Plano Nacional de Vacinação
Há seis vacinas que não fazem parte do Plano Nacional de Vacinação, mas que são recomendadas pelos pediatras.

Segundo o médico Luís Varandas, coordenador da Comissão de Vacinas - da Sociedade de Infeciologia Pediátrica da Sociedade Portuguesa de Pediatria -, as recomendações desta entidade são para as vacinas que previnem o rotavírus, meningite B, varicela, hepatite A, tosse convulsa (nos adolescentes) e o vírus do papiloma humano (HPV) em rapazes.

"A decisão deve ser tomada entre os médicos e os pais. Nós consideramos que as vacinas são eficazes e seguras e, numa perspetiva individual, devem ser administradas", adiantou ao Jornal de Notícias.

Questionado sobre se a introdução de alguma destas no Plano Nacional de Vacinação (PNV) destas seria mais urgente, Luís Varandas sublinhou que a decisão não depende apenas das características de cada uma, "mas também de um bom conhecimento da epidemiologia da infeção e da relação custo--efetividade".

Para Lopes dos Santos, presidente do Colégio de Pediatria da Ordem dos Médicos, a vacina contra a meningite B (Neisseria meningitidis serogrupo B) "é interessante", apesar de ser recente, não se sabendo ainda muito bem durante quanto tempo dará imunidade. "A doença, felizmente, não é muito frequente. As outras formas de meningite já estão cobertas pelas vacinas existentes. De qualquer forma, havendo disponibilidade económica, é natural que no futuro venha a valer a pena introduzi-la".

Porém, alertou, trata-se de uma vacina "muito reativa", que provoca febre alta e reação local grande, e que "é preciso estar a contar". Em setembro, o Jornal de Notícias noticiou 70 casos de reações adversas à vacina foram notificados à Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed). Houve ainda a morte de um "doente que tinha já patologia de base que poderá ter influenciado o desfecho", explicou esta entidade.

Graça Freitas, subdiretora-geral da Saúde, não avançou se, no imediato, há a intenção de introduzir alguma destas vacinas no PNV. "Neste momento, estamos a olhar para o calendário vacinal, disse, sublinhando que "os programas são sempre feitos de acordo com a realidade epidemiológica". Ontem, em declarações aos jornalistas, a responsável alertou para o risco de serem contraídas doenças por falta de vacinação, argumentando que o número de pessoas vacinadas tem de ser "suficientemente elevado para mantermos a imunidade individual e de grupo".

Em maio, o Governo colocou a vacina antipneumocócita no PNV - tornando-a gratuita para todas as crianças nascidas a partir de 1 de janeiro. Mas há vários anos que a vacina era recomendada pelos pediatras, apesar do custo elevado (cerca de 60 euros por cada uma das três doses). "Notámos um decréscimo das infeções por pneumococo e desapareceram as formas mais graves de sepsis (infeção generalizada)", prosseguiu Lopes dos Santos, frisando que acabou por se diminuir "a prevalência da doença na comunidade", mas à custa do "esforço económico das pessoas".

Atualmente, o médico apenas exerce no privado e costuma recomendar aos pais as vacinas contra a meningite B e a rotavírus. Mas se estivesse a trabalhar no público "já seria diferente", por causa do seu preço elevado. "Se a família passa fome para comprar a vacina do rotavírus não faz sentido", rematou.

Meningite B
É uma doença muito rara em Portugal, mas pode ser grave. A vacina disponível custa 96,06 euros por dose e são recomendadas duas a três doses, dependendo da idade.

Rotavírus
É considerada uma "vacina de conforto" e previne grande parte das gastroenterites. Há duas vacinas no mercado, a mais barata custa 51,18 euros por dose, mas precisa de três, a outra tem o preço de 71,08 euros e são duas doses.

Varicela
Não se sabe se a imunidade é duradoura e pode haver o risco de se contrair em adulto. Há duas vacinas, custam 46,27 euros e 41,99 euros e são duas doses para cada.

Hepatite A
É pouco frequente no país, mas está recomendada para crianças e jovens que viagem para países com prevalência alta. Custa 17,71 euros e são duas doses.

Tosse convulsa
A vacina já faz parte do PNV e é ministrada até aos cinco anos. Recomenda-se que haja um prolongamento da inoculação. Uma dose única custa 17,89 euros.

HPV
Já está no PNV para raparigas e é agora recomendada a rapazes. Cada uma das três doses custa 119,81 euros.

Reino Unido
O maior ensaio clínico alguma vez feito para determinar se uma dose diária de aspirina pode, de facto, prevenir a recorrência...

O teste "Add-Aspirina phase III" vai ser realizado com 11.000 doentes com cancro de mama, esófago, intestino, estômago e próstata, segundo o Instituto Britânico de Pesquisa do Cancro.

O objetivo, segundo o Sapo, é determinar se tomar aspirina todos os dias durante cinco anos pode parar ou retardar a recidiva deste tipo de tumores malignos.

O teste será realizado em mais de 100 centros médicos durante 12 meses. Os participantes serão divididos em três grupos: um que vai tomar diariamente 300 miligramas de aspirina, um outro tomará 100 miligramas e o terceiro receberá um placebo ou equivalente.

Cerca de 9.000 pacientes irão participar no Reino Unido e outros 2.000 na Índia, onde o teste terá início em 2016, explicou uma porta-voz do instituto.

A aspirina já provou que pode ajudar a prevenir ataques cardíacos em algumas pessoas e vários estudos sugerem que pode fazer o mesmo com certos tipos de cancro.

"Este ensaio é particularmente desafiador, uma vez que os cancros que recidivam são, a maioria das vezes, mais difíceis de tratar. Encontrar uma maneira barata e eficaz de evitá-lo pode ser um ponto de viragem para os pacientes", assegura a médica Fiona Reddington.

Autoridades americanas alertam
A agência norte-americana para os medicamentos e alimentação alertou para os riscos graves, inclusivamente de morte, de dois...

A farmacêutica AbbVie identificou casos de insuficiência hepática em pacientes com cirrose que se trataram com os remédios "Viekira Pak" e "Technivie", escreveu a agência americana de medicamentos na sua página na internet.

