Sociedade Europeia de Cardiologia
As novas orientações clínicas da Sociedade Europeia de Cardiologia defendem o conceito de algoritmo de 1 hora para o teste...

Quanto mais cedo se obtiver um diagnóstico correto e fiável em casos de enfarte do miocárdio, mais rapidamente os doentes podem receber tratamentos que permitem salvar a sua vida. Está comprovado que cada hora de atraso nesta fase aumenta o risco de mortalidade do doente.

Estas diretrizes foram apresentadas na mais recente reunião anual da Sociedade Europeia de Cardiologia (SEC), que teve lugar em Londres e contou com a participação de 32.700 cardiologistas e profissionais de saúde da área. Uma das sessões com maior audiência foi a atualização das diretrizes da SEC relativamente às síndromes coronárias agudas (SCA). Estas orientações resumem dados científicos sobre o diagnóstico e a gestão de SCA e, com base nessas evidências, apontam recomendações para a tomada de decisão dos profissionais de saúde.

SCA é um termo amplo utilizado pelos cardiologistas que inclui casos como o enfarte do miocárdio (ataque cardíaco). Os doentes com suspeita de SCA tipicamente dirigem-se à urgência do hospital depois de sentirem uma dor inesperada no peito, mas apenas em 10% a 20% desses doentes será confirmado um SCA.

Juntamente com o eletrocardiograma (ECG), o teste cardíaco troponina (cTn) tornou-se numa referência no diagnóstico a doentes com suspeita de SCA – particularmente nos cerca de 50% de casos em que os doentes não apresentam alterações no ECG (denominado enfarte do miocárdio sem elevação do segmento ST, NSTEMI).

Nestes doentes, o teste cTn ajuda os profissionais de saúde a identificar o enfarte agudo do miocárdio, bem como a excluir a hipótese de o enfarte do miocárdio ser a causa da dor no peito.

Anteriormente, as orientações em caso de NSTEMI indicavam aos profissionais de saúde que avaliassem os níveis de cTn no momento de admissão do doente e passadas 3 a 6 horas, para evitar potenciais diagnósticos incorretos, um período de tempo considerável que pode provocar atrasos no encaminhamento do doente para os cuidados adequados e que contribui para a ansiedade do doente e para um aumento do número de utentes na urgência.

Contudo, recentemente, novos estudos clínicos acrescentam que se deve reduzir o tempo de diagnóstico fazendo um melhor uso da sensibilidade melhorada da nova geração de testes cTn – em particular do teste cTnT de alta sensibilidade (Troponin T-hs), da Roche Diagnostics.

Reconhecendo a importância destas conclusões para maximizar o potencial de tratamento eficaz, os protocolos 0- horas e os algoritmos de diagnóstico no espaço de 1 hora são agora suportados pelas diretrizes da SEC como os mais desenvolvidos (Recomendação Classe 1, nível B). De forma notável, dos 14 estudos citados para suportar esta abordagem mais rápida, 10 estudos (71%) usaram o teste Roche Troponin Ths.

“Tendo em conta o elevado nível dos estudos publicados para o teste Roche TroponinT-hs, estas diretrizes reforçam a nossa forte liderança no segmento dos marcadores cardíacos”, refere Mathias Egermark (IBL, Cardiac and Critical Care). “Além disso, as diretrizes atualizadas preparam terreno para uma maior aceitação do algoritmo de 1 hora cTnT-hs, que validámos em mais de 3.000 doentes (estudos APACE e TRAPID-AMI). A publicação dos resultados mais recentes e decisivos do estudo multicêntrico TRAPID-AMI, patrocinado pela Roche, deverá acontecer a curto prazo”, acrescenta.

O sucesso no desenvolvimento e agora a implementação do algoritmo 0-1 hora são um bom exemplo de como a Roche Diagnostics contribui para melhorar a prática clínica e, por conseguinte, a vida dos doentes, elevando o padrão no diagnóstico cardíaco e de cuidados críticos.

 

Liga Portuguesa Contra o Cancro
A Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) vai disponibilizar “cerca de 50 cabeleiras a todos os doentes oncológicos que precisem...

Segundo o presidente da LPCC, Francisco Cavaleiro Ferreira, a iniciativa de doar cabelo foi “uma ação espontânea e individual de algumas pessoas”, tendo assumido maior impacto depois de uma partilha na internet.

“Alguém divulgou de forma simples que estávamos a receber doações e, rapidamente, começámos a receber com bastante frequência pequenas mechas e tranças” de cabelo, informou o presidente da LPCC, em resposta à agência Lusa.

Neste momento, a instituição pretende “travar as doações e esta iniciativa”, explicando que não precisa de mais cabelo natural, uma vez que as cerca de 50 cabeleiras “são suficientes para colmatar as necessidades dos doentes oncológicos” apoiados pela LPCC e o objetivo é que sejam reutilizadas ao longo do tempo.

Um pouco por todo o país, foram várias as pessoas que contribuíram para esta causa. A LPCC não tem contabilizado o número total de doações, “uma vez que se tratou de uma iniciativa espontânea, não foi contabilizada desde início”, contudo o presidente Francisco Cavaleiro Ferreira considerou que “a generosidade dos portugueses para com a LPCC tem sido inexcedível”.

A trabalhar na área das medicinas de cuidados complementares em Leiria, Ana Mendes, de 46 anos, quis “doar o cabelo no sentido de poder estar a ajudar alguém a sentir-se melhor”, mas não se ficou apenas pela doação.

Em julho de 2014, criou a página de ‘facebook’ “Doar Cabelo” para poder “sensibilizar outras pessoas a fazer o mesmo”, divulgando informação de onde e quais os requisitos para doar e partilhando testemunhos de pessoas que doaram.

Ana Mendes ficou surpreendida com a adesão que a página teve no início, contando que “numa semana mais de mil pessoas aderiram”. Neste momento, a página tem mais de 3.300 seguidores.

“As pessoas sentem-se muito sensibilizadas para esta situação de falta de saúde, que infelizmente é uma realidade cada vez mais generalizada, porque elas já passaram ou alguém muito próximo já passou”, disse à Lusa esta profissional da área da saúde, explicando que para os doentes oncológicos é muito importante a valorização da imagem e a questão da autoestima.

