Enxaqueca e Cefaleia de tensão
Estima-se que, em Portugal, cerca de 12 por cento da população sofra de dores de cabeça.

Será difícil encontrar quem não tenha tido, em algum momento da sua vida, uma dor de cabeça.

Desencadeadas por vários fatores, afetam, no entanto, mais mulheres do que homens.

Irritabilidade, dificuldades na relação interpessoal, distúrbio do sono são algumas das consequências para quem sofre de crises frequentes.

Sendo de origem benigna, ou seja, que não são fruto de patologias graves subjacentes, a enxaqueca e a cefaleia de tensão são o tipo de dor que mais acomete a população adulta.

Enxaqueca
De acordo com a Sociedade Portuguesa de Cefaleias, cerca de um em sete adultos sofre de enxaqueca.

Embora acometa indivíduos de ambos os sexos, independentemente da sua idade, os dados mostram que as mulheres têm a probabilidade de ser três vezes mais afetadas do que os homens.

Começando, habitualmente, na infância ou puberdade (no caso das raparigas), parece existir uma predisposição genética para quem sofre desta afecção.

As crises podem manifestar-se uma ou duas vezes por ano. No entanto, há quem delas padeça várias vezes por mês.

A dor é geralmente de intensidade moderada a forte e faz-se acompanhar de outros sintomas, como a sensação de enjoos ou vómitos, intolerância à luz ou a ruídos forte.

A localização da dor é unilateral, afetando quase sempre o mesmo lado da cabeça.

Habitualmente, a dor da enxaqueca piora no exercício das atividades quotidianas. Por isso, quando em crise, o paciente procura o repouso. Sabe-se que este tipo de dor tende a melhorar após um período de sono.

Como refere a Sociedade Portuguesa de Cefaleias, existem vários fatores que podem desencadear uma enxaqueca, e estes podem variar de pessoa para pessoa:

  1. Determinados alimentos
  2. Saltar refeições
  3. Refeições inadequadas
  4. Desidratação
  5. Cafeína
  6. Alterações nos padrões do sono (dormir muito ou dormir pouco)
  7. Exercício intenso
  8. Viagens de longa distancia com alteração do fuso horário
  9. Alterações meteorológicas acentuadas
  10. Stress, ansiedade
  11. Menstruação, contracepção hormonal e terapêutica de substituição hormonal

O tratamento da enxaqueca passa por medidas comportamentais e medicamentosas.

Praticar exercício físico, evitar períodos de jejum ou privação de sono prolongados, evitar ou minimizar o stress são aspetos essenciais para combater as crises.

Os medicamentos utilizados incluem analgésicos e antieméticos para controlar os enjoos e vómitos.

Cefaleia de tensão
A Cefaleia de tensão é o tipo mais comum de dor de cabeça. Embora nunca seja grave, pode tornar mais difícil a realização das tarefas normais.

Geralmente, este tipo de cefaleia é descrita como um aperto ou uma pressão, como se a pessoa tivesse uma faixa apertada em volta da cabeça ou usasse um chapéu muito apertado.

A dor é, geralmente, moderada ou ligeira e tende a localizar-se nos dois lados da cabeça, espalhando-se, com frequência, até ao pescoço ou coluna.

Embora não se faça acompanhar por outros sintomas, algumas pessoas apresentam intolerância à luz ou a ruídos fortes e perda de apetite.

De acordo com a Sociedade Portuguesa de Cefaleias, este é um tipo de dor de cabeça que afeta ou provém dos músculos e das suas ligações.

Acomete homens e mulheres de qualquer idade, e as suas crises pioram em períodos de sobrecarga física ou emocional.

Entre os fatores desencadeantes encontram-se a ansiedade, o stress ou a má postura, por exemplo.

Por isso, a prática de exercício físico regular seja altamente recomendada. Sabe-se que este tipo de cefaleia é mais comum nas pessoas que não fazem exercício.

O tratamento da cefaleia de tensão passa por uma avaliação neurológica e deve ser adaptada a cada caso.

Para além da medicação que alivia os sintomas, existem outras medidas não farmacológicas que podem ajudar nestes casos. A acupunctura e algumas técnicas de relaxamento (como as massagens, banho quente ou ioga) são também recomendadas pelos especialistas. 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Despacho exige que rastreio nacional ao cancro colo-rectal em 2016!
A Europacolon Portugal – Apoio ao Doente com Cancro Digestivo, no seguimento do Despacho n.º 4771-A/2016, publicado em Diário...

Segundo o Despacho do Ministério da Saúde, o rastreio do cancro colo-rectal iniciar-se-á em 2016 e a cobertura regional total do rastreio de base populacional ao cancro do intestino tem de estar garantida até 31 de Dezembro de 2017.

“Ao fim de dez anos de luta e pressão junto do Governo, por parte da Europacolon Portugal, pela implementação do rastreio ao cancro do intestino é com enorme satisfação que vemos que todo o esforço e trabalho desenvolvido no âmbito da sensibilização e da promoção da saúde teve sucesso! Resolve-se um problema grave de saúde pública e diminui-se a mortalidade e os custos que os tratamentos desta doença acarretam para o Estado”, explica Vítor Neves, Presidente da Europacolon.

“Sempre defendemos de forma determinada que os rastreios do cancro colo-rectal desenvolvidos de forma sistemática e permanente pelo SNS, através de convocatórias semanais dos Centros de Saúde, a todos os cidadãos dentro da área de risco (dos 50 aos 74 anos) permitem identificar de forma precoce lesões malignas ou estadios iniciais da doença, que se traduzem em ganhos futuros em saúde, quer para o SNS quer para o utente. Permite também a utilização de técnicas terapêuticas menos agressivas, maiores taxas de sucesso nos tratamentos, melhor qualidade de vida para o doente e menores gastos em Saúde”, conclui Vítor Neves.

O cancro do intestino é um dos tumores malignos que mais mata em Portugal e, segundo dados recentes do Registo Oncológico Nacional, é o tipo de cancro que mais tem vindo a aumentar na população portuguesa. Quando detetado a tempo tem cura em 90% dos casos.

Universidade do Porto e Hospital São João
Vinte pacientes do Hospital São João do Porto foram envolvidos em ensaios clínicos para aplicar a técnica da termografia em...

