Dados apresentados hoje
A 8.ª edição do Barómetro dos Internamentos Sociais (BIS), realizado pela Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares...

Os internamentos sociais, que em março deste ano representavam 11,1% do total de internamentos nos hospitais públicos, têm um custo anual que pode ultrapassar os 260 milhões de euros.

Considera-se internamento inapropriado todos os dias que um doente passa no hospital após alta clínica e não existe motivo de saúde que justifique a sua permanência em ambiente hospitalar.

Os internamentos inapropriados nas unidades hospitalares do Serviço Nacional de Saúde (SNS) aumentaram este ano, assim como os custos associados a estes casos, que se explicam por atrasos, quer na admissão para a Rede Nacional de Cuidados Continuados (RNCCI), como na admissão para Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI).

Em março, estavam internadas de forma inapropriada nos hospitais portugueses 2164 pessoas, o que se traduz num aumento de 11% face ao ano anterior (1955 pessoas).

À data da recolha dos dados (20 de março de 2024), estes casos representavam 11,1% do total de internamentos nos hospitais nacionais, o denominado Índice de Inapropriação do Internamento, o que representa um aumento de 0,6 pp, cerca de 5,7%, face aos dados do anterior Barómetro.

Também à data da recolha dos dados, os internamentos sociais têm um custo de mais de 68 milhões de euros para o Estado, o que compara com cerca de 52 milhões de euros em março de 2023. Extrapolando este cenário para o conjunto do ano, os internamentos sociais inapropriados têm um impacto financeiro estimado superior a 260 milhões de euros.

Os dados da 8.ª edição do BIS dão conta de um total de 378.068 dias de internamento inapropriado (mais 13% face a 2023), um número que espelha o elevado impacto deste fenómeno no prolongamento da ocupação das camas em ambiente hospitalar e a elevada espera por respostas para admissão a RNCCI e ERPI. Ou seja, não só a lista de espera das pessoas que aguardam vaga em ERPI aumenta, como o tempo de espera também aumenta.

A falta de resposta da RNCCI é a principal causa do número de internamentos inapropriados em todas as regiões, sendo que no Centro representa 74% dos internamentos, seguindo o Algarve com 49% e Alentejo com 46%. A falta de resposta por parte das ERPI tem maior impacto nos internamentos inapropriados em Lisboa e Vale do Tejo, registando 68%, seguindo-se o Centro, com 40% e Algarve com 38%.

Lisboa e Vale do Tejo e o Norte são as regiões com maior número de internamentos inapropriados, representando 80% do total de internamentos inapropriados e 97% do respetivo total de dias.

Os dados desta edição do BIS revelam ainda que metade dos episódios e metade dos dias registados de internamentos inapropriados têm origem no serviço de Medicina Interna. O sexo masculino é o que regista mais dias de internamento inapropriado, com 60% dos episódios. Os idosos (pessoas com mais de 65 anos) continuam a registar não só o maior número de internamentos inapropriados (76%), como também ficam mais dias internados, após alta médica.

A 8.ª edição do Barómetro de Internamentos Sociais, desenvolvido pela APAH em parceria com a EY Portugal, contou com a participação de 29 unidades hospitalares do SNS, num total de mais de 20.000 camas, representando 90% do total do SNS.

Para Xavier Barreto, Presidente da APAH, “As sucessivas tentativas de resolução desta questão infelizmente não têm surtido o efeito desejado. Continuamos a ter uma parte significativa das camas ocupadas com internamentos inapropriados, o que prejudica seriamente a atividade de todos os hospitais.

Importa discutir o caminho a seguir, quer no âmbito do reforço das camas de retaguarda, como nancapacitação das famílias e da sociedade como um todo, para lidarem com uma população tendencialmente mais idosa e mais dependente. Falta, acima de tudo, uma articulação de respostas entre os sectores social e da saúde, que pense e articule as respostas com um todo.”

“O impacto dos internamentos inapropriados é enorme, sobrecarrega toda a estrutura e leva a um esgotamento dos recursos, muito mais acelerado. Nesse sentido, e porque é um tema não só de saúde pública mas também social, é necessário adotar uma abordagem consistente e multifacetada”, refere Miguel Amado, Partner, Government and Public Sector Leader da EY Portugal e responsável pelo estudo. Como? “Aumentando a disponibilidade de vagas em ERPSs e RNCCI e outras respostas sociais, garantindo respostas integradas e eficazes entre os diferentes setores e entidades, desburocratizando os processos administrativos e investindo na rede de suporte aos cuidadores (informais). Transversalmente a todas estas medidas, urge adequar a legislação às necessidades da realidade de uma população envelhecida e que visem a sua proteção. Nesta matéria, as empresas podem ser parte integrada da solução, contribuindo com o seu expertise e know-how e capacidade de resolução e promoção de melhores soluções”, acrescenta o responsável da EY Portugal.

 
Evento tem como embaixadores Mariana Peixoto e Sisley Dias
A primeira edição da Maratona da Maternidade do Algarve, organizada pela BebéVida em parceria com o Grupo HPA vai realizar-se,...

Esta iniciativa solidária consiste numa caminhada de três quilómetros que visa incentivar a natalidade e é dedicada a todas as grávidas e famílias da região do Algarve.

No momento da inscrição poderá adquirir o seu KIT participante no valor simbólico de três euros composto por uma mochila, t-shirt e diversas ofertas dos parceiros do evento. Por cada inscrição serão doados dois euros à APPC-CAV, que apoia grávidas e puérperas em situação de fragilidade nos concelhos de Faro, Olhão e Loulé. Todos os inscritos ficam ainda habilitados a receber um cabaz de ofertas no valor de 950 euros.

“O objetivo principal é reunir o maior número possível de grávidas, casais, familiares e amigos para celebrar a natalidade em Portugal numa altura em que os últimos dados oficiais indicam que Portugal superou em 2023, pelo segundo ano consecutivo, a barreira dos 80 mil nascimentos” refere Luís Melo, Administrador da Bebé Vida.

Para Ivone Lobo, Médica Obstetra e Diretora de Serviço de Obstetrícia no Hospital HPA Gambelas "o Grupo HPA sendo uma referência na área da obstetrícia e com a única maternidade privada do Algarve, não podia deixar de se associar a esta iniciativa que pretende ser um incentivo à natalidade e simultaneamente apoiar uma instituição como a APPC que efetua um trabalho de extrema importância."

