde 1971, os hospitais do país executaram 336 milhões de abortos e 196 milhões de esterilizações.

A maioria dos abortos ocorre quando o feto é do sexo feminino.

Para Pequim, a política de filho único tratou-se de um mal necessário, permitindo o aumento do Produto Interno Bruto ‘per capita’, da esperança média de vida (agora em 75 anos) ou do nível de escolaridade da população.

 

Nos EUA
Transplante fecal. Sim, leu bem. O tema ainda é pouco conhecido mesmo entre os médicos, mas tem estado a ganhar cada vez mais...

Chamado cientificamente de transplante de microbiota fecal (FMT, na sigla em inglês), a técnica consiste em inserir fezes de uma pessoa saudável no intestino de um paciente com um problema intestinal através de um tubo ou através de uma cápsula via oral (pelo nariz ou boca) ou, ainda, via anal, escreve o Diário Digital. Esta é uma forma de introduzir uma mistura de bactérias saudáveis que podem tomar o lugar de bactérias prejudiciais causadoras de doenças.

Pelo mundo, diversas pesquisas estão a ser feitas para testar a viabilidade de usar a técnica contra outras doenças, como colite ulcerativa, doença de Crohn e até mesmo contra a obesidade.

A infeção pela Clostridium difficile, que faz parte da flora intestinal de 10% das pessoas, ocorre quando se ingere antibióticos por causa de alguma outra doença, como gripe, por exemplo. Essa bactéria resiste e toma conta do intestino, causando diarreia e desidratação tão grave que pode até ser fatal.

Estudo
Um estudo feito nos EUA encontrou relação entre o hábito de ficar muito tempo em frente à televisão e as principais causas de...

Cerca de 80% dos adultos norte-americanos assistem a 3,5 horas de TV por dia, uma quantidade considerada excessiva. O hábito consome mais da metade do tempo de lazer disponível, o que significa menos actividade física, escreve o Diário Digital.

Para o estudo, publicado no American Journal of Preventive Medicine, foram analisados mais de 221 mil indivíduos com idade entre 50 e 71 anos que não apresentavam nenhum tipo de doença crónica no início da avaliação.

Os pesquisadores, do Instituto Nacional do Cancro, afirmam que algumas das associações encontradas foram identificadas pela primeira vez, e por isso ainda são necessários novos trabalhos que confirmem os resultados.

Em comparação com quem assistia a menos de uma hora por dia, os indivíduos que ficavam de 3 a 4 horas em frente à TV apresentaram 15% mais propensão a morrer por qualquer causa. Para quem assistia 7 ou mais horas, a probabilidade era 47% maior. As associações permaneceram altas mesmo quando os pesquisadores isolavam factores como tabagismo, consumo de álcool e condição de saúde.

Os efeitos prejudiciais do excesso de TV foram observados tanto nos indivíduos inactivos como também nos activos. Enquanto a população mais idosa tende a ficar mais tempo na TV, crianças e adolescentes passam períodos semelhantes nos tablets. Tudo indica que as pessoas vão ter que fazer exercício cada vez mais se quiserem ficar menos doentes.

Estudo
A cada ano que passa, mais e mais idosos sofrem de Alzheimer. Os investigadores ainda estão a procurar uma causa, mas um novo...

O estudo foi publicado na Nature Scientific Reports, e já está a provocar controvérsia no meio académico. Os biólogos moleculares Diana Pisa, Luis Carrasco e a sua equipa com mais 25 pesquisadores estudou 25 cadáveres, 14 dos quais eram de pessoas com Alzheimer. O que eles descobriram parecia impossível. Todos os 14 cérebros com Alzheimer sofriam de uma micose, escreve o Diário Digital.

É possível que essa micose seja a causa dos sintomas de demência? Pisa e os seus colegas não descartaram isso. Existem muitos tratamentos disponíveis para micoses, e os pesquisadores dizem que o próximo passo é testar a eficácia deles contra a doença de Alzheimer em organismos vivos.

O problema é que essa micose não explica todos os casos de demência, como destaca o The Economist.