Em declarações, Rita Valença Filipe, cirurgiã plástica e investigadora principal do estudo científico, contou que o trabalho, que começou em dezembro passado, juntou a termografia à abdominoplastia e tem em curso, no Hospital de São João do Porto, ensaios com 20 doentes, que estavam inscritos para abdominoplastia no Serviço Nacional de Saúde.

O estudo é fruto de uma cooperação entre as Faculdades de Medicina e de Engenharia da Universidade do Porto (UP) com o Hospital de São João do Porto, que deram as mãos para estudar como é que a técnica da termografia médica pode ajudar na recuperação e diminuição de riscos de doentes que recorrem à abdominoplastia, disse Rita Filipe, classificando a colaboração de "extremamente importante" e benéfica" para todas as partes.

O objetivo do projeto é ajudar a uma melhor recuperação do doente, assim como obter um melhor resultado estético, mas também diminuir a taxa de complicações e riscos da abdominoplastia, um dos procedimentos mais utilizados no âmbito da cirurgia plástica.

A abdominoplastia consiste na remoção de gordura e pele excedentária da região infra umbilical, com o intuito de melhorar o contorno corporal em doentes que sofreram, por exemplo, de uma redução de peso acentuada, ou apresentem flacidez cutânea após gravidez, ou que queiram simplesmente melhorar o contorno abdominal”, explicou a especialista.

“Aumentar o conhecimento na área da abdominoplastia numa perspetiva anatómica, fisiológica e clínica, com o intuito final da diminuição do risco e melhoria e refinamento de um procedimento que ainda vai apresentando alguma morbilidade” são objetivos do projeto.

O estudo, no fundo, vai permitir, ao aplicar a termografia, uma técnica de imagem inócua para o paciente aumentar o conhecimento anátomo-fisiológico da parede abdominal durante o procedimento de abdominoplastia.

A termografia médica é uma modalidade de imagem médica que permite avaliar a distribuição da temperatura à superfície da pele ou tecidos do corpo humano, permitindo avaliar procedimentos de cirurgia plástica e reconstrutiva, dando uma informação mais objetiva aos cirurgiões, explicou Ricardo Vardasca, investigador doutorado em Termografia Médica no Reino Unido, secretário-geral da Associação Europeia de Termologia e que está a colaborar no projeto de cooperação entre as Faculdades de Medicina e Engenharia da UP.

“Desta forma podem avaliar-se procedimentos de cirurgia plástica e reconstrutiva, dando uma informação mais objetiva aos cirurgiões que poderá no futuro influenciar a forma da realização dos procedimentos cirúrgicos e ajudar a determinar melhor o período de recuperação”, explica Ricardo Verdasca, referindo que outra mais-valia do uso da termografia é a “identificação dos vasos sanguíneos principais nas situações onde há necessidade de transferência de tecidos/retalhos, facilitando a sua ligação e mais rápida recuperação”.

Em Portugal não há 'rankings' sobre as abdominoplastias realizadas, mas a Sociedade Portuguesa de Cirurgia Plástica está a desenvolver um estudo com vista a apurar essa informação.

A abdominoplastia é provavelmente um dos quatro procedimentos mais realizados por cirurgia plástica, disse Rita Valença Filipe, salvaguardando que esta informação é com base na sua sensibilidade e experiência médica. A lipoaspiração em primeiro lugar, prótese mamária em segundo, redução mamária em terceiro e depois a abdominoplastia.

Bruxelas lança
A campanha da União Europeia “Locais de trabalho saudáveis para todas as idades” começou hoje, por um período de dois anos,...

A campanha, promovida pela Comissão Europeia e a Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho centra-se no trabalho sustentável e na segurança e saúde no local de trabalho no contexto do envelhecimento da população ativa.

A prevenção dos riscos ao longo da vida ativa e facilitar a troca de informação e de boas práticas são também objetivos da campanha europeia que visa “relembrar que os trabalhadores mais jovens de hoje serão amanhã os mais idosos”, segundo uma nota de imprensa.

A campanha centra-se nas empresas europeias (privadas e públicas) e na necessidade de estas protegerem a saúde dos seus trabalhadores e a contribuir para a produtividade das suas organizações.

No Porto
O Centro Hospitalar de São João, no Porto, revelou que não foram identificados, desde sábado, “casos novos” de portadores de...

Numa nota de imprensa, aquele centro hospitalar acrescenta que “não se verificaram óbitos” relacionados com os doentes portadores de “bactéria resistente”.

O diretor clínico do Centro Hospitalar de São João, José Artur Paiva, disse na segunda-feira terem sido detetados nos últimos dias nove casos de doentes portadores de bactérias e que, “em dois dos casos”, a bactéria estava “a provocar infeção”.

Hoje, estão “internados no Centro Hospitalar de São João, em área específica, sete doentes portadores de bactéria resistente produtora de KPC. Dois deles apresentam infeção ativa encontrando-se em tratamento e a sua situação clínica é estável”, destaca aquele hospital na nota de imprensa.

O Centro Hospitalar de São João acrescenta que, “no rastreio dos doentes que se encontram internados e que contactaram com os portadores da bactéria, não foram identificados casos novos desde 09 de abril”.

“Mantém-se ativado o plano implementado em resposta a esta situação”, acrescenta o hospital.

Segundo explicou na segunda-feira José Artur Paiva, a bactéria em causa vive em simbiose com o organismo mas, “quando exposta a antibióticos, estabelece uma modificação e passa a produzir uma enzima nova, que habitualmente não produz”.

Estas enzimas, a que se chamam carbapenemases, fazem-na ser capaz de destruir um dos antibióticos mais potentes que existe.

Em Portugal
Alcon, a empresa líder mundial nos cuidados da visão e uma divisão do grupo Novartis, lançou as novas lentes de contacto AIR...

A Matriz Humectante HydraGlyde® é a tecnologia humectante exclusiva da Alcon que é apresentada atualmente nas soluções de manutenção OPTI-FREE® PureMoist® e AOSEPT® com HydraGlyde®. Esta tecnologia humectante exclusiva atrai e retém a humidade nas lentes de contacto e foi otimizada para as lentes de contacto em silicone hidrogel. A introdução da tecnologia HydraGlyde® nas lentes de contacto AIR OPTIX® promove uma humectabilidade prolongada, conservando as lentes constantemente hidratadas ao longo do dia1,3.

