Prémio Grünenthal/ASTOR 2015
A criação de uma pastilha dissolúvel na boca, contra a dor em doentes com mucosite oral, valeu à investigadora Filipa Cosme...

Segundo a investigadora, a pastilha, que contém um anestésico e um antifúngico, pretende dar "a maior comodidade possível" ao doente, com várias aftas na boca e dor associada durante muito tempo.

Filipa Cosme Silva esclareceu que a pastilha propõe-se ser um substituto da solução líquida que actualmente se administra nos hospitais aos pacientes, que se veem em dificuldades para bocejar devido à dor.

A mucosite oral é uma inflamação na boca, caracterizada por várias aftas e dor prolongada, que surge em doentes com cancro, devido a tratamentos de radioterapia e quimioterapia, e em doentes do aparelho digestivo.

A pastilha desenvolvida pela investigadora, no âmbito da sua tese de mestrado, em fase de conclusão, na Faculdade de Farmácia de Lisboa, tem na sua composição o anestésico lidocaína e o antifúngico nistanina, além de água, gelatina, glicerina e goma-arábica.

"Dissolve-se mais lenta ou rapidamente, se o doente assim o entender", assinalou Filipa Cosme Silva, acrescentando que o paciente "pode deslocar a pastilha para onde tem mais dor".

No caso de doentes que perderam a capacidade de produzir saliva, como é os que se submeteram a quimioterapia ou radioterapia para tratar cancros na cabeça ou no pescoço, a pastilha estimula a salivação, assegurou a investigadora, que trabalha nos serviços farmacêuticos do Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

Filipa Cosme Silva adiantou que qualquer doença que provoque disfagia (dificuldade de deglutição) "pode beneficiar da pastilha".

As potencialidades do medicamento, que foi administrado a pessoas "mais ou menos saudáveis", apenas com "uma ou duas aftas", mas que se sentiram melhor, terão de ser ainda testadas em doentes, ressalvou.

A confirmar-se o seu sucesso no tratamento de pacientes, Filipa Cosme Silva pretende desenvolver, posteriormente, outras pastilhas, com outras substâncias activas, como terapêutica para doenças do aparelho digestivo.

As conclusões do estudo que deram à investigadora o Prémio Grünenthal/ASTOR 2015 vão ser apresentadas, em Março, num congresso de farmacêutica hospitalar, em Hamburgo, na Alemanha.

A investigação foi desenvolvida numa parceria entre o Instituto de Investigação do Medicamento, da Faculdade de Farmácia de Lisboa, e o Centro Hospitalar Lisboa Norte, do qual faz parte o Hospital de Santa Maria.

O galardão destina-se a distinguir trabalhos, em língua portuguesa, sobre investigação clínica para o tratamento da dor, e que são apresentados sob a forma de comunicação oral.

O prémio é atribuído pela Fundação Grünenthal, que promove o estudo e tratamento da dor, e pela Associação para o Desenvolvimento da Terapia da Dor/ASTOR.

A distinção foi entregue, em Lisboa, durante o Convénio da ASTOR, que pretendeu debater ideias e propostas para a melhoria do diagnóstico e tratamento da dor crónica e aguda e da dor no doente com cancro.

Em Angola
A ministra do Comércio angolana, Rosa Pacavira, anunciou que o Banco Nacional de Angola (BNA) está a reforçar a...

A governante falava aos jornalistas depois de se reunir em Luanda com importadores nacionais e bancos comerciais, encontro em que participou o governador do BNA, José Pedro de Morais Júnior e que serviu para analisar as dificuldades sentidas pelas empresas no acesso a divisas, face à quebra da cotação do barril de petróleo no mercado internacional.

De acordo com Rosa Pacavira, verificam-se "constrangimentos relativos aos pagamentos" de mercadoria importada, com remessas em atraso desde Novembro, devido à escassez de divisas.

"O BNA está neste momento a disponibilizar remessas para os bancos, de forma gradual, para que então se possa fazer o pagamento daqueles importadores de produtos alimentares e medicamentos, essencialmente. Para que tenhamos então os produtos a entrarem para o país", afirmou a governante, no final do encontro.

Não foram adiantados valores em concreto, sendo que na semana passada o BNA vendeu aos bancos comerciais, de acordo com dados recolhidos junto da instituição, 300 milhões de dólares (267 milhões de euros) em divisas.

Na origem do problema está a diminuição de receitas de venda do barril de crude por Angola, o que fez diminuir a entrada de divisas no país, provocando a escassez de dólares no mercado e dificultando o pagamento das empresas a fornecedores internacionais.

O presidente da Associação Industrial de Angola, José Severino, em declarações, já defendeu uma desvalorização de 8% na moeda nacional, o kwanza, para travar a crescente procura de dólares no mercado, cuja cotação disparou devido à crise no petróleo.

Aproveitando a reunião com os importadores, a ministra do Comércio apontou que, "num total despeito", há produtores que chegam a Luanda sem o devido licenciamento, pelo que serão tomadas medidas, nomeadamente fazendo-os reverter para instituições de solidariedade social.

"O produto que não está licenciado não está autorizado a entrar no país e temos que tomar algumas medidas, cautelares, neste sentido, para que futuramente os importadores não importarem produtos que não estejam licenciados", rematou Rosa Pacavira.

Relatório da UE
Agências Europeias publicam a primeira análise de resultados integrados de seres humanos e animais.

A utilização de certos agentes antimicrobianos em animais e seres humanos está associada a resistência a esses mesmos agentes a bactérias de animais e seres humanos. Há também diferenças importantes no consumo de antimicrobianos entre os países europeus. Estes são alguns dos resultados da primeira análise integrada de pessoas, animais e alimentos feita na Europa e publicado em conjunto pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (AESA) e a Agência Europeia de Medicamentos (EMA).

O primeiro relatório conjunto do ECDC / AESA / EMA sobre a análise integrada do consumo de agentes antimicrobianos e a ocorrência de resistência "também identifica as limitações dos dados que precisam ser abordadas para permitir uma análise mais aprofundada e desenhar novas conclusões. Isto inclui dados sobre o consumo dos antimicrobianos nos hospitais em mais países europeus e a monitorização das bactérias resistentes na flora das pessoas saudáveis e doentes.

