Especialista alerta
A combinação entre uma alimentação pouco saudável e uma fraca hidratação propicia a condição ideal para a formação de pedras...

"Existem algumas regras básicas que podem ajudar a tratar ou prevenir os cálculos renais. Por exemplo, é importante que as pessoas deem preferência a produtos lácteos desnatados, uma vez que estes são ricos em cálcio e diminuem a probabilidade de cristalização. Por outro lado, deve evitar-se o consumo excessivo de proteínas de origem animal, pois aumentam a produção de ácido úrico, um dos componentes das pedras nos rins", explica Estêvão Lima, médico urologista do Hospital Lusíadas Porto.

E acrescenta: "O sal também deve ser evitado, na medida em que o sódio facilita a deposição de sais no organismo. É igualmente importante beber muita água, entre um litro e meio a dois litros, dependendo da temperatura ambiente, humidade relativa e tipo de alimentação".

"Claro que se a pessoa pratica exercício, deve redobrar este cuidado. Quanto mais clara for a urina, menor será a concentração de iões, assim como será menor a probabilidade de formação de cálculos", comenta.

A abordagem terapêutica é baseada na composição e localização dos cálculos renais, escreve o Sapo. Os tratamentos mais comuns incluem um método de tratamento não invasivo dos cálculos do aparelho urinário, denominada litotrícia extracorporal por ondas de choque, ou por ureterorrenoscopia, na qual é feita uma exploração endoscópica do ureter, sendo o cálculo posteriormente fragmentado e retirado com pinças.

"Se o tamanho for muito diminuto, não significa que se terá de realizar qualquer intervenção, pois o cálculo pode sair por si. Mas a prevenção terá de ser reforçada, para não aumentar o número de cálculos ou as suas dimensões e deve sempre procurar-se um especialista, dado que um cálculo de pequena dimensão pode dar problemas, provocando infeções generalizadas", conclui.

O cálculo – ou a pedra – é inicialmente formado no rim, onde pode ficar durante muitos anos sem qualquer sintomatologia. Quando se desloca para a bexiga através do ureter – uma estrutura muito fina e delicada – provoca a cólica renal, extremamente dolorosa, levando as pessoas a procurar um médico de urgência.

Estudo
A exposição crónica ao fumo do tabaco muda as células dos pulmões ao longo do tempo, tornando-as mais vulneráveis a doenças e...

O artigo publicado pela revista especializada "Cancer Cell" baseou-se em experiências de laboratório com células pulmonares que foram expostas de forma crónica a fumo de tabaco, em doses equivalentes a fumadores de há 20 ou 30 anos.

Depois de 10 dias, as células começam a mudar a sua expressão genética, um processo conhecido como mudança epigenética, escreve o Sapo.

Segundo o estudo, essa mudança demorou apenas dez meses para que fossem suficientes para aumentar as possibilidades de desenvolver cancro. "Quando se está a fumar, cria-se um substrato de mudanças epigenéticas que hipoteticamente aumentam as possibilidades para desenvolver cancro do pulmão", diz o coautor do estudo Stephen Baylin, codiretor do programa Cancer Biology da Universidade Johns Hopkins.

"Se não é fumador, o seu risco de cancro do pulmão é muito baixo", acrescenta o académico.

Estas anomalias epigénicas desativam uma série de genes que são necessários para ajudar a proteger as células normais do desenvolvimento de tumores malignos. O facto das mudanças epigenéticas não alterarem ou mutarem a sequência dos genes do ADN básico mostra que há esperança para as pessoas que querem parar de fumar.

"Este trabalho sugere a possibilidade de que, diferentemente das mutações, que são muito difíceis de reverter, quando se para de fumar por um determinado período de tempo, existem hipóteses de diminuir matematicamente as possibilidades de que ocorram essas mudanças epigenéticas", comentou Michelle Vaz, coautora do estudo e investigadora da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins.

Ou seja: "Há potencialmente mudanças reversíveis que estão a contribuir para o desenvolvimento de certos tipos de cancro de pulmão", concluiu.

Universidade de Coimbra
Uma equipa de nove investigadores de Medicina Dentária, da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, desenvolveu...

A investigação, liderada pela catedrática Eunice Carrilho, recorreu a uma técnica de desdiferenciação celular, que consiste em utilizar células adultas e especializadas de um tecido e revertê-las a um estado próximo do estaminal em que as células têm a capacidade de se diferenciar em praticamente todos os tecidos do organismo.

“A perda total ou parcial de dentes por doenças da cavidade oral, como cáries, traumatismos ou doenças gengivais, representa um problema de saúde a nível mundial. Embora a medicina dentária disponha de materiais sintéticos, estes ainda não conseguem substituir todas as funções de um dente natural, pelo que se acredita que o futuro passa por conseguirmos regenerar o dente e os seus tecidos em vez de os substituir por materiais sintéticos”, explica Miguel Marto, investigador do projeto.

Assim, prossegue o também assistente convidado da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), “a medicina dentária regenerativa procura, através da seleção e recolha de células estaminais, regenerar os tecidos perdidos, mas obter estas células apresenta várias dificuldades”.

Este trabalho científico de elevado nível de complexidade vem responder justamente “ao desafio de obter células semelhantes às células estaminais para serem utilizadas na medicina dentária regenerativa. Neste projeto utilizamos fibroblastos gengivais que são fáceis de colher numa consulta médico-dentária”, nota o investigador.

As células obtidas são depois utilizadas para dar origem a células próprias do dente, como os odontoblastos, que formam a dentina, o principal tecido duro dentário, possibilitando assim a sua utilização em procedimentos regenerativos.

Apesar de neste projeto “se procurar a formação de estruturas dentárias, o método de obtenção de células tipo estaminal por desdiferenciação de fibroblastos gengivais abre portas à utilização em muitas outras doenças”, conclui Miguel Marto.

O estudo foi recentemente distinguido pela Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) com uma bolsa de apoio à divulgação científica. 

Tecnologia criada no Porto
Uma tecnologia que deteta se os indivíduos têm malária através de amostras de sangue e de imagens obtidas com ‘smartphones'...

Esta tecnologia engloba um sistema de aprendizagem computacional (‘machine learning'), que identifica os parasitas da malária em células microscópicas, analisando imagens capturadas por uma lente de alta magnitude incorporada nas câmaras dos ‘smartphones', explicou a investigadora Mafalda Falcão, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).

A malária é uma doença "provocada por cinco tipos diferentes parasitas, cada um com o seu ciclo de vida próprio", que obrigam a distintas abordagens de tratamento, sendo o diagnóstico convencional "complexo, demorado e dispendioso", indicou.