“Sabemos pelos nossos clientes que o desconforto e a secura representam as principais causas de abandono nas lentes de contacto. A tecnologia HydraGlyde® promove uma barreira hidrofílica única que ajuda a diminuir a fricção para manter uma humectabilidade prolongada1”, disse George Yao Ph.D., Diretor de R&D da Alcon Vision Care. “Ao acrescentar esta tecnologia humectante exclusiva à lente de contacto AIR OPTIX® proporcionamos aos profissionais da visão uma nova opção para os utilizadores de lentes de contacto que procuram um conforto constante4.” 

Além disso, as lentes de contacto da marca AIR OPTIX® foram concebidas com tecnologia SmartShield™ com provas dadas ao manter uma humectabilidade elevada1 e resistência aos depósitos de lípidos2 ao longo do ciclo de uso correspondente a um mês. O resultado desta combinação inovadora da tecnologia SmartShield™ e HydraGlyde® é uma lente que cria uma camada protetora ultrafina para ajudar a proteger as lentes dos depósitos irritantes2 e que mantém a superfície da lente humectada ao longo do dia1,3.

A nova lente de contacto AIR OPTIX® com HydraGlyde® estará disponível em mais parâmetros, sendo a gama de potências de +8.00D a -12.00D. 

Estudo
Um estudo que acompanhou 32 mil homens concluiu que ejacular com mais frequência pode reduzir em até 20% o risco de cancro.

Os homens que ejaculam com mais frequência podem ter um risco até 20% menor de vir a desenvolver cancro na próstata, segundo se lê num estudo recentemente publicado na revista científica European Eurology. Os investigadores acompanharam 32 mil homens ao longo de 18 anos, de 1992 a 2010, e aperceberam-se de que aqueles que ejaculavam 21 ou mais vezes por mês tinham um risco 20% inferior de ter cancro na próstata, escreve o Diário de Notícias.

O estudo, dirigido por investigadores da Harvard Medical School e do Brigham and Women Hospital, demonstrou que "a frequência da ejaculação poderá ter uma relação inversa com o risco de cancro da próstata". O grande fator inovador das conclusões deste estudo é que, se forem confirmadas por estudos posteriores, trarão o primeiro fator de risco para cancro da próstata que pode ser modificado pelos homens através de uma mudança de comportamento.

"Dada a falta de fatores de risco modificáveis para o cancro da próstata, os resultados deste estudo são particularmente entusiasmantes", afirmou Jennifer Rider, que liderou o estudo, numa entrevista ao site especializado Medical Research. No entanto, visto que o estudo é apenas observacional - ou seja, acompanhou 32 mil homens recolhendo as suas informações e retirou conclusões a partir dessas informações, procurando não influenciar o seu comportamento - é preciso vê-lo com algum ceticismo.

Os homens que ejaculavam mais de 21 vezes por mês tinham o menor risco de vir a desenvolver cancro da próstata, mas homens que ejaculavam menos vezes também viam o risco reduzido: entre aqueles que ejaculavam entre 13 e 20 vezes por mês, também se registava uma redução de 21% do risco de vir a ter cancro, e mesmo aqueles que ejaculavam entre oito e 12 vezes por mês tinham o risco reduzido em 10%. Não fazia diferença se as ejaculações aconteciam com um parceiro ou como resultado de auto-estimulação.

"Não devemos enfatizar o número exato de ejaculações, mas sim o facto de que uma atividade sexual segura é benéfica para a saúde da próstata", afirmou Jennifer Rider.

O estudo acompanhou mais de 32 mil homens, e foi-lhes pedido que falassem da sua frequência de ejaculação entre as idades de 21-29 anos, 40-49 anos, e no ano anterior ao questionário. A idade média dos homens que responderam ao questionário inicial era de 59 anos. Os homens foram acompanhados durante 18 anos, entre 1992 e 2010, e 3839 desenvolveram cancro da próstata, 384 dos quais morreram devido ao cancro.

Em 2015
Portaria de incentivos publicada há dois anos previa pagamento extra a quem aumentasse o número de embalagens vendidas. O...

No ano passado nenhum farmácia recebeu incentivos pelo aumento da venda de medicamentos genéricos. A portaria que previa um pagamento extra às farmácias que o conseguissem esteve em vigor durante um ano - de junho de 2014 a junho de 2015 - tinha como objetivo que a quota de genéricos subisse de 47% para 50%, que ficou longe de ser conseguido. O mercado deste tipo de medicamentos estagnou no ano passado e a portaria não foi renovada. O Ministério da Saúde tencionar relançar a venda de genéricos, apostando em ações junto de médicos, farmácias e utentes. Estão a decorrer negociações com as farmácias para novas soluções para o setor.

Segundo dados da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), enviadas ao Diário de Notícias, o total de incentivos pagos às farmácias foi de 477 mil euros. A portaria estabelecia que para receberem este valor extra, as farmácias tinham de aumentar a "quota acumulada dos dois últimos semestres civis, face à quota acumulada no período homologo". Nos últimos seis meses de 2014 menos de metade das farmácias conseguiu fazê-lo, recebendo 477 mil euros. O mesmo não aconteceu nos primeiros seis meses de 2015, em que nenhuma farmácia recebeu qualquer valor.

A portaria podia ser alargada por mais seis meses, mas não foi renovada. No final do ano o presidente da Associação Nacional de Farmácias, Paulo Duarte, disse ao Diário de Notícias que os valores pagos eram um sinal que o programa de incentivos tinha falhado, já que muitas farmácias já tinham atingido a sua quota máxima. Entre janeiro e novembro do ano passado a quota de genéricos registou uma tendência de estabilização, com 46,9% do total de unidades dispensadas.

O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, disse que pretende relançar a venda de genéricos. Ao Diário de Notícias, o ministério adiantou que pretendem reformular o mecanismo de incentivos, tendo em conta os resultados anteriores. "Ao nível do utente estão a ser preparadas campanhas de informação, que serão lançadas nos próximos meses, sobre a qualidade dos genéricos, os direitos dos utentes e a impacto positivo na despesa para os cidadãos. No que respeita às farmácias, estão a ser medidas que permitirão criar condições de estímulo à dispensa de medicamentos genéricos e de entre estes os mais baratos. Junto dos médicos, o Infarmed tem desenvolvido ações no sentido de informar das alternativas com medicamentos genéricas disponíveis".