Esta análise foi realizada a pedido da Comissão Europeia e combina dados de cinco redes de monitorização europeus que junta informação dos Estados-Membros da Islândia, Noruega e Suíça.

Esta abordagem holística tem como objectivo permitir uma melhor utilização dos dados existentes e fortalecer os sistemas de vigilância coordenados sobre o consumo de antimicrobianos e resistência aos mesmos na medicina humana e veterinária. Para além de permitir que os decisores políticos decidam sobre a melhor forma de combater a resistência antimicrobiana em humanos e animais.

O relatório conjunto irá informar sobre o plano de acção da Comissão Europeia contra as crescentes ameaças de resistência antimicrobiana. Os dados também irão contribuir para o estabelecimento de metodologias e prioridades na luta contra o desenvolvimento das resistências.

Este é o primeiro de uma série de relatórios que EMA, a EFSA e ECDC planeiam publicar com base nos dados recolhidos em diversas redes de monitorização. O acesso a dados precisos sobre o uso de antimicrobianos e a ocorrência de resistência é um passo essencial para desenvolver e acompanhar políticas que minimizem o desenvolvimento de antimicrobianos eficazes para as gerações futuras.

Em Cantanhede
A Associação Europeia de Bancos de Sangue do Cordão Umbilical reuniu-se hoje em Cantanhede com o objectivo de partilhar e...

Em declarações, André Gomes, director da Crioestaminal, disse que a associação europeia, de que esta empresa sediada no Biocant Park, em Cantanhede, é sócia fundadora, reúne cerca de 70 por cento das amostras do sangue do cordão umbilical existentes a nível europeu.

"Os objectivos para 2015 passam por ajudar a desenvolver o setor e continuar a investigação para desenvolver mais aplicações [de células estaminais]", disse André Gomes.

Embora cada empresa possua os seus próprios projectos de investigação, o responsável da Crioestaminal frisou que estão a ser investigadas aplicações para paralisia cerebral e autismo, bem como a eventual aplicação do tecido do cordão umbilical no tratamento de doenças autoimunes - aquelas em que o sistema imunitário ataca tecidos saudáveis do corpo humano.

De acordo com André Gomes, até à data, as células estaminais são usadas no tratamento de mais de 80 patologias como leucemias, anemias, linfomas ou doenças metabólicas hereditárias, entre outras, tendo sido realizados mais de 30 mil transplantes.

O responsável da Crioestaminal frisou ainda que a associação europeia do sector, com sede em Bruxelas e denominada Cord Blood Europe, "pretende garantir ‘standards' muito elevados de qualidade e segurança" e reúne, para além de Portugal, empresas localizadas na Alemanha, Bélgica, Grécia, Dinamarca e Polónia.

A Crioestaminal é o segundo maior banco europeu de amostras de sangue do cordão umbilical ao nível da capacidade de armazenamento - o maior é um banco belga - e o quarto em número de amostras armazenadas, cujas instalações, recentemente ampliadas, foram hoje dadas a conhecer aos parceiros estrangeiros, no âmbito da assembleia anual da associação realizada em Cantanhede.

A Cord Blood Europe, frisou, pretende estender a sua actividade a outros bancos europeus, "desde que cumpram os necessários critérios de qualidade", alegou.

No início de Fevereiro
O especialista em Economia e Finanças e ex-presidente da Entidade Reguladora da Saúde, Álvaro Almeida, assume no início de...

“Designo, em regime de comissão de serviço, por um período de cinco anos, renovável por igual período, o licenciado Álvaro Santos Almeida, para exercer o cargo de presidente do conselho directivo da Administração Regional de Saúde do Norte”, lê-se no despacho do Ministro da Saúde publicado quinta-feira em Diário da República.

Álvaro Almeida é professor associado da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP), onde é presidente do Agrupamento Científico de Economia e director do Mestrado em Gestão e Economia de Serviços de Saúde, e leciona unidades curriculares da área da economia e políticas de saúde.

É também professor e coordenador de cursos na área da gestão e instituições de saúde da Porto Business School (PBS) e investigador associado do CEF.UP – Center for Economics and Finance at UP.

É ainda consultor na área da economia, gestão e políticas de saúde, tendo coordenado vários estudos para instituições públicas e privadas (como o estudo “As Medidas na Saúde: da racionalização à excelência”, realizado pela PBS para o Health Cluster Portugal).

Tem participado em grupos de trabalho governamentais (actualmente é coordenador da Comissão de Acompanhamento da Reforma Hospitalar e membro da Comissão Nacional para os Centros de Referência, e foi presidente do Grupo de Trabalho Turismo de Saúde) e é avaliador economista externo do INFARMED.

Álvaro Almeida é doutorado em Economia pela LSE - London School of Economics and Political Science (Reino Unido), licenciado em Economia pela FEP e Mestre em Economia pela FEP.

Entre outros cargos, foi presidente do Conselho Directivo da Entidade Reguladora da Saúde (2005-2010), presidente do Conselho de Administração da Espaço Atlântico – Formação Financeira (2001-2003), economista do Fundo Monetário Internacional (1997-2000) e investigador no Financial Markets Group da London School of Economics (1994-1997).

A CReSAP, Comissão de Recrutamento e Selecção para a Administração Pública, tinha apresentado ao Governo três candidatos - Álvaro Fernando Santos Almeida, Fernando Alberto Alves e José Miguel Dias Paiva - para substituir o actual presidente do conselho directivo da ARS Norte, Castanheira Nunes.

O actual presidente do conselho directivo da Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte, Luís António Castanheira Nunes, foi nomeado em outubro de 2011 pelo governo para um mandato de três anos.

4 de Fevereiro - Dia Mundial de Luta contra o Cancro
No dia 4 de Fevereiro assinala-se o Dia Mundial do Cancro, uma doença que poderá levar 18 mil portugueses a necessitar de...