Apesar de Portugal já não estar recetivo a doações de cabelo, a página vai continuar a ajudar as pessoas interessadas em doar, apresentando alternativas internacionais como as instituições “Little Princess Trust”, no Reino Unido, e “Locks of Love”, nos Estados Unidos da América.

Através da página “Doar Cabelo”, Vânia Raquel, de 30 anos, de Lagoa (Faro), descobriu que podia fazer doação de cabelo, recolheu toda a informação e decidiu fazê-lo.

“Tinha o cabelo muito grande, embora não fosse minha intenção cortá-lo, mas ao ver a página achei que podia ajudar e decidi cortar”, contou a jovem, referindo que, em dezembro de 2014, enviou por correio para o IPO - Instituto Português de Oncologia de Lisboa “30 centímetros de cabelo em forma de trança”.

Habituado a ter o cabelo comprido, Hugo Rangel, de 39 anos, de Matosinhos (Porto), decidiu “juntar o útil ao agradável e proporcionar algo de bom na sociedade”, com um corte de cabelo de 30 centímetros, em abril deste ano.

“Certifiquei-me da medida mínima e cortei o mais justo possível num puxo preso com elástico e enviei via correio num envelope devidamente protegido em saco para o IPO de Lisboa”, explicou à agência Lusa.

Neste momento, Hugo Rangel tem o cabelo grisalho e na opinião de familiares e amigos “foi sem dúvida uma excelente opção”, que dizem que parece 10 anos mais novo.

De acordo com o presidente da LPCC, as doações de cabelo foram reencaminhadas para uma fábrica própria para produzir cabeleiras naturais.

“O valor de uma peruca de cabelo verdadeiro pode ir, sem ser através da LPCC, até 1.000 euros”, explicou Francisco Cavaleiro Ferreira.

A instituição investiu 20.000 euros para a criação de cerca de 50 cabeleiras ao dispor de todos doentes oncológicos. Neste momento, a LPCC já tem cerca de 20 cabeleiras produzidas e disponíveis, as restantes ficarão prontos antes do final do ano, informou.

A LPCC garante o acesso gratuito a uma cabeleira para os doentes oncológicos que demonstrem não ter capacidade financeira para adquirir.

Instituto de Higiene e Medicina Tropical
A erradicação da malária no mundo nunca esteve tão perto como atualmente, mas o caminho a percorrer é “ainda imenso” e é...

Numa entrevista à agência Lusa, Henrique Silveira, investigador do Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT) de Portugal, comentava os resultados do recente relatório conjunto da OMS e UNICEF, divulgado a 17 deste mês, que indicou que a taxa de mortalidade da malária baixou 60% desde 2000, embora existam ainda 3.000 milhões de pessoas em risco de contrair a doença.

Segundo o documento, a queda de mortalidade traduziu-se por 6,2 milhões de vidas poupadas nos últimos 15 anos, perto de seis milhões dos quais são crianças menores de cinco anos, o grupo mais vulnerável à malária, maioritariamente na África subsaariana.

"Nunca estivemos tão próximo (de acabar com a malária), mas o caminho a percorrer ainda é gigante. E a grande mensagem do relatório é essa. Nos últimos 15 anos tivemos um grande sucesso, mas não podemos agora cruzar os braços e deixar as coisas a rolar. Temos de continuar a manter o esforço para controlar a malária", disse.

"Há um grande caminho a percorrer, que é desigual. Onde existem recursos para combater a malária não há a doença e onde não existem recursos é onde a doença está concentrada", observou Henrique Silveira, 49 anos, natural de Ponta Delgada (Açores).

Segundo o investigador, formado no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), com pós-graduações no Imperial College e no London School, ambos em Londres, o combate à doença também conhecida por paludismo terá sempre de ser multidisciplinar, pelo que procurar uma vacina, por exemplo, não será suficiente.

"Uma vacina seria muito importante. Há uma vacina que está a ser testada em vários locais em África, que já teve um parecer positivo da Agência Europeia do Medicamento, que é um grande passo. Mas a vacina, por si só, não pode ser utilizada isoladamente. Temos de nos socorrer de tudo: tratamento, melhoria das condições sanitárias e luta antivetorial. A vacina será mais uma achega para isso", defendeu.

Nesse sentido, frisou Henrique Silveira, a malária vai continuar a ser endémica durante mais algum tempo, sobretudo na grande maioria dos países da África subsaariana, pois os riscos passam pela evolução ou mutação do parasita, em que a investigação não poderá dar tréguas, estando em curso, lembrou, o processo de esterilização do mosquito transmissor.

Angola e Moçambique, embora não sejam dos mais problemáticos - os maiores são a Nigéria e RDCongo -, estão no grupo de risco, enquanto os casos de Cabo Verde e de São Tomé e Príncipe são já considerados um "sucesso", pois os programas de controlo permitiram a diminuição significativa de casos autóctones.

"O esforço de controlo deve ser continuado. Se hoje ou amanhã se decidir que o programa da malária é demasiado caro e não se quer mais investir, de certeza que vamos ter de volta malária nos números pré-intervenção. Deixa de haver investimento, os números começam a subir e tornam-se catastróficos ao fim de poucos anos", insistiu.

"Se pensarmos na malária como uma doença complexa, que é causada por um parasita que tem um ciclo de vida que envolve a pessoa e o vetor, o mosquito, e em cada um desses hospedeiros ele tem de desenvolver o seu ciclo de vida, o controlo tem de ser com base em múltiplas fases.

Para Henrique Silveira, tem de se conseguir controlar a transmissão, impedir que o mosquito infetado chegue às pessoas e, ao mesmo tempo, controlar as pessoas, tratando e impedindo que sejam infetadas.

Regulador dos Alimentos e Fármacos norte-americano
O composto ZMapp, droga experimental já usada contra o Ébola, ganhou na quinta-feira o status de "fast-track" ...

Larry Zeitlin, presidente das farmacêuticas LeafBio e Mapp Biopharmaceutical, diz que se trata de um "marco importante".

O ZMapp já foi usado para tratar alguns dos profissionais de saúde infetados com o vírus Ébola durante a última epidemia que afetou o oeste africano, embora o remédio ainda não tivesse passado por testes clínicos de larga escala.