John Hardy, um neurocientista na University College London, no Reino Unido, destaca que um (raro) caso de Alzheimer é bastante conhecido. Em algumas poucas famílias a doença parece ser hereditária, causada pela mutação de um de três genes. Se a micose fosse a principal causa, então essas mutações fariam essas pessoas tão susceptíveis à doença que 100% delas acabariam infectadas, algo que ele acredita ser improvável.

Se o resultado estiver certo, no entanto, ainda é possível que a correlação ocorra de outra forma, com a doença de Alzheimer a ser a porta de entrada do cérebro para a micose.

Também é bem provável que a Alzheimer, assim como o cancro, não seja uma doença com uma única causa. Podem haver dezenas de formas de uma pessoa desenvolver Alzheimer – e cada uma delas precisa de um tipo diferente de terapia. Ainda assim, se o estudo nos levar a uma terapia para um tipo específico de demência, já será uma vitória.

Estudo
Depois dos alertas da OMS sobre o perigo da ingestão das carnes transformadas, um relatório que avisa que o elevado consumo de...

Portugal é o país mediterrânico cuja alimentação mais faz mal ao planeta. E, por irónico que pareça, a maior culpa é do elevado consumo de peixe – um alimento saudável.

Esta conclusão surpreendente, escreve o jornal Público, resulta de um estudo publicado esta quinta-feira pela Global Footprint Network, a organização responsável pelos cálculos da “pegada ecológica”. Este indicador representa a área da Terra necessária para produzir o que cada pessoa consome ou necessita, dos alimentos a roupa, dos combustíveis a edifícios.

Para Portugal, este valor é de 4,5 hectares por habitante. É o quarto país mediterrânico com a maior pegada ecológica, depois de França, Eslovénia e Itália.

Mas na alimentação, o país lidera o ranking. Cerca de 1,5 hectares de terra ou mar são necessários para garantir o almoço, o lanche e o jantar dos portugueses. Ninguém necessita de tanto espaço produtivo para matar a fome entre os países do Mediterrâneo, região sobre a qual incide o estudo. A seguir vêm Malta (1,25 hectares por pessoa), Grécia (1,22) e Espanha (1,15).

Dois fatores contribuem para este resultado. O primeiro é simples: em Portugal, come-se muito. A FAO – a agência das Nações Unidas para a alimentação e a agricultura – recomenda como saudável uma dieta diária de 2500 quilocalorias por pessoa. Em Portugal, consomem-se 3500 – 40% a mais. “Isto não é exclusivo de Portugal. Encontramos valores similares noutros países, como Espanha, Grécia e Itália”, afirma Alessandro Galli, director da Global Footprint Network para a área do Mediterrâneo.

O segundo factor encerra uma grande ironia. Portugal é um dos países com maior consumo per capita de peixe no mundo – um dado positivo pelo lado da saúde. Mas o apetite nacional dirige-se muito para espécies de topo, como o bacalhau e o atum, que requerem mais recursos para se desenvolver.

O atum, explica Alessandro Galli, alimenta-se de sardinhas, que por sua vez se alimentam de plâncton, os minúsculos organismos em suspensão na água. Na prática, é preciso uma área muito maior da plataforma continental para produzir o plâncton necessário para um peixe num elo superior da cadeia alimentar. “O impacto do consumo de um quilo de atum equivale ao de dez quilos de sardinhas”, explica Alessandro Galli.

A importação também pesa. Em 2014, 481 mil toneladas de pescado vieram de fora, contra 283 mil toneladas da exportação, segundo dados oficiais.

Dizer que comer peixe faz mal à Terra é mais uma má notícia para a mesa nacional. Na segunda-feira, a Agência Internacional de Investigação do Cancro da Organização Mundial de Saúde anunciou ter classificado as carnes processadas – como chouriços, presuntos e bacon – como produtos cancerígenos. As autoridades nacionais de saúde apressaram-se a esclarecer que o importante é garantir uma dieta equilibrada.

No caso do pescado, Alessandro Galli diz que não está em causa deixar de os comer, mas sim escolher melhor. “A minha recomendação é comer peixe mas diversificar, preferir peixes em posição mais baixa na cadeia alimentar, como as sardinhas”, diz.