Este núcleo de estudos defende também que os Cuidados Paliativos introduzidos numa fase mais precoce da doença, a par dos tratamentos dirigidos à cura, melhoram a qualidade de vida e aumentam a sobrevida dos doentes.

“O cancro é das doenças para a qual temos cada vez mais tratamentos e possibilidades de cura. Contudo, com a maior longevidade da população, as doenças oncológicas também têm aumentado. Segundo as recomendações da OMS, calcula-se que cerca de 80 por cento dos doentes com cancro que virão a falecer podem necessitar de cuidados paliativos diferenciados. Assim, de acordo com a mortalidade em Portugal, cerca de 18.000 doentes com cancro podem necessitar, anualmente, destes cuidados. A necessidade de cuidados paliativos na doença oncológica não diminui, pelo contrário, aumenta se quisermos melhorar a qualidade da assistência prestada a estes doentes”, explica Elga Freire, coordenadora do Núcleo de Estudos de Medicina Paliativa (NEMPAL).

Segundo dados da European Association for Palliative Care, em 2013 Portugal estava na cauda dos países da União Europeia, com 5,05 serviços de cuidados paliativos por milhão de habitantes. Elga Freire reconhece que em Portugal ainda falta cobrir grande parte das necessidades de cuidados paliativos, seja internamento ou domicílio. Segundo esta especialista em Medicina Interna, “a resposta deve passar pela mudança dos cuidados prestados aos doentes crónicos e terminais, o que implica, sobretudo, a formação e treino em cuidados paliativos de todos os profissionais de saúde que tratam estes doentes e a criação de estruturas em número suficiente para poder responder às reais necessidades da população portuguesa”.

“É urgente haver um maior empenho das políticas de saúde e sociais para que se implementem as várias estruturas já definidas, nomeadamente os cuidados paliativos domiciliários que vão ao encontro das preferências da população portuguesa, segundo um estudo de Bárbara Gomes para o Cicely Saunders Institute, King’s College London, publicado em 2010”, assevera a coordenadora do NEMPAL.

A Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP) calcula que cerca de 90 por cento dos portugueses que precisam de cuidados paliativos não os recebe. Para Elga Freire, isto acontece porque não há respostas adequadas. “De acordo com os estudos mais recentes, 60 por cento dos doentes falecidos necessitariam de cuidados paliativos, repartindo-se equitativamente por diferentes níveis de complexidade. No que respeita às diferentes tipologias de unidades/equipas, calcula-se que serão necessárias 133 equipas de cuidados paliativos domiciliários, 102 equipas intra-hospitalares de suporte em cuidados paliativos (uma em cada instituição hospitalar), 28 unidades de internamento em hospitais de agudos e 46 unidades vocacionadas para doentes crónicos. Os recursos actuais ainda estão longe destes números”, conclui a especialista.

Indicação dada pela filha de ambos
Uma menina de 8 anos sugeriu aos pais, ambos investigadores, usar antibióticos para curar uma doença oncológica. Nas pesquisas...

Investigadores na área do cancro, na Universidade de Manchester, estavam a jantar com a filha Camilla, de 8 anos, quando lhe perguntaram o que ela achava que se devia usar para curar uma doença oncológica. A sua resposta foi: antibióticos, “como quando tenho dores de garganta”, afirmou a menina.

Pode parecer uma resposta infantil, mas a verdade é que os pais de Camilla testaram esta hipótese e descobriram que alguns antibióticos fazem com que as células tumorais parem de formar mitocôndrias, um elemento da célula que utiliza o oxigénio para produzir energia e dióxido de carbono, explica o Daily Mail, citado pelo jornal Sol.

Os pais de Camilla, Michael Lisanti e Federica Stogia, conseguiram provar que as células estaminais cancerígenas, que estão na origem dos tumores, mantendo-os vivos e fazendo com que se espalhem pelo corpo, estão repletas de mitocôndrias.

Michael e Federica provaram ainda que há quatro antibióticos que ‘matam’ as células estaminais que estão na base de diversos cancros: da mama, da próstata, do pulmão, do ovário, do pâncreas, do pele e do cérebro. E, acima de tudo, não prejudicam as células saudáveis.

Há vários estudos prévios que comprovam esta teoria, mas o Cancer Research UK alertou que se trata apenas de uma experiência laboratorial, logo não há garantias de que venha a resultar em humanos. Em homenagem, Michael e Federica colocaram o nome de Camilla como uma das autoras do estudo, que foi publicado na revista Oncotarget.

UMinho cria
Uma equipa liderada pela Universidade do Minho criou uma tecnologia que permite extrair pedras dos rins em apenas um ou dois...

Em comunicado, a Universidade do Minho (UMinho) explica que a tecnologia utiliza um campo eletromagnético para navegar com segurança uma agulha para punção do rim.

“Após os testes em animais, espera-se avançar para ensaios nos humanos a partir do próximo ano”, acrescenta.

Segundo Estêvão Lima, professor da Escola de Ciências da Saúde da UMinho, extrair pedras nos rins demora actualmente duas horas e “depende muito quer da experiência do cirurgião quer do uso de radioscopia, que pode ter consequências sérias de radiação no doente e no cirurgião”.

Na prática, pica-se com uma agulha de 20 centímetros na zona lombar do paciente, abrindo caminho aos instrumentos cirúrgicos para a remoção.

“Mas a técnica que agora criámos é mais rápida, menos invasiva e permite ver no ecrã do computador a rota que a agulha deve seguir”, resume Estêvão Lima, também cientista do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde e director do serviço de Urologia do Hospital de Braga.

O novo processo, que demora em média um a dois minutos, facilita ainda a tarefa a médicos menos experientes e aumenta a segurança dos procedimentos.

O projecto decorre em parceria com o Instituto Politécnico do Cávado e do Ave e já foi testado em animais.

Os investigadores estão a aperfeiçoar o sistema com o fim de obter o certificado para futuros testes em pessoas.

Caso estes venham a ser bem sucedidos, espera-se que o primeiro produto seja patenteado e chegue às salas de operações a partir de 2016.