Nem todos os pacientes tratados com esta droga sobreviveram, mas quem conseguiu curar-se credita no sucesso do ZMapp.

A droga está em desenvolvimento há mais de uma década, mas tem custos acrescidos e a matéria-prima - folhas de tabaco - é escassa.

Antes de receber o status de "fast-track", o ZMapp já tinha conseguido a designação de "medicamento órfão", que prevê incentivos financeiros para o desenvolvimento do remédio.

"Estamos com esperança de que este passo acelere o acesso ao ZMapp uma vez que a sua eficácia e segurança estejam demonstradas pela FDA", afirmou Kevin Whaley, CEO da LeafBio e Mapp Biopharmaceutical, sediada em San Diego, Califórnia.

Alcoólicos anónimos de Valadares, Gaia, alertam que
O grupo de alcoólicos anónimos "Vem Comigo", de Valadares, Gaia, vai dedicar o próximo sábado a passar ao &quot...

"Eu não quero beber. O primeiro copo é que me faz mal. Com a recuperação há uma nova vida para mim. Tudo muda", descreveu o representante para os serviços gerais do "Vem Comigo", que pediu para não ser identificado, em jeito de testemunho pessoal, mas também de incentivo à participação numa iniciativa pública do grupo.

Durante essa iniciativa, entre as 17:00 e as 18:30 de sábado, está prevista a intervenção do psiquiatra Ramiro Araújo que dará a visão médica sobre o alcoolismo, bem como "partilhas" de membros do "Vem Comigo" e de uma "comunidade paralela" a Al-Anon que junta familiares e amigos de alcoólicos.

Após as partilhas, a reunião - que também serve para comemorar o 37.º aniversário do grupo e vai decorrer na Rua do Penedo, em Valadares – é aberta a perguntas dos presentes, sem quaisquer limitações: "Qualquer pessoa que esteja a assistir pode perguntar o que quiser sobre estas questões".

"Ajudar o alcoólico que sofre" é o mote desta iniciativa. É convicção dos grupos que seguem o programa dos Alcoólicos Anónimos que "um dos primeiros passos é admitir a impotência perante o álcool". "Não controlamos de maneira nenhuma o álcool, ele é que nos controla", vincou a fonte à agência Lusa.

Assim, a reunião serve para estimular as pessoas que necessitem e se revejam nas explicações e "partilhas" a darem o primeiro passo, uma vez que o programa do grupo de Valadares passa pela identificação e pela partilha de experiências pessoais.

"As experiências pessoas são muitas vezes complicadas - uma pessoa que não se reconhece ao espelho por estar alcoolizada ou só se reconhece alcoolizada ou uma pessoa alcoolizada que procura a todo custo não demonstrar aos outros que está. Essas experiências não são votadas ao esquecimento porque podem ajudar outras pessoas. As pessoas veem que não estão sozinhas. As pessoas veem que a recuperação é possível", descreveu.

O "Vem Comigo", que atualmente atua junto de cerca de uma dezena de pessoas, tem expectativa de juntar no sábado cerca de meia centena, mas garante ter espaço e possibilidade para acolher mais.

"A Organização Mundial de Saúde reconhece o alcoolismo como uma doença crónica. É uma doença que pode levar à loucura ou à morte. O nosso objetivo é passar a mensagem para tentar que as pessoas não passem por essas situações de loucura e morte. E porquê envolver a comunidade Al-Anon? Porque por cada alcoólico existe uma família, existem amigos, existem pessoas que sofrem. Repare-se na multiplicação de pessoas que sofrem com este problema", referiu.

Esta será um dos três tipos de sessões que o Grupo de Alcoólicos Anónimos "Vem Comigo" de Valadares promove porque, explicaram os responsáveis, existem as reuniões "fechadas" em que só podem participar alcoólicos ou pessoas que acham que têm problemas com o álcool, reuniões "abertas" em que pode participar qualquer pessoa e esta, a de "informação pública", para as quais são convidadas pessoas de fora para ajudar a dar conhecer o grupo, a comunidade e a problemática do álcool.

Habitualmente o grupo reúne-se duas vezes por semana, às terças-feiras à noite e no sábado à tarde sempre em reuniões "fechadas" menos no primeiro sábado de cada mês que esta é "aberta" a qualquer pessoa que entre, assista, pergunte ou não, e tome um café.

Maternidade Alfredo da Costa
A falta de médicos e enfermeiros está a provocar “o caos” na Maternidade Alfredo da Costa (MAC), em Lisboa, onde a falta de...

“Não nos fecham por fora, mas estão a fechar-nos por dentro”, disse Ana Cristina Ranha, enfermeira e dirigente sindical na MAC, referindo-se à falta de profissionais que se acentuou nos últimos tempos e que deverá piorar no próximo mês de outubro.

Em declarações à agência Lusa, Ana Cristina Ranha disse que a situação na MAC está “caótica”: “Estamos a entrar em momento caos, com muita gente cheia de vontade de sair”.

A enfermeira explicou que a falta de pessoal não é de hoje, mas agravou-se com a transferência de profissionais dos hospitais para os centros de saúde, mediante os concursos internos entretanto abertos.

“O concurso mais recente na Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo deverá levar da MAC cerca de 30 enfermeiros, profissionais que concorrem porque lhe oferecem outro tipo de condições”, disse.

Esta transferência “vai agravar ainda mais a situação. Alguns [enfermeiros] já estão ausentes”.

Ana Cristina Ranha, que trabalha na neonatalogia – o maior serviço da MAC – acrescentou que nesta unidade vão sair 10 enfermeiros e que, atualmente, as equipas que permanentemente deveriam ter 12 profissionais, só têm 10.

A enfermeira tem receio do impacto desta redução que se aproxima: “Ou vamos assumir os cuidados com elementos a menos, correndo mais riscos, ou temos de fazer turnos extraordinários com maior frequência”.

Em qualquer das soluções, sublinhou, os profissionais irão sujeitar-se a mais situações de stress.

A falta de enfermeiros na MAC também tem obrigado a que algumas puérperas recuperem do parto no espaço das urgências, onde não usufruem da devida privacidade, além de contribuírem para entupir este serviço.

