Opinião
A pandemia trouxe à luz ineficiências de longa data nos paradigmas de funcionamento biofarmacêutico,

Também o setor da prestação de serviços às empresas, pode aproveitar a tecnologia para promover interações mais significativas e convenientes com médicos e pacientes. Os médicos, por sua vez, podem estar mais interessados em experimentar novos produtos se forem promovidos de forma mais adequada, e os pacientes podem ter mais confiança nos produtos farmacêuticos como resultado de um maior envolvimento.

Neste sentido, os benefícios de aumentar a eficiência organizacional e de adotar uma estratégia centrada no cliente são óbvios, e podem ser uma situação vantajosa para todas as partes envolvidas. Os fabricantes devem assegurar-se, por isso, de que capitalizam a dinâmica gerada pelos projetos de transformação digital acelerada, ajustamentos estratégicos, e reestruturação comercial, a fim de permanecerem competitivos no futuro e assegurarem a viabilidade do modelo operacional.

Ainda assim, algo a considerar para investir ou devem os investidores ser mais cautelosos?

Neste cenário, alguns cientistas acreditam que a biotecnologia está na sua "era dourada". Os avanços científicos estão a preparar o caminho para novas estratégias de tratamento e prevenção de doenças que anteriormente eram apenas uma teoria. Também criam uma panóplia de opções de investimento, já que muitas ações biotecnológicas são bastante atrativas. Encontramos empresas que recorrem a inteligência artificial para encontrar melhores tratamentos para doenças neurológicas e imunológicas; empresas que estão a criar uma plataforma de medicina imunológica utilizando a biologia inata do sistema imunitário adaptativo para transformar o diagnóstico e tratamento de várias doenças e ainda negócios biofarmacêuticos que investigam, desenvolvem e comercializam medicamentos de baixo peso molecular para o tratamento do cancro e de doenças imunológicas.

O leque é distinto e permite antecipar um futuro tecnologicamente renovado para este setor.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Bolsas inseridas no programa Pfizer Global Medical Grants (GMG)
Está a decorrer o processo de Submissão de Propostas a um Programa Competitivo de Bolsas promovido pela Pfizer, estando...

Os projetos deverão ser submetidos até dia 1 de março de 2022. Apenas serão aceites as propostas que sejam submetidas nos prazos indicados.

Posteriormente, os projetos serão analisados por um painel de revisores independente, que irá selecionar os projetos para financiamento. A Pfizer não tem influência sobre nenhum aspeto dos projetos e apenas solicita relatórios sobre os resultados e o impacto dos mesmos, para partilha pública.

Estas bolsas estão inseridas no programa Pfizer Global Medical Grants (GMG), criado para apoiar iniciativas independentes, com o objetivo de melhorar os resultados em saúde e responder a necessidades médicas não satisfeitas, alinhadas com a estratégia científica da Pfizer.

Para mais informações consulte: 2022 Global Hemophilia ASPIRE

 

Principais conclusões da Reunião do Healthcare User Group (HUG)
A GS1 Portugal, entidade responsável pelo desenvolvimento de standards para a saúde, promoveu uma nova edição da Reunião do...

O tema central desta sessão incidiu sobre o ponto de situação da implementação do Regulamento dos Dispositivos Médicos, a nível europeu, desde o último encontro, em setembro deste ano.

As principais alterações, como explicou Madalena Centeno, Gestora de Saúde e Standards da GS1 Portugal, prendem-se com a publicação dos Módulos II e III da plataforma, que dizem respeito ao Registo de Dispositivos Médicos e aos Organismos Notificados e Certificados. Ainda no mês de novembro, foram publicados documentos de apoio à implementação destes dois módulos e foi criado um site de acesso à base de dados EUDAMED na qual se incluem operadores económicos e certificados dos dispositivos médicos.

Está também confirmado que esta plataforma, que representa mais um passo na criação de uma linguagem global comum de incentivo à rastreabilidade de produtos no setor da saúde e combate à sua contrafação, estará 100% funcional no final de 2023.

Até lá, e sendo o carregamento de UDI - Unique Device Identifiers voluntário, a MedTech Europe e a APORMED recomendam que não seja inserida qualquer informação na plataforma.

Já no que diz respeito ao Regulamento de Dispositivos Médicos de Diagnóstico in-vitro, a implementação foi adiada para maio de 2025, dependendo da classe dos dispositivos.

Ainda durante a sessão, aproveitando o encontro entre especialistas do setor da saúde, foram discutidos temas mais técnicos, como a obrigatoriedade do uso do pictograma UDI nas embalagens com múltiplas unidades, e apresentado o Healthcare Reference Book, um livro que sistematiza case studies de sucesso um pouco por todo o mundo.

No final, houve ainda tempo para a partilha das principais conclusões da GS1 Healthcare Online Summit, dos premiados do estudo de níveis de serviço Benchamarking Saúde da GS1 Portugal e ainda dos próximos eventos marcados para 2022 que dizem respeito ao setor. Neste último ponto, destaque para o Seminário de Saúde da GS1 Portugal marcado para o dia 12 de maio de 2022.

Intensificar a vacinação
A vacinação por si só não é suficiente para travar o impacto da variante Ómicron, e são necessárias medidas "fortes"...