As inscrições podem ser feitas em https://bebevida.com/product/maratona-maternidade-algarve/

 
Projeto da Unidade Local de Saúde da Cova da Beira
O projeto Ligados+com vai promover mais uma sessão, desta vez com foco especial na temática da ansiedade social. O evento,...

“Ansiedade social... esta ansiedade que não me deixa viver” terá assim lugar na Biblioteca Municipal Eugénio de Andrade no Fundão, às 21H00, e conta com a preleção da pedopsiquiatra, Ana Margarida Moreira e da psicóloga clínica, Ana Carolina Santos.

O Projeto Ligados+Com da Unidade Local de Saúde da Cova da Beira promove estas sessões pedagógicas, com o objetivo de apoiar pais e encarregados de educação nas questões da parentalidade, destacando temáticas essenciais no crescimento e desenvolvimento dos mais novos.

Em simultâneo e no mesmo local, vai decorrer uma ação de treino em competências sociais para adolescentes dos 12 aos 16 anos de idade, intitulada "Vou fazer novamente... vou fazer diferente", dinamizada pela performer Adriana Pais, com formação em teatro e educação, e pela psicóloga clínica Maria Inês Figueiredo.

Ambas as iniciativas têm entrada livre, mas estão sujeitas a inscrição junto da Biblioteca Municipal Eugénio de Andrade no Fundão. Para a atividade destinada aos adolescentes, as vagas são limitadas a 15 participantes. Esta é uma oportunidade única para adquirir conhecimentos valiosos e contribuir ativamente para o bem-estar das nossas crianças e jovens.

 
Feira inclui a 1ª edição do Congresso Internacional de Tecnologia e Terapia Ocupacional
A AJUTEC, uma das principais feiras de saúde, produtos de apoio e acessibilidade, está de volta à Exponor com o objetivo de...

Para esta edição, a organização do evento empenhou-se em garantir uma programação completa e diversas atividades formativas, de modo a formar os profissionais e fomentar a partilha de conhecimento. Um dos destaques será a realização da primeira edição do Congresso Internacional de Tecnologia e Terapia Ocupacional, organizado pela Associação Portuguesa de Terapeutas Ocupacionais (APTO). Esta conferência, que vai decorrer entre os dias 23 e 25 de maio, será uma plataforma de discussão e troca de conhecimento, reunindo especialistas e profissionais, alguns deles internacionais. 

A APTO concebeu um programa abrangente, com onze mesas temáticas, doze workshops e quatro palestras abertas ao público, destinadas a apoiar cuidadores e utentes por meio da inovação e da tecnologia. 

"Contaremos com 4 oradores internacionais de renome e 47 portugueses, todos eles reconhecidos pelo seu percurso e mérito profissional. Será um evento verdadeiramente diversificado no que diz respeito aos temas abordados e inovações apresentadas, bem como pela variedade de profissionais envolvidos, que inclui terapeutas ocupacionais, engenheiros de diversas áreas, terapeutas da fala e fisioterapeutas. Queremos garantir um evento inovador que fortaleça o trabalho em equipa multidisciplinar e apresente as mais recentes novidades e boas práticas em saúde, com recurso a produtos de apoio e tecnologias", explica Elisabete Roldão, Presidente da APTO.

A Ordem dos Enfermeiros também estará presente com a conferência “Tertúlias que (AJU)dam", agendada para 23 de maio. Durante este evento, vão ser abordados temas relevantes e de interesse para os profissionais de enfermagem. Desde a importância da prática de estilos de vida saudável, passando pela promoção de estratégias para a gestão dos problemas associados ao cuidador e utente, esta conferência vai abranger uma ampla gama de tópicos. Além disso, outras instituições vão aliar-se à AJUTEC para a criação de um programa completo, tais como o Grupo Associativo de Investigação em Feridas (GAIF), o Instituto Nacional para a Reabilitação (INR), a  Associação Nacional de Gerontólogos (ANG) e a  Associação Portuguesa dos Enfermeiros de Reabilitação (APER). Descubra o programa completo aqui

"Estamos especialmente entusiasmados por destacar atividades formativas e oportunidades de networking que tornam a AJUTEC um evento imperdível para todos os envolvidos no setor da saúde", refere Amélia Estevão, diretora de Marketing da Exponor.

A participação nestas atividades formativas é aberta a profissionais da saúde, estudantes, docentes e investigadores e público em geral. 

 
Dia 23 de maio
No próximo dia 23 de maio, às 14 horas, a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) volta a debater os grandes...

Com moderação da radialista Sandra Torres, o debate conta com a presença de José Manuel Boavida, presidente da APDP, Raquel Coelho, pediatra, João Filipe Raposo, diretor clínico da APDP, e Paula Leitão, oftalmologista. Em cima da mesa estarão temas como o modelo de cuidados intermédios e de proximidade da Associação, as abordagens inovadoras na diabetes tipo 1, a perspetiva internacional e ainda Diabetes e Subvisão, uma realidade pouco abordada.

“Já com os 98 anos feitos, continuamos a celebrar este grande marco, desta vez através da segunda edição desta mesa-redonda. Cada vez mais perto dos 100 anos da APDP, a verdade é que continuamos a precisar de falar sobre esta doença sistémica que impacta a vida pessoal, social e económica de inúmeras famílias. Percorremos um longo caminho, é certo, mas o trabalho continua, e a APDP continuará ativa na luta pela adoção de políticas públicas que ajudem na prevenção da diabetes e no acompanhamento de pessoas que com ela vivem.”, explica José Manuel Boavida.

“A melhor compreensão da diabetes, e também a evolução do tratamento, tem permitido uma melhor qualidade de vida para todos os que vivem com diabetes e os seus familiares, e a APDP é a prova de que é possível garantir um bom acompanhamento. Importa agora mostrar o trabalho que temos feito ao longo dos anos, para que possa ser replicado.”, defende João Filipe Raposo.

Atualmente, a diabetes é uma das doenças mais prevalentes e uma das principais causas de morte em todo o mundo. Em Portugal, estima-se que cerca de 1,1 milhões de portugueses entre os 20 e os 79 anos tenham diabetes, 44% dos quais não diagnosticados.

 
Dia 24 de maio
A Sociedade Portuguesa de Cardiologia, a Fundação Portuguesa de Cardiologia, a Sociedade Portuguesa de Aterosclerose e a...