Isto porque atualmente apenas está aberta uma das duas salas de puerpério que já estiveram a funcionar em simultâneo. Nos dias em que a única sala, com capacidade para 30 mulheres e respetivos filhos, está cheia, as puérperas são encaminhadas para as urgências.

No caso dos médicos, o panorama também não é animador. Uma fonte da MAC disse à Lusa que é elevado o número de médicos com mais de 50 anos a fazer urgência, quando a lei os dispensa da urgência noturna a partir desta idade.

A mesma fonte lamentou que os internos que ali são formados não tenham depois a possibilidade de continuar a trabalhar na MAC, impedindo a resolução, em parte, do problema de falta de pessoal clínico.

De acordo com a edição de hoje do Correio da Manhã, a MAC recusou na noite passada receber grávidas de risco “devido a falta de pessoal médico”.

Questionado pela Lusa, o Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC) confirmou que, “na noite passada, por doença súbita de um especialista que integrava a equipa de urgência na MAC foi pedido ao Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) o não encaminhamento de doentes de risco para aquela unidade”.

“O atendimento normal da urgência nunca esteve em causa e não houve necessidade de transferir utentes para qualquer outra unidade hospitalar. A situação encontra-se resolvida”, lê-se no esclarecimento do CHLC.

A Lusa questionou também o CHLC sobre a falta de médicos e enfermeiros na instituição, mas ainda aguarda uma resposta.

Cunha Ribeiro, presidente da ARS de Lisboa e Vale do Tejo, disse à Lusa desconhecer a falta de médicos e enfermeiros na MAC.

Antigo hospital militar
As instalações do antigo Hospital Militar de Belém foram cedidas à Cruz Vermelha Portuguesa para criar uma residencial sénior e...

A cerimónia de entrega das instalações do ex-Hospital Militar de Belém à Cruz Vermelha Portuguesa contou hoje com a presença do ministro da Defesa Nacional, José Pedro Aguiar-Branco, que em declarações à agência Lusa destacou que "este momento significa também o encerrar da reforma da saúde militar" e responde a quem achava que aquilo que movia o Governo "era a especulação imobiliária".

As instalações nas quais vai nascer uma residencial sénior e uma unidade de cuidados continuados foram cedidas por 25 anos, um investimento da Cruz Vermelha que rondará, de acordo com o ministro, os oito milhões de euros.

"Queremos usar a nossa capacidade de inovação nas respostas que podemos dar aos doentes em situação de convalescença, como aos idosos, cuja análise cada vez merece ser mais cuidada e considerando as situações de cada vez mais idade em que vivem. Teremos de conhecer melhor aquilo que são as suas necessidades e as conveniências do nosso trabalho", disse, na ocasião, o presidente da Cruz Vermelha Portuguesa, Luís Barbosa.

Aguiar-Branco recordou que está em desenvolvimento o Hospital das Forças Armadas, "que agrega aquilo que eram os três hospitais que existiam antes da reforma e que aí, assim, está assegurado o maior e melhor serviço médico prestado à família militar".

"Os edifícios que antes eram ocupados pelo Hospital Militar do Exército e da Marinha foram cedidos à Santa Casa da Misericórdia e agora à Cruz Vermelha, respetivamente, para poderem continuar prestar serviços à comunidade em geral", explicou.

O governante destacou que o executivo conseguiu "racionalizar os meios, prestar um melhor serviço à saúde militar com a construção do Hospital das Forças Armadas", dando assim uma resposta "a quem achava que aquilo” que movia o Governo “era a especulação imobiliária".

"Também por isso, a resposta a esses ‘sound bytes’ e a essa crítica que leva só à maledicência, a resposta está aqui dada. O que conduziu a nossa reforma foram dois pressupostos: racionalização e assegurar que pudessem ser prestados os melhores serviços médicos à família militar numa unidade que está a ser desenvolvida e que seguramente vai ser um orgulho para as Forças Armadas", considerou.

Estudo
Um grupo de investigadores, onde trabalha um português, acaba de publicar um estudo que pode ajudar a impedir que as mulheres...

O artigo, da autoria de Bruno Simões, atualmente a trabalhar no Institute of Cancer Sciences, da Universidade de Manchester, está publicado na edição de setembro da revista “Cell Reports”.

Conforme o investigador explicou, o trabalho partiu do pressuposto de que três em cada quatro mulheres com cancro da mama expressam, nas células do carcinoma, um recetor (uma proteína).

Estas pessoas, prosseguiu, recebem nos seguintes cinco anos uma terapia anti hormonal, precisamente porque apresentam esse recetor.

“O problema é que cerca de uma em cada três destas mulheres acaba por desenvolver resistência e acaba por apresentar um segundo tumor em outro local do corpo (metástases)”, disse.

O trabalho deste grupo de cientistas foi “encontrar mecanismos para reduzir a formação das metástases”.

“Descobrimos que existem uma células estaminais do cancro que sobrevivem a este tratamento anti hormonal”, disse, acrescentando que “estas células apresentam uma elevada atividade de uma via de sinalização (Notch)”.

Os investigadores concluíram que é possível reduzir substancialmente o aparecimento destas células resistentes à terapia (potencialmente aumentando a sobrevivência dos doentes) se for acrescentado um inibidor da via de sinalização Notch aos tratamentos convencionais anti hormonais.

“As moléculas ALDH1 e NOTCH4 estão presentes em tumores com fraca resposta aos tratamentos convencionais (anti hormonais), sugerindo que estes bio-marcadores poderão vir a ser usados para predizer a resposta dos doentes aos tratamentos com anti-estrogénios”, prossegue o autor do artigo.

Medida com que a tutela quer poupar milhões
Um terço dos 819 mil dispositivos médicos registados em Portugal já estão codificados, tendo a tutela previsto uma poupança de ...

Eurico Castro Alves falava durante a cerimónia de abertura da Conferência “Do registo à avaliação de dispositivos médicos”, que decorre no auditório do instituto que regula o setor do medicamento em Portugal, em Lisboa.

Segundo o presidente do Infarmed, desde o início do trabalho de codificação destes dispositivos, em 2012, foram codificados 275 mil dispositivos, nomeadamente “aqueles produtos de maior complexidade”.