Algumas pessoas tiveram mesmo de receber um transplante de fígado, outras acabaram por morrer, escreve o Sapo.

Os casos mais graves foram observados em pacientes tratados com o Viekira Pak.

A agência federal exige que a AbbVie coloque etiquetas de advertência ou atualize as bulas sobre os graves riscos para o fígado decorrentes da ingestão destes medicamentos.

Desde que a agência norte-americana para os medicamentos e alimentação (FDA) deu luz verde para a venda do Viekira Pak em dezembro de 2014 e em julho para o Technivie, registaram-se pelo menos 26 casos de problemas graves relacionados com estes remédios.

Não foi, contudo, revelado o número de mortes causadas pelo fármaco.

Em Portugal
A bolsa no valor de 8 mil euros destina-se a projetos a desenvolver em instituições portuguesas focados no doente com mieloma,...

Acredita-se que todos os anos ocorram, em Portugal, pelo menos 300 novos casos de mieloma múltiplo, sendo que algumas destas pessoas não chegam a ser diagnosticadas. A doença ocorre sobretudo entre os 50 e os 70 anos, escreve o Sapo, com um pico de incidência entre os 60 e os 65 anos. Apenas em 3% dos casos o doente tem idade inferior a 40 anos.

Uma vez que se trata de uma doença rara é ainda pouco conhecida por parte da sociedade. Por este motivo, duas associações portuguesas, a Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL) e a Associação Portuguesa de Linfomas e Leucemias (APLL), colaboram conjuntamente para chamar a atenção e aumentar o conhecimento sobre a doença e o impacto do mieloma múltiplo nos doentes e respetivos familiares.

Com este objetivo criaram uma bolsa “O doente com Mieloma Múltiplo no centro da investigação e acesso aos cuidados de saúde”, no valor de 8 mil euros. Podem candidatar-se projetos a desenvolver em instituições portuguesas focados no doente com mieloma, os quais podem abranger áreas de epidemiologia, literacia, dimensões de qualidade de vida, perceções, necessidades e direitos dos doentes e cuidadores. As candidaturas podem ser submetidas até 31 de janeiro através do email [email protected]. O projeto vencedor será anunciado em março do 2016, no âmbito do Mês da Consciencialização do Mieloma Múltiplo.

Um maior conhecimento sobre o mieloma múltiplo contribui para aumentar a participação informada dos doentes e familiares, nas decisões sobre as alternativas terapêuticas disponíveis para esta doença. Esta ação pretende ser um ponto de partida para identificar meios que possibilitem melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem todos os dias com esta doença. Nos dias de hoje, é de extrema importância que os doentes tenham acesso à informação sobre a sua doença e que estejam no centro de toda a investigação, para que possam gerir a sua condição da melhor forma.

Podem encontrar mais informação sobre a bolsa e condições de candidatura nos sites www.apcl.pt e www.apll.org.

Mieloma múltiplo o que é?
O mieloma múltiplo é uma doença rara do sangue, maligna, que se desenvolve a partir de células sanguíneas denominadas plasmócitos, que são as células do sistema imunitário que no indivíduo saudável produzem os anticorpos (imunoglobulinas) para o combate às infeções. Estas células têm origem na medula óssea, que é o sítio onde se dá a produção de todas as células sanguíneas, e que se localiza no interior de alguns ossos (membros, vértebras e esterno).

Normalmente os plasmócitos na medula são em pequeno número (menos de 5%). No mieloma há um clone de plasmócitos anormal que prolifera de forma não controlada e infiltra a medula óssea. Estes plasmócitos produzem grandes quantidades de proteína (imunoglobulina) anormal. Na análise ao sangue chamada eletroforese das proteínas deteta-se o pico de proteína M (de Monoclonal) o que leva a suspeitar da doença.

A melhor forma de contribuir para um diagnóstico do mieloma múltiplo mais precoce é a avaliação regular pelo médico e procurar sempre a causa de alterações encontradas nos exames complementares.

Os exames de diagnóstico fazem-se através de análises ao sangue e à urina para verificar se há o pico M de proteínas anormais, análise da medula óssea e eventualmente, biopsia óssea e várias radiografias aos ossos.

Cancro da Mama
“A Detecção Precoce Pode Fazer Toda a Diferença!” é a mensagem que se pretende fazer chegar ao maior número de mulheres...

Todos os anos, a 30 de Outubro, a Liga Portuguesa Contra o Cancro, através do Movimento Vencer e Viver, assinala o Dia Nacional da Prevenção do Cancro da Mama com iniciativas que pretendem alertar a população em geral para a importância da deteção precoce do cancro. Este ano não é exceção.

Todos os anos são detetados cerca de 6.000 novos casos, só em Portugal. Os estudos mostram uma correlação direta entre o momento da deteção e a taxa de sucesso do tratamento.

O objetivo? Conseguir levar a mensagem ao maior número de pessoas. Sabe-se que os motoristas dos transportes públicos têm contacto direto com mais de 1 milhão de pessoas diariamente, pelo que a Liga Portuguesa Contra o Cancro pediu o seu apoio neste dia ao vestirem a camisola cor-de-rosa.

Segundo Francisco Cavaleiro de Ferreira, Presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro, “seis mil novos casos é um número avassalador. A Liga Portuguesa Contra o Cancro tem assim a responsabilidade de ser um agente ativo nesta batalha. Dinamizado pelo Movimento Vencer e Viver, estaremos concentrados nesta ação para que seja um momento único e impactante, que chame a atenção das pessoas. Vamos alertar os portugueses para a importância do rastreio e para o facto da deteção precoce fazer toda a diferença neste processo.”

No dia 30 de Outubro, logo pela manhã, cinco cidades portuguesas vestem cor-de-rosa para assinalar o Dia Nacional de Prevenção do Cancro de Mama.

Se andar de transportes públicos, veja quem aderiu a esta causa:

·         Lisboa - Transportes de Lisboa – Carris, Metro e Transtejo

·         Porto - Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP)

·         Coimbra - Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) e TRANSDEV Mob. SA

·         Madeira – Horários do Funchal

·         Açores - Empresa de Viação Terceirence, Lda Angra do Heroísmo

Dia 29 de Outubro
O AVC é a principal causa de morte e incapacidade em Portugal. Cerca de 6 pessoas sofrem um AVC em cada hora. Mais de 27 000...