Porém, neste momento, a maré também não está para as sardinhas. O stockibérico desta espécie nunca esteve tão baixo e os cientistas dizem que no próximo ano não se deve capturar mais do que 1600 toneladas nos mares de Portugal e Espanha – apenas 10% da quota de 2015. Mas outras espécies, como o carapau e a cavala, são hoje mais abundantes.

Os dados agora divulgados são uma nódoa na imagem positiva dos hábitos alimentares do Mediterrâneo. Alessandro Galli argumenta, porém, que a verdadeira dieta mediterrânica é composta sobretudo de produtos como legumes, verduras, cereais e azeite, com consumo moderado de carne ou peixe.

“O meu argumento é o de que a dieta mediterrânica é boa para o ambiente, mas acabámos por nos afastar um pouco dela”, afirma.

Com o peso da alimentação, Portugal vai muito além da sua capacidade biológica de satisfazer o consumo dos seus habitantes. A pegada ecológica é de 4,5 hectares por pessoa, mas o país só tem 1,3 hectares produtivos per capita.

A meta não é ser auto-suficiente, algo que seria impossível para a generalidade dos países. Mas, para a Global Footprint Network, cada nação deveria ter como guia a biocapacidade global para sustentar o consumo dos seus habitantes, que é de 1,8 hectares por pessoa.

Europa quer
A União Europeia quer reduzir o tempo de investigação de novos antibióticos, que atualmente supera uma década. O objetivo é...

Recentemente, a UE publicou um documento que pretende encurtar o tempo de investigação, encontrando as doses adequadas e eficazes no tratamento. Em Portugal as infeções hospitalares afetam um em cada dez doentes, escreve o Diário de Notícias. Só em Gaia uma bactéria multirresistente matou três pessoas e infetou outras dezenas recentemente.

Tal como aconteceu nos Estados Unidos, a Agência Europeia do Medicamento (EMA) tem tentado adequar a legislação na área dos antibióticos, proteger e aumentar o tempo das patentes e acelerar a investigação, produzindo documentos para a indústria. Agora, o organismo responsável pela avaliação de medicamentos a nível da UE colocou mais um no debate público.

José Artur Paiva, o diretor do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência a Antimicrobianos, diz que é "cada vez mais difícil tratar uma infeção, com o atual aumento das resistências a antibióticos; por outro lado, há menos medicamentos. Arriscamo-nos a viver num mundo sem antibióticos", alerta. Nos próximos tempos, "não está prevista a saída de novas moléculas, é por essa razão que é preciso tentar acelerar a investigação e criar mecanismos que a promovam".

O documento dedica-se ao papel da farmacocinética e da farmacodinâmica. A primeira é a forma como uma droga é absorvida pelo organismo, distribuída e excretada. A segunda estuda o efeito de uma determinada dose da substância na capacidade de matar ou travar o crescimento das bactérias.

Tendo em conta estes princípios, é possível evitar ou encurtar no tempo os estudos de dosagem durante os ensaios clínicos, exemplifica a guideline. Além de se acelerar a investigação, estas análises permitem identificar doses mais adequadas, mais seguras e com menor risco de se desenvolverem resistências.

Na semana passada, peritos de todo o mundo e representantes da Comissão Europeia e do departamento de Saúde dos Estados Unidos reuniram-se para definir estratégias para os próximos cinco anos para travar as resistências.

Quimioterapia e cirurgia em risco
Um estudo do The Lancet calcula que só nos EUA possa haver mais seis mil mortes por ano devido a uma quebra de 30% na eficácia dos antibióticos. Os peritos calculam que a taxa de resistência aos antibióticos seja de 39% a 51% nas bactérias associadas às cirurgias e que, na sequência de quimioterapia, essa taxa seja de quase 27%, o que levanta elevados receios quanto à perda de eficácia dos medicamentos atuais. Se os antibióticos que são dados antes da cirurgia e da quimioterapia perderem 30% de eficácia haverá no mínimo mais 120 mil infeções por ano.

Estudo
Uma investigadora americana decidiu analisar os ‘testers’ de maquilhagem que normalmente encontramos nas lojas e fez uma...