O programa de incentivos foi também criado com o objetivo de compensar as farmácias pela perda de margens de lucros dos últimos anos e que levaram muitas a situações de penhora e insolvência. Os dados mais recentes apontam mais de 500 nesta situação. "O ministério da saúde está empenhado em valorizar a intervenção das farmácias e o papel que podem desempenhar enquanto agentes de prestação de cuidados de saúde apostando medidas de apoio à utilização racional do medicamento. Entre as medidas que estão a ser equacionadas, inclui-se a possibilidade de pagamento por ato farmacêutico", adiantou.

Os incentivos pela venda de genéricos faziam parte de um protocolo de entendimento assinado entre as farmácias e o governo anterior. Fernando Leal da Costa, na altura secretário de Estado da Saúde e posteriormente ministro da Saúde, reconheceu que não resultou: "Não é por via do incentivo à farmácia que haverá maior venda de genéricos. Tem de ser pela motivação dos utentes para adquirir genéricos", disse, reconhecendo que o baixo preço de alguns medicamentos de marca poderá ter tido influência nos parcos resultados.

O protocolo também previa o pagamento adicional de serviços na ótica da saúde pública que as farmácias viessem a desenvolver, nomeadamente a garantia de adesão à terapêutica e controlo da diabetes. O que nunca chegou a avançar. "O governo caiu. Havia negociações, mas não se chegaram a estabelecer valores nem o número de utentes", disse, referindo que a solução mais lógica para compensar as farmácias ser implentar uma taxa por receita aviada, o que chegou a ser proposto pelas farmácias e recusado pelo governo. "A grande questão seria sobre em quem recaia o valor a pagar. Do lado Estado seria preciso autorização das finanças e não havia capacidade, por outro não fazia sentido recair para o lado do utente a quem queríamos beneficiar com medicamentos mais baratos", disse ao Diário de Notícias.

Cientistas australianos anunciam
Cientistas australianos anunciaram ter criado cerveja de cevada sem glúten, a primeira do tipo em todo o mundo.

A cevada produzida pela Organização para a Investigação Industrial e Científica da Commonwealth da Austrália (CSIRO) foi especificamente criada para conter níveis “ultrabaixos” de hordeínas, o tipo de glúten que se encontra na cevada, uma das matérias-primas da cerveja.

Cervejas sem glúten são atualmente oferecidas em muitas cervejarias do mundo. Contudo, não contêm cevada, mas outros fermentáveis como painço, arroz e sorgo.

O resultado da investigação da CSIRO significa que os intolerantes ao glúten – assim como os celíacos – podem disfrutar da mais popular bebida alcoólica do mundo.

O principal investigador, o cientista Crispin Howitt, afirmou que a cevada cultivada pela CSIRO, chamada Kebari, é a primeira do tipo no mundo e adequada para fazer parte de uma dieta livre de glúten.

“Utilizando o cultivo tradicional reduzimos os níveis de glúten para dez mil vezes menos do que aqueles que a cevada normalmente tem, o que vai ao encontro da recomendação da Organização Mundial de Saúde em que apela para cereais sem glúten”, afirmou Crispin Howitt num comunicado divulgado pela agência noticiosa chinesa Xinhua.

O fabricante de cerveja alemão Radeberger utilizou a cevada Kebari para desenvolver a “Pioneer”, a primeira cerveja de cevada sem glúten que vai ser colocada à venda na Alemanha.

Boletim de Vigilância Epidemiológica Gripal
A taxa de incidência de síndroma gripal mantém atividade baixa pela sexta semana consecutiva, tendo desde o início da época...

“A taxa de incidência de síndroma gripal foi de 11,7 por 100.000 habitantes, encontrando-se na zona de atividade basal pela sexta semana consecutiva”, segundo o Boletim de Vigilância Epidemiológica Gripal, relativo à semana entre 04 e 10 de abril.

Desde o início de 2016 e até dia 10 de abril, salienta o relatório, “foram notificados 1.072 casos de síndroma gripal, dos quais 430 (40%) foram positivos para o vírus da gripe e 229 positivos para outros vírus respiratórios.

Em relação ao período que compreende setembro de 2015 e 10 de abril, a Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe notificou 6.031 casos de síndroma gripal, tendo o pico mais alto sido registado entre a segunda e a quarta semana de 2016.

Durante a época 2015-2016, a atividade gripal tem sido sempre baixa, ao contrário do que aconteceu durante a época de 2014/2015, em que a atividade chegou a estar muito alta, refere o documento.

Segundo o boletim, a nível europeu, 41 países reportaram dados de atividade gripal, tendo 10 referido uma atividade gripal de intensidade média e 31 indicado baixa atividade.

Apenas três de 41 países “reportaram uma tendência crescente da atividade gripal e os restantes reportaram um declínio ou estabilidade da atividade gripal”, acrescenta o boletim.

Estudo
A falta de estruturas de apoio ao doente mental na Lezíria e Médio Tejo e a necessidade de normalizar procedimentos nos...

O relatório do Estudo da Saúde Mental na Lezíria e Médio Tejo 2015 foi apresentado no Fórum "Saúde Mental", organizado pela Rede Social – Plataforma Supra Concelhia da Lezíria do Tejo e Médio Tejo, que encerrou a Semana da Saúde promovida pela Câmara Municipal do Cartaxo.

Liliana Silva, da Farpa – Associação dos Familiares e Amigos dos Doentes Psicóticos, que integrou o grupo de trabalho que realizou o estudo, disse que os dados relativos à região espelham a realidade nacional, com a diferença de que se trata de um território muito extenso, disperso e diversificado, com concelhos em que o isolamento dos doentes é “preocupante”.

Os dados revelam que existe maior prevalência de doenças mentais nos concelhos de Santarém, Benavente, Torres Novas e Abrantes, sendo, contudo, mais elevada proporcionalmente nos concelhos de Coruche, Almeirim Ourém e Tomar.

A doença mental com mais casos registados é a depressão, seguindo-se o abuso do álcool, as demências e as alterações de memória.

Os problemas de saúde mental afetam mais as mulheres, à exceção da esquizofrenia, abuso de álcool e drogas, que afetam mais os homens.