Eurico Castro Alves prevê que, até ao final do ano, a atribuição de um código único abranja a totalidade dos produtos em circulação.

“A codificação e a subsequente rastreabilidade são fundamentais para uma avaliação rigorosa do desempenho dos dispositivos médicos, a partir da qual serão tomadas decisões relacionadas com o financiamento e a comparticipação destes produtos”, afirmou.

Segundo o presidente do Infarmed, “os primeiros estudos realizados sobre o impacto deste tipo de avaliação incidiram sobre quatro classes de dispositivos médicos diferenciados, de utilização hospitalar, e permitiram concluir que, apenas nesses produtos, é possível uma poupança de 20 milhões de euros, se o Estado optar por financiar ou comparticipar as tecnologias que apresentem uma melhor relação custo-benefício”.

Presente na cerimónia, o ministro da Saúde corroborou a importância desta codificação, garantindo que “a avaliação das tecnologias vai marcar o setor da saúde nos próximos anos”.

“Se para os medicamentos muito do caminho de conhecimento e regulamentação já se fez, para os dispositivos médicos há ainda muito por percorrer no conhecimento efetivo do mercado nos processos que garantam a rastreabilidade no sistema de saúde”, disse.

Paulo Macedo sublinhou que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) gasta cerca de 700 milhões de euros por ano em dispositivos clínicos, sem que a sua aquisição esteja sujeita a qualquer avaliação, como existe para os medicamentos.

Para o ministro, com este registo e avaliação dos dispositivos médicos, há um ganho “em termos de transparência”, uma vez que este “é um mercado opaco, que não permite um julgamento de uma forma informada por parte dos decisores.

Durante a sua intervenção, o ministro anunciou ainda que a avaliação dos equipamentos pesados – que não existe em Portugal – vai avançar em 2016.

Em Portugal, o valor do mercado dos dispositivos médicos é de cerca de 1,1 mil milhões de euros por ano.

Região Centro
As caminhadas "Pequenos Passos, Grandes Gestos", promovidas desde 2010 pelo Núcleo Regional do Centro da Liga...

As caminhadas, que já contam com cinco edições realizadas, registaram um crescendo desde 2010, tendo recebido uma "resposta muito grande de solidariedade de mais de 50 mil pessoas", disse a coordenadora regional do Movimento Vencer e Viver da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), Olga Braz Pereira.

Os cerca de 113 mil euros já angariados permitem implementar projetos de apoio à mulher com cancro da mama, como o rastreio, que é feito "em todos os concelhos da zona Centro", e o apoio "social na compra de medicamentos, transporte e na resolução de outros problemas que afetam as doentes", sublinhou.

"O rastreio tem permitido o diagnóstico de centenas de cancros", apontou, considerando que, face à constatação de que "há cada vez mais casos e de pessoas cada vez mais jovens", o apoio ao trabalho em torno do cancro "é muito importante", bem como a sensibilização para o diagnóstico precoce - um dos objetivos da caminhada.

Segundo Olga Braz Pereira, as pessoas "têm abraçado esta iniciativa", havendo o envolvimento de "entidades, instituições, empresas e particulares".

A 6ª edição das caminhadas decorre às 15:00 de 03 de outubro, mês internacional de prevenção do cancro da mama, realizando-se na zona Centro em Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Covilhã, Guarda, Leiria e Viseu.

As caminhadas são organizadas pelas extensões locais do Movimento Vencer e Viver da LPCC, que é uma plataforma que procura apoiar a mulher desde o momento em que lhe é diagnosticado um cancro da mama, baseando-se no contacto entre a mulher que se encontra a viver essa situação e uma voluntária que já vivenciou uma situação semelhante.

Nutrientes contribuem para o bom funcionamento cerebral
Ácidos gordos essenciais, ómega 3, 6 e 9 destes superalimentos mantêm cérebro jovem.

A manutenção de um estilo de vida ativo, de uma alimentação saudável e estimular as funções cerebrais são algumas das recomendações para reduzir o risco de desenvolvimento da Doença de Alzheimer, que representa entre 50 a 70% dos casos de demência. Alimentos ricos em Ácidos Gordos essenciais (ex.: Ómega 3), Antioxidantes ou Vitaminas B12 e E são parte integrante da dieta recomendada para diminuir o risco ou retardar o aparecimento da doença.

Além dos benefícios para todo o organismo de manter uma dieta variada e equilibrada, as funções cerebrais podem também ser estimuladas através do consumo de alimentos cujos nutrientes integram a constituição dos neurónios. Estes favorecem a flexibilidade das estruturas cerebrais, facilitando a comunicação e as trocas entre as células do cérebro, aumentando a memória e concentração.

Entre os alimentos que contribuem para a melhoria da função cognitiva destacam-se alguns superalimentos, ou seja, alimentos de alto teor em nutrientes com elevados benefícios para a saúde. Alimentos como as sementes de Chia, Cânhamo e Linhaça, ricos em ácidos gordos essenciais, ómega 3, 6 e 9 - cruciais para um bom funcionamento cerebral – são uma forma fácil de favorecer a manutenção de um cérebro jovem.

Para incluir estes superalimentos na alimentação quotidiana basta dar largas à criatividade, usando estas sementes para reinventar as receitas de sempre, conferindo-lhes um toque pessoal. 

Miguel Stanley
O número excessivo de médicos dentistas que está a originar uma quebra nos rendimentos destes profissionais será um dos temas...

O congresso, organizado pela Southern European, North African Middle Eastern, Modern Dentistry and Implant Society (SENAME), uma organização que junta especialistas de vários países da orla mediterrânica, realiza-se num momento crítico para os médicos dentistas. Miguel Stanley, um dos organizadores, diz que existe nesta altura um problema de excesso de oferta em vários países. Em Portugal esse problema é particularmente sério; "temos sete faculdades a produzir 70 a 80 dentistas por ano. Portugal tem a maior densidade de dentistas da Europa".

O resultado é a emigração de um elevado número de dentistas ou, para muitos, permanecer no país e ganhar ordenados muito baixos, escreve a TSF. Miguel Stanley assegura que "há médicos dentistas a ganhar menos dinheiro do que uma empregada doméstica. Alguém com cinco anos de formação académica, isso é um facto".