Enquadrada na campanha de alerta “Na Rota do Colesterol”, esta iniciativa decorre no próximo dia 24 de maio, no MAR Shopping Matosinhos, entre as 10h e as 20h. O objetivo é alertar para a importância da monitorização dos valores de colesterol como método de prevenção para as doenças cardiovasculares, como o AVC e o enfarte do miocárdio, entre outras. Os participantes têm a possibilidade, através da utilização de óculos de realidade virtual, de observar os efeitos do colesterol no seu sistema circulatório.

De acordo com dados da Fundação Portuguesa de Cardiologia, referentes ao estudo nacional “Os Portugueses e o Colesterol 2023”, cerca de 74% dos portugueses desconhecem os seus níveis de colesterol, sendo esse desconhecimento mais acentuado nas camadas mais jovens. Como destaca Manuel Carrageta, presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia, “morrem, em média, cerca de 80 pessoas por dia, devido a patologia cardiovascular. Só o enfarte do miocárdio mata, em média, mais de 12 pessoas por dia, e esta é uma doença muito associada aos fatores de risco, nomeadamente ao colesterol, que é a sua principal causa.  É por isso urgente que todos conheçam o seu corpo e os seus níveis de colesterol”.

Hélder Pereira, presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, alerta que “é fundamental que os portugueses tenham mais conhecimento sobre a sua saúde e compreendam a importância da prevenção das doenças cardiovasculares. O seu impacto na saúde individual e na sociedade é indiscutível”. É neste sentido que surge a campanha “Na Rota do Colesterol” com o objetivo de encorajar o conhecimento dos diferentes constituintes do colesterol e a prevenção da sua acumulação em prol da saúde cardiovascular, pelo bem-estar e melhoria da saúde dos portugueses.

Segundo Francisco Araújo, presidente da Sociedade Portuguesa de Aterosclerose, “estima-se que a aterosclerose afete quase um milhão de portugueses e entre os seus fatores de risco o que está menos controlado é o colesterol, são por isso fundamentais ações de alerta e sensibilização para a população”. Nas palavras de Andreia Xavier, diretora técnica do Laboratório Dr. Joaquim Chaves Centro, “o rastreio ao colesterol é um ato simples e é, por isso, muito importante que as pessoas sejam agentes da sua própria saúde. É fundamental relembrar que a prevenção salva vidas, pelo que estas iniciativas são de extrema importância para a promoção da saúde da população”.

A iniciativa dirige-se a toda a população, incluindo sobreviventes de enfarte do miocárdio, aos quais, derivado desta condição, é necessário advertir da alteração dos valores de colesterol considerados como “normais”. O colesterol tem um impacto que a grande maioria das pessoas ainda desconhece ou não controla, já que a sua acumulação é progressiva e assintomática.

Localizada no piso 0 do MAR Shopping Matosinhos, na ligação de um dos corredores com o Atrium e acesso à Loja IKEA, esta experiência diferenciadora e educacional promete, a partir da imersão de cada participante, levá-lo a “viajar” e a conhecer os efeitos do colesterol nas suas artérias. Trata-se de uma atividade de realidade virtual com partilha de mensagens de sensibilização e de prevenção associadas às doenças cardiovasculares e reforço da importância do acompanhamento médico regular e da adoção de estilos de vida saudáveis.

Nova era da ciência médica
Imagine um futuro em que os cuidados de saúde são adaptados especificamente a si, até às moléculas no interior das suas células...

No centro deste futuro estão as tecnologias "ómicas", que medem e analisam várias moléculas a diferentes níveis nos organismos, células e tecidos humanos, de onde provêm várias doenças.

Com base nesta ciência fundamental, o Centro de Medicina Personalizada da Mayo Clinic lançou uma nova estratégia "ómica" concebida para integrar a medicina de precisão na prática clínica diária.  A abordagem apoiará as Doenças Raras Ómicas, as Populações Ómicas, as Ómicas Funcionais e as Ómicas Digitais.

"Esta nova estratégia representa um salto monumental para uma nova era da ciência médica. Estes quatro pilares "ómicos" interligados ajudar-nos-ão a alargar o nosso impacto, a impulsionar os avanços na medicina individualizada e a redefinir os cuidados dos doentes", explica Konstantinos Lazaridis, diretor-executivo Carlson and Nelson Endowed do Centro para Medicina Personalizada da Mayo Clinic.

Nova era da ciência médica

Cada pilar das ómicas reúne peritos de várias especialidades médicas com tecnologias avançadas de inteligência artificial (IA) para investigar vários conjuntos de informações ómicas, incluindo a genómica (o estudo dos genes), a proteómica (o estudo das proteínas), a exposómica (o estudo das exposições ambientais), a metabolómica (o estudo dos processos metabólicos), a transcriptómica (o estudo das transcrições de ARN) e outros domínios ómicos.

A investigação sobre ómicas oferece possibilidades transformadoras para prever e diagnosticar doenças como as doenças crónicas, o envelhecimento, as doenças inflamatórias e o cancro, permitindo simultaneamente o desenvolvimento de tratamentos personalizados adaptados às características biológicas únicas de cada indivíduo.  

Doenças Raras Ómicas

No pilar Doenças Raras Ómicas, investigadores e médicos estão a trabalhar para melhorar os diagnósticos clínicos em departamentos de toda a instituição através de testes multiómicos. Estão a desenvolver um quadro de descoberta para acelerar o desenvolvimento de novas terapias para as pessoas com doenças raras - doenças que afetam menos de 200 000 pessoas. No total, existem mais de 7000 doenças raras conhecidas que afetam cerca de 25-30 milhões de pessoas nos EUA.

Populações Ómicas

O pilar Populações Ómicas visa tornar os testes genómicos universalmente acessíveis e integrados nos cuidados de saúde dos doentes, concentrando-se particularmente nas variantes genéticas acionáveis de várias doenças. Além disso, este pilar integra pontuações de risco poligénico nos exames clínicos, que avaliam a predisposição genética de uma pessoa para determinadas doenças com base em múltiplas variações genéticas.

Um dos pontos principais é o avanço da compreensão da multi-ómica, incluindo a forma como as exposições ambientais, combinadas com fatores genéticos, influenciam a doença e a resposta aos tratamentos.

Ómicas funcionais

O pilar das Ómicas funcionais dedica-se a racionalizar a investigação através do desenvolvimento de novos modelos para acelerar o ritmo da descoberta científica. Os elementos-chave deste pilar incluem a criação de laboratórios especializados para o cultivo de linhas celulares e o avanço de tecnologias como a epigenética e a sequenciação de ARN de uma só célula.