No próximo dia 29 de Outubro, o Campus Neurológico (CNS), centro português dedicado a doenças neurológicas, assinala o Dia Mundial do AVC.

Estima-se que 11,5% dos óbitos em Portugal sejam provocados por AVC e que o tempo de espera entre os primeiros sintomas e o pedido de ajuda para o 112 se situe entre os 30 e os 45 minutos.

Um Acidente Vascular Cerebral ocorre quando o fornecimento de sangue a uma parte do cérebro é impedido por uma obstrução ou uma hemorragia cerebral. Toda a população está sujeita a sofrer um AVC, no entanto, as pessoas mais velhas, pessoas com outros problemas de saúde, como a Diabetes ou Hipertensão Arterial, fumadores, pessoas que sofrem de obesidade, alcoolismo ou sedentarismo, são grupos de risco, para os quais se deve prestar especial atenção.

O AVC é uma doença que ocorre subitamente. Desta forma, existem sinais de alarme a que todos devemos estar atentos, nomeadamente: a falta de força num dos braços, dificuldade em articular palavras e a boca de lado. Uma alimentação saudável, exercício físico regular, cuidados com a saúde e níveis de stress baixos ajudam a prevenir o AVC.

O CNS disponibiliza consultas e programas de reabilitação direcionadas para a avaliação e tratamento de doentes que sofreram um AVC. O tratamento destes doentes passa também pelo apoio aos cuidadores, na maioria das vezes, familiares que, de um dia para o outro, ficam confrontados com a necessidade de lidarem com problemas de saúde para os quais não estavam preparados ou informados. Para além dos programas de reabilitação intensivos com fisioterapia, hidroterapia e terapia da fala o CNS vai iniciar brevemente um programa de reabilitação (unidade de exercício clínico) focalizado no exercício como intervenção terapêutica para doentes com doença cardio e cerebrovascular.

O Diretor Clínico do CNS, Prof. Doutor Joaquim Ferreira sublinha que, “muitos dos fatores de risco para o AVC são conhecidos e, ao contrário do que sucede com outras doenças neurológicas, é possível intervir de forma positiva diminuindo o risco da sua ocorrência; estas medidas preventivas incluem não apenas um tratamento farmacológico adequado mas também a adoção de hábitos de vida saudável em que o exercício assume cada vez mais um papel terapêutico relevante”

No próximo dia Mundial do AVC, o CNS chama a atenção para a temática, promovendo uma maior consciencialização e conhecimento sobre a doença e para esta problemática em geral.

Equipa de Coimbra recebe
Um projeto de investigação de três instituições do distrito de Coimbra viu aprovada a candidatura a fundos comunitários e ficou...

O projeto de investigação consiste no desenvolvimento de um ensaio piloto para avaliar o "efeito terapêutico de células estaminais em pacientes com AVC [acidente vascular cerebral]" e testar também o efeito terapêutico "de derivados de células em ensaios pré-clínicos [teste em modelos animais]", disse à agência Lusa o coordenador do projeto, Lino Ferreira, do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra.

O projeto, com um consórcio formado pelo centro de investigação, o hospital Rovisco Pais e a empresa Crioestaminal, procura desenvolver terapias que induzam "a reparação e plasticidade cerebral", explicou o investigador.

Ou seja, permitir a regeneração das "estruturas sinápticas [zonas ativas de contacto entre neurónios]" e reorganizar a arquitetura funcional após um AVC, referiu Lino Ferreira, recordando que o único fármaco aprovado para o tratamento de AVC isquémico agudo restaura "a perfusão no cérebro isquémico", mas leva a um "considerável dano no tecido quando o fluxo sanguíneo é restabelecido".

O projeto de investigação é apresentado hoje nas I Jornadas do Hospital Rovisco Pais - Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro (CMRRC), que decorrem no auditório do Biocant, em Cantanhede.

O investigador coordenador do projeto salientou que o AVC "é a segunda causa de mortalidade a nível mundial e nos pacientes que sobrevivem apresenta uma grande taxa de morbidade", havendo uma grande probabilidade de, num AVC isquémico, surgir um "défice neurológico motor ou cognitivo que pode ou não voltar à normalidade durante as primeiras semanas".

Segundo o presidente do CMRRC, Vitor Lourenço, o projeto será desenvolvido ao longo de três anos.

 

"É um projeto de investigação do maior relevo", sublinhou, frisando que os resultados poderão permitir uma recuperação das lesões provocadas por um AVC.

Liga Portuguesa Contra a Sida
A presidente da Liga Portuguesa Contra a Sida apontou o rastreio da infeção pelo VIH realizado a todas as grávidas como um ...

“Hoje todas as grávidas que têm acompanhamento fazem o teste de rastreio”, disse Maria Eugénia Saraiva, que falava a propósito do 25º aniversário da instituição, que será celebrado no sábado.

Este ano, em Portugal “só 234 parturientes foram detetadas com VIH e só quatro crianças nasceram seropositivas”, disse Maria Eugénia Saraiva, comentando: “É um caso de sucesso que há 25 anos não tínhamos”.

No ano em que celebra os 25 anos, a LPCS, em parceria com o Instituto Português de Oncologia, vai iniciar o rastreio ao papiloma vírus humano (HPV), no âmbito do programa “Saúde + perto”, que já realiza rastreios ao VIH, hepatites víricas e outras infeções sexualmente transmissíveis (IST), avançou.

Num balanço do trabalho da associação, pioneira nesta área, Eugénia Saraiva disse que foram 25 anos a combater a doença, com projetos de apoio às pessoas infetadas com o vírus da imunodeficiência humana, aos seus familiares e amigos, e ações de sensibilização junto da população para prevenir a doença.

“Ontem quando alguém era diagnosticado para o VIH era como se ouvisse a sua sentença de morte”, não havia medicação específica, e “as pessoas eram descobertas maioritariamente na fase já de Sida”, disse, lembrando ainda o estigma sobre a doença que estava associada a comportamento promíscuos e a grupos de risco.