Miguel Stanley diz que o ideal seria integrar a medicina dentária no Serviço Nacional de Saúde, mas reconhece que isso traria custos que o país talvez não possa suportar. "Praticar medicina dentária de excelência custa muito dinheiro e não estou a ver como é que isso poderá alguma vez ser incluído no Serviço Nacional de saúde sem quebrar a coluna vertebral do mesmo".

O futuro da medicina dentária em Portugal e no mundo é o tema do congresso internacional que começa esta quinta-feira, no Estoril, e termina no próximo sábado.

São esperados cerca de 500 médicos e estudantes de 30 nacionalidades.

Estudo
Tomar café antes de dormir atrapalha o relógio biológico, tornando mais difícil as tarefas de alcançar uma noite de sono...

Os resultados do estudo foram publicados na revista Science Translational Medicine não apenas para explicar por que motivo os consumidores noturnos de cafeína ficam acordados até tarde, mas também para oferecer a quem viaja uma oportunidade para programar a toma de cafeína e limitar os efeitos do jet lag, segundo os cientistas.

O estudo, segundo o Sapo, envolveu cinco voluntários escolhidos de maneira aleatória para consumir a quantidade de cafeína obtida num café expresso duplo três horas antes de dormir, serem expostos a uma luz forte ou ainda receberem um placebo.

Durante 49 dias, os voluntários foram estudados sob diferentes condições, e a sua saliva foi testada regularmente para controlar os níveis da hormona melatonina, responsável pela regulação dos ciclos do sono.

A cafeína é a droga psicoativa mais usada
Os investigadores descobriram que aqueles que tomaram cafeína em condições de baixa luminosidade experimentaram cerca de "40 minutos de atraso no ritmo da produção da melatonina", segundo o estudo. Aqueles que foram expostos a iluminação intensa três horas antes de dormir tiveram os seus relógios biológicos atrasados em 85 minutos. Quem ingeriu cafeína e ficou exposto a luz forte teve o ciclo da melatonina atrasado em 105 minutos. 

"Este é o primeiro estudo a mostrar que a cafeína, a droga psicoativa mais usada no mundo, tem uma influência no relógio biológico dos seres humanos", comentou o professor Kenneth Wright da Universidade do Colorado, Boulder.

Enquanto as descobertas reforçam o conselho - já presente no senso comum - para evitar o consumo de cafeína antes de dormir, o estudo também aponta para a possibilidade de que o uso apropriado da cafeína pode ajudar a renovar o relógio biológico de forma a evitar o jet lag.

Entretanto, mais estudos são necessários para determinar como os turistas que percorrem diferentes fusos horários podem usar a cafeína para se manterem acordados, indica Kenneth Wright.

"Será importante para controlar os distúrbios do sono induzidos pela cafeína sob tais condições, o que poderia piorar o jet lag", lê-se no estudo.

Especialista alerta
Com o início do ano letivo, aumentam os casos de infeções respiratórias em crianças, uma situação que obriga, em grande parte...

"No regresso às aulas, as infeções das vias aéreas são a razão mais frequente da procura de aconselhamento junto dos pediatras. O sistema imunitário das crianças ainda não está totalmente desenvolvido, o que faz com que sofram entre oito a doze infeções por ano, um problema com uma prevalência elevada durante esta época", explica Libério Ribeiro, presidente da Sociedade Portuguesa de Alergologia Pediátrica.

As infeções das vias aéreas são doenças, na maioria das vezes causadas por um vírus, que afetam o aparelho respiratório, como é o caso das bronquites agudas, gripes, constipações e amigdalites, que afetam principalmente as crianças, escreve o Sapo.

A persistência de sintomas como espirros, tosse, lacrimejamento, dores de garganta ou dores no corpo, podem indicar um diagnóstico de uma infeção respiratória.

Antibióticos não devem ser a primeira opção
De acordo com Libério Ribeiro, o tratamento destas infeções não deverá passar pelos antibióticos como primeira opção: "Vários estudos sobre as tendências de prescrição têm mostrado que os antibióticos são prescritos para a maioria das infeções das vias aéreas, mesmo sendo inexistente o benefício terapêutico destes medicamentos para as infeções virais. Em Portugal, 55% das crianças, no primeiro ano de vida, já tomaram antibióticos".

E acrescenta: "A resistência bacteriana aos antibióticos está a desenvolver-se rapidamente, uma situação que está a atingir proporções elevadíssimas em todo o mundo. Se uma criança começar precoce e repetidamente a ser submetida a antibióticos pode ter consequências sérias no futuro. Os antibióticos têm uma ação deletéria na microbiota intestina, importante na manutenção do equilíbrio imunológico, conduzindo à sua disfunção, responsável por várias patologias, incluindo as alérgicas. A ocorrência de estirpes bacterianas resistentes está fortemente relacionada com a frequência da administração de antibióticos".

Para tratar este tipo de infeções o pediatra esclarece: "Atualmente já estão disponíveis no mercado português, vários medicamentos eficazes e bem tolerados no tratamento de infeções virais e antibacterianas e em breve vão surgir novas opções com várias ações terapêuticas que, ao contrário dos antibióticos, não induzem resistência, pelo que deverão ser a primeira opção para estes casos", salienta o especialista.

A prevenção das infeções das vias aéreas pode passar pela adoção de uma alimentação saudável, com reforço da vitamina C, pela prática de exercício físico e também através de simples gestos do quotidiano: uma boa higiene nasal, lavar as mãos várias vezes por dia ou deitar os lenços de papel no lixo depois de os utilizar.

Fundo de Solidariedade
A Ordem dos Médicos disponibilizou-se para receber uma família de refugiados num apartamento em Lisboa, do Fundo de...

Em comunicado, a Ordem dos Médicos (OM) escreve que o Fundo de Solidariedade da Ordem dos Médicos tem como “missão prestar auxílio a médicos carenciados, ajudando, em montante variável, dezenas de médicos ou familiares de médicos que vivem com graves dificuldades, mas perante esta situação excecional não lhe poderia ficar alheio”.

Na nota, a Ordem manifesta também “plena confiança na disponibilidade de todos os médicos para colaborar na receção de uma população profundamente fragilizada e traumatizada, que necessitará certamente de cuidados de saúde urgentes, polivalentes e continuados”.