Nos jovens os casos mais referenciados são o abuso agudo do álcool e drogas, o suicídio/tentativa de suicídio, a anorexia e a bulimia.

A demência e as alterações de memória registam-se sobretudo nas populações mais idosas.

“Uma coisa o estudo comprovou: a sensibilidade dos técnicos estava correta. Existe de facto uma divergência acentuada entre a realidade e as estruturas que dão resposta”, disse Hélder Trigo, do Centro de Respostas Integradas do Ribatejo, frisando que os serviços de psiquiatria e os hospitais de dia estão sem capacidade de resposta e as equipas locais de cuidados não estão preparadas para lidar com estas situações.

Liliana Silva afirmou que experiências em Portugal e em outros países demonstraram os benefícios dos cuidados integrados na comunidade, sublinhando Hélder Trigo ganhos como a redução das terapêuticas, a sua maior funcionalidade e poupança de recursos, além da importância da integração e da redução do estigma.

O estudo revela que na Lezíria apenas existe uma unidade socio-ocupacional (da Farpa, em Santarém, com capacidade para 10 pessoas), sendo que a existente em Torres Novas (com a mesma capacidade), embora esteja equipada há mais de três anos, continua sem licenciamento nem acordo com o Estado.

Para Liliana Silva, é fundamental que se decida a articulação entre a Segurança Social, que assegura o financiamento às instituições particulares de solidariedade social, e o Ministério da Saúde, de forma a permitir candidaturas específicas nesta área a fundos comunitários.

Parlamento Europeu
A decisão do Parlamento Europeu, para autorizar a utilização, por mais sete anos, do pesticida glifosato, é considerada pelos...

Já a Associação Nacional da Indústria para a Proteção das Plantas (ANIPLA), que representa os comercializadores de fitofarmacêuticos, congratula-se com o resultado da votação, que decorreu na quarta-feira, em Estrasburgo, e recorda que "o glifosato representa uma ferramenta fulcral para a produtividade e competitividade da agricultura portuguesa".

Depois do processo ter sido suspenso no início de março, por pressão de alguns países, o plenário do Parlamento Europeu aprovou a renovação, por sete anos, em vez do prazo inicialmente proposto de 15 anos e com restrições, da comercialização do glifosato, um composto classificado como "potencialmente cancerígeno", pela Agência Internacional de Investigação sobre Cancro.

A resolução, com 374 votos a favor, 225 contra e 102 abstenções, pede que a utilização de glifosato se limite a "usos profissionais" e exclua parques, zonas de jogos ou jardins.

Em Portugal, as autarquias usam este produto para retirar as ervas daninhas de jardins ou outros locais públicos.

A decisão do Parlamento Europeu "não protege a saúde nem o ambiente e não respeita a ciência", criticou a ambientalista Margarida Silva, em declarações à agência Lusa.

Para a investigadora, cientista e ativista da Plataforma Transgénicos Fora, trata-se de "uma profunda cedência aos interesses económicos da indústria dos agroquímicos, interessados na comercialização de substâncias que são tóxicas" e causam problemas na saúde.

"Basta ser carcinogéneo para não poder ser aprovado como pesticida e a Organização Mundial de Saúde já disse que [o glifosato] é", acrescentou Margarida Silva para quem "este não foi um processo honesto e transparente".

Alexandra Azevedo, da Quercus, associação ambientalista que tem um projeto para incentivar as autarquias a deixarem de utilizar a substância, concorda, mas salientou à Lusa que, no entanto, a decisão do Parlamento Europeu foi "a menos má, pois, mais 15 anos, seria pior, por isso, sete anos é uma pequena vitória", e recordou os vários estudos científicos a apontar para o perigo deste pesticida.

Em comunicado, a ANIPLA refere que, "não sendo uma decisão vinculativa, pois a licença do glifosato expira em junho do presente ano, o próximo passo passa pela votação, em maio, do Comité Científico competente, que aprovará ou rejeitará a proposta da Comissão, por maioria qualificada".

Na decisão final, "esperamos que os Estados membros e a Comissão Europeia tenham em consideração a mensagem de aprovação da renovação do glifosato, do Parlamento Europeu, legítimo representante dos cidadãos da União Europeia", refere o diretor executivo da ANIPLA, António Lopes Dias, citado no comunicado da organização.

Na ESEnfC
Uma mesa-redonda intitulada “Crise dos Refugiados na Europa: desafios para os profissionais e sistemas de saúde” integra o...

Moderada pelo jornalista Joaquim Reis (RTP), a mesa-redonda, com início às 9h00, no Auditório do Polo A da da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) (zona de Celas), terá como intervenientes as professoras Ana Paula Monteiro (ESEnfC, Portugal), Kristel Liesenbourghs (UC Leuven Limburg, Bélgica), Liv Berit Thulin e Liv Utne (Bergen University College, Noruega).

Durante esta semana, os estudantes do 4º ano da licenciatura em Enfermagem estão a comparar, contrastar e analisar informação relacionada com o desenvolvimento da Enfermagem e da educação em Enfermagem em diversos países.

O que se pretende, neste seminário, é que os futuros profissionais de saúde aumentem competências para prestarem cuidados de Enfermagem culturalmente congruentes e culturalmente específicos, melhorando o potencial para o exercício da Enfermagem em contextos multiculturais.

Analisar os fatores históricos, sociológicos e ideológicos que influenciam a saúde e a doença, bem como o impacto que têm no planeamento e promoção da saúde, explorando criticamente o papel, status e funções do enfermeiro nos diversos países, são outros objetivos da Semana Transcultural na ESEnfC.

Pessoas com Diabetes
Vigiar os valores de glicemia através das medições é indispensável no dia-a-dia das pessoas com diabetes. São estes dados que...

O Glucocard SM abre portas a uma nova geração de medidores – os Blood Glucose Smart Meters. Com tecnologia bluetooth Smart, este equipamento envia os resultados dos testes de glicemia para uma app, chamada Glucolog Lite, instalada no smartphone. Os resultados podem ainda ser transferidos para um computador ou enviados por email e/ou sms para um cuidador, educador ou profissional de saúde.

Estas possibilidades de comunicação permitem aumentar a qualidade da gestão da Diabetes não só pelos doentes, mas também pelos profissionais de saúde e pelos cuidadores informais, como a família ou os amigos.