É necessário "proteger a população mais vulnerável" nos próximos meses e não há tempo suficiente para o conseguir com as vacinas atuais, alerta esta instituição em comunicado.

As vacinas existentes demonstraram uma eficácia "elevada" contra a variante Delta e, por isso, deve-se continuar com a sua administração, quer contra a circulação dessa variante, quer para "reduzir" o impacto do Ómicron.

Até agora, a vacina salvou quase meio milhão de pessoas, prossegue o ECDC, mas há que intensificar os esforços para avançar com a vacinação de toda a população, bem como administrar a dose de reforço "o mais rapidamente possível".

Mas temos também de ter em conta que, sublinha, por si só, a vacina não será suficiente face à Ómicron. 

Reduzir os riscos
Especialistas da Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendaram hoje que os cidadãos globais tomem precauções extremas nas...

"Para reduzir os riscos, podemos reduzir as reuniões de uma certa dimensão, garantir que somos vacinados ou fazer testes rápidos para ver qual é o nosso estado atual", disse a responsável pela área técnica anti-covid da OMS, Maria Van Kerkhove, no seu encontro semanal com os internautas através das redes sociais.

Priorizar atividades ao ar livre ao invés de atividades interiores, usar uma máscara se não houver a distância certa num recinto, ou ventilá-la corretamente foram outras recomendações do especialista americano para as celebrações do final do ano.

“Tens de reduzir as hipóteses de te infetares e certificares-te de que és vacinado, especialmente se fizeres parte de um grupo de risco", acrescentou o diretor da OMS para as Emergências sanitárias, Mike Ryan, da Irlanda, na mesma reunião virtual.

Dr. Ângelo Rebelo
Muita gente, quando se fala em Cirurgias Plásticas, pensa estar a referir-se a Cirurgias Estéticas,

São específicos e concretos os casos de crianças que têm indicação para se submeter a uma cirurgia estética que possa realizar-se com as técnicas já referidas, sob anestesia local e sem internamento. Neste caso, a condicionante é a possibilidade de a realizar com este tipo de anestesias. Contudo, são possíveis, dependendo da idade da criança e da situação a tratar. Se necessário podem ser realizadas sob anestesia geral com novas técnicas e fármacos que permitem não ter que se ficar internado.

A fronteira entre o estético e o reconstrutivo é por vezes difícil de distinguir.

Na consulta, não sendo possível realizar a cirurgia, serão os pais aconselhados e encaminhados para locais e especialistas adequados. Os pais em geral sentem-se angustiados e confusos quando se trata de escolher um tratamento cirúrgico para os seus filhos, mesmo quando estes se mostram interessados em corrigir alguma característica física. Em procedimentos electivos, como é o caso da otoplastia (correcção das «orelhas de abano»), a decisão fica mais difícil. Se a criança não se mostrar incomodada com a situação, os pais devem manter-se atentos, sem forçar uma cirurgia. Mas, se a criança for alvo de troça, que possa comprometer a sua auto-estima, o apoio dos pais pode ser fundamental, informando e amparando o desejo às vezes inconsciente da criança de encontrar uma solução, principalmente pelo medo dos sofrimentos de um procedimento cirúrgico.

Algumas cirurgias podem significar um grande avanço na sociabilidade de certos adolescentes, desde que sejam bem ajustados emocionalmente. Os pais devem ter em mente que a interpretação das componentes da auto-estima sofrem uma modificação com a maturidade, de forma que nenhuma cirurgia deve ser imposta a uma criança ou adolescente, nem tão pouco o jovem deve forçar uma situação cirúrgica que o especialista não julgue conveniente.

Por último deve referir-se que, na adolescência, muitas situações começam a despertar no adolescente incómodo ou mesmo perturbação: é algo que lhes desagrada e causa problemas, sejam as «orelhas de abano», as mamas pequenas ou tão grandes que causam dores nas costas, inviabilizam roupas ou idas à praia, todas estas situações e outras gerando menor socialização e falta de rendimento escolar, etc., levando-os a reivindicar a resolução da situação, o que não acontece provavelmente com as crianças. Nestes casos não se deve ignorar o que atormenta estes jovens e crianças, devendo ser escutados e não ignorados ou mesmo retaliados por reclamarem do que não gostam. Devem ser ajudados, em primeiro lugar pelos que lhes são mais próximos (pais, familiares, amigos…) e depois procurar ajuda especializada através de uma primeira consulta com um Especialista da matéria, devidamente credenciado e registado em Portugal na Ordem dos Médicos e que opere num local com todas as condições de segurança, qualidade e apetrechado para este tipo de cirurgias, com toda a equipa experiente neste tipo de cirurgias, desde os auxiliares, passando pelos enfermeiros, anestesistas até ao cirurgião.

Escolher bem e devidamente é o primeiro passo para o êxito e para evitar complicações.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Poupança entre 19% e 52% nos custos médicos diretos
Uma revisão da literatura publicada na Advances in Therapy assinala que, nos doentes com artrite reumatoide (AR), a remissão...