De acordo com a investigadora, este consiste em examinar ao microscópio dois tipos diferentes de amostras de sangue (gota espessa e gota fina), identificando, "corretamente e de forma precisa", se o paciente está infetado e qual o tipo de malária em causa.

"Um falso diagnóstico inicial é extremamente penoso para o ser humano", disse Mafalda Falcão, acrescentando que um falso positivo (identificado como tendo malária, mas não está infetado) é tratado, fazendo com o indivíduo ganhe resistência à medicação.

No caso de um falso negativo (identificado como não tendo malária e estar infetado), o tratamento não é realizado e pode levar à morte.

A este processo de diagnóstico estão associados "custos significativos, muito difíceis de sustentar nos países onde a incidência de malária é superior", como é o caso de África, onde ocorrem "aproximadamente 80% dos casos", salientou.

Segundo Mafalda Falcão, a ferramenta que está a ser desenvolvida no âmbito do ML4Malaria pode ser uma solução mais barata, rápida e igualmente eficaz para deteção e identificação do tipo de parasita associado à patologia.

Este é um dos 14 projetos criados por alunos de diferentes faculdades com o apoio do centro de investigação Fraunhofer Portugal AICOS, sediado no Porto, no âmbito de uma iniciativa anual que lhes permite desenvolver o seu trabalho orientado para a criação de soluções práticas que contribuem para a qualidade de vida da população.

O ML4Malaria contou com o apoio de um especialista José Correia da Costa, do Instituto Ricardo Jorge, do engenheiro Luís Rosado, da Fraunhofer Portugal AICOS, e do professor Luís Teixeira, da FEUP.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
O distrito de Beja e a Região Autónoma da Madeira apresentam hoje risco ‘muito elevado’ de exposição à radiação Ultravioleta,...

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o restante território de Portugal Continental e os Açores estão com risco 'elevado' e ‘moderado’ de exposição à radiação Ultravioleta (UV).

Para as regiões com risco 'Muito Elevado' e ‘Elevado’, o IPMA recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre 1 e 2, em que o risco de exposição à radiação UV é 'Baixo', 3 a 5 ('Moderado'), 6 a 7 ('Elevado'), 8 a 10 ('Muito Elevado') e superior a 11 ('Extremo').

O IPMA prevê para hoje no continente céu pouco nublado ou limpo, apresentando períodos de maior nebulosidade na região Norte até meio da tarde e vento em geral fraco do quadrante norte, soprando moderado de noroeste no litoral oeste, em especial a sul do Cabo Carvoeiro durante a tarde, e nas terras altas.

Está também prevista uma pequena descida da temperatura mínima nas regiões Norte e Centro.

Para a Madeira prevê-se períodos de céu muito nublado, tornando-se em geral pouco nublado nas vertentes sul da ilha da Madeira a partir do final da manhã, e aguaceiros, em geral fracos, até ao fim da manhã e em especial nas terras altas e vertentes norte da ilha.

Está também previsto vento moderado de nordeste, soprando forte, por vezes com rajadas até 70 quilómetros por hora, nas terras altas e pequena descida da temperatura máxima.

No Funchal, as temperaturas vão oscilar entre 21 e 25 graus Celsius.

O Instituto prevê para hoje nos Açores períodos de céu muito nublado com boas abertas, possibilidade de aguaceiros fracos e vento fraco a bonançoso.

Em Ponta Delgada (São Miguel) as temperaturas vão variar entre 21 e 24 graus celsius, em Angra do Heroísmo (Terceira) entre 21 e 25 e em Santa Cruz das Flores (ilha das Flores) entre 21 e 26.

Em Lisboa as temperaturas vão oscilar entre 16 e 28 graus Celsius, no Porto entre 13 e 23, em Braga entre 11 e 25, em Viana do Castelo entre 13 e 22, em Vila Real entre 11 e 26, em Bragança entre 10 e 26, em Viseu entre 11 e 26, na Guarda entre 10 e 24, em Coimbra entre 11 e 26, em Aveiro entre 15 e 22, em Leiria entre 12 e 24, em Castelo Branco entre 15 e 31, em Santarém entre 14 e 30, em Portalegre entre 17 e 30, em Évora entre 14 e 32, em Beja entre 14 e 33, em Setúbal entre 15 e 30 e em Faro entre 20 e 34.

Beneficiários
A ADSE, sistema de saúde da função pública, enviou aos cerca de 831 mil beneficiários informação sobre o processo eleitoral,...

Em causa estão as eleições, que se irão realizar dia 19, para escolha dos quatro representantes dos beneficiários que irão ter assento no Conselho Geral e de Supervisão do novo instituto público.

A divulgação da informação junto dos beneficiários estava prevista na portaria publicada em julho que regulamenta o processo eleitoral.

Além da data prevista das eleições, a ADSE enviou informação sobre as listas de candidatos, o respetivo manifesto eleitoral, as formas e meios de votação e os locais para a votação, entre outras, contou o responsável.

“Foi, portanto, essa tarefa que a ADSE concluiu já na passada semana, tendo a generalidade dos beneficiários recebido a informação referida”, acrescentou Carlos Baptista.

Os beneficiários titulares da ADSE podem votar por voto eletrónico, voto por correspondência ou em urna em diferentes cidades do país.

No início deste ano, a ADSE foi transformada em instituto público, com um regime especial e gestão participada, sendo um dos seus órgãos o Conselho Geral e de Supervisão, com funções de acompanhamento, controlo, consulta e participação na definição das linhas gerais de atuação do instituto.

No Conselho Geral e de Supervisão têm assento quatro representantes dos beneficiários (que serão eleitos a dia 19), bem como três representantes dos sindicatos e dois dos reformados.

Os membros do Conselho Geral e de Supervisão terão uma palavra a dizer nas novas regras que irão permitir alargar a ADSE a novos beneficiários, como os cônjuges dos funcionários públicos, ou aos contratos individuais que trabalham no Estado.

Oftalmologia e pneumologia
O Centro Hospitalar Barreiro Montijo anunciou a aquisição de novos equipamentos para a unidade de oftalmologia e para o serviço...

"Na Unidade de Oftalmologia encontra-se um novo retinógrafo, que permite realizar fotografias do fundo ocular (retinografias) sem necessidade de dilatação pupilar do utente e fotografia fundo ocular com autofluorescência", refere o centro hospitalar em comunicado.

Para o serviço de pneumologia foi adquirido um novo plestimógrafo, que veio substituir o que existia na Instituição há 20 anos.