Apesar do panorama se ter “modificado significativamente”, o estigma social e a discriminação ainda permanece: “Está muito camuflada, mas existe”.

Mas é preciso lembrar que “a infeção é muito democrática, atinge de A a Z todas as pessoas, sem olhar a cor, a religião, a partidos”.

“Temos todos os dias pessoas de diversas idades que nos chegam para serem aconselhadas sobre como devem fazer para chegarem ao hospital e começarem mais depressa o tratamento”, contou.

Sobre o futuro, Eugénia Saraiva disse que a intenção é continuar a contribuir para que mais pessoas conheçam o seu estatuto serológico, tenham acesso à prevenção, cuidados de saúde e tratamento atempado.

A Liga pretende também criar respostas inovadoras, fundamentadas em evidência científica e dirigidas a populações específicas, e concretizar os objetivos traçados em conformidade com as estratégias nacionais e internacionais.

Lembrou a meta definida pela ONU/sida de, até 2020, 90% das pessoas infetadas estarem diagnosticadas e, destas, 90% serem tratadas.

“Não sei se é possível este novo desafio que a ONU Sida enviou para todo o mundo”, porque “infelizmente, ainda hoje, através da nossa linha SOS Sida (800201040), continuamos a receber chamadas que de há racionamento nos hospitais de medicação”, sublinhou.

“Se temos estes problemas que nos chegam diariamente através da linha, não sei se será possível termos todas as pessoas diagnosticadas em tratamento, mas iremos contribuir dentro das nossas possibilidades”, acrescentou.

Mas a mensagem da Liga é de esperança: “Existe ainda um caminho para percorrer, mas temos de realçar o bom, os novos medicamentos, mais e melhor prevenção e novos métodos de rastreios”.

Em Washington
Numa altura em que celebra o seu 13º aniversário, o Programa de Segurança Rodoviária 100% Cool tem honras de destaque no...

O 100% Cool é destacado como o projeto mais relevante no capítulo das boas práticas e responsabilidade social, podendo o seu modelo ser exportado para outros países. Recorde-se que nos últimos 13 anos Portugal passou de ser um dos países da Europa onde mais jovens morriam na estrada para segundo país da Europa com o menor risco de morte entre os condutores até os 29 anos.

O projeto iniciado em outubro de 2002 tem vindo a conquistar grande relevo e a acumular méritos sucessivos tornando-se um exemplo internacional de um programa eficaz, de abordagem ao problema do álcool na condução por jovens. É particularmente elogiada a ligação às autoridades de segurança e à forma como o modelo está desenhado, comunicando para os jovens, sempre incentivando pela positiva a que os jovens escolham uma pessoa do seu grupo de amigos para que este não consuma qualquer álcool durante a saída à noite. O condutor é designado 100% Cool por essa razão.

O 100% Cool é um programa se sensibilização rodoviária pela positiva, especificamente desenhado para os jovens. Os códigos em torno dele sublinham o valor social da pessoa, que a cada noite é responsável pela segurança do grupo, e, portanto, o valor social deste comportamento. Ser responsável é Cool. 

DGS
O diretor-geral da Saúde, Francisco George, explicou que na origem do problema com a bactéria multirresistente detetada no...

Esclarecendo que, nos casos identificados, uns já tinham a bactéria e outros foram contaminados, Francisco George garantiu que “todas as medidas têm sido tomadas pela equipa do hospital de Gaia com o apoio dos serviços da Direção-Geral da Saúde (DGS)” e disse acreditar que “este problema - se bem que grave, que não pode ser ignorado - está agora controlado”.

O diretor-geral falava, em Mirandela, à margem de um ato público de apoio ao consumo de alheira e ao fumeiro da região, na sequência de casos de botulismo alimentar.

Questionado sobre os doentes infetados nos últimos dias no hospital de Gaia, Francisco George esclareceu que se trata de um problema resultado do uso indevido e excessivo de antibióticos.

“Todos temos de reconhecer que o antibiótico é um bem, [mas] que tem risco porque há bactérias que são resistentes, exatamente devido ao uso indevido, o excesso de antibioterapia, quando é utilizado para tratar erradamente infeções de origem viral”, concretizou.

As bactérias, “uma vez em contacto com os antibióticos, podem desenvolver essas resistências e foi isso que aconteceu em Gaia”, indicou.

O presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho, Silvério Cordeiro, afirmou que a infeção provocada por uma bateria está controlada e “as pessoas que eventualmente tenham a bactéria estão isoladas e devidamente identificadas”.

O hospital, que garantiu na quarta-feira, em comunicado, que a situação “está controlada”. Suspeita que a origem do surto tenha sido numa doente que fez vários ciclos de antibiótico e que partilhou, no dia 29 de julho, a mesma unidade de pós-operatório com o primeiro paciente infetado.

O hospital de Gaia disse ter identificado mais quatro doentes colonizados (não infetados) com a bactéria multirresistente que já causou a morte a três pessoas.

Informou também que foram já criados sete quartos de isolamento individual, três enfermarias com capacidade de 11 camas na área médica e três enfermarias na área cirúrgica com capacidade de quatro camas.

Na passada semana, aquele centro hospitalar referiu ter identificado, desde 07 de agosto, mais de 30 doentes portadores de Klebsiella Pneumoniae, uma bactéria multirresistente que terá surgido em consequência do uso de antibióticos, é de rápida disseminação, transmite-se pelo toque, sobrevive na pele e no meio ambiente e desconhece-se a sua durabilidade.

Para garantir imunidade
A subdiretora Geral da Saúde disse que as autoridades de saúde pretendem aumentar o número de pessoas vacinadas para garantir a...

“O próximo objetivo é tentarmos contrariar a tendência da não vacinação e que as pessoas percebam que se interrompermos o processo corremos o risco de contrairmos as doenças”, disse à agência Lusa a subdiretora Geral da Saúde, Graça Freitas, à margem do 16º Congresso Nacional de Pediatria, a decorrer em Albufeira, no Algarve.

De acordo com Graça Freitas, em Portugal “ainda não existem grupos organizados antivacinação, nem grandes grupos populacionais a recusarem a vacinação, mas algumas pessoas que não se querem vacinar”.