“A artrite reumatoide não só tem uma carga física e emocional significativa na vida das pessoas que sofrem desta doença crónica e progressiva, como está também associada a um impacto financeiro substancial”, afirmou Sepideh F. Varon, vice-presidente para a Health Economics and Outcomes Research do Departamento de Imunologia da AbbVie. “Além do impacto fundamental que a remissão pode ter na vida dos doentes, as conclusões desta revisão salientam a poupança a ela associada em termos de custos diretos e indiretos.”

Ficou demonstrado que alcançar remissão na AR permite uma poupança entre 19% e 52% nos custos médicos diretos (p. ex. diminuindo o número de consultas em ambulatório/de especialidade, internamentos, exames médicos/exames imagiológicos/análises clínicas, cirurgias, fisioterapia e ortoses), e entre 37% e 75% nos custos indiretos (p. ex. reduzindo a perda de produtividade laboral e a incapacidade para o trabalho). Os doentes com controlo sustentado da doença apresentaram ainda menos exacerbações da doença e necessitaram de menos recursos para o tratamento da doença, tais como consultas, exames ou fisioterapia, em comparação com outros níveis de atividade da doença.

“Está bem estabelecido que alcançar taxas elevadas de remissão no início do percurso terapêutico pode, a longo prazo, ajudar os doentes a conservar a função articular e a evitar a incapacidade. Porém, esta publicação inclui dados novos e muito necessários sobre os benefícios económicos obtidos quando se alcança a remissão”, afirmou Andrew Ostor, principal autor da revisão da literatura e consultor em Reumatologia no Cabrini Medical Centre, Melbourne, Austrália. “Estas conclusões reforçam ainda a importância da estratégia 'treat-to-target' para alcançar remissão na AR, algo que é igualmente recomendado nas orientações clínicas.”

A remissão clínica na AR pode ser definida como a ausência ou a ocorrência mínima de sinais e sintomas de inflamação, incluindo dor nas articulações, dor à palpação e rigidez matinal. Os critérios frequentes de avaliação de remissão clínica baseiam-se no Índice de atividade da doença com 28 articulações (DAS28), no Índice simplificado de atividade da doença (SDAI), no Clinical Disease Activity Index (CDAI) e na remissão boleana. O DAS28 representa os critérios de avaliação de remissão clínica mais frequentemente utilizados na prática clínica e nos ensaios clínicos. Alcançar a remissão significa atingir determinados índices usando estes critérios de avaliação (p. ex., DAS28 ˂ 2,6; SDAI ≤ 3,3; CDAI ≤ 2,8).

Choque cardiovascular é uma das principais causas de mortalidade em crianças gravemente doentes
É através de uma câmara fotográfica com microscopia eletrónica incorporada que uma equipa de médicos, do Centro Hospitalar...

Muito frequente nos hospitais em todo o mundo, sobretudo nos Serviços de Urgência e Unidades de Cuidados Intensivos, o choque cardiovascular é uma das principais causas de mortalidade em crianças gravemente doentes, aumentando em cerca de 4 vezes a sua taxa de mortalidade e estando associado a pior prognóstico. Embora seja frequentemente diagnosticado, a resposta ao tratamento do choque pediátrico ainda é pouco compreendida e difícil de prever.

É ao nível da microcirculação, responsável pela entrega de sangue e oxigénio aos tecidos, que se verificam alterações nos doentes graves em choque, pelo que métodos de monitorização para medir a macrocirculação (como a pressão arterial) apresentam um baixo desempenho como marcadores da função cardiovascular nestes casos.

“O projeto Sublingual microcirculation as a non-invasive assessment tool of cardiovascular performance in critically ill children visa testar um método de avaliação não invasiva da microcirculação sublingual que permita, no futuro, criar modelos preditivos de decisão clínica que possam melhorar o tratamento de crianças gravemente doentes que se apresentem em choque cardiovascular”, explica Mafalda Castelão, Médica Interna de Formação Especializada em Pediatria Médica e representante da equipa do protocolo vencedor.

Além do trabalho e dedicação desta equipa médico-científica, o projeto "Redes neurais convolucionais para avaliação do grau de cronicidade em biópsias renais”, da equipa representada por Ana Carolina Pimenta, Médica Interna de Formação Especializada de Nefrologia, do CHUC, e o “Tear film mediators after corneal cross-linking”, da equipa representada por Celso Costa, Médico Interno de Formação Especializada em Oftalmologia, do CHUC, viu atribuída uma Menção Honrose e um prémio no valor de 1500€ . 

O Prémio MSD de Investigação em Saúde, uma distinção criada em 2019, tem como objetivo destacar projetos diferenciadores que apresentam real impacto para o avanço e melhoria da saúde em Portugal, de forma a permitir a sua implementação, estimulando, assim, a investigação científica junto das faixas mais jovens que seguem a carreira médica.

 

Situação Epidemiológica
Desde ontem foram registados cerca de 6 mil novos casos de infeção pelo novo coronavírus e 11 mortes em território nacional. O...

A região Norte foi a região do país que registou maior número de mortes, desde o último balanço: cinco em 11. Segue-se a região Centro com três óbitos a assinalar nas últimas 24 horas. A região de Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve registaram mais um óbito cada.