A pesquisa venceu o 1.º Prémio no Simpósio da Associação Portuguesa de Urologia, foi eleita para as melhores comunicações do Congresso Europeu de Urologia 2014 e tem sido publicada em revistas científicas internacionais.

As pedras nos rins afectam uma em cada 200 pessoas, sobretudo os homens.

Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe
A mortalidade em Portugal continuou acima do esperado pelas entidades de saúde na quarta semana do ano, mas registou uma...

"A mortalidade 'por todas as causas' [está] acima do esperado", refere a nota que acompanha o Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe, divulgado pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), que acrescenta o "início provável do período de decréscimo".

Até à quarta semana deste ano, foram analisados 512 casos de síndroma gripal, segundo o boletim.

O INSA aponta que "este excesso de óbitos foi observado apenas na população com 75 ou mais anos de idade e em todas as regiões do Continente, com excepção do Algarve e das regiões autónomas".

"O aumento dos óbitos observado não pode ser atribuído a nenhuma causa específica, podendo, no entanto, estar associado ao frio extremo, ao aumento da incidência das infecções respiratórias agudas e ao início da actividade gripal", explica a informação.

A incidência do síndroma gripal situou-se nos 148 casos por cada 100 mil habitantes, na semana entre 19 e 25 de janeiro, sendo 31% dos casos detectados pertencente ao vírus A(H3), grupo genético que inclui estirpes diferentes daquelas que constam nas vacinas administradas.

A informação especifica ainda que o vírus 'influenza' do tipo B foi detectado em 64% dos casos de gripe naquela semana, continuando a ser o dominante.

Na Europa, segundo a nota, foi igualmente observado um excesso de mortalidade, em Inglaterra, Escócia, País de Gales, Holanda, França e Espanha.

Nas Unidades de Cuidados Intensivos, "foram admitidos sete novos casos de gripe, o que corresponde a uma taxa de admissão por gripe em UCI de 3,5%, inferior àquela estimada para a semana anterior", acrescenta o boletim.

Investigadores descobrem
O vírus do Ébola evolui mais lentamente do que outros, como o da gripe ou da sida, "e não o contrário, como se disse"...

"A principal característica dos vírus aéreos é a sua tendência para evoluir depressa, mas o do Ébola, felizmente, não se comporta da mesma forma", revelou Etienne Simon-Loriere, investigador do Instituto Pasteur, em entrevista telefónica à agência Efe.

De acordo com o perito, o seu centro de investigação continua a trabalhar sobre as potenciais mutações da estirpe proveniente da Serra Leoa, sendo fundamental manter o vírus permanentemente vigiado para se ficar ao corrente de eventuais mutações.

O investigador considerou "muito interessante" o fenómeno dos doentes expostos ao vírus do Ébola que não apresentam sintomas.

"Trata-se de algo comum e sucede com muitas doenças face a pessoas com um sistema imunitário extraordinário. Infelizmente, não podemos garantir que os portadores assintomáticos não contagiem outras pessoas", alertou.

No que se refere ao trabalho desenvolvido para conseguir uma vacina contra a doença, Etienne Simon-Loriere revelou que o Instituto Pasteur está actualmente a trabalhar em duas.

"A primeira das vacinas, que está na segunda fase de desenvolvimento, é uma variante da vacina do sarampo", mas "não é possível" avançar com uma data sobre quando estará pronta, declarou o investigador.

Quanto à segunda, "faz parte do grupo de vacinas utilizadas em terapia genética que costumam funcionar adequadamente e podem ser aplicadas a pessoas que já tenham sido expostas ao vírus", adiantou.

"É um pouco como a vacina contra a raiva, que se aplica a uma pessoa depois desta ter sido mordida", comparou.

O primeiro caso do novo surto de Ébola - o primeiro registado na África Ocidental - surgiu em dezembro de 2013 na Guiné-Conacri e, de lá, estendeu-se à Libéria e à Serra Leoa, infectando cerca de 22.000 pessoas, das quais quase 9.000 morreram, segundo a Organização Mundial de Saúde.

Projecto Places4All
Avaliar, classificar e dar informação sobre condições de acesso em espaços físicos é o desafio do Places4All, projecto...

Sejam pessoas com desafios de mobilidade, audição, visão, cognitivos ou de comunicação, quem tem necessidades especiais procura espaços que reúnam requisitos de acessibilidade para viajar, jantar ou fazer compras.

O Places4All, ou em português "espaços para todos", dispõe-se a fazer exactamente isso: avaliar espaços e divulgá-los, acabando por servir de "incentivo" a que outros lugares queiram "dar aquele passo na acessibilidade", conforme descreveu o fundador deste projecto de empreendedorismo social, Hugo Vilela.

"Partimos do princípio de que a acessibilidade deve ser um requisito como é a electricidade, estética do edifício ou a higiene e segurança alimentar. Se os espaços já se preocupam com acessos, então vamos encontrá-los e incentivar a melhorar cada vez mais", descreveu.

Hugo Vilela, que tem um mestrado em Inovação e Empreendedorismo Tecnológico e começou a dar forma ao Places4All em março de 2014 no Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC). É simultaneamente avaliador de espaços, mas também utilizador, uma vez que se desloca em cadeira de rodas.

A restante equipa junta profissionais de áreas como arquitectura, saúde e gestão e, no conceito de "avaliador-utilizador" o grupo conta também com uma pessoa surda.

Em maio do ano passado, a Places4All "usou" o Teatro do Campo Alegre, no Porto, para realizar um "piloto" ao seu sistema que no fundo consiste em avaliar seis áreas (estacionamento, percurso exterior, entrada, percurso interior, bens e serviços e casas de banho) do espaço, emitir um relatório com sugestões de melhoria e atribuir uma "nota" que se converte num dístico.

Ainda sobre os critérios de classificação dos espaços, Hugo Vilela explicou que estes têm por base a legislação em vigor (Decreto-Lei 163/2006), mas somam-se outros indicadores.

"As normas são um bom princípio à acessibilidade física, mas não são suficientes porque faltam questões como atendimento, imagem, som, contraste de cores. No fundo o ambiente que o lugar oferece. Se é ou não acessível a todos", explicou.