"Este novo equipamento permite realizar provas de função respiratória, difusão do monóxido de carbono e provas de provocação inalatória para diagnóstico de várias doenças respiratórias e ainda para a avaliação da capacidade respiratória de doenças do foro cardiológico e oncológico", frisa o documento.

A pletismografia é um exame que permite avaliar a capacidade funcional respiratória, volumes pulmonares e trocas gasosas, constituindo assim um exame fundamental na avaliação do doente com patologia respiratória crónica, "com grande prevalência nos doentes do Centro Hospitalar Barreiro Montijo".

Oposição denuncia
A oposição venezuelana denunciou que o Governo do Presidente Nicolás Maduro nega-se a autorizar a entrada no país de 900...

"O Governo nacional (venezuelano) não dá autorização, no seu empenho por fazer que o mundo acredite que aqui não há uma crise humanitária e isso é sumamente grave", denunciou o deputado José Gregório Correa.

Em declarações aos jornalistas, em Caracas, o deputado, que também é presidente da Comissão de Assuntos Interiores, Segurança e Defesa do Parlamento do Mercosul (Parlasul), questionou a importância que tem "vida dos venezuelanos" para o Governo.

Como exemplo da gravidade da situação, explicou que "Cojedes é o segundo estado (venezuelano) com escassez de medicamentos à escala nacional".

"Segundo as estatísticas, duas pessoas faleceram como consequência da escassez de medicamentos, sem contar o péssimo funcionamento dos hospitais e a sua decadente dotação", denunciou.

Para o parlamentar, negar a entrada de medicamentos para as pessoas "é um crime que lesa a humanidade".

"Numa situação como está, é realmente não humano que por diferenças políticas não permitam o ingresso. O que de verdade deveria importar ao Governo é preservar a vida dos cidadãos", disse.

Na Venezuela são cada vez mais frequentes as queixas da população para encontrar alguns tipos de medicamentos, entre eles os tratamentos para hipertensão, diabetes e cancro.

Segundo os funcionários de várias farmácias, quando os medicamentos chegam, têm custos elevados para grande parte da população e dão como exemplo os comprimidos para a hipertensão, cujo tratamento para 15 dias custa mais de 50% do salário mínimo mensal.

No início de novembro
Os 3.300 computadores e as duas novas aplicações informáticas que integram o plano de renovação do parque informático da Região...

Em comunicado, a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N) informou que a primeira fase de instalação - num total de 1.200 computadores - foi concluída no primeiro semestre de 2017 e versou Barcelos-Esposende, Gondomar, Porto Ocidental, Famalicão, Marão e Douro Norte, Baixo Tâmega, Vale do Sousa Norte e Sul, Póvoa de Varzim-Vila do Conde e Espinho-Gaia.

Em curso está a instalação dos restantes 2.100 que abrangerá Alto Ave, Douro Sul, Santa Maria da Feira-Arouca, Aveiro Norte, Vila Nova de Gaia e Santo Tirso-Trofa.

Esta renovação representa, segundo aquele organismo, um "investimento de 1,7 milhões de euros" e decorre do "Plano de Investimentos efetuados e a efetuar pela atual Tutela do Ministério da Saúde".

"Após o levantamento de necessidades, há muito manifestadas na região, foi decidido, em 2016, acelerar a renovação do parque informático e dotar os Cuidados de Saúde Primários de 3.300 novos computadores e duas novas aplicações informáticas", indica.

Uma das aplicações versa a "área dos meios complementares de diagnóstico" e a outra destina-se à "área da qualidade e gestão documental nos vários níveis da prestação dos CSP [Cuidados de Saúde Primários]", lê-se no comunicado.

Esta decisão, prossegue o documento, "insere-se, por um lado, na consecução da reforma que está a ser levada a efeito e, por outro, no papel preponderante que as novas tecnologias cada vez mais assumem nas sociedades e no Serviço Nacional de Saúde".

"Simplificados os procedimentos administrativos", estes contribuem para uma diminuição do tempo despendido pelos cidadãos no seu contacto com os centros de saúde.

21 de setembro - Dia Mundial da Doença de Alzheimer
Dificuldade em comunicar, recordar acontecimentos relativamente recentes, estar emocionalmente mais instável e ter menos...

“As demências são um conjunto de doenças neurodegenerativas, o que significa que as células morrem e não podem ser restituídas. Isto causa um declínio progressivo no funcionamento da pessoa que não pode ser restabelecido, mas pode ser retardado, com recurso às terapias não-farmacológicas de intervenção multidisciplinar. O principal objetivo destas terapias é manter as capacidades preservadas durante o maior período de tempo possível e, para tal, as sessões em grupo parecem ter alguns benefícios acrescidos”, explica Margarida Rebolo, neuropsicóloga no NeuroSer, Centro Diagnóstico e Terapias para Doença de Alzheimer e outras patologias neurológicas. “O que a literatura nos diz é que a estimulação cognitiva, ocupacional e/ou motora em grupo melhora a comunicação, o humor (disposição) e o bem-estar geral, devolvendo um sentimento de competência e eficácia à pessoa e, por isso, proporcionando maior qualidade de vida”, especifica a terapeuta, que garante verificar estes benefícios na sua prática quotidiana.

Nestas sessões de grupo, conforme especifica a terapeuta ocupacional do mesmo centro, Ana Matias, o que se procura é “criar atividades onde os vários elementos do grupo se sintam confortáveis por participar, onde a frustração de lidar com as perdas funcionais é eliminada e é promovido o lazer e a participação social”. Margarida Rebolo acrescenta que “mesmo em grupo, é importante respeitar a individualidade”.

Para responder a esta premissa, neste centro foi criado o conceito Manhãs e Tardes no NeuroSer, que pode ser composto por três ateliers distintos de terapias de grupo (atelier ocupacional, atelier da memória e atelier do movimento) que pretendem dar acompanhamento à pessoa com demência durante um período mais alargado. É possível frequentar uma manhã ou uma tarde por semana, por períodos semanais variados (ex: duas manhãs e uma tarde) ou até mesmo permanecer todo o dia, em função das necessidades e disponibilidade da pessoa/família. Os grupos são de dimensão reduzida e as atividades são desenvolvidas por uma equipa multidisciplinar, que tem em conta os seus interesses pessoais, as suas histórias de vida, a sua dinâmica familiar e as suas capacidades cognitivas e motoras.

No atelier ocupacional, “isto pode ser traduzido na realização de atividades do dia-a-dia, como cozinhar, passear, realizar jogos e trabalhos manuais. Coisas que fazem a pessoa identificar-se com os pares, uma vez que se sente capaz de realizar as tarefas e assumir responsabilidades (como cuidar de uma planta), o que irá proporcionar uma alteração positiva no humor”, explica Ana Matias. A terapeuta responsável pelo atelier salienta que as atividades promovem o envolvimento e o desempenho dos utentes num interesse comum ao grupo, o que potencia o sentimento de pertença e coesão e, consequentemente, ajuda a combater o isolamento.