Durante dois anos Elizabeth Brooks decidiu analisar um dos grandes aliados das mulheres quando chega a altura de comprar maquilhagem: os famosos testers.

O estudo, publicado pela investigadora, revelou que entre 67-100% das amostras que estão expostas na lojas continham um grande nível de bactérias, escreve o Sapo.

A E.coli (presente em fezes) e a Staph Aurus (que pode ser nociva para os olhos e nariz) foram apenas duas das várias bactérias encontradas nestes produtos. E o mais surpreendente é que o nível bacteriológico oscila consoante o dia da semana.

Os resultados revelam que o sábado e o domingo são os piores dias para se experimentar maquilhagem. Isto deve-se ao facto de ao fim de semana existir um maior fluxo de pessoas nas lojas e centros comerciais levando a uma maior concentração de bactérias.

“A maquilhagem não possui nutrientes que proporcionem o crescimento das bactérias, por isso estas não se multiplicam. Isto significa que apesar das amostras estarem 100% contaminadas no domingo, as bactérias vão começar a morrer no início da semana seguinte”, explica.

Apesar da investigadora afirmar que não existem riscos para a saúde das mulheres, a verdade é que é nojento pensar nas centenas de pessoas que experimentaram aquele batom ou rímel.

Nos últimos dois anos
Instituto Nacional de Medicina Legal analisou autópsias de 2013 e 2014. Nesses dois anos foram registados 767 suicídios de idosos.

Nos últimos dois anos, das 2067 autópsias a casos de suicídio que o Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF) conduziu, quase 40% disseram respeito a mortes de idosos, que representaram 767 óbitos. A esmagadora maioria dos suicídios ainda acontece em homens, com quase 600 suicídios, e há também diferenças entre as várias zonas do país e os métodos utilizados, explica ao jornal Público o vice-presidente do INLMCF e autor do trabalho, João Pinheiro. O especialista considera que estes dados merecem uma reflexão, no sentido de elaborar melhores estratégias de prevenção desta realidade junto das populações mais vulneráveis.

O trabalho “O Suicídio de Idosos em Portugal: Estudo de 2 Anos de Autópsias”, antecipado ao jornal Público e feito em parceria com José Vieira de Sousa, Maria Cristina de Mendonça, António Padilha e Jorge Rosmaninho, será apresentado na conferência anual do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF) em Coimbra, e que acolhe mais de 400 especialistas. O encontro, que se realiza pela segunda vez, pretende impor-se como “grande evento científico da medicina legal e das ciências forenses em Portugal”.

“A missão do instituto nestes e noutros trabalhos é pôr os mortos ao serviço dos vivos. Todas as nossas autópsias têm um objetivo imediato de um caso concreto, como encontrar o culpado de um homicídio. Mas temos imensos dados que estão fechados e a nossa conferência serve para promover que estes resultados – que resolvem problemas concretos – sirvam depois para a comunidade científica, para investigar e prevenir situações como o suicídio de idosos”, frisa João Pinheiro. Sobre os suicídios em geral, o médico forense adianta que os dados do INMLCF indicam que os números não aumentaram com a crise e que se mantiveram estáveis na última década.

Mas o responsável sublinha o “grande peso” que os idosos têm, representando 37% do total de suicídios nos anos em análise, numa altura em que a população mais velha ocupa uma fatia cada vez maior e em que o Eurostat, Serviço de Estatística da União Europeia, estima que em Portugal a percentagem de pessoas com idade igual ou superior a 80 anos tenha um peso de 5,5% e que este valor ultrapasse os 15% em 2080. O vice-presidente do instituto alerta, também, que os dados dos óbitos pecam por defeito, uma vez que existem casos em que os procuradores dispensam a realização de autópsia.

Distritos com mais casos
Concretamente sobre os idosos, João Pinheiro destaca que “Lisboa, Porto, Faro, Setúbal e Santarém” são os cinco distritos com mais casos de suicídios acima dos 65 anos. Contudo, ressalva que é preciso cruzar estes dados com o peso da população dessas mesmas zonas. Mais importante, defende o médico, é a importância que os antecedentes psiquiátricos parecem ter neste desfecho. Menos expressivos mas também presentes estão os casos de pessoas com cancro ou com as chamadas comorbilidades, isto é, que acumulam várias doenças, como hipertensão, diabetes e outras patologias próprias da idade.

