Em Alcácer do Sal

Abraço vai construir unidade de cuidados continuados e paliativos

A Abraço vai construir uma unidade de cuidados continuados e paliativos em Alcácer do Sal, no distrito de Setúbal, para responder à falta de resposta para muitos doentes que precisam de apoio, avançou o presidente da associação.

Na véspera da associação de apoio aos doentes com VIH completar 24 anos, Gonçalo Lobo adiantou que é intenção da Abraço alargar a prestação de serviço a esta população com vários projetos, entre os quais a criação desta unidade.

“Apesar de vivermos numa época em que a medicação antirretroviral aumentou a esperança de vida das pessoas que vivem com VIH estas também vão enfrentar, na sua velhice, adversidades que necessitam de algum tipo de apoio especializado, e é nessa matéria que temos de trabalhar”, disse Gonçalo Lobo.

Essas dificuldades começam já a ser sentidas no dia-a-dia da associação: Temos pessoas no apoio domiciliário que não correspondem aos critérios para estarem neste serviço, mas noutro tipo de estruturas, sejam lares ou cuidados continuados e paliativos”, mas "ainda temos dificuldades de inserir os nossos utentes em estruturas deste género", contou Gonçalo Lobo.

“Para que não haja qualquer tipo de discriminação associada ao acesso a este tipo de valências, nós vamos criar uma [unidade] para dar resposta a estas situações”, sublinhou.

A Abraço já tem o terreno e está em negociações com o município para avançar com o projeto, adiantou o presidente da associação.

Sobre o número de pessoas que a unidade vai acolher, disse que está a ser realizado um estudo técnico para verificar as vagas que poderão ser criadas de acordo com espaço e a capacidade de construção.

Ao longo dos tempos a Abraço tem verificado um aumento de falta de possibilidade de resposta para utentes que recebam alta após internamento hospitalar prolongado e que se encontram impossibilitados de realizarem de forma autónoma as suas atividades de vida diárias.

“Em muitos casos, a infeção VIH e sida pode gerar problemas sociais significativos, pois nem sempre este quadro clínico necessita de internamento hospitalar e, muitas vezes, o domicílio não possui condições para os cuidados necessários a estes utentes”, refere a associação.

Para atender a estes casos, a Abraço tem uma unidade residencial no Porto com capacidade para oito pessoas com cuidados extras hospitalares e serviços de apoio domiciliário que funcionam 24 por dia e todos os dias da semana.

A unidade residencial “está sempre lotada e tem uma lista de espera grande, porque não conseguimos dar resposta a todas as situações”, disse Gonçalo Lobo.

Com a criação da unidade de cuidados continuados e paliativos, a associação pretende dar resposta a mais seropositivos, mas também a outras pessoas que necessitem deste apoio: “Não vamos excluir” ninguém, frisou Gonçalo Lobo.

Em 2014 foram diagnosticados 920 novos casos de infeção por VIH em Portugal e, no final do ano, encontravam-se diagnosticados 52.694 casos, segundo o relatório “Infeção VIH/SIDA: a situação em Portugal”, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge

No mesmo ano foram registados 196 óbitos em pessoas com infeção por VIH, das quais 126 em estádio sida.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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