De acordo com o boletim divulgado hoje pela DGS, foram ainda diagnosticados 5.800 novos casos. A região de Lisboa e Vale do Tejo foi a que registou a maioria dos casos, nas últimas 24 horas: 2.111, seguida da região Norte com 1.688 novas infeções. Desde ontem foram diagnosticados mais 1.223 casos na região Centro, 167 no Alentejo e 423 no Algarve. Quanto às regiões autónomas, o arquipélago da Madeira conta agora com mais 148 infeções, e os Açores com 40.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 967 doentes internados, mais 14 que ontem. Também as unidades de cuidados intensivos têm agora mais oito doentes internados, desde o último balanço: 150.

O boletim desta quarta-feira mostra ainda que, desde ontem, 3.586 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 1.119.335 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 67.960 casos, mais 2.203 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm sob vigilância mais 911 contactos, estando agora 92.620 pessoas em vigilância.

Aumenta a imunidade independentemente de qual a vacina administrada inicialmente
O Comitê de Medicamentos para Uso Humano (CHMP) da Autoridade Europeia do Medicamento (EMA) divulgou, hoje, a sua opinião...

Esta recomendação tem como base dados que demonstram que a vacina da Jassen, administrada numa única dose, ou como dose de reforço pelo menos dois meses após esquema vacinal completo para aumentar a proteção contra COVID-19 sintomática, induz respostas imunológicas robustas e duráveis quer de anticorpos, quer a nível de imunidade celular (as respostas de imunidade celular têm vindo a ser demonstradas como potencialmente importantes para uma proteção duradoura e contra doença grave).

De acordo com os dados, a vacina da Janssen aumenta a proteção em 75% contra COVID-19 sintomática, em termos globais, após a inoculação da dose de reforço dois meses após a vacina primária e oferece 100% de proteção contra doença grave, após 14 dias de inoculação da dose de reforço.

Por outro lado, realça-se o facto de a dose de reforço da vacina da Janssen aumentar a imunidade independentemente de qual a vacina administrada inicialmente.

 

Pelo seu trabalho junto das pessoas com diabetes
A Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) foi a organização distinguida com o Prémio de “Excelência, Inovação e...

O prémio foi recebido ontem à tarde e trata-se de uma iniciativa da Federação Internacional da Diabetes – Europa, para distinguir o que melhor se faz na inovação e em prol da comunidade da diabetes. 

José Manuel Boavida, presidente da APDP, declara, em resposta à atribuição do prémio, que “Estamos muito honrados e felizes por este reconhecimento internacional atribuído à associação pelo seu constante compromisso com a melhoria da vida das pessoas com diabetes em Portugal, na Europa e no mundo. Em pleno ano de pandemia por covid-19 tudo é pouco para salientar o impacto que a diabetes tem em Portugal e no mundo, principalmente nas atuais condições. A vontade política para por na ordem do dia a luta contra a diabetes penso que receberá um novo impulso com este prémio”. 

A APDP é a associação de diabetes mais antiga do mundo, com mais de 95 anos de experiência na área da diabetes. Foi fundada em 1926 pelo médico Ernesto Roma para fornecer insulina a quem não tinha meios económicos para a obter, facto que torna ainda mais relevante a atribuição deste prémio no ano em que se assinala o centenário da descoberta da insulina. 

Em comunicado a Associação explica que “a necessidade de aumentar a consciencialização para uma melhor gestão e prevenção da diabetes na comunidade levou a APDP a criar a Escola da Diabetes, um centro de formação dedicado para profissionais de saúde, pessoas com diabetes, seus familiares e cuidadores e a promover o desenvolvimento de Casas da Diabetes onde a educação e a interajuda encontrem novas formas de promoção da autonomia e capacitação das pessoas com diabetes”.

“A APDP está fortemente empenhada nesta capacitação da comunidade e tem implementado projetos de intervenção em bairros da área da Grande Lisboa, e em breve por todo o país, com o objetivo de implementar um sistema de cuidados à diabetes mais resiliente e humano a nível local”, acrescenta.

 

Academia Mamãs Sem Dúvidas promove sessão no próximo dia 27 de dezembro.
Antes de o ano terminar, a Academia Mamãs Sem Dúvidas tem preparada mais uma edição do “Especial Grávida”, que se vai realizar...

Tendo como objetivo dar continuidade ao compromisso de estar ao lado das futuras mães, promovendo um espaço de partilha de conhecimento e esclarecimento de dúvidas das grávidas portuguesas, a Mamãs Sem Dúvidas vai ter em destaque na sua 21.ª edição do “Especial Grávida” três temáticas:

  • “Primeiros socorros pediátricos”, com o contributo da Enfermeira Carmen Pacheco, especialista em saúde materna e obstetrícia, e fundadora do projeto Mãe.
  • “O presente e o futuro das células estaminais”, com as explicações de Adélia Mendes, formadora do laboratório de criopreservação BebéVida;
  • “Sinais do trabalho de parto”, com a participação da Enfermeira Telma Cabral, especialista em saúde materna e obstetrícia, e fundadora do projeto Momentos de Ternura.

Apesar de a participação ser gratuita, as futuras mamãs devem inscrever-se obrigatoriamente no site Mamãs sem Dúvidas, aqui. Desta forma, as participantes ficam habilitadas a ganhar um cabaz de produtos no valor de 440€, que será composto por: uma mala de maternidade Bioderma; um intercomunicador Miniland; uma bomba manual Nuvita; um peluche das Mascotes BebéVida; um pack pós-parto Elifexir; um aquecedor biberões Philips; e um Baby Nest Voksi. A vencedora será anunciada no dia 28 de dezembro no perfil de Instagram da Mamãs Sem Dúvidas .