Já no atelier da memória o objetivo é promover a conversação e interação, utilizando “perguntas de opinião para promover o pensamento crítico e a troca de impressões entre os participantes do grupo”, esclarece a Margarida Rebolo, neuropsicóloga no NeuroSer. “Para além disso, recorre-se muitas vezes a técnicas de reminiscência, onde a pessoa revê acontecimentos passados com recurso a fotografias, por exemplo, e a estímulos manuais (ex: construir e preencher a sua árvore genealógica)”, acrescenta a terapeuta responsável pelo atelier de memória. Estas atividades podem ser igualmente implementadas numa abordagem individual à pessoa com demência. A vantagem das sessões em grupo é que, explica Margarida Rebolo, “muitas vezes a pessoa nem se apercebe que está a realizar uma tarefa mentalmente exigente quando interage com os outros, o que gera melhores resultados, sobretudo ao nível da motivação”, Para além disso, a socialização permite estimular as funções cognitivas num todo, ativando o cérebro de uma forma mais vasta, potenciando um funcionamento cognitivo adequado, sentimentos de autoconfiança e união entre os membros.

Outra das vertentes das terapias não-farmacológicas com vista à manutenção das capacidades das pessoas com demências é a função motora. Para muitas das pessoas com demência, até os movimentos mais simples podem ser difíceis, seja devido à idade, seja devido à própria demência, que pode afetar as funções motoras. “E, por isso, é importante treinar estas funções, com recurso à realização de vários exercícios que envolvam a mobilidade geral, o fortalecimento muscular, a expressão corporal, o ritmo, a coordenação motora e a marcha”, especifica Mariana Mateus, fisioterapeuta. Este tipo de atividades compõem o atelier de movimento, onde “são utilizados diferentes materiais (ex: bolas, arcos, bastões), que tentam englobar as várias funções motoras”, explica, acrescentando que “um dos momentos mais apreciados pelas pessoas do grupo é a dança, onde há liberdade para cada um sentir a música à sua maneira”.

Mas, para além de promover a autonomia motora, quer-se também “proporcionar um momento de bem-estar físico e emocional, e também de sociabilização entre as pessoas do grupo, trabalhando de forma integrada as funções motoras e cognitivas”, sublinha a fisioterapeuta, justificando que “a intervenção nestas patologias deve ser realizada de forma holística”.

De forma a garantir uma intervenção global entre os vários ateliers, as atividades dos três ateliers realizam-se em torno do tema do mês definido no NeuroSer, nos quais, apesar de tudo, a palavra de ordem é “flexibilidade”. Em complemento ou alternativa ao acompanhamento individual da pessoa com demência, as sessões de grupo parecem ser uma mais-valia, não só para a pessoa com demência, mas também para os seus cuidadores/familiares.  

Para além disso, o conceito Manhãs/Tardes tem como objetivo permitir o descanso do cuidador/familiar, permitindo-lhe realizar atividades significativas para si durante aquele período.

Setembro é o mês das doenças malignas do sangue
A Associação Portuguesa de Leucemias e Linfomas vai apresentar, no próximo dia 23 de setembro, mês em que se assinalam as...

Com esta renovação, que contou com o apoio da Abbvie Portugal, a Associação Portuguesa de Leucemias e Linfomas (APLL) tem por objetivo captar mais apoios e ajudar novos doentes e o público em geral a compreenderem melhor as várias fases das doenças.

De acordo com Isabel Leal Barbosa, presidente da direção da APLL “o novo site vai estar focado no doente, com secções destinadas ao apoio psicológico, jurídico e à recuperação física”.

“Terá ainda foco na qualidade de vida com atenção na alimentação cuidada, atividade física e sexualidade e haverá um espaço do doente que contará com testemunhos de sobreviventes que são de grande importância para os novos doentes”, destaca.

Mais interativo e user friendly o novo website cria novas oportunidades de contacto com a APLL e um dos tópicos em destaque são as “7 maneiras de ajudar o doente e a sua família”.

Uma secção destinada a pessoas e empresas solidárias que queiram contribuir fazendo-se sócios ou voluntários, apadrinhando a organização de eventos da associação ou criando acontecimentos próprios, doando sangue ou medula óssea, ou ainda contribuindo monetariamente (donativo, cotas, IRS, IRC, apoios e parcerias).

Aliás, uma das novidades prende-se com a capacidade de se fazer donativos diretos através do website porque, segundo a presidente da direção da APLL, “as ajudas que temos nunca são suficientes.

Por isso, através desta reformulação pedimos aos nossos voluntários, sócios e ao cidadão comum para que respondam aos nossos apelos e contribuam de forma rápida e fácil através desta nova funcionalidade.”

O novo website conta ainda com vídeo feitos pelos alunos da Escola de Artes de Castelo Branco (fazendo parte da sua avaliação académica) e que faz parte da série Lavender, que tem por objetivo tratar a leucemia e o linfoma por tu e que, através da imagem, esclarece dúvidas acerca das doenças.

O website vai ser apresentado no Jantar da Amizade da APLL, evento solidário integrado num conjunto de iniciativas que decorrem em setembro, mês de consciencialização ​das doenças malignas do sangue.

Instituto de Medicina Molecular
Investigadores do Instituto de Medicina Molecular descobriram, numa experiência com ratinhos, o mecanismo celular que pode...

Os resultados da descoberta são descritos em dois estudos distintos, publicados nas revistas Current Biology e Nature Cell Biology.

A descoberta, segundo a equipa de cientistas, pode abrir caminho para tratamentos de doenças musculares ou de lesões provocadas pela prática desportiva intensiva.

Quando o músculo esquelético (tecido muscular unido aos ossos) funciona normalmente e contrai, o núcleo das células musculares está na periferia da célula.

Em caso de doença como distrofia ou miopatia, lesão ou perda de massa muscular (que ocorre com o envelhecimento), o núcleo da célula muscular está no centro da célula.

Os investigadores descobriram que o nível de rigidez do núcleo das células do músculo, que o coordenador da equipa Edgar Gomes compara a uma bola, condiciona os movimentos e a posição desse núcleo nas células.

Se a 'bola' for demasiado mole ou dura, o músculo deixa de funcionar bem: é o que acontece em caso de doença, lesão ou perda de massa muscular.

O "meio-termo" corresponde à "situação normal da célula", significando que o músculo está a funcionar bem, disse Edgar Gomes.