Estas tecnologias são importantes para estudar os mecanismos de ativação e desativação dos genes, bem como para analisar as funções das células individuais.

Além disso, este pilar investiga microrganismos com potenciais benefícios terapêuticos, aprova estratégias para a terapia genética e analisa a idade biológica e os indicadores de fragilidade do doente.

Ómicas digitais

O pilar das Ómicas Digitais está centrado em tornar a informação genómica mais acessível e viável para os profissionais de saúde, integrando-a diretamente nos registos médicos. Esta iniciativa envolve a criação de parcerias com líderes institucionais para estabelecer estruturas de gestão de dados e definições normalizadas para a informação sobre ómicas em toda a Mayo Clinic. Ao facilitar o acesso à informação multiómica, o pilar visa reduzir os obstáculos à investigação e promover a inovação.

Espera-se que a estratégia ómica inovadora do Centro, impulsionada pela IA e estruturada em torno de pilares fundamentais, melhore as doenças, os diagnósticos, os prognósticos e os tratamentos. Esta abordagem já está a fornecer um quadro para abordagens escaláveis destinadas a satisfazer as necessidades individuais dos doentes.

 
 
SPECS 2030
A Organização Mundial de Saúde (OMS) acaba de lançar a iniciativa SPECS 2030, inserida na Global SPECS Network que tem como...

Portugal pode e deve juntar forças com a rede global de participantes relevantes nesta iniciativa para abordar a falta de acesso a cuidados para a saúde da visão, quanto ao erro refrativo. 

“Em Portugal, mais de 6 milhões de pessoas experienciam limitações devidas ao erro refrativo e centenas de milhares esperam anos para receber os cuidados para a saúde da visão que tanto necessitam. O investimento de 1 euro em cuidados para a saúde da visão retorna 9 euros em produtividade. A visão é central na prestação de cuidados de saúde e só não vê isso, quem não quer ver” afirma Raúl de Sousa, Presidente da Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO), Entidade de Utilidade Pública. 

O erro refrativo não corrigido é a principal causa de deficiência visual na população infantil e adulta. Globalmente, estima-se que apenas 36% das pessoas com deficiência visual ao longe devido a erro refrativo tenham acesso a óculos apropriados, enquanto mais de 800 milhões de pessoas têm uma deficiência de visão ao perto (presbiopia) que poderia ser abordada com óculos de leitura. 

A APLO apoia totalmente a SPECS 2030, tendo em conta que a deficiência visual e cegueira evitável por falta de acesso as consultas para a saúde da visão e aos óculos necessários para o erro refrativo continua a ser uma realidade em Portugal.  Para combater este problema, a APLO apela às entidades governativas e todos os intervenientes relevantes da área da Optometria para que contribuam para a promoção de medidas que assegurem que ninguém sofre destas condições por escassez de apoios e recursos.  

 
CNS Braga com especialista de renome em Doenças do Movimento
O neurologista e especialista em Demência de Alzheimer e Doenças do Movimento, Professor Doutor Miguel Gago, junta-se ao corpo...

Com uma vasta experiência académica e profissional, o Professor Doutor Miguel Gago é Doutorado em Medicina e tutor clínico da Unidade Curricular Neurociências Clínicas na Escola de Medicina da Universidade do Minho. Em 2018 concluiu o Doutoramento em Medicina, na área de investigação científica do controlo postural e da marcha em doenças Neurodegenerativas.

O Professor Doutor Miguel Gago é um membro ativo em sociedades científicas nacionais e internacionais de Doenças do Movimento, tendo sido Presidente da Sociedade Portuguesa de Doenças do Movimento (SPDMov) de 2015 a 2018. Além disso, destaca-se como investigador principal e coinvestigador em diversos estudos e ensaios clínicos sobre Demência de Alzheimer e Doenças do Movimento, com 21 artigos indexados publicados e participação como revisor convidado em revistas científicas.

“As perturbações do movimento são problemas clínicos que comprometem de forma severa a independência funcional do doente. É imperioso que exista um acompanhamento adequado e especializado de uma equipa multidisciplinar de profissionais de saúde. Sendo este o principal foco do CNS, não podia estar mais entusiasmado por integrar uma equipa repleta de profissionais excecionais, que trabalham diariamente para melhorar o bem-estar dos seus pacientes”. – afirma o Professor Doutor Miguel Gago com entusiasmo.

A coordenadora do CNS Braga, Doutora Margarida Rodrigues, também mostrou entusiasmo com o reforço da equipa clínica nas suas declarações: “No CNS Braga, estamos empenhados em oferecer aos nossos pacientes o mais alto nível de cuidados neurológicos. A incorporação do Professor Doutor Miguel Gago no nosso corpo clínico reforça o compromisso do CNS com a excelência médica”.

A unidade do CNS de Braga foi inaugurada no início de 2024, constituindo um avanço indispensável para o tratamento de doenças neurológicas na região norte de Portugal. Localizado na Rua 31 de Janeiro, o CNS Braga oferece um acompanhamento personalizado, especializado e multidisciplinar, com um corpo clínico composto por neurologistas, médicos de outras especialidades, fisioterapeutas, terapeutas da fala, psicólogos e outros profissionais de saúde. A abertura desta nova unidade teve como objetivo proporcionar um tratamento mais abrangente e de qualidade, tornando o CNS Braga num centro de referência para pacientes da região norte do país.

 
1 de junho
A Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL), vai organizar, no dia 1 de junho, um seminário sobre transplantes de medula...

O evento vai contar com várias palestras, a cargo de profissionais de saúde, focando os diversos aspetos que a transplantação envolve. As boas vindas serão dadas pelo presidente da APCL, seguindo-se Maria João Gutierrez, do IPO de Lisboa, que abordará os diversos passos envolvidos na colheita de células progenitoras hematopoiéticas para transplante.

Depois desse enquadramento, o Professor Manuel Abecasis, presidente da APCL, abordará três tipos diferentes de transplantação – autólogo, alogénico e haploidêntico –, seguindo-se uma conversa sobre o papel da equipa de enfermagem nos transplantes de medula óssea, com a intervenção de Milene Correia Pereira, enfermeira do IPO de Lisboa.

A segunda parte do seminário vai contar com Carla Malveiro, da Fundação Champalimaud, para falar da importância do exercício físico antes, durante e após o transplante. A terminar Andreia Ribeiro, do IPO de Lisboa, irá abordar os desafios emocionais e psicológicos que se colocam a todos os envolvidos no processo.