“Os antecedentes psiquiátricos, nos casos em que foi possível apurar, revelaram-se estatisticamente significativos como factor de risco para o suicídio precoce. As pessoas que tinham estes fatores de risco suicidaram-se mais cedo do que as outras dentro do grupo dos idosos, com uma média de 74 anos. É uma associação forte e em termos de estratégia de prevenção este é um factor importante. O acompanhamento psiquiátrico destas pessoas pode ajudar a prevenir o suicídio”, insiste João Pinheiro, que apela a um debate alargado sobre estas temáticas.

O dirigente do INMLCF reitera que é importante que a sociedade encontre mais respostas para o “isolamento, doenças, falta de apoio familiar, perda de autonomia e algumas dificuldades financeiras” que levam os idosos a caminhar para esta solução extrema. Na amostra total das 767 autópsias de idosos a idade média ultrapassou os 76 anos. O tema do isolamento foi destacado recentemente pela GNR, aquando da divulgação, em Maio, da Operação Censos Sénior 2015, em que esta força de segurança identificou mais de 5200 idosos a viverem sozinhos, isolados ou com limitações físicas e psicológicas. Os militares da GNR sinalizaram 39.216 pessoas com mais de 65 anos em situação precária, quando em 2011 eram 15.596 idosos nessas condições.

Quanto à localização das mortes, o trabalho agora dado a conhecer pelo INMLCF permitiu também apurar que, em 2013 e 2014, dos mais de 700 suicídios houve quase 600 localizados no litoral, 160 no interior e 12 nas ilhas. Quanto a uma divisão entre sul, centro e norte, foram registadas 400 autópsias, 175 e 180, respectivamente. No entanto, João Pinheiro alerta, mais uma vez, que falta aprofundar estas tendências cruzando estes dados com o total de população de cada uma das áreas.

Apesar disso, o médico legista diz que é possível identificar algumas diferenças, sobretudo entre as zonas rurais e as zonas urbanas e entre sexos. “Os homens preferem os métodos mais violentos, como consta da literatura e os nossos dados replicam. Preferem em geral os enforcamentos e as armas de fogo, enquanto as mulheres preferem os chamados métodos mais soft. Só uma mulher recorreu a arma de fogo nestes 700 casos. Predominam os afogamentos, que na nossa população é tipicamente em poços e em zonas rurais e as intoxicações com pesticidas”, adianta.

João Pinheiro refere que, ao contrário do que se possa pensar, os medicamentos não são um método usual. Só foram registados nove casos, contra 60 de pesticidas. Destaca também o “número impressionante” de enforcamentos, que ultrapassa os 400, e que predominam nos meios rurais, com as chamadas lesões traumáticas, como as quedas de zonas altas, a serem mais frequentes em meios urbanos. Depois dos enforcamentos, as armas de fogo foram o método mais utilizado, seguidas pelo afogamento, pesticidas e precipitação (quedas).

Dados revelam
Mais de 90% da população dos países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico está exposta a um nível...

Segundo os dados de 2010 – os mais recentes disponíveis – divulgados num relatório da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) sobre o meio ambiente, a contaminação por partículas tem um nível nefasto para o conjunto da população da Eslovénia, Eslováquia, Luxemburgo, Coreia do Sul, Israel, Hungria, Bélgica, Holanda, República Checa, Grécia e Alemanha, escreve o Sapo.

Estão igualmente sujeitos a contaminação por partículas considerada prejudicial pela Organização Mundial de Saúde (OMS) 98% dos polacos, 97% dos italianos e japoneses, 96% dos turcos e suíços, 92% dos espanhóis, 88% dos franceses e 84% dos britânicos.

Em contrapartida, esse problema não existe na Estónia e na Finlândia e só afeta 4% dos australianos, 10% dos suecos, 16% dos noruegueses, 19% dos islandeses e 30% dos irlandeses.

No que diz respeito aos resíduos tratados pelas autarquias, a média na OCDE em 2013 era de 522 quilos por ano e por habitante, com fortes variações entre os 751 quilos dos dinamarqueses e os 725 dos norte-americanos e os 293 dos estónios e os 297 dos polacos.