Para mais informações sobre a Academia Mamãs sem Dúvidas, conteúdos informativos ou próximos eventos consulte o website mamassemduvidas.pt . 

Nova tabela inclui pela primeira vez consultas de nutrição
A Ordem dos Nutricionistas aplaude a ADSE pela correção da tabela de preços do regime convencionado, que passa agora a incluir,...

“Só podemos estar satisfeitos com esta decisão. Se já é inimaginável que existam poucos nutricionistas no Serviço Nacional de Saúde, ao serviço da população, seria impensável que a ADSE não comparticipasse consultas de nutrição”, salienta Alexandra Bento, bastonária da Ordem dos Nutricionistas.  

Para Alexandra Bento, esta retificação é o resultado direto do diálogo aberto que a ADSE permitiu que a Ordem dos Nutricionistas estabelecesse, desde o primeiro momento. “É fundamental que entidades como a ADSE tenham a competência de refletir sobre a preponderância que a nutrição tem na saúde de todos os portugueses e que, principalmente, tenham a capacidade de tomar as melhores decisões”, acrescenta a bastonária. 

Recorde-se que a ADSE emitiu, a 01 de setembro, tabelas de preço a pagar pelo subsistema de saúde e beneficiários aos prestadores com acordo, que não incluíam a comparticipação de consultas de nutrição. A Ordem dos Nutricionistas considerou esse um “erro crasso”, que agora se vê corrigido. 

Estudo FMUC
A Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), em conjunto com profissionais de saúde, está a realizar um estudo...

Este estudo faz parte do projeto IDIAL-NET, um projeto inovador e colaborativo entre Portugal e Espanha, intitulado “Rede Transfronteiriça de Inovação no Diagnóstico Precoce da Leucemia para um envelhecimento saudável”, no qual participa uma equipa de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, bem como a Administração Regional de Saúde Centro (ARSC).

Os interessados em participar neste programa de deteção da leucemia devem entrar em contacto com o seu médico de família. O agendamento para colheita de sangue é efetuado pelo médico de família e a colheita do sangue é realizada na Faculdade de Medicina (Pólo 3, junto ao Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, CHUC) por profissionais de saúde experientes.

Liderado pela Fundacion de Investigacion del Cáncer da Universidad de Salamanca (FICUS), o projeto é desenvolvido no âmbito da IDIAL-NET, uma rede multidisciplinar na área de medicina preventiva populacional, financiada pela União Europeia em 1,15 milhões de euros, através programa INTERREG/POCTEP, que visa promover o envelhecimento saudável e ganhos em saúde em ambas as regiões (região Centro de Portugal e Leão e Castela de Espanha), apostando na prevenção e deteção precoce da leucemia linfocítica crónica (LLC), a leucemia mais frequente no mundo ocidental, bem como das complicações da doença.

Este estudo pretende ainda «melhorar o conhecimento sobre os mecanismos moleculares envolvidos no desenvolvimento e progressão da linfocitose B monoclonal (MBL), uma doença benigna que pode preceder o desenvolvimento da LLC. A identificação precoce desta entidade poderá promover o

desenvolvimento de programas de monitorização minimamente invasivos essenciais para um envelhecimento saudável», explica Ana Bela Sarmento Ribeiro, docente da FMUC e coordenadora do projeto em Portugal.

«Caso o resultado da análise seja positivo (deteção da alteração no sangue), o médico de família, em articulação com médicos hematologistas do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), fará o acompanhamento clínico», esclarece.

Colaboram no projeto médicos e outros profissionais de saúde e investigadores altamente especializados nas áreas da saúde pública, oncologia, hematologia, envelhecimento, genética e diagnóstico laboratorial e com vasta experiência em robótica e desenvolvimento de dispositivos médicos. Mais informação sobre o projeto IDIAL-NET está disponível em: http://idialnet.usal.es/pt/projeto/.

8ª Farmacopeia reeditada
A Bluepharma, em parceria com a Universidade de Coimbra, lança edição fac-similada da Pharmacopea Bateana. Este é o oitavo...

A apresentação da obra, realizada na Sala de São Pedro da Biblioteca Geral, esteve a cargo de João Rui Pita, professor da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, contando ainda com a presença de Amílcar Falcão, Reitor da Universidade, de João Gouveia Monteiro, Diretor da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra e de Alexandre Dias Pereira, Diretor da Imprensa da Universidade.

Publicada pela primeira vez em 1690 pelo prestigiado clínico britânico George Bate, a Pharmacopea Bateana chega a Portugal em 1713 numa tradução de D. Caetano de Santo António, que explica mesmo porque se decidiu avançar com este trabalho: lendo a achei nela tão excelentes receitas que as comuniquei a alguns sapientíssimos Professores assim da Medicina, como da Pharmaceutica, os quaes me pediram as mandasse imprimir.

A reedição agora apresentada conta ainda com alguns tópicos importantes que D. Caetano, com base na sua experiência profissional, acrescentou ao original.