A inscrição no evento pode ser feita através do preenchimento do formulário online, enviando email para [email protected], ou através do contacto telefónico 213 422 205. A iniciativa conta com o apoio do El Corte Inglês. 

23 a 26 de maio
É já esta semana que se realiza o 30.º Congresso Nacional de Medicina Interna (CNMI), organizado pelo Serviço de Medicina...

O congresso tem como tema principal ‘No interior da Medicina’ e visa proporcionar uma abordagem multidisciplinar e abrangente na área da medicina interna, contando com a participação de especialistas nacionais e internacionais.

Além do simpósio sobre o prognóstico cardiorrenal dos doentes com DT2, a Bayer vai apoiar a entrega do Prémio Pedro Marques da Silva, uma distinção estabelecida pela Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) para homenagear Pedro Marques da Silva, especialista de medicina interna que dedicou grande parte da sua carreira ao estudo dos lípidos e do risco cardiovascular. Este prémio tem como objetivo promover e distinguir os melhores trabalhos de investigação, na área do risco cardiovascular, e o vencedor será anunciado na sessão de encerramento do 30.º CNMI.

Para mais informações sobre o evento, consulte: https://cnmi.spmi.pt/.

 
22 e 29 de maio
Quando nasce um bebé, a vida do casal, mas em particular da mãe, passa a ser completamente dedicada ao recém-nascido, o que...

Um dos fatores que levam a mãe a viver em função do seu bebé é a amamentação, uma vez que o recém-nascido precisa de ser alimentado a cada duas horas. Isto pode levar a puérpera a sentir-se assoberbada e sem tempo para si e para descansar, algo essencial na recuperação pós-parto. A conselheira em aleitamento materno Raquel Fonseca vai ajudar as mães, na sessão de dia 22,  a prepararem-se para os desafios associados à amamentação, partilhando as melhores dicas para uma melhor gestão emocional e de tempo.

E porque a gravidez também exige algumas adaptações no dia-a-dia da gestante, principalmente para acolher as mudanças que estão a acontecer no seu corpo, vai estar presente a fisioterapeuta pélvica Rita Avelino, que vai explicar como a fisioterapia pode ser útil tanto durante a gravidez como durante o parto. Já a consultora de imagem e estilo Cristiana Silva, vai ajudar as grávidas a adaptarem as suas roupas ao seu corpo em contante mudança.

Outro fator que altera a vida quotidiana dos pais é a privação de sono e descanso, muitas vezes provocada pelas cólicas do bebé durante a noite. Na sessão de dia 29, a psicóloga Clementina Almeira, da clínica ForBabiesBrain, vai exemplificar como os pais podem ajudar a aliviar este desconforto no bebé.

Também no dia 29, as grávidas que estão na reta final da gestação podem contar com a fundadora do projeto Momm, Inês Freitas, para as apoiar na preparação do pós-parto. Sendo o autocuidado da mulher muito importante no puérpero, a especialista vai partilhar alguma informação com as grávidas para que consigam construir uma rotina que inclua tempo para elas próprias.

Ambas as sessões contam também com a participação da Crioestaminal. A importância e as aplicações terapêuticas das células estaminais do sangue do cordão umbilical serão abordadas pela diretora médica da Crioestaminal, Alexandra Machado, e pela conselheira em células estaminais Joana Gomes.

Uma das grávidas participantes nas sessões de maio das Conversas com Barriguinhas vai receber uma mala de maternidade com produtos dos parceiros da iniciativa. As inscrições estão disponíveis nas plataformas.

 
Opinião
Os linfomas cutâneos primários são um grupo heterogéneo de linfomas raros, incluindo linfomas B e T,

Na maioria dos linfomas cutâneos, após o diagnóstico de linfoma, que é realizado numa biópsia da pele, são realizados exames para saber se o linfoma está localizado somente à pele ou se afeta também os gânglios linfáticos, sangue ou outros órgãos (estadiamento). Em alguns subtipos de linfoma cutâneo, é necessária a avaliação da medula óssea para excluir a presença de linfoma nesse órgão. Isto é conseguido através de uma biópsia osteomedular, a qual é realizada somente por hematologistas. Após reunidos todos os resultados dos exames, a equipa multidisciplinar pode chegar ao diagnóstico final e definir um plano de tratamento.

Para além disso, os linfomas cutâneos têm que ser diferenciados de alguns tipos de linfoma sistémico com características semelhantes, uma vez que o seu tratamento e prognóstico é diverso. Pela sua experiência clínica no diagnóstico e tratamento de linfomas sistémicos, o contributo do hematologista é fundamental para esta distinção.

Os linfomas cutâneos são cancros do sangue com apresentação primária na pele. Isto significa que têm origem em linfócitos, células do sistema imunitário, que têm predileção pela pele. Por isso, na maioria dos casos, como só estão localizados na pele, o seu tratamento é local, incluindo cirurgia, radioterapia, fototerapia ou fármacos de aplicação tópica. Na doença avançada, que afeta várias regiões da pele, gânglios linfáticos, outros órgãos ou o sangue, o tratamento é sistémico, incluindo imunoterapia e quimioterapia. Em Portugal, são os hematologistas que prescrevem e gerem estes tratamentos sistémicos para a doença avançada. Estes tratamentos, são administrados por enfermeiros especializados em hemato-oncologia. São também os hematologistas que avaliam a indicação e elegibilidade dos doentes para transplante alogénico de medula óssea na Micose Fungóide e no Síndrome de Sézary (https://www.atlasdasaude.pt/artigos/sindrome-de-sezary-e-o-transplante-de-medula-ossea).

Por fim, os hematologistas, pela sua experiência em acompanhar os doentes desde o diagnóstico oncológico até ao fim da sua vida, contribuem para a gestão das diversas dimensões da qualidade de vida dos doentes com linfoma cutâneo. Podem ainda, dependendo da sua formação, prestar cuidados paliativos de nível básico, sabendo quando referenciar os doentes para acompanhamento por equipas de cuidados paliativos.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Projeto propõe o estudo do impacto das redes sociais na saúde e bem-estar.
O projeto SOCIAL (da autoria da investigadora da Nova SBE Rita Dias Pereira, supervisionado por Pedro Pita Barros) acaba de...

A compreensão dos efeitos da utilização das redes sociais na saúde mental e bem-estar, bem como a identificação de possíveis suscetibilidades genéticas associadas ao uso destas plataformas digitais é o grande objetivo do projeto.