"Se conseguirmos controlar a rigidez do núcleo com drogas, com tratamentos, isso poderá corrigir o posicionamento do núcleo e melhorar o funcionamento do músculo, afirmou.

Ao observarem o mecanismo em tecido de músculo produzido a partir de células de ratinhos, os investigadores do Instituto de Medicina Molecular (iMM) descobriram igualmente várias proteínas que ativam a contração do músculo e fazem com que o núcleo das células musculares se posicione na periferia.

De acordo com Edgar Gomes, essas proteínas estão afetadas em doenças ou lesões musculares.

O seu grupo de investigação está agora a estudar, a partir de tais proteínas, potenciais alvos terapêuticos para doenças musculares como as miopatias.

EU-JAMRAI
Portugal vai participar no lançamento de uma iniciativa europeia para o combate às infeções associadas aos cuidados de saúde e...

A "European Joint Action on Antimicrobial Resistance and HealthCare-Associated Infections (EU-JAMRAI)" é uma iniciativa europeia para o combate às infeções associadas aos cuidados de saúde e resistências aos antimicrobianos.

A iniciativa reúne os Estados-membros da União Europeia (UE), organizações internacionais, institutos e universidades, num esforço conjunto para enfrentar as resistências antimicrobianas e as infeções associadas à saúde.

Trata-se de uma ação que irá aproveitar as iniciativas existentes e propor medidas concretas para reduzir o peso das resistências antimicrobianas.

As resistências antimicrobianas são um importante problema de saúde pública, responsável por 10 milhões de mortos em todo o mundo até 2025.

A EU-JAMRAI é financiada pelos participantes e pelo Programa de Saúde da União Europeia, contando com um orçamento de 6.963.604 euros, com 4.178.162 euros da Comissão Europeia.

Comissão Europeia
Portugal saiu da lista de países terceiros afetados pela crise dos ovos ou subprodutos contaminados com inseticida, enquanto...

De acordo com a mais recente lista, Portugal já não consta entre os Estados-membros afetados, mas Angola e Cabo Verde estão entre os 11 países que receberam ovos ou subprodutos contaminados com no seu território.

A lista de países afetados pelo comércio ou distribuição de ovos contaminados com fipronil inclui 25 Estados-membros (apenas Portugal, Croácia e Lituânia ficam fora), dois dos três países da Área Económica Europeia (Noruega e Liechtenstein) e 19 países terceiros.

Segundo o RASFF - Sistema de Alerta Rápido para os Géneros Alimentícios e Alimentos para Animais – 11 destes países terceiros receberam ovos ou produtos contaminados no seu território, incluindo Angola, Cabo Verde e Suíça, tendo nos restantes oito os produtos sido detetados em navios.

Na semana passada, Portugal tinha entrado na lista dos países afetados, tendo a notificação sido feita pela Bélgica, mas a Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE) garantiu que quantidade de ovos contaminados com pesticida tóxico comprados na Bélgica por um português foi pequena, para consumo e pode nem sequer ter chegado a território português.

“Estamos no terreno a avaliar exatamente a quantidade comprada, que foi pequena e, por isso, tudo indica que fosse para consumo”, disse então à agência Lusa o inspetor-geral da ASAE, Pedro Portugal Gaspar, acrescentando: “os ovos podem ter sido consumidos fora do território nacional”.

A fraude que conduziu à contaminação de ovos pelo inseticida fipronil remonta a setembro de 2016, disse recentemente a Comissão Europeia, precisando na altura que 34 países, a maioria na Europa, foram atingidos pela situação.

A contaminação de dezenas de milhões de ovos, resultante da desinfestação de explorações de galinhas poedeiras por um produto contendo fipronil, um antiparasitário forte estritamente proibido na cadeia alimentar, foi divulgada em agosto.

Aspetos Clínicos, Mitos, Fatos e Realidades
Decerto poucos assuntos permanecem tão atuais e controversos na Psiquiatria como o suicídio.

A própria definição de suicídio é controversa; pode considerar-se que o suicídio é o ato deliberado que resulta na morte, com conhecimento prévio ou expectativa de desenlace fatal.

Um termo relacionado, e que por vezes gera alguma confusão, é para-suicídio: em que a pessoa faz mal a si própria ou ingere, por ex., substâncias em excesso, mas em simultâneo deixa pistas para que a morte não aconteça, ou simula a vontade de terminar com a vida.

O suicídio é uma das 10 principais causas de morte a nível mundial (!); embora as estatísticas sejam consideradas (por motivos políticos, culturais, por cuidados de saúde/epidemiológicos deficitários, ou outros) pouco fiáveis, a própria Organização Mundial de Saúde (OMS), refere que num dado momento, em todo o mundo, ocorre em média, uma tentativa a cada 3 segundos, e uma morte a cada 40.

Assim, no tempo que o leitor demorou a ler este texto até agora, poderão ter ocorrido mais de vinte tentativas e ter falecido 1 a 2 pessoas. Por suicídio.

É a segunda causa de morte entre os 15 e os 29 anos.

Morrem mais pessoas por suicídio do que em guerras.

O local do mundo onde mais pessoas se suicidam é a Ponte Golden Gate em São Francisco — Califórnia, nos Estados Unidos da América.

Ainda segundo os dados mais recentes da OMS, o país onde mais pessoas se suicidam é a Guiana, com 30,6 mortes por 100 000 habitantes. Antígua e Barbuda não têm registo oficial de suicídios em 2015 (dados mais recentes disponíveis para comparação).

As taxas de suicídio são sempre mais elevadas em homens e aumentam com a idade, sendo que o suicídio é uma realidade particularmente grave em zonas remotas e isoladas.

Em Portugal, segundo dados citados pela Sociedade Portuguesa de Suicidologia, a tendência global tem sido de diminuição do número de suicídios
(de 9,9/100 000 habitantes para um mínimo de 5,1/100 000 hab. no ano 2000).

Naturalmente que em cada país existem assimetrias regionais muito marcadas nos números de suicídio; em determinadas zonas do Alentejo, por ex., por motivos genéticos, incidência elevada de doença psiquiátrica, isolamento, acesso limitado a cuidados de saúde mental, alcoolismo ou outros, as taxas são claramente superiores à média nacional. O mesmo se verifica em certas regiões da Ilha da Madeira ou em algumas Ilhas do Arquipélago dos Açores.

Acompanhando a tendência mundial, a taxa de suicídios é sempre muito maior nos homens e aumenta claramente com a idade, sobretudo a partir dos 74 anos.

Os homens podem usar métodos mais violentos como armas de fogo, enforcamento e defenestração, enquanto nas mulheres, as intoxicações voluntárias (medicamentosas ou outras) são relativamente frequentes.