“É essa tendência que queremos reverter para que o número de pessoas que adere à vacinação continue a ser suficientemente elevado para mantermos a imunidade individual e de grupo”, sublinhou a subdiretora Geral da Saúde, acrescentando que “a sensibilização da população passa por uma forte aposta na comunicação, quer através das redes sociais quer nas formas clássicas”.

“As redes sociais e as formas clássicas de comunicar têm um papel importante como intermediários entre os profissionais de saúde e o público”, destacou.

Graça Freitas frisou que “não há qualquer risco” de as pessoas contraírem doenças com a vacinação, sendo uma forma de manter aquilo que se chama imunidade de grupo: “basta que os vírus ou as bactérias não circulem para que se beneficie dessa imunidade”.

A subdiretora Geral da Saúde disse ainda que, apesar de Portugal não ter tido até agora consequências da não vacinação e de continuar a ter as doenças eliminadas e controladas, é preciso manter a atenção constante.

“Temos de estar muito atentos. Estamos inseridos num mundo onde há mudanças sociais muito rápidas, as novas formas de comunicar influenciam rapidamente a opinião pública. Há muitos mal entendidos acerca da vacinação. É preciso lembrar que o sucesso da vacinação levou a que 12 doenças praticamente desaparecessem”, frisou.

Na opinião de Graça Freitas, “hoje em dia existe uma inversão da perceção do risco, até mesmo por parte da classe médica, porque quase nenhum dos médicos mais novos faz o diagnóstico de sarampo”.

“As pessoas deixam de ter medo das doenças, porque elas não existem de facto, e têm o medo hipotético de pseudo reações que as vacinas poderão dar”, concluiu.

A subdiretora Geral da Saúde participou esta manhã num painel sobre vacinação inserido no 16º Congresso Nacional de Pediatria, que decorre até sábado no Centro de Congressos do Algarve, na zona dos Salgados, em Albufeira, no distrito de Faro.

Em Lisboa
A vontade de ajudar quem precisa uniu médicos, psicólogos, enfermeiros e técnicos de saúde numa missão: levar cuidados de saúde...

Para dar força a esta missão, 31 voluntários experientes criaram a associação VOXLisboa com o objetivo de desenvolver ações sustentáveis de promoção da saúde física, mental e social das pessoas em situação de vulnerabilidade, disse o presidente e um dos fundadores da associação, Hugo Martins.

A associação tem já dois projetos no terreno, “Rua com saúde” e “Rua com saída”, e vai promover no sábado, em Lisboa, as “Primeiras Jornadas Saúde Solidária” para partilha de conhecimentos e experiências na prestação de cuidados de saúde a pessoas em situação vulnerável e reforçar a importância do acompanhamento social e emocional como complemento terapêutico.

“É sobretudo com saúde que nós lidamos porque os 31 voluntários que se juntaram inicialmente, hoje somos muito mais, são médicos, enfermeiros, psicólogos, técnicos de cardiopneumologia” e todos têm em comum “uma grande vontade de ajudar a população sem-abrigo, mas também idosos que estão isolados e sós na cidade de Lisboa” e pessoas que apesar de terem "um quarto para dormir precisam de ajuda alimentar ou de saúde", adiantou o médico Hugo Martins.

Quinzenalmente aos sábados, as equipas do projeto “Rua com Saúde” saem para cinco zonas de Lisboa (Oriente, Arroios, Rossio, Santa Apolónia e Cais do Sodré) juntamente com os voluntários do “Rua com saída”, pessoas de outras áreas profissionais que fazem da “escuta ativa, afetuosa e humana as suas ferramentas terapêuticas”.

Nestas saídas, os voluntários levam apoio emocional, humano e social, procurando “humanizar os cuidados de saúde” e diminuir a solidão destas pessoas.

“Às vezes é preciso haver um jogo de cintura para conseguirmos dar uma ajuda efetiva a estas pessoas, porque infelizmente muitas delas vão aos serviços”, mas depois não se consegue dar uma resposta efetiva, lamentou o médico, dando como exemplo a população sem-abrigo com problemas psiquiátricos.

O médico defendeu também a importância de conhecer as particularidades destas pessoas para um melhor acompanhamento.

“Sou médico no Hospital de São José, onde temos uma multiculturalidade que vai aos serviços e recorre às urgências. Muitas pessoas professam a religião muçulmana ou hindu e têm as suas particularidades e é preciso conhecê-las para poder melhorar não só a prestação de cuidados como para eles aderirem” à terapêutica, elucidou.

Relativamente às jornadas que a Voxlisboa vai realizar na Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, com o apoio de vários parceiros, entre os quais a Comunidade Vida e Paz, Hugo Martins disse que têm também como objetivo a formação.

“O nosso curso [de Medicina] é muito rico e muito bom em termos teóricos, temos muitos livros para conhecer as doenças, mas temos muito pouco para conhecer as pessoas doentes”, que além da necessidade física têm outros problemas, sublinhou.

Às vezes, através de uma conversa terapêutica com a pessoa, consegue perceber-se que “a dor no pé que refere, não é uma dor no pé, mas uma somatização de um problema familiar que o levou à rua, uma angústia de há muitos anos”.

Ordem dos Enfermeiros
Oito projetos de melhoria da qualidade dos cuidados de Enfermagem prestados aos cidadãos na Região Centro disputam dia 30, em...

Criado em 2012 pela Secção Regional do Centro (SRC) da Ordem dos Enfermeiros (OE) para premiar projetos que se destinem a obter ganhos em Saúde sensíveis aos Cuidados de Enfermagem, tem agora a sua sessão final, reunindo aqueles que foram distinguidos nas três edições anteriores.

Na sua primeira edição, em 2012, recebeu 19 candidaturas a concurso, da autoria de profissionais ligados a instituições de saúde dos distritos de Castelo Branco e Guarda. Em 2013, edição dedicada a Viseu e Aveiro, foram recebidas 34 candidaturas. Em 2014 foram 3 os projetos apresentados por enfermeiros dos distritos de Coimbra e Leiria.