O Glucocard SM é um Glucose Smart Meter, também, porque foi pensado para uma melhor e mais fácil utilização. Não necessitando de calibração, dispõe de marcadores de refeição, possui botão de ejeção da tira teste e usa uma micro gota de sangue. Dispõe ainda de um ecrã com números grandes e luz na entrada da tira, facilitando a execução dos testes, que são precisos e fiáveis, indo ao encontro das exigências da norma ISO 15197:2013.

“Conhecer a diabetes é essencial para poder fazer um bom controlo da doença, sendo o principal fator para o sucesso do seu tratamento. O Glucocard SM foi criado para facilitar um importante passo na gestão da diabetes: a medição da glicemia. Através de uma app no smartphone é possível registar, aceder e gerir todas as medições efetuadas. A comunicação é imediata e a informação está disponível e pode ser partilhada a qualquer momento”, esclarece Pedro Branco, Diretor-geral da Menarini Diagnósticos.

15 de Abril - Dia Mundial da Doença de Pompe
Por ocasião do Dia Mundial da Doença de Pompe, a Associação Portuguesa de Neuromusculares e a Sanofi Genzyme, pretendem alertar...

A doença de Pompe é uma doença neuromuscular rara, debilitante e progressiva, cujas manifestações clínicas são extremamente variáveis e podem ocorrer, quer durante a infância, quer na idade adulta.

A forma infantil é, normalmente, mais grave. A forma juvenil, tardia ou adulta, tem uma progressão mais lenta mas é de difícil diagnóstico, pois os sintomas são idênticos aos de muitas outras doenças. Os sintomas podem manifestar-se desde o nascimento e caracterizam-se pelo enfraquecimento muscular, e em alguns casos falta de ar provocada por fraqueza dos músculos respiratórios.

Tal como ilustra o Joaquim Brites, presidente da APN, “a doença de Pompe é uma doença genética e progressiva que provoca perda de força muscular, necessitando os doentes a quem foi diagnosticada, de apoios e/ou ajudas técnicas, como por exemplo o recurso, por vezes, a uma cadeira de rodas. É fundamental ter em conta estes e outros sintomas para avançar com um diagnóstico ainda numa fase inicial para que a terapêutica seja mais eficaz.”.

Segundo o Dr. Luís Brito Avô, coordenador do Núcleo de Estudos de Doenças Raras da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, “a Doença de Pompe é uma Doença de Lisossomal de Sobrecarga e simultaneamente uma Glicogenose. È uma doença genética em que por mutações do GENE AGA, codificador do enzima α-Glucosidase acida, provocam a sua deficiência, do que decorre uma acumulação de Glicogénio (proteína que armazena o açúcar glucose) nos músculos corporais, no músculo cardíaco e em outros tecidos. Este facto provoca inflamação e disfunção dos músculos afetados.”.

Em relação aos sintomas da doença, o Dr. Brito Avô deixa o alerta: “Na sua forma infantil, de maior gravidade, os sintomas instalam-se logo no 1º ano de vida com significativo deficit da força dos músculos respiratórios e envolvimento cardíaco, originando uma miocardiopatia grave. Se não tratados os doentes morrem por insuficiência cardiorrespiratória na sua maioria logo no 1º ano de vida. Na forma juvenil e do adulto geralmente o envolvimento cardíaco é discreto e instala-se deficit progressivo da força muscular inicialmente nos músculos proximais das pernas e região lombar, mais tarde também dos membros superiores e na fase mais adiantada dos músculos respiratórios e também da face e pescoço, provocando dificuldade mastigatória e da deglutição. Quando não tratados, os doentes ficarão dependentes para as atividades básicas da vida diária, perdem a marcha e ficam confinados ao uso de cadeira de rodas. A dificuldade respiratória irá provocar apneia do sono, e na fase mais grave dependência de ventilação mecânica assistida. As causas de morte são a insuficiência respiratória e as suas complicações ou a rotura de aneurismas de vasos cerebrais que são também afetados por alterações da camada muscular das suas paredes, o que causa os aneurismas.”.

Hoje em dia é possível rastrear a doença com um método em tudo semelhante ao teste do pezinho, que consiste na recolha de gotas de sangue em papel de filtro - teste em gota de sangue seca (DBS, dry blood spot).

O tratamento da doença é feito através da terapêutica enzimática de substituição (TSE), uma terapêutica que comemora este ano dez anos e que permite atuar diretamente na fonte do problema, ou seja, substituir a enzima deficitária. O efeito terapêutico para este medicamento é tanto maior quanto mais prematuramente for diagnosticada a doença, preferencialmente em estadios ligeiros do envolvimento clínico, para se obter uma resposta terapêutica maior e sustentada. Para isso, é essencial que a doença seja conhecida pela população geral e reconhecida precocemente pelos médicos.

Para o Dr. Brito Avô, “felizmente existe desde há uma década a terapêutica de substituição enzimática, através de uma enzima sintética que substitui a enzima natural em falta, permitindo a metabolização do glicogénio acumulado e melhoria dos sintomas da doença. Apesar de ainda não se registar uma quebra significativa da mortalidade da doença, consegue prolongar-se dramaticamente a sobrevida e a qualidade de vida dos doentes. Estão atualmente em Portugal 31 doentes sob este regime terapêutico, sendo a sua eficácia muito promissora”.

Especialista revela
A cada hora e meia, uma pessoa morre nos hospitais portugueses com pneumonia, doença que afeta cada vez mais pessoas e que...

Num encontro com jornalistas destinado a divulgar alguns números da pneumonia em Portugal, como investimento e incidência, o médico pneumologista no Hospital Pulido Valente indicou que por dia são internadas 81 pessoas por pneumonia em Portugal Continental.

Destes internados, 16 irão falecer, o que representa um óbito a cada 90 minutos, indicou o especialista baseando-se num levantamento feito ao longo de 10 anos (entre 2000 e 2009), que espelham a tendência atual, já que “há cada vez mais internamentos e a mortalidade não diminuiu”.

“Esta tendência revela que a incidência da pneumonia aumenta, porque cada vez vivemos mais e com doenças crónicas que predispõem para a pneumonia”, disse, acrescentando que “a pneumonia vai continuar a ser uma das principais causas de internamento no SNS [Serviço Nacional de Saúde] ”.