Destacando-se pela sua abordagem inovadora, o projeto SOCIAL propõe o estudo de eventos marcantes (como a fuga de informação do Facebook em 2021, proibição do TikTok em dispositivos governamentais em 2022, a transição do Instagram para um feed algorítmico em 2016, entre outros) para examinar o seu impacto nos utilizadores de redes sociais. Em paralelo, propõe recorrer a dados genéticos moleculares para estudar fatores genéticos que influenciem suscetibilidades para o uso excessivo ou aditivo de redes sociais.

A bolsa agora conquistada revela não só a pertinência do tema mas também a importância da presente investigação. ‘Em 2022, 63% da população mundial utilizava ativamente as redes sociais, passando em média 2 horas e 27 minutos diários nestas plataformas. Apesar da sua adoção generalizada, a nossa compreensão sobre o impacto das redes sociais na saúde e bem-estar permanece limitada, principalmente devido à falta de acesso a dados sobre o uso das redes sociais. O projeto SOCIAL explora várias bases de dados únicas e adota uma abordagem abrangente para investigar os efeitos e suscetibilidades associados ao uso das redes sociais’ afirma a investigadora Rita Dias Pereira, acrescentando ‘este conhecimento é fundamental para desenvolver políticas inteligentes e eficazes que promovam o bem-estar individual numa era de rápida evolução digital. Esta proposta introduz uma nova perspetiva na investigação das redes sociais.’

A bolsa agora conquistada pela Nova SBE renova o posicionamento da escola como centro de excelência em investigação e educação, confirmando o seu papel vital na vanguarda do pensamento académico e na resolução de desafios complexos que afetam a nossa sociedade.

 
Investigação Internacional
Uma equipa de investigação internacional, liderada pela Universidade de Lisboa (UL) e pela Universidade de Coimbra (UC),...

Com o aumento da esperança média de vida, o número de pessoas afetadas pela doença de Alzheimer tem vindo a aumentar em todo o mundo, sendo esta patologia a causa mais comum de demência. Tratando-se de uma doença sem causa conhecida (sabe-se apenas que existem vários fatores de risco), as comunidades médicas e científicas têm-se dedicado à descoberta de respostas sobre a sua origem e à identificação de novos e melhores tratamentos, nomeadamente através de ensaios clínicos que ajudam a perceber a manifestação da doença, a sua progressão e impactos.

No entanto, “não têm existido soluções abrangentes provenientes dos ensaios clínicos na última década, o que poderá ter como possível origem o facto de estarmos perante uma população de doentes considerados homogéneos, quando bioquimicamente são heterogéneos, como provado neste nosso estudo”, explica o investigador do Centro de Neurociências e Biologia Celular da UC (CNC-UC) e do Centro de Inovação em Biomedicina e Biotecnologia (CiBB) e um dos autores do estudo, Bruno Manadas.

Neste artigo científico – intitulado Pathophysiological subtypes of mild cognitive impairment due to Alzheimer’s disease identified by CSF proteomics e publicado na revista Translational Neurodegeneration – os investigadores conseguiram, então, mostrar “a presença de subgrupos bioquímicos dentro de um grupo clínico bem definido de indivíduos com défice cognitivo ligeiro com biomarcadores de Alzheimer, o que pode apontar eventualmente para a existência de diferentes mecanismos de origem e progressão da doença”, avança Bruno Manadas.

A investigação permitiu, igualmente, “demonstrar que há mais proteínas – além da beta-amilóide e da tau – que permitem fazer a distinção entre pacientes com DCL-DA e doentes com défice cognitivo ligeiro (DCL) sem marcadores da doença de Alzheimer”, acrescenta o investigador. A equipa acredita que estas descobertas podem, futuramente, originar ensaios clínicos com taxas de eficácia mais elevadas, uma vez que trazem nova informação sobre os diferentes perfis bioquímicos da doença.

Este estudo contou com a colaboração de pacientes nacionais (68) e internacionais (194), num total de 262 participantes. Num primeiro momento, houve uma avaliação do ponto de vista clínico, na qual todos os participantes foram avaliados para identificar se tinham ou não défice cognitivo ligeiro (condição associada à perda de capacidades cognitivas numa proporção maior do que seria esperado tendo em conta a idade do paciente). Depois, nos doentes com DCL, foi realizada a recolha do líquido cefalorraquidiano (o LCR, líquido que circula ao redor das estruturas cerebrais) e posterior caracterização molecular. Esta abordagem permitiu identificar quais destes doentes (com DCL) tinham marcadores para a doença de Alzheimer.

Posteriormente, com recurso a ferramentas de análise de dados e a machine learning – etapa com a colaboração de investigadores da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) – foram analisados os perfis proteicos dos líquidos cefalorraquidianos. Esta análise revelou que os pacientes podiam ser classificados em dois subgrupos: o grupo de disfunção imunológica e comprometimento de barreira hematoencefálica; e o grupo de alterações de proteínas ligadas à hiperplasticidade.

Isto significa que existem pelo menos dois perfis de doentes com Alzheimer em estádios iniciais, que podem ser considerados em ensaio clínicos. Atualmente, “os doentes de Alzheimer recrutados para estes ensaios são avaliados como um grupo único, não considerando, portanto, os seus diferentes perfis bioquímicos”, destaca o investigador da UC. “Esta diferenciação pode levar a ensaios clínicos com taxas de eficácia mais elevadas e, como tal, é importante que a comunidade clínica e farmacêutica esteja a par destes subgrupos que identificámos”, sublinha.

O estudo foi desenvolvido no âmbito do projeto de investigação Além da Beta-Amilóide - As Alterações Patogénicas Precoces na Doença de Alzheimer, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, que é liderado pelo docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL), Alexandre de Mendonça, e cocoordenado por Bruno Manadas.

Seguem-se agora novas etapas de investigação, uma vez que “a continuidade deste estudo será essencial para perceber se estamos perante uma nova classificação de doentes de Alzheimer nas suas fases iniciais”, remata Bruno Manadas.

Participaram também no estudo outros investigadores: Daniela Moutinho (FMUL), Vera Mendes (CNC-UC e CiBB), Alessandro Caula (FCUL e Universidade de Bolonha), Sara Madeira (FCUL), Inês Baldeiras (CNC-UC, CiBB e Faculdade de Medicina da UC), Manuela Guerreiro (FMUL), Sandra Cardoso (FMUL), Johan Gobom (Universidade de Gotemburgo e Hospital Universitário Sahlgrenska), Henrik Zetterberg (Centro de Hong Kong para Doenças Neurodegenerativas, Universidade de Wisconsin-Madison, Instituto de Investigação de Demência do Reino Unido, Universidade de Gotemburgo, Hospital Universitário Sahlgrenska e University College London), Isabel Santana (Serviço de Neurologia da Unidade de Local de Saúde de Coimbra, CNC-UC, CiBB e Faculdade de Medicina da UC) e Helena Aidos (FCUL).