A presente edição atribui apenas uma distinção – Prémio Cuidar, no montante de 2000 euros. Em cada uma das edições anteriores foram três os galardões em disputa, os prémios “Excelência”, “Competência” e “Inovação”, com montantes pecuniários de 1500, 1000 e 500 euros, respetivamente.

Este ano, o Cuidar 15 reveste-se de um cariz especial, pois é uma edição exclusiva a projetos já premiados em edições anteriores. Pretendemos aferir a evolução destes após terem sido premiados, porque “Cuidar” não é só um fim, mas também um percurso em constante evolução, afirma a Presidente do Conselho Diretivo Regional da SRC, Enfª Isabel Oliveira.

“Quando criámos o Cuidar pretendíamos premiar a excelência, fazendo um benchmarking dos principais projetos de melhoria contínua, dando destaque e partilhando o conhecimento que eles geraram para a profissão”, explica.

O concurso Cuidar – acentua - pretende premiar, não só quem se compromete com os outros, mas os enfermeiros que, para além disso, se comprometem com a enfermagem.

Para a Enfª Isabel Oliveira, “’Cuidar’, de entre todos os verbos, é aquele que constrói a Enfermagem, porque se constitui o seu fim”.

“Se o outro nos responsabiliza enquanto enfermeiros, é a nossa consciência profissional e o nosso código deontológico que nos comprometem com quem cuidamos. De entre vários percursos do exercício profissional, existe apenas um que nos dignifica como profissão: o Cuidar de Excelência, que traduz a segurança, a qualidade, com base em padrões previamente definido que pretendem melhorar e ir mais além no ato de cuidar”, conclui.

A Presidente do Conselho Diretivo Regional da SRC espera que o concurso sirva para motivar e impulsionar todos os enfermeiros da Região Centro a investir em programas de melhoria contínua, em mais e melhor cuidados de excelência para a população destes seis distritos.

O colóquio de encerramento do concurso, a decorrer no Auditório das Irmãs Hospitaleiras – Casa de Saúde de Santa Isabel, Condeixa-a-Nova, entre as 09:00 e as 17:30, termina com a entrega do Prémio Cuidar pelo Bastonário da Ordem dos Enfermeiros, Enfº Germano Couto, e pela Presidente da SRC, Enfª Isabel Oliveira.

A concurso estão o projetos Reabilitar + (Hospital de Sousa Martins da ULS da Guarda, EPE), Promoção e Educação para a Saúde na Escola Secundária/3 Quinta das Palmeiras, Covilhã (UCSP Covilhã), Cuidar de Quem Cuida (CQC) (Unidade de Cuidados na Comunidade de Oliveira de Azeméis - UCCOAz) e Registos com Linguagem CIPE na Consulta de Enfermagem de Saúde Materna (Unidades Funcionais dos Centros de Saúde de Estarreja, Murtosa e Ovar do ACeS Baixo Vouga).

RelaxARTE (Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental, Centro Hospitalar do Baixo Vouga), Aprender SBV para Salvar…início de um percurso (Centro Hospitalar do Oeste, Caldas da Rainha - S. Pediatria – Urgência Pediátrica), Literacia e Educação Terapêutica: Capacitar a pessoa com diabetes tipo 2 a lidar com a sua condição de saúde (UCSP de Eiras – ACeS Baixo Mondego) e Assistência personalizada pelo enfermeiro ESMO em Bloco de Partos (Bloco de Partos do Centro Hospitalar de Leiria, EPE), são os restantes concorrentes.

A conferência de abertura do colóquio, pelas 09:30, intitulada “Programa de Padrões de Qualidade dos Cuidados de Enfermagem: O ‘Centro’ da Excelência!”, está a cargo dos enfermeiros José Carlos Gomes (Presidente do Conselho de Enfermagem da OE) e Hélder Lourenço (Presidente do Conselho de Enfermagem Regional do Centro).

A sessão inaugural conta com a presença do Bastonário da OE, Enfº Germano Couto, do Presidente da Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova, Nuno Moita da Costa, e da Presidente do Conselho Diretivo da SRC, Enfª Isabel Oliveira.

Ao longo do dia serão apresentados, pelos seus autores, os projetos a concurso, que se submeterão à apreciação de um júri presidido por Renato Assunção, Vogal do Conselho de Enfermagem Regional do Centro, e que integra ainda Carlos Melo-Dias (Professor Adjunto da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra), Ester Vaz (Enfermeira Supervisora da ULS da Guarda), Ana Isabel Coelho (Enfermeira na Unidade de Saúde Pública do ACeS Entre Douro e Vouga II) e Hugo Alexandre Raimundo (Enfermeiro Gestor da Qualidade do C.H.U.C). 

Estudo
Investigadores de cinco países uniram-se para realizar uma tarefa que até hoje é um desafio para a ciência: a busca por uma...

A leishmaniose é uma doença infeciosa causada pelo protozoário Leishmania. É transmitida pela mosca Lutzomyia, conhecida popularmente por mosquito-palha ou birigui. Existem dois tipos de leishmaniose, escreve o Diário Digital, a cutânea - que causa lesões na pele e nas vias nasais - e a visceral - que causa febre, fraqueza, anemia e comprometimento de vários órgãos do corpo, podendo levar à morte. Entre as doenças parasitárias, a leishmaniose é a segunda maior causa de morte no mundo, atrás apenas da malária.

Camundongos usados no estudo tiveram a resposta imunológica de proteção ativada quando em contacto com o antígeno. Ao mesmo tempo, os pacientes que recuperam da infeção do parasita geralmente tornam-se imunes a uma nova infeção, o que sugere que o desenvolvimento de uma vacina é possível.

Usando técnicas de estudo das proteínas (proteómica) e de imunologia, Zhirong Mou, da Universidade de Manitoba, no Canadá, e os seus colegas, identificaram um antígeno chamado de PEPCK, existente em todas as espécies do protozoário Leishmania. Esse antígeno ativa uma forte resposta das células T, responsáveis por desenvolver a chamada “memória imunológica”.

A infeção parasitária em camundongos fez com que células T específicas contra o PEPCK aumentassem no sangue, no baço e nos linfonodos. Também produziu citocinas, moléculas sinalizadoras conhecidas por lutarem contra a infecção da doença. A vacinação com o antígeno teve uma proteção duradoura contra duas espécies de Leishmania em camundongos.