Embora o número de suicídios consumados seja maior nos homens, as mulheres fazem mais tentativas.

Métodos como imolação pelo fogo são raros nos países ocidentais e em pessoas de religião cristã ou judaica.

Há muitos mitos associados ao Suicídio:

O mais frequente é o de que abordar o tema do suicídio com uma pessoa com ideias de morte, ou como vulgarmente referido, com “tendências suicidas” pode induzir o suicídio. É absolutamente falso. Se alguma coisa, a pessoa sente-se aliviada por poder partilhar uma experiência tão dolorosa e procurar ajuda. 

Um aspeto bem distinto é a divulgação, pelos meios de comunicação social, de atos isolados de suicídios e das circunstâncias em que estes ocorrem. Em Portugal e em vários outros países existe um acordo “oficioso” para a não divulgação destes casos, porque pode incitar ou levar a um efeito multiplicador da escolha de um determinado método (por ex., saltar de uma ponte).

O suicídio não é uma consequência natural ou expectável do stress. É uma reação anormal a fatores de stress.

O suicídio nem sempre é um ato impulsivo.

As pessoas que se suicidam são “egoístas e fracas” — outro mito comum. Em 90% dos casos, existe uma doença associada.

“As pessoas inteligentes e bem sucedidas nunca se suicidam” — na verdade, o ato suicida não tem limites culturais, étnicos, raciais ou socioeconómicos.

Entre os fatores protetores para o suicídio estão a ausência de doença mental, ter um emprego, filhos ou crianças no lar, a gravidez, fortes convicções religiosas, satisfação com a vida ou com a carreira, copingskills e uma rede de suporte adequadas e uma boa relação terapêutica com o médico assistente.

Fatores de risco incluem a idade avançada, o sexo masculino, história prévia de tentativas de suicídio, acesso ou conhecimento sobre meios letais (é referido por alguns autores anglo-saxónicos que a profissão em que maior número de pessoas se suicidam é a de médico veterinário, seguindo-se a de farmacêutico, anestesista, médico de medicina geral e familiar, ...)

Constituem também fatores de risco o isolamento, doença psiquiátrica grave e não tratada (depressões, substâncias de abuso, esquizofrenia, perturbações de personalidade), doença orgânica grave (insuficiência renal em diálise, infeção por VIH, neoplasias, algumas doenças reumatológicas). A baixa tolerância à frustração, muito particularmente associada a traços de personalidade rígidos, «desadaptativos», com um pensamento do tipo tudo ou nada, é talvez um dos mais importantes fatores de risco.

Para concluir, uma mensagem de esperança: a pessoa em risco de suicídio pode ser ajudada. Se existir risco claro de suicídio, deve ser referenciada de imediato a um Serviço de Urgência de Psiquiatria. No caso de a pessoa ter ideias de morte, sem intenção ou plano suicida mas com forte angústia associada, em articulação com outros profissionais de saúde, deve ser encaminhada para um Serviço de Saúde Mental. Existem tratamentos eficazes, com abordagens que incluem farmacoterapia, mas também intervenção psicoterapêutica e psicoeducação, implicando médicos, psicólogos, enfermeiros e eventualmente outros profissionais de um Serviço de Saúde Mental.

Autores: Dr. Pedro Cintra, Dra. Margarida Albuquerque, Dr. Miguel Costa, Dra. Constança Ruiz- Médicos do Departamento de Saúde Mental do Hospital de Cascais Dr. José de Almeida

Referências:

http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs398/en/
http://www.who.int/gho/mental_health/suicide_rates_male_female/en/
www.spsuicidologia.pt
VVAA, Comportamentos Suicidários em Portugal, Sociedade Portuguesa de Suicidologia, 2006.
Kutcher S., Chehil S., Suicide Risk Management – A Manual for HealthProfessionals, LundbeckInstitute, 2007.
Cowen P, Harrison P, Burns T., ShorterOxforfTextbookofPsychiatry, vol 2, Oxford UniversityPress, 2012.
Sadock BJ, Sadock VA, KaplanandSadock’sSynopsisofPsychiatry, Lippincott, Williams &Wilkins, 2003.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
CLAWAR
Um robô que permite a locomoção autónoma de crianças com atrofia muscular espinhal, uma doença degenerativa que causa fraqueza...

Este robô (exosqueleto) está a ser desenvolvido no âmbito do projeto espanhol ATLAS 2020 e vai ser apresentado na terça-feira, numa das sessões da 20.ª edição da conferência internacional de robótica CLAWAR - International Conference on Climbing and Walking Robots and Support Technologies for Mobile Machines -, que se realiza até quarta-feira, no Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP).

O exosqueleto, pioneiro na área pediátrica para doenças neuromusculares, permite a locomoção e o treino de marcha a crianças com lesões na medula espinhal e atrofia muscular espinhal do tipo 2, a segunda doença neuromuscular mais comum na infância, disse à Lusa a investigadora Elena García, da empresa espanhola Marsi Bionics, responsável pelo projeto.

De acordo com a especialista, este robô, leve (pesa cerca de 12 quilogramas) e ajustável em tamanho para crianças dos três aos 14 anos, permite-lhes melhorar o nível motor, reduzir ou atrasar complicações, aumentar a independência funcional, a expectativa e a qualidade de vida e diminuir a incapacidade.

A atrofia muscular espinhal do tipo 2, contou a investigadora, é uma doença degenerativa puramente motora, que causa desperdício e fraqueza muscular progressiva e que se manifesta quando os bebés têm seis meses, podendo estes permanecer sentados "mas nunca andar".

"Diferentes complicações surgem durante o curso da doença, incluindo deformidades articulares, escoliose, distúrbios respiratórios, deslocação do quadril, osteoporose e fraturas, consideradas pelos clínicos como efeitos colaterais da perda da habilidade para caminhar", explicou.

A expectativa de vida dessas crianças, continuou Elena García, é relativamente curta, devido principalmente à deterioração da função respiratória, acelerada pela ocorrência de escoliose.

Segundo a investigadora, os clínicos acreditam que a caminhada desempenhe um papel importante no atraso das complicações, hipótese reforçada por estudos recentes que revelam que o exercício regular pode aumentar em 50% a expectativa de vida dessas crianças.

No entanto, até à data, não existia nenhum dispositivo médico no mercado que lhes pudesse proporcionar locomoção e, assim, adiar as complicações consequentes da doença, necessidade que pode agora ser colmatada com recurso a este exosqueleto, referiu.