Num ano em que celebra 20 anos de história, a Bluepharma afirma desta forma o compromisso para com um projeto que teve início em 2014 e prolongar-se-á por mais dois anos. No total, dez farmacopeias serão reeditadas, numa criteriosa seleção do Professor Doutor João Rui Pita, para evocar o conhecimento do passado e facilitar a sua partilha no futuro.

Para o Presidente da Bluepharma, Paulo Barradas Rebelo, “a partilha de conhecimento histórico é fundamental. Reconhecemos e respeitamos o contributo dos nossos antepassados, que nos trouxe até ao momento presente, e consideramos importante celebrá-lo sempre com os olhos postos no futuro.”.

A Universidade de Coimbra orgulha-se de continuar a divulgar, em condições de grande dignidade científica e editorial, o nosso mais rico património bibliográfico e documental. Numa parceria que se tem revelado muito produtiva e afetuosa, prosseguimos numa rota de disseminação do conhecimento no seio da sociedade, pressuposto crucial para a tomada de decisões informadas e para a existência de políticas sustentáveis.

Dois estudos independentes
Duas investigações independentes, uma da Universidade de Oxford e outra da Universidade de Innsbruck, chegaram à mesma...

Segundo a investigação da Universidade de Oxford, o regime completo com duas doses da vacina contra o coronavírus não induz um nível suficiente de anticorpos contra a nova variante e existe o perigo de reinfeção. De acordo com o estudo, qualquer uma das vacinas atuais contra o coronavírus não gera anticorpos suficientes para proteger contra uma nova infeção.

Para chegar a estas conclusões, a equipa da Universidade de Oxford isolou espécimes da variante ómicron num paciente do Reino Unido e inocularam-no com o soro de pessoas vacinadas com AstraZeneca ou Pfizer. Descobriram que, face a esta nova variante, houve "uma diminuição substancial" do nível gerado de anticorpos neutralizantes – os anticorpos que se ligam a um vírus e interferem com a sua capacidade de infetar uma célula.

Os especialistas recordam que "atualmente não existem evidências que indiquem que a Ómicron tenha um maior potencial para causar doenças graves, hospitalizações ou morte entre a população vacinada".

Entre os vacinados com a vacina da AstraZeneca, o nível de anticorpos gerados contra a nova variante ficou abaixo do que era detetável em todos, menos num caso. Enquanto que no grupo vacinado com a vacina da Pfizer os níveis de anticorpos caíram quase 30 vezes contra a Ómicron em comparação com as outras variantes e num dos casos, abaixo dos níveis detetáveis.

Um dos principais autores deste estudo, sublinha que "estes dados serão de ajuda para aqueles que estão a desenvolver vacinas e estratégias de vacinação".

"Embora não haja indícios de um risco acrescido de doença grave ou morte por causa do vírus nas populações vacinadas, temos de ser cautelosos, uma vez que o aumento das infeções irá pressionar o sistema de saúde", disse.

A investigação da Universidade de Innsbruck também registou uma queda significativa de anticorpos que reagiram à nova variante, e muitas amostras de sangue não mostraram resposta.

Tanto as equipas de Innsbruck como de Oxford disseram que iriam expandir a sua investigação para as doses de reforço.

Opinião
Ansiedade, stress, cansaço são “estados de alma” cada vez mais prementes nos dias que correm.

Noites mal dormidas, dores de cabeça, esquecimento, tristeza, transtornos gastrointestinais, um sistema imunitário mais fragilizado são muitos dos sinais que o organismo vai evidenciado como alerta.

Além de uma correta higiene de sono, praticar exercício físico e tentar baixar os níveis de stress, a questão que se impõe é: haverá alimentos estratégicos, capazes de aumentar os níveis de energia? Capazes de levantar o estado de espírito?

Na verdade, a alimentação funciona como um todo. As vitaminas e sais minerais funcionam em sinergia para manter todas as funções vitais e o equilíbrio do organismo, mas há umas vitaminas em particular que têm essa particularidade, as do complexo B.

Estas vitaminas são as que retardam a fadiga, aumentam os níveis de energia e auxiliam a função psicológica. As fontes alimentares são variadas: leguminosas, carne, peixe, ovos, cereais integrais, vegetais de folha verde e lacticínios.

Mas foquemo-nos em duas em especial, as vitaminas B6 e B9. Estas duas vitaminas podem ser consideradas “as vitaminas do humor” já que a primeira está diretamente relacionada com transtornos de humor e a segunda tem uma intervenção direta no sistema neurológico.

A vitamina B6, ou piridoxina, é importante para o sistema imunitário e para a produção de neurotransmissores como por exemplo a serotonina. A serotonina atua como um regulador de sono, apetite, ritmo cardíaco, temperatura corporal e funções cognitivas. Por isso mesmo, quando se encontra em baixa concentração pode causar mau humor, dificuldades em dormir, ansiedade ou mesmo depressão. As maiores concentrações de vitamina B6 podem ser encontradas na banana, nozes, batata, carne e peixe.

No caso da vitamina B9 ou ácido fólico, participa diretamente na formação de novas células através da síntese de DNA, na formação do tubo neural na gestação, na produção de glóbulos vermelhos levando um maior aporte de oxigénio a todo o organismo, assim como na formação de neurotransmissores, aumentado a eficácia na transmissão de impulso nervosos entre neurónios. Feijão, vegetais de folha escura, gema do ovo e amendoins são fontes alimentares de ácido fólico.