O resultado da pesquisa sugere que o PEPCK pode ser um candidato promissor para o desenvolvimento de uma vacina para essa doença. Experiências anteriores com vacinas haviam conseguido apenas uma proteção de curto prazo.

Estudo sugere
De acordo com uma nova investigação, a apneia do sono pode ser ainda mais perigosa para as mulheres do que para os homens....

Para o estudo atual, escreve o Diário Digital, os cientistas mensuraram a qualidade do sono em 737 homens e 879 mulheres, com idade média de 63 anos, sem doenças cardiovasculares no começo do estudo. Também investigaram a presença de troponina T, proteína que pode ser libertada na corrente sanguínea se o coração sofrer uma lesão, e cuja presença em pessoas saudáveis costuma indicar um risco aumentado de doença cardíaca.

Os pesquisadores acompanharam os participantes durante 14 anos, registando eventos de aterosclerose coronária, AVC e morte provocada por doença cardiovascular ou por outras causas. O estudo foi publicado na revista Circulation.

A apneia do sono obstrutiva estava associada independentemente ao aumento de troponina T, a AVC e à morte em mulheres, mas não em homens. E nas mulheres, mas não nos homens, a apneia do sono estava ligada ao coração dilatado, outro fator de risco para doenças cardiovasculares.

“A maioria das pessoas que tem apneia do sono acumula diversos outros riscos de doença cardíaca”, afirmou o autor principal do estudo, Dr. Amil M. Shah, professor assistente de medicina em Harvard.

“Porém, em mulheres, a relação entre apneia do sono e doença cardíaca persistia mesmo após a contabilização de outros riscos.”

Estudo revela
Um estudo norte-americano demonstra a eficácia de um tratamento alternativo para a esquizofrenia e outro tipo de psicoses que...

A terapia adotada atualmente, nos Estados Unidos, limita-se a administrar antipsicóticos para suprimir as alucinações e os delírios, escreve o Sapo.

"O objetivo [da nova terapia proposta] é associar a pessoa que apresenta os primeiros sinais de psicose a uma equipa de especialistas que trabalhem de forma coordenada e o mais rápido possível desde o momento em que aparecem os primeiros sintomas", explicou John Kane, professor e diretor do serviço de psiquiatria do Zucker Hillside Hospital, em Nova Iorque, cita a agência France Presse.

O estudo, financiado pelo Instituto Nacional de Saúde Mental (NIMH, na sigla em inglês) e divulgado na revista científica American Journal of Psychiatry, foi conduzido ao longo de dois anos em 34 clínicas dos Estados Unidos. Envolveu 404 pacientes entre os 15 e 40 anos.

Os investigadores constataram que o tratamento é mais eficaz quando os doentes são atendidos pouco depois de diagnosticados os primeiros sinais da doença. Metade dos participantes do estudo começou o tratamento em menos de um ano e meio após o início dos sintomas; os demais passaram estiveram mais tempo sem medicação.

O grupo tratado mais rapidamente apresentou melhorias significativas na sua qualidade de vida, em comparação com os que foram tratados tardiamente, ambos seguindo o novo esquema de tratamento. Além disso, os dois grupos registaram melhores resultados face àqueles que receberam o tratamento convencional.

Estudo
Estudo comparou comportamentos de risco com nível de escolaridade de um grupo de jovens. Os maiores problemas ainda se...

Os chamados comportamentos de risco, como suspensões na escola, pertença a um gangue, envolvimento em lutas físicas ou condenações, são em geral mais frequentes entre os jovens com menor escolaridade e que são filhos de pais que concluíram também poucos anos de estudo. No entanto, há um caso em que os jovens com mais anos de estudo e filhos de pais com mais habilitações se destacam: no consumo de haxixe ou marijuana. Aos 21 anos, quase 49% destes jovens inquiridos para um trabalho assumiram que tinham já consumido este tipo de substâncias, quando só 29% dos com menos escolaridade o tinham feito.

As conclusões fazem parte do estudo Reproduzir ou Contrariar o Destino Social?, que será apresentado nesta sexta-feira na Fundação Champalimaud, em Lisboa, e que faz parte do projeto Epiteen24 (Epidemiological Health Investigation of Teenagers in Porto). A investigação conta com uma amostra de 2942 pessoas nascidas na década de 1900 e que em 2003/2004 frequentavam as escolas públicas e privadas do Porto. O grupo tem sido acompanhado e inquirido aos 13 anos, 17, 21 e 24 anos, com os investigadores a publicarem vários trabalhos ao longo dos anos.

“Estamos habituados a associar os níveis educacionais baixos a comportamentos de risco nos nossos estereótipos, mas isso nem sempre acontece assim”, adiantou ao jornal Público a socióloga Anália Torres, coordenadora do projeto e professora do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. De acordo com a investigadora, os dados recolhidos permitem perceber que também “a experimentação do álcool aos 13 anos acontece mais nas classes médias e altas, por causa das redes de interconhecimento”, como estes jovens, em geral, “frequentaram mais festas e terem mais dinheiro”. “Nota-se que são os grupos mais escolarizados que tendem a ter mais prática de consumos”, reitera.

No caso do haxixe, 49% dos jovens com mais escolaridade já experimentaram esta substância. O valor mais baixo, de 29%, é encontrado nos participantes com menos estudos. Ainda assim, a maior percentagem (56%) encontra-se nos filhos de pessoas com mais escolaridade mas que acabaram por conseguir completar menos anos do que os pais. No entanto, Anália Torres ressalva que a esmagadora maioria dos comportamentos de risco ainda estão, de facto, associados a níveis de escolaridade mais baixos, tanto nos jovens que os praticam como nos seus pais.

Já nos casos de níveis educacionais mais altos, o estudo sublinha que a “a incidência de comportamentos de risco” está associada a “estilos de vida que podem ser apelidados de ‘recreativos’, como o consumo de haxixe ou marijuana aos 21 anos (ou, mais precocemente, aos 13 anos, na experimentação do consumo de álcool)”. O trabalho destaca, ainda, que os jovens que atingem uma menor escolaridade que os pais também “apresentam ao longo da adolescência uma incidência comparativamente maior de comportamentos de risco, pelo que parece relevante uma análise mais focalizada no enquadramento familiar ou em variáveis individuais de saúde – como a saúde mental”.