Os ensaios clínicos com o robô já foram realizados em Espanha, no Hospital Infantil de Sant Joan de Déu, de Barcelona, e no Hospital Universitário Ramon y Cajal, de Madrid, com "resultados bem-sucedidos", acrescentou.

O exosqueleto foi industrializado pela empresa Marsi Bionics e será comercializado até 2018, estando neste momento disponível para alugar a instituições de pesquisa e hospitais.

O ATLAS 2020, que teve início em 2015, foi fundado da Comissão Europeia, pelo Ministério Espanhol da Economia e Competitividade e pela empresa Marsi Bionics, que desenvolve tecnologias para crianças com doenças neuromusculares e degenerativas.

É um projeto multidisciplinar que inclui cerca de 20 cientistas e conta ainda com a colaboração do Centre for Automation and Robotics (CSIC-UPM), do Centro Ortopédico de Valência e do Centro de Intervencion Global y Aprendizajes Tempranos (CIGAT), de Madrid.

A conferência CLAWAR, onde o projeto será apresentado, foca-se na área dos robôs trepadores, robôs com locomoção por pernas e robôs de inspiração biológica, projetados e construídos de forma a imitarem (em diferentes graus) seres vivos, bem como tecnologias de suporte à robótica móvel, indicou o professor do ISEP Manuel Silva, responsável pela organização do evento.

Na área dos robôs trepadores, bípedes e quadrúpedes, vai ser apresentado, por exemplo, o robô trepador Vortex, que sobe paredes para realizar tarefas de inspeção com recurso à sucção.

A conferência CLAWAR, que nesta edição espera mais de cem participantes, tem sido organizada em diferentes países ao longo das suas edições, como Espanha, França, Itália, Bélgica, Alemanha, Polónia, Reino Unido, Estados Unidos, Japão, Turquia, Singapura, Austrália e China, concluiu o organizador.

Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde
Investigadores do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (Cintesis) alertaram hoje para o facto de a maioria...

Num trabalho publicado no International Journal of Dermatology, os investigadores portugueses estimam que mais de 90% dos pacientes portugueses com esta doença possam não ter sido ainda identificados ou tratados.

A hidradenite supurativa “é uma doença inflamatória crónica que atinge a pele e que se caracteriza pela presença de abcessos muito dolorosos, purulentos e, por vezes, com odor desagradável, que surgem sobretudo nas zonas das pregas da pele (axilas, virilhas e área perianal) e podem persistir durante anos”, explicou João Vasco Santos, médico e investigador do Cintesis.

Esta patologia, que se estima afete cerca de 100 mil portugueses, pode surgir em qualquer idade, mas é mais frequente em adultos jovens, sobretudo entre o sexo feminino.

“Trata-se de uma doença crónica que afeta significativamente o paciente do ponto de vista físico e do ponto de vista psicológico”, sublinhou o investigador.

A investigadora e dermatologista Carmen Lisboa refere que existem duas razões para que esta doença esteja tão severamente subdiagnosticada e subtratada em Portugal: “Em primeiro lugar, muitos doentes sentem-se constrangidos e envergonhados e não recorrem ao médico. Em segundo lugar, porque os médicos têm dificuldade em realizar o diagnóstico desta patologia”.

De acordo com os investigadores, não existe um teste clínico que permita diagnosticar de forma clara a hidradenite supurativa. O diagnóstico é realizado através da avaliação dos sintomas dos pacientes.

“Tratando-se de uma doença pouco abordada no ensino médico”, alertam, “a comunidade clínica para que redobre a atenção para com os sintomas desta doença e para que referenciem os casos para a especialidade de dermato-venerologia, sempre que existam suspeitas de hidradenite”.

Carmen Lisboa defende que “a hidradenite supurativa deve ser tratada tão precocemente quanto possível e de forma multidisciplinar”.

Sustenta que existem “tratamentos tópicos e sistémicos” que devem ser utilizados de forma conjunta com o controlo de fatores de risco como a obesidade, a diabetes, a hipertensão e o tabagismo, por exemplo. A cirurgia, que consiste na remoção de tecido cutâneo e subcutâneo afetado, “está indicada e é proposta de acordo com doença caso a caso”.

O investigador João Vasco Santos chama também a atenção para a necessidade de “controlar a doença com os tratamentos existentes para que se reduza a realização de cirurgias altamente mutilantes, com enxertos de pele extensos”, lembrando que o número de cirurgias realizadas em Portugal nestes pacientes tem aumentado.

Num estudo publicado na revista científica Dermatology, a mesma equipa de investigação reporta que entre 2000 e 2014 se registaram 1.551 hospitalizações de 1.177 pacientes com esta doença.

De acordo com João Vasco Santos, “o número de novas hospitalizações de doentes com hidradenite supurativa quase duplicou entre 2000 e 2013” e “os resultados evidenciaram que cerca de 80% dos pacientes hospitalizados foram submetidos a cirurgia”.

O investigador do Cintesis esclareceu que os pacientes estudados representam um grupo com doença com gravidade de moderada a grave.

Os investigadores apontam também a necessidade de serem realizados estudos epidemiológicos adequados que permitam aferir o número real de pacientes com esta doença em Portugal e no resto da Europa.

Para além de João Vasco Santos e Carmen Lisboa, a equipa de investigação incluiu Caterina Lanna, Altamiro da Costa-Pereira e Alberto Freitas, coordenador dos trabalhos científicos.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Os distritos de Portalegre, Évora, Beja e Faro e a Região Autónoma da Madeira apresentam hoje risco ‘Muito Elevado’ de...

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o restante território de Portugal Continental e os Açores estão com risco 'Elevado' de exposição à radiação Ultravioleta (UV).

Para as regiões com risco 'Muito Elevado' e ‘Elevado’, o IPMA recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre 1 e 2, em que o risco de exposição à radiação UV é 'Baixo', 3 a 5 ('Moderado'), 6 a 7 ('Elevado'), 8 a 10 ('Muito Elevado') e superior a 11 ('Extremo').

O IPMA prevê para hoje no continente uma pequena subida da temperatura mínima, em especial nas regiões Norte e Centro, e da temperatura máxima na região Sul e interior Centro.

Contudo, há a possibilidade de períodos de chuva fraca ou chuvisco no litoral Norte e Centro até meio da manhã.

O vento vai soprar fraco a moderado (até 25 km/h) do quadrante norte e moderado (20 a 35 km/h) de noroeste no litoral oeste, em especial a sul do Cabo Carvoeiro e a partir da tarde, sendo moderado a forte (25 a 45 km/h) nas terras altas.

Nos Açores o céu vai estar muito nublado, com abertas, com as temperatras máximas a variarem entre os 25º (Angra do Heroismo) e os 26º em Ponta Delgada, Santa Cruz das Flores e Horta.