O Teatro do Campo Alegre mereceu a classificação global de 82,43% e após este "teste", a Places4All "entregou-se" à, para já, sua maior empreitada: fazer a avaliação de 39 áreas de serviço de todo o país.

"Foi assim, com esse contacto, que do Porto, decidimos saltar para o país", descreveu Hugo Vilela, avançando que já está a ser constituída uma equipa em Lisboa, podendo seguir-se Faro, e Évora.

No município de Sintra
As comissões de utentes da saúde da Amadora e de Sintra manifestaram-se ontem, em frente ao Hospital Fernando Fonseca, contra o...

“As condições de funcionamento das unidades de saúde, quer no concelho de Sintra, quer no concelho da Amadora, são muito preocupantes”, salientou Paula Borges, da Comissão de Utentes da Saúde do Concelho de Sintra (CUSCS), acrescentando que as unidades existentes “não dão a resposta necessária” às populações em termos de cuidados de saúde primários.

O protesto, promovido pela CUSCS, pela Comissão de Utentes da Saúde da Amadora (CUSA) e pela Plataforma de Lisboa em Defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS), juntou duas centenas de pessoas em frente ao Hospital Fernando Fonseca e contou com a participação da deputada do PCP Carla Cruz, e da do Bloco de Esquerda Catarina Martins.

Paula Borges lamentou que, nestes dois concelhos da periferia de Lisboa, muitas pessoas tenham de se levantar entre as 04:00 e as 06:00 para conseguir uma senha de atendimento nos centros de saúde, sendo que, quando não conseguem consulta, têm de recorrer às urgências.

“Aquilo por que lutamos é pela construção de um hospital público em Sintra, [que] é uma luta que tem mais de 20 anos”, frisou a porta-voz da CUSCS, uma reivindicação das populações dos dois concelhos, que defendem também uma dotação de meios humanos nos cuidados de saúde primários.

Para Paula Borges, “não é tolerável, que só no universo do concelho de Sintra”, 165 mil utentes não tenham médico de família, o que significa que estão em falta 71 médicos no município.

A moção “A política de saúde deste Governo mata” das comissões de utentes considera que “o SNS, por força das políticas praticadas nos últimos anos, tem sofrido o maior ataque de sempre, tendo já sido posto em causa o direito à saúde universal, geral e tendencialmente gratuita, tal como consagrado na Constituição da República”.

“O caos que se vive em muitos hospitais nos serviços de urgência, com tempos de espera infindáveis, tendo já sido registadas mortes por alegada falta de assistência é consequência da situação de rutura a que o SNS chegou”, denuncia-se na moção.

Os utentes de Amadora e de Sintra reclamam “uma nova política de saúde”, com o reforço de “meios humanos, técnicos e financeiros”, aumentando a capacidade de resposta da rede de cuidados de saúde primários.

Entre as duas centenas de manifestantes viam-se pessoas empunhando cartazes nos quais se podia ler frases como “650 mil utentes e um só hospital” e “não á destruição do Serviço Nacional de Saúde”.

António Tremoço, da CUSA, explicou que, em relação ao Hospital Fernando Fonseca, “não se coloca apenas o problema das urgências, mas também a falta de meios humanos” que leva os utentes “a esperarem três anos para fazer exames”.

Os comandantes dos bombeiros voluntários da Amadora, Mário Conde, e de Algueirão-Mem Martins, Joaquim Leonardo, também se associaram ao protesto contra a falta de condições no hospital, provocando a retenção de macas nas urgências, com a consequente limitação de meios operacionais das corporações.

Em comunicado, a coordenadora de Sintra do Bloco de Esquerda alertou que a “saúde não pode continuar em lista de espera” e que as dificuldades sentidas pelas populações “não são fruto de um mero ‘pico de afluência’, mas sim resultado da falta de instalações e equipamentos, de pessoal e de material”.

“O reforço de pessoal, a construção de novos centros de saúde, o alargamento do hospital existente e a construção de uma nova unidade não podem continuar em lista de espera nem manter-se como inconsequentes promessas”, afirma o BE.

Especialistas
Os frutos vermelhos e os peixes gordos, como a cavala, o salmão e a sardinha, têm propriedades anti-inflamatórias que “podem...

“É importante a pessoa perceber como a alimentação pode ter um alívio muito importante na dor”, adiantou Carla Santos, que falava a propósito de um ‘workshop’ de alimentação para doentes com dor, promovido pela Associação para o Desenvolvimento da Terapia da Dor (Astor), que decorre na sexta-feira, na Faculdade de Medicina Dentária de Lisboa.

A dietista do Hospital Garcia de Orta, em Almada, explicou que há alimentos que, além de minimizar a dor, ajudam a “aliviar a inflamação, drenar líquidos em excesso ou, em associação, ajudar a perder peso”.

Mas seja para a disfagia, que pode ser oncológica, mecânica ou neurológica, seja para a obesidade, “a alimentação tem de ser sempre apelativa para que seja procurada pelo utente”, sublinhou.

Com o ‘workshop’, a Astor pretende promover a partilha de conhecimentos, sabores e experiências que ajudam a melhorar a vida dos doentes com dor.

Beatriz Craveiro Lopes, da direcção da Astor e directora da Unidade de Dor do Hospital Garcia de Orta, acrescentou que estes alimentos “são uma arma terapêutica para ajudar os doentes”.

“O que se bebe e o que se come tem repercussões na saúde das pessoas”, podendo influenciar para melhor ou para pior o estado da sua doença, “porque há alimentos que podem interferir com a medicação”, disse Beatriz Craveiro Lopes.

A especialista deu como exemplo o caso das pessoas que têm dificuldade em engolir, porque têm uma doença neuromuscular, um cancro do esófago, da laringe, ou problemas na região do pescoço e não podem comer qualquer alimento, sobretudo os sólidos.

Nestes casos é importante saber os alimentos que deve escolher e como os confeccionar para ultrapassar essa dificuldade, explicou Beatriz Craveiro Lopes.