Relatório revela
Cerca de um terço dos enfermeiros portugueses licenciados em 2013 foi trabalhar para o Reino Unido, atualmente o principal país...

De acordo com o documento elaborado pelo segundo ano consecutivo pelo gabinete do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, no ano passado um total de 30.544 portugueses foram viver para o Reino Unido, mantendo-se a tendência de crescimento dos últimos cinco anos, escreve o Sapo.

O fluxo migratório para o Reino Unido tem “características novas”, sendo o país de destino em que “é maior a proporção de portugueses qualificados”, lê-se no relatório.

Os enfermeiros constituem um caso particular: Portugal forma entre 3.000 a 3.500 enfermeiros por ano, segundo a Ordem dos Enfermeiros, e “cerca de um terço deste número, 1.211 enfermeiros portugueses, começou a trabalhar em 2013 no Reino Unido, segundo a Nursing and Midwifery Council”.

De forma geral, “o emprego no Reino Unido foi obtido através de agências empregadoras que, neste país ou em Portugal, recrutam enfermeiros portugueses”, acrescenta o documento do executivo.

A emigração permitiu, “na maioria dos casos, percursos de mobilidade profissional”, refere o relatório: “Se antes de emigrarem metade dos inquiridos procurava o seu primeiro emprego e 16% tinha perdido o emprego, depois da emigração para o Reino Unido todos estavam empregados”.

O número dos que tinham um posto especializado de trabalho mais do que duplicou com a emigração, passando de 72 para 167. Ou seja, a emigração não só permitiu o acesso ao emprego, tanto por recém-licenciados, como por profissionais desempregados, como permitiu concretizar percursos de promoção profissional”, de acordo com um estudo citado pelo documento do Governo que abrangeu 349 enfermeiros portugueses.

O mesmo estudo revela ainda que mais de metade dos inquiridos não pretende regressar a Portugal antes da reforma, posição inversa à intenção de regresso ao país de origem no curto-médio prazo expressa por uma grande percentagem de imigrantes, no contexto das migrações internacionais.

Direção-Geral da Saúde
Mais camas hospitalares, o adiamento de cuidados não urgentes e altas de casos sociais são algumas das medidas previstas pelo...

O documento da Direção-Geral da Saúde (DGS) visa “prevenir e minimizar os efeitos negativos do frio extremo e das infeções respiratórias, nomeadamente da gripe, na saúde da população em geral e dos grupos de risco em particular”.

Este plano da DGS apresenta “orientações estratégicas que permitem preparar e adequar a resposta dos serviços de saúde e dos cidadãos, perante a perspetiva de ocorrerem condições meteorológicas adversas de frio extremo ou um aumento da incidência de infeções respiratórias”.

Entre as medidas de saúde pública definidas no documento está “o reforço das medidas de higiene das mãos, aplicável ao público e aos profissionais de saúde e o aconselhamento aos doentes com infeções respiratórias, nomeadamente com síndrome gripal, a adoção de medidas de ´distanciamento social`”.

A DGS reitera a importância da vacinação contra a gripe, tendo definido como objetivo “vacinar, pelo menos, 60% dos cidadãos com 65 ou mais anos de idade”.

Ao nível da prestação dos cuidados de saúde, e no que diz respeito ao ambulatório, o plano determina, entre outras medidas, a “adequação da oferta de consultas (em espaço dedicado, se necessário)”, mediante a “adequação dos horários da consulta aberta ou de recurso” e do “número de consultas para pedidos no próprio dia”.

No internamento, a autoridade de saúde defende uma “adequação da capacidade instalada”, através de “camas suplementares, o adiamento de cuidados não urgentes e altas de casos sociais, se necessário” e o “reforço das medidas de controlo de infeção”.

Está igualmente definido que as instituições devem prever a “necessidade de expansão da área de internamento”.

O diagnóstico laboratorial quando aplicável e a verificação dos stocks de medicamentos estão igualmente definidos no documento que a partir de hoje está disponível no site da DGS.

O plano está ativo até 31 de março.

Páginas