E como nem só de emoções vive o cérebro, há que fazer a ligação entre estas duas vitaminas e a saúde intestinal. Com toda a certeza que já ouviu falar que o intestino é o nosso segundo cérebro e que as emoções e frustrações podem ter impacto não só na saúde digestiva, como no sistema imunitário, já que 70% das células de defesa vivem nas paredes do intestino.

Quem nunca sentiu uma deceção tão grande que parece que levou um murro no estômago? Ou quando estamos apaixonados e sentimos borboletas na barriga? Ou andarmos num estado de ansiedade tão grande que passamos a vida a “correr” para a casa de banho? Não é mais do que a ligação direta entre o cérebro e o intestino. Nesse sentido podemos afirmar que estas duas vitaminas têm uma abordagem holística, melhorando não só o humor, mas também alavancando o sistema imunitário, desta forma aumentamos a nossa energia e as nossas defesas.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Cidadãos elegíveis devem apresentar uma declaração médica eletrónica
Numa carta enviada à Direção-Geral da Saúde (DGS), a Plataforma Saúde em Diálogo alertou para a falta de informação...

A Plataforma Saúde em Diálogo tem recebido diversos relatos, através das 56 associações de doentes que a integram, que evidenciam um desconhecimento generalizado, por parte dos cidadãos com doença crónica, da informação e respetivos procedimentos para aceder às vacinas gratuitas contra a gripe que fazem parte do contingente público do SNS nas farmácias comunitárias.

“Foram já vários os cidadãos que, cumprindo os requisitos para vacinação gratuita nas farmácias, nos informaram não conseguir usufruir deste seu direito, devido à ausência de uma declaração médica eletrónica. Isto leva-nos a antecipar algum grau de insucesso no processo de vacinação da população inserida nos grupos de risco, e com idade inferior a 65 anos, e uma possível sobrecarga do Serviço Nacional de Saúde quando atingirmos o pico do inverno”, refere a presidente da Plataforma Saúde em Diálogo, Rosário Zincke. 

Na carta enviada à DGS, a Plataforma reforça a importância de existir uma “comunicação estruturada e objetiva por parte das autoridades de saúde, tanto para os cidadãos como para os profissionais de saúde”, de forma a garantir “o sucesso de medidas de saúde pública como esta, contribuindo simultaneamente para ganhos em saúde da população e para uma redução do desperdício de recursos públicos”.

Para receberem a vacina contra a gripe de forma gratuita, os cidadãos elegíveis devem apresentar uma declaração médica emitida eletronicamente através da Plataforma de Prescrição Eletrónica de Medicamentos (PEM), que pode depois ser enviada ao utente por SMS ou entregue em papel.

As vacinas gratuitas contra a gripe fazem parte do contingente do Serviço Nacional de Saúde disponibilizado às farmácias aderentes ao Programa “Vacinação SNS Local” e são destinadas aos cidadãos que cumpram os critérios de elegibilidade da Norma 006/2021 da DGS. A Norma da DGS indica que as vacinas são dirigidas a todas as pessoas entre os seis meses de idade e os 64 anos, inclusive, com as doenças crónicas ou condições identificadas pela DGS.

A lista de farmácias que dispõem de vacinas do contingente do SNS está disponível através do site das Farmácias Portuguesas e do site da Associação de Farmácias de Portugal.

Situação Epidemiológica
Desde ontem foram registados cerca de 3.600 novos casos de infeção pelo novo coronavírus e 14 mortes em território nacional. O...

A região Norte foi a região do país que registou maior número de mortes, desde o último balanço: cinco em 14. Segue-se a região Centro com quatro óbitos a assinalar nas últimas 24 horas, e o Algarve com três mortes registadas. A região de Lisboa e Vale do Tejo, a par da região Autónoma da Madeira, registou um óbito deste ontem.

De acordo com o boletim divulgado hoje pela DGS, foram ainda diagnosticados 3.591 novos casos. A região de Lisboa e Vale do Tejo foi a que registou a maioria dos casos, nas últimas 24 horas: 1.159, seguida da região Norte com 1.148 novas infeções. Desde ontem foram diagnosticados mais 792 casos na região Centro, 98 no Alentejo e 211 no Algarve. Quanto às regiões autónomas, o arquipélago da Madeira conta agora com mais 170 infeções, e os Açores com 13.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 953 doentes internados, menos 41 que ontem. Também as unidades de cuidados intensivos têm agora menos dois doentes internados, desde o último balanço: 142.

O boletim desta terça-feira mostra ainda que, desde ontem, 6.358 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 1.115.749 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 65.757 casos, menos 2.781 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm sob vigilância mais 950 contactos, estando agora 91.709 pessoas em vigilância.

Saiba o que são, para que servem e quais os cuidados a ter
Os medicamentos antipsicóticos são uma classe de fármacos utilizados para o tratamento sintomático d

1. O que são e como funcionam os medicamentos antipsicóticos? Quais os seus mecanismos de ação?

Os medicamentos antipsicóticos são psicofármacos que atuam nas Perturbações Psicóticas (Esquizofrenia, Mania, Agitação Psicomotora grave) controlando a agitação grave (tranquilização e sedação), combatendo os delírios e as alucinações.