“O objectivo que temos é ensinar aos profissionais de saúde, mas sobretudo aos doentes e aos seus cuidadores, o que é mais indicado para o doente em determinadas situações”, sublinhou.

Apontou o caso de alguns tratamentos para doentes oncológicos em que não devem ser ingeridos alimentos ou bebidas frias ou geladas - mas como dar a volta a esta questão, quando o menos indicado é o que mais agrada e o que mais conforta os doentes, questionou a médica.

Beatriz Craveiro Lopes adiantou que são muitos problemas que surgem no dia-a-dia e aos quais é preciso dar resposta, sensibilizando a população para estes assuntos, explicando-lhes que, “com pequenas soluções, obtêm-se grandes resultados”.

A especialista adiantou que os profissionais de saúde e a população já “estão muitos atentos” à questão dos cuidados com a alimentação, mas, em relação à importância da alimentação no alívio da dor, ainda se está “muito longe do que é desejável”.

A dor oncológica pode afectar entre 60% a 80% dos doentes com cancro, nomeadamente na fase mais avançada da doença.

Maiores hospitais admitem
Cinco hospitais universitários admitiram recorrer à justiça para garantir e defender o direito de todos os doentes com hepatite...

“Os cinco centros hospitalares universitários, que querem cumprir a sua missão de tratar os seus doentes com equidade, adoptarão as medidas legais e outras que considerem adequadas para garantir e defender o direito de todos os doentes ao acesso aos tratamentos”, afirmam os presidentes dos centros hospitalares de São João, do Porto, Universitário de Coimbra, Lisboa Norte e Lisboa Central.

Em comunicado, os responsáveis adiantam ser “insustentável” o valor que têm sido obrigados a pagar para o tratamento da hepatite C em Portugal.

“Um preço que retira a capacidade aos mesmos de tratar todos os seus doentes e que obriga à avaliação de medidas de acção”, sustentam.

Os presidentes dos centros hospitalares lembram que a hepatite C “é uma epidemia que afecta gravemente um elevado número de cidadãos que estão à responsabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, sendo que “o estado da arte permite a cura da esmagadora maioria dos doentes com esta patologia”.

Afirmam ainda que os hospitais portugueses, designadamente os universitários, têm feito ao longo dos últimos anos um forte esforço no investimento em tratamentos inovadores, nomeadamente os da hepatite C.

O Jornal de Notícia noticiou na quarta-feira a união dos maiores hospitais do país contra a empresa que vende o novo fármaco da hepatite C.

De acordo com o JN, “os hospitais de S. João e de Santo António, no Porto, os Hospitais Universitários de Coimbra, o Hospital de Santa Maria e o Centro Hospitalar Lisboa Central (S. José) decidiram unir-se e tomar uma posição de força contra a farmacêutica norte-americana Gilead Sciences”.

“Os cinco hospitais juntaram-se para interpor uma providência cautelar por abuso de posição dominante contra a empresa que vende o novo fármaco da hepatite C” e “vão fazer queixa na Autoridade da Concorrência”, escreve o matutino.

Especialistas alertam
O vice presidente da Sociedade de Gastrenterologia apelou hoje a uma “agilização” nas negociações entre a tutela e a indústria...

José Cotter lembrou que este processo negocial se arrasta há muitos meses e que apesar de oficialmente o novo tratamento ser disponibilizado aos doentes portugueses considerados prioritários, a verdade é que, aparentemente, isso não está a acontecer em todos os casos.

José Cotter falava a propósito de um encontro que se realiza sábado, em Guimarães, sobre “Hepatite C, Novas Realidades, Novos Horizontes”.

Em Portugal estima-se que o número de infectados seja de cerca de cem mil, provocando cerca de mil mortos por ano. A hepatite C continua a ser a causa mais frequente de cancro do fígado e de transplante hepático.

“O que se passa neste momento é que há administrações hospitalares que têm doentes já com autorização para fazer tratamentos, mas não desbloqueiam as verbas para o concretizar”, afirmou o especialista.

José Cotter entende que “este circuito” de acesso ao novo tratamento, com custos muito elevados mas com uma eficácia de “cerca de 95%”, tem de ser repensado para que se agilize todo o processo.

“O circuito não está correcto, porque os doentes são autorizados por uma comissão nacional de farmácia e terapêutica, mas depois é endossado aos hospitais a responsabilidade do custo destes tratamentos. Ora, nós sabemos que em Portugal temos hospitais eventualmente subfinanciados, eventualmente descapitalizados e sabemos que estes tratamentos são caros. Portanto, como é que os hospitais vão assumir o custo, se à partida, já estão numa difícil situação financeira”, questionou.

O especialista considera que tem de se encontrar outras formas de os hospitais acederem aos tratamentos.

“Pode haver uma verba fixa para este programa ou pode haver um fundo onde os hospitais recorram especificamente para isto. É uma questão política que compete à tutela e a mais ninguém agilizar”, sublinhou.

Enquanto isso, frisou, “os doentes esperam e desesperam pelos tratamentos e a situação está-se a tornar insustentável, porque isto não tem um mês nem dois”.

“O que estamos aqui a equacionar é uma questão de economia de curto/médio prazo, porque é evidente que alguns destes doentes se forem curados não necessitam de fazer transplantes que também têm custos elevados”, disse.

E questionou: “O que é que é mais caro, fazer um tratamento destes ou um transplante? E a qualidade de vida do doente? Então se o doente ficar curado com um tratamento de 12 semanas, um tratamento cómodo, com pouquíssimos efeitos colaterais, não é muito melhor do que ter de fazer uma grande cirurgia, ter de ficar a tomar medicamentos para o resto da vida para conseguir manter o seu órgão transplantado em boas condições?”

“É uma questão de equacionar custos e equacionar a qualidade de vida dos cidadãos”, frisou.

Em relação às negociações que ainda decorrem entre o Ministério da Saúde e a farmacêutica que disponibiliza o tratamento, o vice presidente da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia apela a que haja um entendimento urgente de forma que estes fármacos possam ser disponibilizados de acordo com o que é o estado da arte no tratamento da Hepatite C actual.