A OM lembra que os portugueses, em Portugal ou no estrangeiro, já necessitaram em muitos momentos da solidariedade dos outros.

“Pela sua vocação vital, humanista e solidária, porque todos os dias vivem o apelo e tentam resolver as difíceis histórias de vida dos seus doentes, os médicos sentem em particular o drama de todos aqueles padecem, dos que são obrigados a fugir das suas casas e dos seus países, dos que sofrem sem o conforto do calor de uma mão amiga, de todos aqueles que precisam da solidariedade e compreensão dos outros seres humanos”, sublinha a OM.

Por isso, a OM decidiu disponibilizar-se para receber uma família de refugiados num apartamento do Fundo de Solidariedade em Lisboa e assumir as responsabilidades financeiras que se revelem necessárias para a integração na sociedade ou até eventual regresso aos país de origem.

Entre quatro e cinco mil refugiados chegaram à Croácia nas últimas 24 horas, depois do encerramento das fronteiras da Hungria na quarta-feira, de acordo com a televisão croata (HRT).

Os migrantes, incluindo os refugiados que fugiram dos conflitos no Médio Oriente, continuam a seguir em direção à Croácia, país que se tornou uma nova porta de entrada na União Europeia.

Quase 1.200 migrantes chegaram na quarta-feira à Croácia, depois de aberta uma nova estrada para entrada na União Europeia, após o encerramento da fronteira entre a Hungria e a Sérvia, refere em comunicado o Ministério do Interior croata.

OMS
A taxa de mortalidade por malária baixou 60% desde 2000, mas ainda existem mais de três mil milhões de pessoas em risco de...

Esta queda de mortalidade traduziu-se por 6,2 milhões de vidas poupadas nos últimos 15 anos, perto de seis milhões dos quais são crianças menores de cinco anos, o grupo mais vulnerável à malária.

O relatório “Achieving the Malaria Millennium Development Goal Target” revela que a meta da malária - que consta dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) - de “reduzir para metade e começar a inverter a incidência” desta doença até 2015, foi alcançada de uma “maneira convincente”, com uma descida de 37% dos novos casos em 15 anos.

Além disso, há um número crescente de países perto de conseguir eliminar a malária: em 2014, não se registaram quaisquer casos da doença em 13 países e noutros seis o número ficou abaixo de dez.

As descidas mais rápidas têm sido registadas no Cáucaso e na Ásia Central, onde não se registaram casos em 2014, e na Ásia Oriental, acrescenta o relatório.

No entanto, a malária continua a ser “um problema agudo” de saúde pública em muitas regiões, estimando-se que só em 2015 tenham sido registados 214 milhões de novos casos e 438 mil mortes devido a esta doença evitável e tratável.

O relatório indica ainda que cerca de 3,2 mil milhões de pessoas – perto de metade da população mundial – estão em risco de contrair malária.

“Alguns países continuam a ser sobrecarregados com uma percentagem desproporcionadamente elevada do total de casos de malária no mundo”, já que “em quinze países, sobretudo na África subsariana, recaem 80% dos casos de malária no mundo e 78% de mortes no mundo até 2015”, referem os autores do relatório.

As crianças menores de cinco anos representam mais de dois terços de todas as mortes associadas à malária.

Entre 2000 e 2015, taxa de morte por malária dos menores de cinco anos desceu 65%, o que representa 5,9 milhões de vidas salvas.

O relatório salienta a importância do financiamento global para o combate à Malária, que aumentou 20 vezes desde 2000, mas ressalva que ainda não é suficiente, sendo necessário continuar a investir em redes mosquiteiras, no combate à resistência aos medicamentos, em inseticidas e nos sistemas de saúde africanos.

Desde 2000, foram distribuídos em África cerca de mil milhões de redes mosquiteiras impregnadas de inseticida (ITNs), e a crescente utilização de testes de diagnóstico rápido (RDTs) tornou mais fácil detetar as febres maláricas, permitindo o tratamento atempado e apropriado.

As terapias atualmente existentes (ACTs) são altamente eficazes contra o parasita letal que afeta com mais prevalência os humanos, mas a resistência aos medicamentos é uma ameaça que deve ser prevenida, alerta o relatório.

Uma nova investigação do Malaria Atlas Project – um Centro Colaborativo da OMS - revela que as ITNs têm sido de “longe a mais importante intervenção” em África, responsável por 68% de casos de malária evitados, desde 2000, enquanto as ACTs e a pulverização doméstica contribuíram para 22% e 10% de casos evitados, respetivamente.

Estudo
A poluição atmosférica exterior é responsável por mais de três milhões de mortes prematuras por ano, principalmente na Ásia, um...

Combinando um modelo atmosférico global com dados demográficos e sanitários, uma equipa de investigadores dirigidos por Jos Lelieveld, do Instituto alemão Max Planck, avaliou a mortalidade prematura decorrente da poluição, do ozono e das partículas finas no mundo.

Os investigadores estudaram anualmente grupos de cinco pessoas, em 10 mil, que morreram prematuramente, tendo concluído que, dessas, duas morreram de acidente vascular cerebral (AVC), 1,6 de enfartes, e as outras de diversas patologias respiratórias, entre as quais cancro do pulmão.

No total, são 3,3 milhões de pessoas no mundo que tiveram morte prematura em 2010 devido à poluição atmosférica.

Sem surpresa, o país mais afetado é a China (1,6 milhões de mortes), seguido da India (645 mil mortes), os dois países mais populosos do mundo.

Os poluentes afetam de forma diferente cada país: o aquecimento e o modo de confeção são os principais agressores na China e na Índia, enquanto nos Estados Unidos e noutros países, as mortes são devidas às emissões do tráfego automóvel ou da produção de energia.

As emissões de partículas finas ligadas às atividades agrícolas são responsáveis por cerca de um quinto das mortes prematuras, principalmente no leste dos Estados Unidos, na Europa, na Rússia e na Ásia Oriental.

Mas o consumo de energia dos setores residencial e comercial continua a ser a primeira causa de morte prematura no mundo, representando cerca de um terço das mortes, segundo o estudo.