O artigo científico está disponível em https://doi.org/10.1186/s40035-024-00412-1.

Ciclo de eventos online “Career Paths in Science” realiza-se a 21 de maio e 18 de junho
A The Non-Conformist Scientist (NCS), uma organização sem fins lucrativos criada por cientistas e para cientistas, vai...

Nos dias 21 de maio e 18 de junho, esta plataforma online pioneira irá promover a reflexão sobre os diferentes rumos que uma carreira em ciência pode seguir e demonstrar que as capacidades, adquiridas ao longo de uma formação científica, são versáteis e podem ser aplicadas em diversos contextos.

Cada sessão contará com oradores de distintas áreas profissionais, que irão partilhar a sua experiência e percursos académico e profissional. Assim, uma vez que os estudantes geralmente não têm acesso a informação sobre carreiras científicas alternativas, pretende-se explorar o dia-a-dia de cada vertente, principais desafios, oportunidades e outros temas que despertem a curiosidade dos participantes e dos oradores.

Ana Cadete, fundadora da organização, afirma que “um dos pilares da missão da NCS é empoderar e orientar os profissionais de ciência em todo o mundo, com uma comunidade de mulheres unida e disposta a ajudar”. Acrescenta ainda que “estes eventos são o espelho disso mesmo, onde através da partilha de experiências em diversas áreas, será possível demonstrar a diversidade das carreiras científicas alternativas à típica carreia académica. Este webinar destina-se, particularmente, a alunos de mestrado, doutoramento e pós-doutoramento, os quais pretendemos orientar para a sua próxima etapa profissional. Um doutoramento é subvalorizado e, como tal, queremos ajudar os cientistas em início de carreira a perceber que mais valias têm e em que trabalhos as podem aplicar”.

Em algum ponto da sua formação doutoral, a maioria dos alunos encontrar-se-á na encruzilhada mais comum de uma carreira científica: academia ou indústria? Apesar da academia continuar a reter muitos investigadores que ambicionam um dia ter o seu grupo de investigação, a verdade é que a indústria está cada vez mais competitiva, apresentando uma possibilidade de carreira científica dinâmica e com investigação cada vez mais inovadora. Para os indecisos, os curiosos e todos os que querem aprender sobre ambas as vertentes, na sessão de dia 21 de maio, às 19h de Portugal, serão exploradas as áreas de Academia, com a Dra. Ina Huppertz (Group Leader, Max Planck Institute for Biology of Ageing); Indústria com a Dra. Samantha Sarrett (Senior Director, Eli Lilly), e, por fim, de Transição Académica e Indústria, com a coach de carreiras Lauren Celano (cofundadora e CEO da Propel Careers).

Para aceder ao webinar “Career Paths in Science”: https://streamyard.com/watch/bfKQFj7U7kAd

Prémio promovido pela Ordem dos Médicos e pela Fundação BIAL
Os candidatos à 4ª edição do Prémio Maria de Sousa têm até 31 de maio para submeter individualmente os seus projetos de...

No total, o prémio vai distribuir até 150 mil euros, por um máximo de cinco vencedores residentes em Portugal ou no estrangeiro.

Através deste galardão, pretende-se celebrar e dar continuidade ao trabalho da cientista Maria de Sousa, uma personalidade que deixou uma marca indelével no desenvolvimento científico e académico em Portugal e no mundo.

Presidido pelo neurocientista Rui Costa, o júri é composto por investigadores que foram muito próximos de Maria de Sousa: Maria do Carmo Fonseca, Presidente do Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes (iMM), Miguel Castelo-Branco, Diretor do Centro de Imagem Biomédica e Investigação Translacional (CIBIT) da Universidade de Coimbra, Joana Palha, Professora Catedrática da Escola de Medicina da Universidade do Minho, e João Relvas, investigador e Group Leader no Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S).

Desde a sua criação em 2021, o Prémio Maria de Sousa recebeu 193 candidaturas, tendo selecionado 15 projetos de investigação para galardoar e apoiar. Os projetos apoiados nas três edições realizadas focam-se em diversas áreas das Ciências da Saúde, tais como doenças cardiovasculares, cancro, doença do sono, neurociências, doenças degenerativas, lúpus ou alzheimer.

Mais informações sobre esta edição, incluindo regulamento e submissão de candidaturas, disponíveis aqui.

Laboratório de longevidade
As Irmãs Hospitaleiras Idanha | Sintra – Casa de Saúde da Idanha foram distinguidas esta sexta-feira 17 de maio, com o...

O AgeLab Sintra representa um avanço significativo no campo da saúde e bem-estar dos idosos, aproveitando a experiência centenária das Irmãs Hospitaleiras em cuidados de saúde mental para promover a reabilitação, proteção e valorização da população sénior. Este projeto não só beneficiará os mais velhos, mas também será uma valiosa plataforma para investigadores, profissionais de saúde, estudantes e voluntários, proporcionando um espaço onde todos possam contribuir para o avanço desta área vital.

O principal objetivo do AgeLab Sintra é fomentar o desenvolvimento de práticas inovadoras e eficazes na prevenção e tratamento das demências, bem como na promoção de uma longevidade saudável. Através de um ambiente de colaboração e sinergia com diversos parceiros locais e academia, o laboratório garantirá um impacto social significativo, beneficiando toda a comunidade envolvente.

A distinção com o Prémio Fidelidade Comunidade é um reconhecimento do compromisso e dedicação das Irmãs Hospitaleiras na contribuição para uma comunidade de impacto.

Recomendações
"A dor é um dos aspetos mais perturbadores" na vida do doente que convive com a XLH, ou ra

De acordo com a médica, a XLH "é uma doença crónica que perturba o metabolismo fosfo-cálcico devido à perda renal de fosfato, um elemento fundamental nos processos de mineralização dos ossos, na formação e manutenção da dentição saudável e em vários processos metabólicos do organismo". Entre as complicações associadas, a especialista destaca, em idade pediátrica, "a craniossinostose, deformidade do crânio por fusão prematura das suturas, deformidades ósseas, atraso no crescimento e baixa estatura". 