Esta doença tem custos diretos para o Estado de 80 milhões de euros por ano, o que significa que por dia se gastam 218 mil euros apenas com tratamento e internamento, já que estão excluídos os custos indiretos, como o absentismo laboral.

“Em cada quatro dias e meio gastamos um milhão de euros”, sublinhou Filipe Froes, considerando urgente reduzir estes números através de uma reforço da aposta no tratamento, mas sobretudo na prevenção.

A vacinação, o antitabagismo, a alimentação saudável, a atividade física e uma boa higiene oral são fundamentais para reduzir a incidência das pneumonias e das outras doenças crónicas, designadamente aquelas que muitas vezes resultam em pneumonia.

Os dados estatísticos relativos a este período de dez anos demonstram ainda que os doentes que acabaram por falecer tinham, maioritariamente, mais de 65 anos e que quem morre menos são as pessoas de 29 anos.

A título de curiosidade, o médico, consultor da Direção-Geral da Saúde (DGS) para as doenças respiratórias, revelou ainda que nos hospitais a mortalidade aumenta à sexta-feira e durante o fim de semana e que o dia em que se morre menos é a quarta-feira.

“Há uma certa tendência para ir morrer aos hospitais, uma hospitalização da morte, são as chamadas pneumonias de fim de vida”, disse, considerando que uma melhoria dos cuidados continuados e domiciliários em Portugal poderão conduzir a uma diminuição desta realidade, à semelhança do que já acontece no norte da Europa, onde são “criadas condições para as pessoas morrerem em casa”.

O médico considera que este tipo de apoio poderá também contribuir para uma melhoria do tratamento e da prevenção da pneumonia.

Numa perspetiva de derrubar mitos sobre esta doença, Filipe Froes disse que apesar de haver mais internamentos no inverno, a pneumonia não é uma doença sazonal, tanto que é no verão que mata mais.

“Em termos proporcionais, a taxa de mortalidade é maior no verão. A conclusão é que morre-se mais de pneumonias mais graves: há menos pneumonia, mas esta é mais grave, por causa dos agentes”, afirmou.

Há cerca de um mês foi divulgado o relatório anual do Programa Nacional das Doenças Respiratórias da DGS, que já apontava para a alta taxa de mortalidade de pneumonia, que surgia como a principal causa de mortalidade respiratória.

No entanto, Filipe Froes sentiu necessidade de apresentar estes números dissecados do global, por considerar que num relatório anual das doenças respiratórias é impossível haver detalhe sobre cada patologia.

Além disso, dados de dez anos mostram uma evolução e apontam para uma tendência pois incluem na contabilização “anos muito bons” e “anos muito maus”, como foi 2009 (o da gripe A) ou, como se “detetou recentemente”, 2004 e 2005.

Em Coimbra
O XXI Encontro de Medicina Nuclear, que se realiza na sexta-feira e no sábado, no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra,...

O evento, que junta cerca de 250 pessoas, vai ser "mais um passo" para se encontrar "a melhor estratégia para promover uma aprendizagem" que acompanha a evolução da medicina nuclear - uma especialidade que se tem desenvolvido "a um ritmo muito intenso", disse o presidente da comissão organizadora do encontro, João Pedroso Lima.

Segundo o responsável, "há um grande caminho a percorrer" por parte de Portugal "e de outros países" na adaptação dos programas formativos a uma nova realidade, em que surgem aspetos que "não são da medicina nuclear".

O surgimento de equipamentos híbridos e a junção de equipamentos de medicina nuclear aos de radiologia "obriga, por parte dos profissionais, a um conhecimento das técnicas para se tirar o maior aproveitamento", sublinhou o também presidente do Colégio de Medicina Nuclear da Ordem dos Médicos.

Os programas de formação "têm de envolver conteúdos que não são tradicionalmente de medicina nuclear".

O também diretor da Unidade de Gestão Intermédia de Meios Complementares de Diagnóstico do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) sublinhou ainda que, a nível nacional, há uma "imensa falta de físicos com formação em medicina nuclear", bem como de farmacêuticos especializados.

"É necessária uma maior intensidade de formação de físicos médicos", frisou.

O evento, que começa na sexta-feira no centro de congressos do CHUC, às 09:00, termina ao fim da manhã de sábado.

Ao longo dos dois dias será debatida a formação e treino de medicina nuclear dos diferentes profissionais, bem como uma técnica híbrida que ainda não é aplicada em Portugal.

O evento conta com a participação de alguns especialistas estrangeiros, como Francesca Pons, do Hospital Clínico de Barcelona, Valerie Lewington, do King´s College de Londres, e Jan Pruim do Centro Hospitalar e Universitário de Groningen.

Novas instalações
O Instituto Português de Oncologia do Porto inaugura na segunda-feira as novas instalações de Imagiologia Mamária, que passa a...

Em declarações a propósito da comemoração dos 42 anos de funcionamento do instituto, o presidente do Instituto Português de Oncologia do Porto (IPO-Porto), Laranja Pontes, disse que se trata de “uma instalação modelar única com dois mamógrafos, um dos quais custou cerca de 450 mil euros, e dois ecógrafos que vão permitir a complementaridade de exames e duplicar a capacidade de resposta do Instituto nesta área”.

Na cerimónia dos 42 anos do IPO/Porto, que se assinalam segunda-feira, será também apresentado o novo plano estratégico (2016-2018), que segundo Laranja Pontes “irá continuar a apostar na capacitação do doente e na melhoria da qualidade dos cuidados de saúde”.

Para o presidente do IPO-Porto, “a revolução na saúde nos próximos anos está muito associada ao mundo digital, por isso o instituto pretende capacitar os seus doentes de ferramentas que lhes permita utilizar os dispositivos móveis para comunicar com o Instituto”.

O novo plano estratégico irá “reforçar a aposta na inovação, nas redes colaborativas e novos programas operacionais, mantendo a reputação como instituição de referência na prestação de serviços de saúde na área da oncologia”, acrescentou Laranja Pontes.

“Queremos integrar uma estrutura que começa a desenhar-se na Europa e que se chama Cancer Core Europe – que inclui um conjunto de instituições que são reconhecidas pela sua dimensão, qualidade e investigação”, disse.