A combustão de matérias orgânicas que se podem traduzir em energia (ou biomassa) intervém apenas em 5% das mortes prematuras a nível mundial, mas atinge níveis significativamente mais elevados na América do Sul e em África.

O estudo recorda ainda que aos 3,3 milhões de mortes resultantes da poluição exterior juntam-se os 3 a 4 milhões de mortes causadas pela poluição do ar em espaços interiores.

Se o controlo da qualidade do ar se mantiver no seu nível atual, sete pessoas em cada 10.000 poderão morrer prematuramente em 2050, 6,6 milhões de pessoas no total, se se incluir as projeções para o crescimento da população.

Projeto “Fomecas”
A Junta da Estrela, em Lisboa, vai desafiar as 350 crianças das escolas da freguesia a ajudar o “Fomecas” a ter uma alimentação...

Na terça-feira, a Assembleia Municipal de Lisboa aprovou, por unanimidade, a delegação de competências no âmbito do projeto das refeições escolares saudáveis, entre a Câmara e as 24 freguesias.

A Junta de Freguesia da Estrela, que “foi a primeira a aderir ao protocolo” de transferência de competências, vai lançar na próxima segunda-feira o programa “Fomecas”, disse o presidente da autarquia, Luís Newton (PSD).

“O ‘Fomecas’ é um rapaz que tem tido muitas dificuldades em levar hábitos alimentares saudáveis e, por isso, vamos lançar o desafio às crianças de o ajudarem, desenvolvendo, também elas, hábitos de alimentação saudável”, explicou.

Segundo Luís Newton, “a ideia é, com envolvimento das crianças, estas ganharem cultura no que diz respeito a práticas alimentares cuidadas”.

Os menus, preparados em parceria com a Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa e que serão confecionados nas escolas, vão não só “garantir a qualidade” mas também sabor.

“As refeições [das escolas] cumprem, por natureza, requisitos básicos nos cuidados com a alimentação, mas são desprovidas de qualquer sabor. Verificávamos que as crianças não comiam porque não gostavam”, apontou Luís Newton.

O projeto vai dirigir-se às 350 crianças das duas escolas básicas da freguesia, a número 72 e a Fernanda de Castro.

Paralelamente, será criada, nesta última escola, “uma horta gerida e cultivada pelos alunos”, de forma a “complementar o conceito informativo associado aos alimentos saudáveis” e para as crianças perceberem de onde surgem os vegetais, adiantou o autarca.

Em ambas escolas a Junta irá “assegurar que as famílias têm informação” suficiente para adotar estes hábitos, frisou.

No início deste mês iniciou-se também um projeto da Câmara de Lisboa, que visa promover a alimentação saudável nas escolas com ementas criadas pelo ‘chef’ de cozinha Nuno Queiroz Ribeiro.

Interrupção Voluntária da Gravidez
Vinte e oito organizações da sociedade civil pediram ao provedor de Justiça que suscite junto do Tribunal Constitucional a...

Num comunicado conjunto, as associações adiantam que entregaram ao provedor de Justiça, em Lisboa, “uma petição coletiva para defesa dos direitos fundamentais e do interesse geral sobre o que entendem ser a não conformação com a Constituição” das alterações à lei da Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG).

“Esta é uma iniciativa que vem no seguimento do compromisso assumido publicamente, a 22 de julho de 2015, pelas várias organizações no sentido de urgentemente remover da legislação os obstáculos e ilegalidades que estas novas leis aportam”, justificam.

Na opinião das organizações, estas alterações põem em causa a dignidade e autonomia das mulheres, bem como a formação da sua vontade livre e esclarecida ao impor a obrigatoriedade de quatro apoios: duas consultas obrigatórias, sendo a segunda de planeamento familiar, e dois acompanhamentos obrigatórios, “criando condições para o exercício de coação sobre a mulher no seu processo de formação da vontade livre e esclarecida”.

Entendem que “sem a declaração aos serviços da objeção de consciência à IVG por profissionais da saúde (…) fica mais uma vez em causa assegurar os cuidados às mulheres que pretendem fazer uma IVG nos serviços de saúde habilitados para tal e em tempo útil”.

Por outro lado, questionam a imparcialidade do Estado e dos seus agentes, já que com estas alterações legislativas, as mulheres grávidas que pretendam praticar IVG até às 10 semanas, serão as únicas a pagar taxas moderadoras, uma vez que, “nos termos da Lei de Bases da Saúde, todas as grávidas, enquanto grupo de risco, estão isentas do pagamento dessas taxas”.

Dizem também que a nova legislação põe em causa a tarefa do Estado de promover a igualdade entre homens e mulheres, já que “as novas leis que só se aplicam a mulheres pelo facto de serem mulheres, vêm afetar vários dos seus Direitos Fundamentais no processo que passou a ser exigido para a realização de um ato tornado lícito por referendo”.

Com esta iniciativa, pretendem evitar “prejuízos irreparáveis para as mulheres por eventuais interrupções de gravidez inseguras”, bem como “o evidente retrocesso social em Portugal em ganhos de saúde, designadamente no que se refere a IVG seguras e a ausência de morte materna em resultado de IVG”, sublinham.

Estudo
Consumidores de cannabis podem ser mais propensos a desenvolver pré-diabetes do que aqueles que nunca consumiram a droga, de...

Investigadores da Universidade de Minnesota avaliaram 3.000 pessoas e descobriram que adultos que utilizavam cannabis eram 65% mais propensos a ter um controlo deficiente do açúcar do sangue, condição que pode levar a diabetes tipo 2. Segundo o Diário Digital, aqueles que não usavam a droga com frequência, mas já tinham fumado um “charro” 100 ou mais vezes tiveram um risco 49% maior de desenvolver pré-diabetes.

A relação não foi afetada pelo IMC (Índice de Massa Corporal), nem pela circunferência da cintura dos participantes, de acordo com o artigo publicado na revista científica Diabetology, da Associação Europeia para o Estudo do Diabetes.

Os resultados contrastam com os previamente relatados envolvendo cannabis e metabolismo. Por isso, os autores ressaltam que estudos futuros devem avaliar de forma mais objetiva qual a quantidade da droga capaz de causar danos. Apesar da incidência maior de pré-diabetes, a pesquisa não conseguiu estabelecer uma conexão direta com a diabetes tipo 2 em si.

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