“Todos estes processos não estão devidamente agilizados, basta lembrar que estamos há cerca de um ano com uma negociação arrastada entre a tutela e a farmacêutica e os resultados até ao momento foram muito poucos”, acrescentou.

Secretário de Estado da Alimentação
O secretário de Estado da Alimentação e da Investigação Agroalimentar afastou hoje a hipótese de proibir a utilização de carne...

“A carne picada pode e deve ser consumida no momento em que ela é picada”, disse Nuno Vieira e Brito, no final de uma reunião da Comissão de Segurança Alimentar que decorreu hoje no Ministério da Agricultura para analisar, entre outros assuntos, um estudo da DECO sobre a venda de carne picada em 26 talhos.

O estudo revelado pela revista Proteste, da Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO), analisou amostras de carne de vaca picada vendida em 26 talhos da Grande Lisboa, de Setúbal e do Grande Porto, detectando irregularidades em 23 dos estabelecimentos.

Segundo o estudo, em 23 dos estabelecimentos são adicionados sulfitos à carne e o produto é mantido em temperaturas acima do previsto por lei e sem as devidas condições de higiene e de conservação.

O secretário de Estado sublinhou que “não está colocada em causa o problema de proibição da utilização de carne picada” pelo consumidor.

Para Nuno Lima Dias, da DECO, as conclusões do estudo “são claras: não se deve comprar carne de vaca vendida a granel, previamente picada. Quanto muito, o consumidor deve escolher a peça e mandar picar na loja, porque não estão reunidas as condições para ter um produto de qualidade”.

Baseando-se nas análises e amostras que a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) tem recolhido, o inspector-geral deste organismo, Pedro Portugal Gaspar, concluiu que “é seguro comer carne picada”.

“Não temos nenhum dado que aponte para alguma consideração menos recomendada deste consumo”, afirmou.

Da reunião, saiu a opinião unânime de que tem sido feito um esforço profundo da melhoria da segurança alimentar em Portugal e que não está em causa minimamente qualquer área de intervenção de segurança alimentar para o consumidor, conforme afirmou Nuno Lima Dias.

Contudo, os participantes neste encontro constataram “a necessidade de intensificar a formação e a informação e a divulgação para o retalho e os diferentes operadores nesta área”. Defenderam ainda a “avaliação e o reajustamento de alguns planos de controlo em áreas específicas onde exista maior probabilidade de gestão e risco.”

“Vamos continuar a acompanhar todos os aspectos higio-sanitários dos talhos e do retalho e a utilização ou não de substâncias não permitidas do ponto de vista legal”, assumiu.

O secretário de Estado da Economia, Leonardo Matias, defendeu que, antes destes estudos serem divulgados, deviam passar primeiro pela Comissão de Segurança Alimentar para que não seja “uma comunicação de forma alguma alarmista”.

Leonardo Matias ressalvou que “o universo das instituições que vendem carne é de 6.393. O estudo da DECO visitou 26, ou seja, 0,04 por cento do total dos estabelecimentos em Portugal”.

O governante lembrou ainda que, em 2014, a ASAE inspeccionou 676 estabelecimentos que vendem carne, o que representa 11 por cento do total.

“A DECO é um importante parceiro na defesa do consumidor e tem feito um trabalho excelente, que é importante que se mantenha. Tem é que ser construtivo com o governo e com a sociedade civil e que não seja de forma nenhuma alarmista para manter a sua credibilidade que é fundamental”, adiantou.

A comissão da segurança alimentar é composta por 12 membros, representantes dos ministérios da Economia e Agricultura, da ASAE, direcção geral e institutos, de confederações, como a dos agricultores CAP, de federações e associações, entre as quais a DECO e os representantes da grande distribuição APED.

Até ao final do ano
O governo de Macau confirmou hoje a contratação de 529 profissionais de saúde até ao final do ano, oriundos de territórios como...

A proposta, que já foi aprovada pelo Secretário dos Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, inclui a contratação de pessoal médico no total de 386 profissionais e de 143 administrativos, detalhou o director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion.

O pessoal médico abrange 14 médicos especialistas e 18 de clínica geral, 161 enfermeiros, 28 farmacêuticos, 88 técnicos – incluindo 43 técnicos de diagnóstico e terapeutas – , e 77 auxiliares de saúde.

“Com certeza que o governo de Macau vai continuar a contratar médicos e enfermeiros de Portugal. Temos uma comunidade portuguesa muito grande e por isso vamos contratar mais”, afirmou Alexis Tam.

O Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura reiterou a importância de colmatar a falta de recursos humanos na saúde depois de ter alertado no início do mês para a necessidade de acelerar a contratação de profissionais de saúde.

O processo de contratação passará por 50 concursos públicos a realizar ao longo do ano, dos quais 18 já estão em curso.

A informação foi avançada durante a apresentação de novas medidas para reduzir o tempo de espera para atendimento nos serviços de saúde em Macau.

As novas medidas incluem a atribuição de subsídios para atendimento no sector privado para alguns grupos populacionais, os quais podem ser usados por um período de 48 horas.

Assim, a partir de hoje passa a ser atribuído um subsídio de 230 patacas (cerca de 25 euros) para os utentes já abrangidos por cuidados de saúde gratuitos no sector público que se dirijam às urgências no hospital privado Kiang Wu. Já as consultas externas passam a ser subsidiadas em 110 patacas (cerca de 12 euros) em várias clínicas e centros médicos.

Até à data estavam abrangidos para cuidados de saúde gratuitos no serviço público indivíduos com idade igual ou superior a 65 anos, crianças e estudantes, grávidas, deficientes e cidadãos carenciados. Com as novas medidas de triagem passam também a ter direito aos novos subsídios os funcionários públicos e seus familiares, docentes e trabalhadores das escolas e portadores do cartão de acesso a cuidados de saúde emitido pelo hospital Público Centro Hospitalar Centro São Januário.

Outra medida anunciada hoje foi a implementação de uma aplicação para telemóvel para consultar as listas de espera em tempo real das diversas instituições médicas integradas na rede.