O seu mecanismo de ação consiste no bloqueio dos neurorreceptores dopaminérgicos.

2. Que patologias são tratadas com recurso a este tipo de medicamento?

Esquizofrenia, Episódio maníaco da Perturbação Bipolar e, em doses baixas, na ansiedade grave ou como potenciadores dos antidepressivos nas depressões resistentes.

3. Que tipos de antipsicóticos existem? Quais as principais diferenças entre os antipsicóticos de primeira e segunda geração?

A principal diferença entre os APG e os ASG é nos efeitos colaterais (extrapiramidais, síndrome maligno dos neurolépticos, neurotoxicidade) mais pronunciados nos primeiros.

4. Quais os principais efeitos colaterais associados a este tipo de medicação e quais os grandes benefícios/ mais valias na utilização desta segunda geração de antipsicóticos?

Os 5 principais benefícios dos ASG são: efeitos colaterais menos graves, maior adesão, maior prevenção de recaídas, efeito neuroprotetor e menor taxa de mortalidade

5. No caso particular da esquizofrenia, como atuam e como são utilizados?

Os ASG atuam nos sintomas positivos (delírios e alucinações) mas também nos sintomas negativos (inibição, anedonia).

6. Com que outros medicamentos podem ser conjugados?

Dependendo dos sintomas predominantes associados (ansiedade ou depressão) podem usar-se ansiolíticos, indutores do sono (benzodiazepinas) ou antidepressivos (predominantemente os SSRIs).

7. Quais os principais critérios para a definição de um plano terapêutico para o tratamento da esquizofrenia?

Conhecendo nós que a adesão à terapêutica dos doentes com perturbações psicóticas (esquizofrenia, mania ou outras) é reduzida, muito abaixo dos 50%, o plano terapêutico mais indicado é o da utilização de Injetáveis de Libertação Prolongada (ILP), logo no seu primeiro episódio.

Isto porque a lesão ocasionada pelo primeiro episódio psicótico a nível cerebral é substancial (diminuição da substância cinzenta cortical). Os ASG e não os de PG protegem o doente desta lesão (neuroprotetores).

8. E o que pode condicionar a resposta terapêutica? É frequente haver necessidade de ajustar a medicação? Que fatores podem contribuir para esta necessidade?

O atraso no início da terapêutica é a principal causa da ineficácia do tratamento. Quanto mais tarde for instituída a terapêutica menor é a eficácia e também a adesão. O controlo da medicação (muito difícil ou impossível quando a via é a oral), o controlo dos sintomas (através de consulta frequentes), o apoio da família (programas educacionais).

9. Quais os cuidados a ter na sua utilização?

Os principais cuidados referem-se aos efeitos colaterais (extrapiramidais, mais frequentes, síndrome maligno dos neurolépticos, mais raro).

10. Quais as principais barreiras de acesso a este tipo de medicamento, e o que pode representar a cedência gratuita de medicamentos antipsicóticos simples em contexto de acompanhamento clínico, pelos estabelecimentos do Serviço Nacional de Saúde?

A - As principais barreiras à substituição dos APG pelos de SG 

1. Económica (doente de baixo rendimento)

2. Aparente estabilidade do doente (valorização apenas da melhoria dos sintomas positivos, desvalorizando os sintomas negativos e os aspetos da funcionalidade do doente)

3. Família (não aceitação de maior dinâmica e maior atividade do doente com algumas funcionalidades psíquicas aumentadas, nomeadamente a vontade, o desejo e o “drive”)

4. Médico (inércia, dificuldade de dialogar/empatizar com o doente)

5. Decisões das direções de gestão das instituições (má economia de custos)

B - Barreira ao uso de Injetáveis de Libertação Prolongada (ILP)

1 – Dos doentes

a) Têm um conhecimento limitado ou inadequado sobre ILD, em virtude de só 50% dos psiquiatras os informarem com pormenor. Porque quando os doentes são informados, iniciam a terapêutica mais cedo e aceitam-na ou são neutrais em 2/3 dos casos, rejeitando-a apenas em 1/3.

b) Medo da agulha e da injeção.

c) Medo de perda de controlo sobre a medicação.

d) Estigma da injeção como um ato coercivo.

e) Custos das deslocações e do medicamento.

2 – Do clínico

a) O clínico pode ser uma barreira, tanto por conhecimento insuficiente ou pouca experiência, como por excesso de confiança (acredita que o doente toma a medicação).

b) A pouca clareza das guidelines (não atualizadas) e a contradição de alguns estudos publicados contribuem para a ambivalência do médico que acaba por transmitir a sua insegurança ao doente.

3 – Dos gestores e responsáveis políticos - a barreira maior, porque desconhecem ou, pior, ignoram os estudos de farmacoeconomia existentes.

Evidentemente que se estes medicamentos forem distribuídos gratuitamente o item da barreira ao seu uso “económica (doente de baixo rendimento), predominante nesta patologia, desaparece. Contudo as outras barreiras têm de ser trabalhadas, sob pena de os doentes continuarem a não ter acesso a estes tratamentos.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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