Isso implica “fortalecer cada vez mais a nossa componente de investigação” e, para isso, “vamos assinar um consórcio ainda mais robusto com o i3S” - Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, que integra várias unidades de investigação da Universidade do Porto, referiu.

“Esta é uma estrutura de investigação muito forte que associado a um hospital de grandes dimensões como o nosso, com 10 mil novos doentes por ano, tem perspetivas de reconhecimento internacional muito mais fortes. É isso que estamos a tentar fazer, juntar-nos para sermos mais robustos”, frisou.

Outro dos objetivos do novo plano estratégico será reforçar a relação com os doentes, sem que para isso sejam necessárias consultas presenciais. Ou seja, explicou, “iremos reforçar com mais meios humanos o centro de contactos que se encarregará de fazer inquéritos quando os doentes vêm a tratamentos, introduzindo depois essa informação na respetiva ficha clínica”.

“O médico fica a saber o que se está a passar e não precisa do doente cá, podendo-se espaçar mais as consultas. Vai dar origem a mais comodidade para os doentes, menos despesa e mais controle da situação pela nossa parte”, sustentou.

O presidente do IPO/Porto congratulou-se ainda com o facto de o instituto ser o hospital nacional com maior Índice de Case-Mix (proporção de doentes com patologias complexas) e o segundo (depois do IPO/Coimbra) mais barato, no que se refere ao preço por doente padrão tratado.

Estudo
Um estudo da Universidade de Toronto sugere que a ingestão de paracetamol ou acetaminofeno pode prejudicar a sua capacidade de...

Para a realização do estudo, foram analisados 62 voluntários – metade ingeriu 1 grama de paracetamol e os restantes tomaram apenas placebo. Depois, todos tiveram de executar as mesmas tarefas: carregar num botão quando a letra F aparecesse e não pressionar caso o ecrã mostrasse a letra E.

O grupo que tomou paracetamol, escreve o jornal i, não só carregou mais vezes no botão quando aparecia a letra E, como deixaram passar várias vezes a letra F sem pressionar o dispositivo.

Para os investigadores, este efeito secundário é perigoso principalmente por passar despercebido à maior parte dos pacientes.

No ano passado
Banco português ajudou pacientes portugueses e estrangeiros no ano passado. Estão inscritas 385 mil pessoas e é o segundo maior...

Portugal tem o segundo maior banco de dadores de medula do mundo por milhão de habitantes, apenas atrás dos Estado Unidos, com 385 323 de inscritos. Um número que não tem parado de crescer e que nos últimos cinco anos (2011-2015) permitiu realizar 565 transplantes em doentes em Portugal e no resto do mundo. No ano passado as dádivas nacionais ajudaram pacientes de 18 países estrangeiros, escreve o Diário de Notícias.

Em 1998 o banco de dadores de medula (Cedace) tinha 597 inscritos. Em 2011 eram mais de 277 mil e no ano passado a fasquia estava nos 385 mil inscritos. "Um caso de sucesso", afirma Hélder Trindade, presidente do Instituto Português do Sangue e Transplantação (IPST). Dádivas que atravessam fronteiras. No ano passado realizaram-se 104 transplantes nacionais e internacionais com dadores do Cedace. Das colheitas, 32 ficaram em Portugal e as restantes foram para doentes de 18 países, com destaque para os Estados Unidos, Itália, Alemanha, Espanha ou Inglaterra.

Um intercâmbio possível porque Portugal faz parte do registo internacional que junta os bancos de dadores de medula de vários países - 23 milhões de inscritos -, aumentando as probabilidades de se encontrar um dador. E é por isso que dos 77 transplantes de medula que se realizaram em hospitais portugueses no ano passado com recurso a dadores não aparentados, 43 foram com estrangeiros. A larga maioria (32) da Alemanha e dos Estados Unidos (5). Os restantes foram colheitas de Espanha, Bélgica, França, Itália, Inglaterra e Israel.

Existem dois tipos de transplantes de medula: autólogo (que usa sangue do próprio) e alogénico (usa material de pessoas geneticamente diferentes do doente e que podem ser familiares ou não aparentados). Dos seis hospitais em Portugal que realizam transplantes de medula, apenas três fazem transplantes alogénicos: Santa Maria, IPO do Porto e IPO de Lisboa. "A área da transplantação de medula em Portugal está a funcionar muito bem, com um aumento de 21% de 2014 para 2015", refere Hélder Trindade.

Obras para aumentar resposta
O serviço mais antigo é o do IPO de Lisboa, criado em 1987. Já fez mais de 2000 transplantes a adultos e crianças: o doente mais novo tinha três meses, o mais velho 71 anos. A média de internamento é de 25 dias. "Atualmente temos nove quartos e prevemos expandir para 12. O valor do investimento é de 1,5 milhões de euros", explica Nuno Miranda, médico do serviço. O objetivo é evitar esperas. "O tempo de espera, após identificado e estudado um eventual dador é, habitualmente, inferior a três meses. A falta de capacidade de resposta para as solicitações que temos é o motivo para a expansão da unidade", refere. Nos casos urgentes os transplantes são antecipados e quando necessário os doentes são reencaminhados para outros hospitais, o que "ocorre em menos de dez casos por ano".

O segundo mais antigo e o maior é o do IPO do Porto. Foi criado em 1989 e até ao início do ano tinha realizado 2300 transplantes de medula. Dos 171 que fez no ano passado, 33 foram em crianças. O serviço tem "15 unidades de isolamento", com médias de internamento superior a 20 dias. "Não existe lista de espera. Existe uma lista de doentes em programa de transplante e que vão acedendo ao tratamento de acordo com vários critérios. Por exemplo, data de referenciação, gravidade da doença base, disponibilidade do dador. Para alguns doentes consegue-se selecionar e estudar um dador em 30 dias, para outros pode demorar meses", diz António Campos Júnior, diretor do serviço. A unidade recebe também pacientes do norte e centro do país.

O serviço do Centro Hospitalar S. João iniciou-se em 1994 e fez 70 transplantes autólogos em adultos. Tem quatro quartos de isolamento e dois suplementares. O Centro Hospitalar da Universidade de Coimbra também só faz transplantes autólogos em adultos e foi o único que em 2015 desceu a produção, o que poderá ser explicado com maiores períodos de internamento. Tem dois quartos de imunossupressão e mais três individuais. Desde 1996 já realizaram 502 transplantes.

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