"As deformidades ósseas, que ocorrem sobretudo a nível dos membros inferiores, associam-se frequentemente a dor óssea, causam atraso no início e alteração da marcha, cansaço e limitação na mobilidade e capacidade para as atividades físicas", adianta revelando que esta condição conduz a "um impacto negativo na qualidade de vida e na autoestima destas crianças/jovens e também das famílias".

Deste modo, sublinha a importância do diagnóstico precoce. Quanto mais cedo o tratamento adequado for iniciado, maiores as chances de "prevenir e melhorar as deformidades ósseas e, consequentemente, a motricidade" do doente. 

No entanto, se, frequentemente, o diagnóstico da XLH se obtém nos primeiros anos de vida, há, no entanto, casos que são diagnosticados em fases e idades mais avançadas, com múltiplas complicações associadas. 

De acordo com Armando Barbosa, Diretor Clínico da Paincare, "a dor na deformação óssea pode ocorrer por várias razões, dependendo da natureza da deformação e de quaisquer condições subjacentes". Por exemplo: 

  • Pressão nos nervos: "Se a deformação óssea estiver a pressionar os nervos circundantes, isso pode causar dor. Por exemplo, no caso de uma deformidade como um esporão ósseo, pode haver compressão nos tecidos moles circundantes, resultando em dor".
  • Inflamação: "A presença de uma deformação óssea pode levar a inflamação nos tecidos circundantes, causando dor. A inflamação pode ser resultado de lesão, uso excessivo da articulação ou condições inflamatórias subjacentes, como artrite".
  • Alterações na biomecânica: "Deformidades ósseas podem alterar a biomecânica normal da área afetada. Isso pode levar a desgaste irregular das articulações e dos tecidos circundantes, resultando em dor".
  • Instabilidade articular: "Certas deformidades ósseas podem levar à instabilidade das articulações, o que pode causar dor crónica devido ao stress anormal nas estruturas circundantes".
  • Lesões associadas: "Deformidades ósseas podem aumentar o risco de lesões adicionais nos tecidos moles circundantes, como ligamentos e tendões, o que pode resultar em dor adicional".

Do mesmo modo, explica que também o seu tratamento vai depender da "causa subjacente da deformidade e da intensidade da dor". 

Segundo o especialista, estas são algumas das opções de tratamento que podem ser consideradas:

  • Medicamentos para alívio da dor: "Analgésicos de venda livre, ou anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) podem ajudar a aliviar a dor leve a moderada. Se a dor for mais intensa, o médico pode prescrever analgésicos mais potentes como opióides";
  • Fisioterapia: "Exercícios específicos para fortalecer os músculos ao redor da área afetada pela deformidade óssea. Isso pode ajudar a melhorar a estabilidade e reduzir a dor"; 
  • Órteses e dispositivos de apoio: "Dependendo da natureza da deformidade, o uso de órteses, talas ou dispositivos de apoio pode ajudar a aliviar a pressão sobre a área afetada e proporcionar suporte adicional", 
  • Injeções: "Injeções de corticosteroides podem ser administradas diretamente na área afetada para reduzir a inflamação e aliviar a dor. Outros tipos de injeções, como injeções de ácido hialurónico, ou plasma rico em plaquetas podem ser usadas para lubrificar a articulação e reduzir o atrito"; 
  • Cirurgia: "Em alguns casos, especialmente se a deformidade óssea estiver a causar dor intensa e a comprometer a função, a cirurgia pode ser necessária para corrigir a deformidade. Isso pode envolver a remoção do osso extra (osteotomia), a fusão de articulações ou a substituição da articulação afetada"; 
  • Tratamento da condição subjacente: "Se a deformidade óssea for causada por uma condição subjacente, como artrite reumatoide ou osteoartrite, o tratamento dessa condição subjacente pode ajudar a reduzir a dor e retardar a progressão da deformidade".

Para além destas opções terapêuticas, Clara Gomes, especialista em Nefrologia Pediátrica, destaca a importância da integração de outras estratégias como o "apoio psicológico, técnicas de relaxamento, promover integração em grupos de apoio e também o suporte social" para ajudar a conviver com a dor. 

"O apoio da Reumatologia ou de uma Consulta de Dor podem constituir uma ajuda importante em estabelecer planos individualizados", reforça.

Também Armando Barbosa, sublinha a  importância do acompanhamento individualizado: "é fundamental consultar um médico para avaliação e discussão das opções de tratamento mais adequadas ao seu caso específico. O tratamento ideal dependerá da causa e da gravidade da deformidade, bem como de outros fatores individuais".

 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Dia 24 de maio
“Serviços de urgência: quando e como utilizar, para não sobrecarregar!” é o mote da próxima sessão informativa do Projeto Saúde...

A sobrecarga dos serviços de urgência tem sido amplamente debatida nos últimos tempos. Apesar de algumas medidas de contingência, as consequências deste cenário traduzem-se em longas horas de espera dos utentes e impactam severamente a capacidade de resposta das unidades de saúde, colocando em causa o atendimento de situações verdadeiramente urgentes.

A sessão será conduzida por Rita Sequeira, enfermeira especialista da Unidade Local de Saúde do Algarve, com o objetivo de alertar para a importância de se reduzir a utilização inapropriada ou evitável dos serviços de urgência dos hospitais e apresentar alternativas seguras e com qualidade.

“Esta iniciativa responde à necessidade dos nossos utentes e da população em geral em saber como utilizar de forma racional os serviços de urgência. É cada vez mais importante investir na literacia em saúde e na capacitação das pessoas para navegarem no sistema de saúde e tomarem as suas decisões em saúde de forma responsável”, afirma Ricardo Valente Santos, psicólogo e gestor do projeto Saúde Mental 360º Algarve.

“Tudo isso contribui para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos e a sustentabilidade do sistema de saúde”, conclui.

As sessões informativas ‘’Saúde em Dia’’ pretendem esclarecer a população algarvia sobre importantes temas relacionados com a área da saúde e prevenção e gestão da doença, através de uma comunicação simples e objetiva, que desmitifica alguns conceitos. Para isso, contam com o apoio de profissionais de saúde e de associações de doentes associadas à Plataforma Saúde em Diálogo, que se juntam nesta missão de promover a qualidade de vida e o bem-estar da comunidade idosa do Algarve.

A iniciativa é gratuita e aberta ao público em geral, devendo as inscrições ser feitas neste link: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLScLjPGQBvsm-vBO4Q6KXgTHjYCbs-0iGed5CazIY1IoYJYN4w/viewform

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