Na Região Autónoma da Madeira haverá períodos de céu muito nublado e aguaceiros, em geral fracos, em especial nas terras altas e nas vertentes norte da ilha da Madeira. A temperatura máxima vai chegar aos 27º no Funchal.

No continente, as temperaturas vão oscilar entre os 12º graus de mínima prevista para Viseu e Guarda e os 33º de máxima prevista para as cidades mais quentes, que vão ser Beja e Faro.

As restantes temperaturas máximas vão chegar aos 32º em Évora, 31º em Castelo Branco, 30º em Portalegre, 29º em Santarém, 27º em Lisboa, 25º em Sines, Viseu, Coimbra e Bragança, 24º em Vila Real, Braga e Leiria e 22º no Porto e em Viana do Castelo.

Após recorde de casos de malária
Com um número recorde de mais de 170 casos de malária, as autoridades cabo-verdianas intensificam a luta contra os mosquitos e...

Segundo dados disponibilizados à imprensa pelas autoridades de saúde, Cabo Verde já conta com mais de 180 casos de malária (entre autóctones e importados), um número recorde, já que o maior até agora registado desde 1991 tinha sido 140 casos, em 2000.

A maior incidência de casos é na cidade da Praia, com 171, sendo que o máximo até agora tinha sido 102 (95 locais e sete importados) em todo o ano de 2001.

Na semana passada, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, convocou uma reunião com diversas entidades com responsabilidade no setor do ambiente, saneamento e segurança, em que foi anunciado um reforço das medidas de combate aos mosquitos.

Deste então, várias equipas da Delegacia de Saúde da Praia percorrem diariamente os bairros onde foram diagnosticados mais casos, fazendo pulverização das árvores e plantas e dentro das casas.

Ernesto dos Santos e Armindo Gomes não se conhecem, mas têm algo em comum. Vivem em dois dos bairros com mais casos de malária na capital cabo-verdiana: Achada de Santo António e Várzea.

Ernesto dos Santos, 65 anos, reformado, passa boa parte do dia a trabalhar na mini-oficina de carpintaria, montada em frente à sua casa em Achada de Santo António.

Com a máscara a tapar o nariz, Ernesto abre a porta de sua casa a uma equipa de pulverização, que desinfesta todos os quartos, cozinha, casa de banho, para acabar com qualquer foco de mosquitos.

"Fiquei muito contente com a pulverização à minha casa porque estamos em época de chuvas, em que há muitos mosquitos", afirmou o sexagenário, que mora com a mulher, um dos seus quatro filhos e alguns netos.

Após a pulverização, Ernesto dos Santos disse sentir-se mais seguro, mas considera que este tipo de ação não deve ser feito apenas dentro das casas habitadas, mas também nos pardeiros abandonados, "que constituem perigo para a sociedade".

Há quase 60 anos a viver em Achada de Santo António, Ernesto Santos critica as pessoas que deitam lixo e águas sujas nas ruas, nas encostas e nas valas, considerando que todos têm "boa parte da culpa" no surgimento de casos de malária na capital cabo-verdiana.

Mesmo opinião manifestou Armindo "Bijá" Gomes, 59 anos, morador desde sempre na Várzea, outro dos bairros com casos de malária, considerando que a população é "um tanto ou quanto negligente", uma vez que "não liga e deita lixo e água suja na rua".

"A pulverização é bem-vinda porque caso contrário torna-se insustentável. É uma atitude louvável, mas espero que não fique só nesta altura, mas sim sempre", afirmou Armindo Gomes, pedindo colaboração de todos no combate ao mosquito vetor.

"Espero que todos nós, sem exceção, de cima a baixo, apoiemos, ajudemos, para minimizar a praga, porque quem sai a perder é sempre a população mais desfavorecida", notou Bijá, camionista.

No final da reunião na semana passada, o ministro da Saúde, Arlindo do Rosário, pediu o envolvimento de todas as estruturas e da população para combater os mosquitos.

O diretor do Programa Nacional de Luta contra o Paludismo (PNLP), António Moreira, disse que o saneamento continua a ser um "problema enorme" no país, agravado com as altas temperaturas e as águas acumuladas, que aumentam os viveiros de mosquitos.

A delegada de Saúde da Praia, Ulardina Furtado, também apelou à população para colaborar, bem como a todas as instituições para que “façam a sua parte".

Em declarações à imprensa na quinta-feira, o presidente da Câmara Municipal da Praia, Óscar Santos, disse que a autarquia da capital já demoliu mais de 200 pardeiros e removeu algumas carcaças de viatura da via pública e que as atividades vão continuar.

Óscar Santos avançou que a Câmara da Praia já fez "investimentos enormes" no saneamento, mas ainda precisa de cerca de 20 milhões de escudos (181 mil euros) para acelerar o processo de limpeza urbana e reduzir os casos de paludismo "em pouco tempo".

Considerando que só a Câmara ou o Governo não conseguem resolver todos os problemas, o autarca pediu também colaboração de praienses, com mudança de hábitos, atitudes e comportamentos.

Organização Mundial de Saúde
A Organização Mundial de Saúde manifestou, em Kinshasa, preocupação com uma epidemia de cólera que surgiu em julho e já atingiu...

"A epidemia de cólera na República Democrática do Congo atinge proporções preocupantes, com 20 das 26 províncias afetadas pela doença", afirmou a Organização Mundial de Saúde (OMS) em comunicado.

"Mais de 1.500 casos suspeitos" são registados por semana desde o fim de julho e, até 02 de setembro, "as autoridades já recensearam no total 24.217 casos suspeitos, com 528 mortes", indicou o gabinete da OMS no país.

A epidemia atinge várias cidades do leste, oeste e norte. "O risco de propagação ainda permanece muito elevado na região de Kasai (centro), onde as condições sanitárias e de segurança aumentam a vulnerabilidade", considerou a organização.

A última epidemia de cólera na região de Kasai remonta a 2003.

A OMS "comprometeu-se a dar, no imediato, uma contribuição financeira de 400 mil dólares (cerca de 332 mil euros) para o envio de equipas técnicas para as zonas prioritárias" com o objetivo de apoiar as autoridades congolesas na luta contra a epidemia.

No entanto, é "essencial que o saneamento, a higiene individual e coletiva sejam postos em prática e que as populações mais expostas ao risco de contaminação tenham acesso a água potável", afirmou Allarangar Yokouidé, chefe da OMS na República Democrática do Congo.

Em 2016, uma epidemia de cólera provocou a morte de 817 pessoas em território congolês, segundo a OMS.

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