No México
O Governo do México autorizou que uma menina mexicana de oito anos que sofre cerca de 400 ataques epiléticos por dia inicie um...

Graciela, de oito anos, começou a tomar na terça-feira "uma dose de 0,23 ml duas vezes por dia" do medicamento Charlotte's Web, disse Raúl Elizalde, pai da menina, escreve a agência France Presse.

"Ainda é cedo para saber se está a funcionar. Os médicos acreditam que os efeitos positivos poderão ser observados em dois meses", acrescentou Elizalde.

Graciela, que vive em Monterrey, sofre de uma severa forma de epilepsia conhecida como síndrome de Lennox-Gastaut.

No mês passado, segundo o Sapo, um juiz concedeu a autorização para a utilização daquele canabidiol (CBD), o que provocou objeções dentro do governo mexicano, afogado numa sangrenta guerra contra o narcotráfico.

Ainda assim, o ministério da Saúde comprometeu-se a ajudar na importação do fármaco produzido pela farmacêutica britânica GW Pharmaceuticals, que continua em fase de testes.

Em abril, a GW Pharmaceuticals publicou um estudo baseado em 137 crianças e adultos, tratados em 11 hospitais diferentes, que refere que este medicamento reduziu em 54% o número de ataques epiléticos.

O comércio e consumo de canábis não é legal no México. O Uruguai foi o primeiro país da região a legalizar a produção, venda e consumo em 2013. O Chile seguiu o mesmo caminho em julho de 2015.

Nos Estados Unidos, vizinho do México, mais de 20 estados já legalizaram a canábis.

Especialista
Os programas de intervenção para reduzir o risco de dependências, designadamente de álcool ou droga, devem ir além da...

"É preciso criar uma dinâmica de perceção de risco e de tentar depois alguma efetivação da ação e da mudança de atitudes. Saber é importante, mas não chega, também é preciso agir", afirmou Manuel Cardoso, que participará, na sexta-feira, nas XXIII Jornadas da Sociedade Portuguesa de Alcoologia, que começaram hoje na Covilhã e se prolongam até sábado, tendo como tema "os jovens e o álcool".

Em declarações, Manuel Cardoso apontou os dados de um estudo realizado o ano passado sobre o consumo de álcool entre os universitários e cujas conclusões referem que os inquiridos sabem que o consumo de álcool é prejudicial, não deixando todavia de beber.

"Quando se lhes perguntou se beber quatro ou cinco bebidas alcoólicas é mau, 82% disse que é muito prejudicial e cerca de 18% disse que é mau. Porém, quando se lhes perguntou se nos últimos 30 dias tinham bebido quatro ou cinco bebidas numa mesma ocasião, 48% respondeu afirmativamente", citou, referindo que isso confirma a ideia de que nas intervenções e projetos é preciso fazer mais do que passar a informação.

Este responsável recordou, aliás, que quer a Organização Mundial de Saúde quer vários estudos internacionais já apontam no sentido de que as campanhas baseadas apenas na transmissão de informação têm resultados pouco eficazes na mudança de comportamentos, o que é preciso alterar.

"É preciso ir um pouco mais longe e apostar em programas e integrem ações mais estruturadas e completas, que permitam a efetiva mudança comportamental", sublinhou.

Manuel Cardoso adiantou que, no âmbito do programa de saúde da Comissão Europeia, foi já lançada uma ação comum dos vários Estados membros para a redução dos efeitos nocivos do álcool - que é aliás liderada por Portugal através do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) - e na qual se estão a tentar encontrar projetos de boas práticas, que depois serão elencados para poderem ser replicados.

Portugal, disse, já tem dois projetos que foram reconhecidos internacionalmente e que integram essa lista, nomeadamente o "Eu e os Outros", promovido pelo SICAD, e o "Pára para pensar", da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra.

No primeiro, que é desenvolvido em âmbito escolar desde 2007 em todo o país, o desafio passa por apresentar às crianças e jovens histórias de vida em que serão os protagonistas e nas quais terão de definir atitudes a tomar em determinadas situações (como por exemplo do consumo de álcool, mas também de anorexia ou de depressão), com as quais poderão vir a cruzar-se no futuro.

"É esta avaliação, esta interação e este ser obrigado a tomar uma posição e decisão que fará com que os próprios alunos interiorizem, através da vivência, as melhores atitudes e ações a tomar e respetivas ferramentas a utilizar", explicou.

Relatório revela
Mais de 879 mil portugueses com mais de 60 anos já se vacinaram contra a gripe nesta época, segundo o relatório do Vacinómetro,...

Segundo os dados da primeira avaliação do vacinómetro para a época 2015-2016, foram vacinados até à data 776.455 portugueses com idade igual ou superior a 65 anos (38,2%) e 102.886 com idades compreendidas entre os 60 e os 64 anos (15,9%).

Uma análise pelos grupos considerados prioritários pela Direção-Geral da Saúde demonstra que se vacinaram 20,6% dos portadores de doenças crónicas e 25% dos profissionais de saúde com contato direto com doentes.

O vacinómetro demonstra ainda que, do total de grupos inquiridos, 92,1% já tinham recebido a vacina contra a gripe noutras épocas, enquanto os restantes (7,9%) se vacinaram este ano pela primeira vez.

A análise revela, até ao momento, não haver grande diferenciação na vacinação por género, tendo recebido a vacina 27,8% de mulheres e 27,1% de homens.

Entre os inquiridos que não se vacinaram, 58,4% não manifestaram intenção de o fazer, ao passo que 41,6% tencionam ainda receber a vacina. Destes últimos, 51% são pessoas com mais de 65 anos.

Lançado em 2009, o Vacinómetro monitoriza a taxa de cobertura da vacinação contra a gripe em grupos prioritários e recomendados, num projeto que é uma iniciativa conjunta da Sociedade Portuguesa de Pneumologia e da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, com o apoio de uma farmacêutica.

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