Internistas continuarão a ser o garante do funcionamento dos Serviços de Urgência
Mais uma vez este ano as Urgências Hospitalares são notícia, com os doentes a aguardarem muitas horas para serem observados e...

O caos instala-se no Serviço de Urgência (SU) sempre que os doentes chegam às centenas, porque não têm alternativas credíveis de qualidade onde possam recorrer. A situação torna-se ingovernável, quando se esgota a capacidade de internamento e os doentes são tratados nos corredores do SU, como se estivessem nas enfermarias.

A profissionalização das Equipas de Urgência não é a solução para o SU sobrelotado. Para a Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, a aplicação cega do modelo estrito de equipas médicas dedicadas, tem enormes riscos em Portugal:

- O número de doentes que recorre ao SU é muito elevado, ao contrário do que acontece noutros países.

- Em Portugal o doente chega por regra à Urgência sem qualquer tipo de triagem médica ou contacto com o Médico Assistente, pelo que é crucial a abordagem holística garantida pelo Internista.

- Mais de 90% dos internamentos hospitalares são feitos através do SU, pelo que é fundamental a presença dos Médicos dos Serviços na Urgência, única forma de garantir a qualidade assistencial e evitar altas indevidas.

- O Médico “Urgencista” entra em exaustão em poucos anos, pelo que o modelo não perdura no tempo.

A Sociedade Portuguesa de Medicina Interna espera que o senso impere para que as causas reais da sobrelotação das urgências possam ser identificadas e minimizadas. Os Internistas continuarão a ser o garante do funcionamento dos Serviços de Urgência e fazem-no com grande dedicação e competência.

Estudo da Deco analisado
A qualidade da carne picada à venda em Portugal, posta em dúvida num estudo divulgado esta semana, vai ser hoje o tema de uma...

A Comissão vai analisar um estudo da Deco (Defesa do Consumidor) que colocou em causa a qualidade da carne picada em 26 talhos, devido a problemas de conservação, higiene e temperatura de venda. Na maior parte dos talhos foram encontrados sulfitos (que dão aparência de frescura) proibidos.

O estudo foi divulgado na terça-feira e nesse mesmo dia a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) esclareceu que os sulfitos detectados podem ser utilizados por serem aditivos alimentares aprovados como conservantes.

Na quarta-feira a Deco voltou a garantir que a utilização de sulfitos na carne picada é proibida por lei e disse que a ASAE “lançou uma injustificável confusão” sobre o objecto do estudo, que foi a carne picada à venda em alguns talhos.

A ASAE e a Deco são duas das entidades representadas na Comissão que hoje se vai reunir e na qual participam também o secretário de Estado da Alimentação e Investigação Agroalimentar, Nuno Vieira de Brito, e o secretário de Estado adjunto e da Economia, Leonardo Mathias.

A Comissão, criada em maio de 2014, tem por missão propor medidas que garantam não existirem alimentos à venda que não sejam seguros, e de informar as pessoas sobre suspeitas legítimas de riscos para a saúde.

Estudo
As crianças portuguesas comem, em média, mais fruta por dia do que as de seis outros países europeus, mas as pertencentes a...

As conclusões são as primeiras a surgir do estudo do projecto europeu EPHE, financiado pela Comissão Europeia e apoiado pela Organização Mundial de Saúde, que tem como “principal objectivo avaliar o impacto de intervenções de promoção de hábitos alimentares saudáveis e de actividade física na redução das desigualdades sociais na saúde, em crianças em idade escolar dos seis aos nove anos”, coordenado em Portugal pela Faculdade de Ciências da Nutrição da Universidade do Porto (FCNAUP) com a Direcção-Geral da Saúde e desenvolvido na Maia.

“As crianças portuguesas foram as que apresentaram consumos mais elevados de fruta, comparativamente às restantes crianças europeias que integram este projecto. Em média, as crianças portuguesas, consomem fruta diariamente, pelo menos uma vez por dia. No entanto, verificaram-se diferenças significativas no consumo de fruta em função do estatuto socioeconómico dos pais”, pode ler-se no comunicado do projecto EPHE, que abrange Bélgica, Bulgária, França, Grécia, Holanda, Portugal e Roménia.

Ainda que o resultado do consumo seja de “destacar pela positiva”, como disse a investigadora da FCNAUP Maria João Gregório, isto significa que uma criança que pertença a um nível socioeconómico mais baixo come menos fruta do que uma criança de famílias de um nível socioeconómico superior.

Maria João Gregório acrescentou que se verificou ainda que “as crianças portuguesas, que pertencem a famílias com nível socioeconómico mais baixo, têm uma frequência de consumo de refrigerantes e de sumos de fruta maior do que as de famílias de nível socioeconómico mais elevado”.

O projecto, na Maia, decorre no âmbito da iniciativa “Maia Menu Saudável” e englobou 240 crianças e respectivas famílias.

Através de questionários, em três anos consecutivos, o objectivo é compreender se o desenvolvimento do projecto foi bem-sucedido na alteração de consumos, para reduzir as desigualdades sociais na saúde.

“O que nós sabemos é que as estratégias de promoção da saúde têm mais impacto nos indivíduos que têm um nível socioeconómico mais elevado”, realçou Maria João Gregório.

O comunicado acerca do projecto refere ainda que, “no que diz respeito ao consumo de hortícolas, independentemente do estatuto socioeconómico da família, as crianças incluídas neste estudo apresentam uma frequência de consumo de hortícolas de, em média, duas a quatro vezes por semana”, embora “quase 30% das famílias com nível educacional mais baixo referiram que as crianças consomem salada menos do que uma vez por semana”.

Sobre a definição de “estatuto socioeconómico”, o estudo explica que este foi definido “pelo nível educacional de ambos os pais, pela situação profissional e pela posição face ao rendimento”, tendo sido “o nível educacional da mãe selecionado como a variável socioeconómica que melhor previa o estatuto socioeconómico parental em toda a amostra”.

O projecto europeu EPHE, para a prevenção da obesidade infantil e a promoção do acesso à saúde, toma a sigla da designação original, Ensemble Prévenons l'Obésité des Enfants for the Promotion for the Health Equity.

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