ASAE
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica apreendeu, na zona de Ílhavo, 28 toneladas de produtos de pesca transformados,...

Em comunicado divulgado, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) relata que realizou uma acção de fiscalização numa unidade industrial de transformação de produtos de pesca, nomeadamente bacalhau, que não tinha título válido para algumas das práticas comerciais.

Por outro lado, a unidade em causa, situada no concelho de Ílhavo, exercia práticas comerciais desleais, tendo sido notificada para suspensão imediata da actividade de armazenagem e de reacondicionamento de produtos de pesca.

Entre as 28 toneladas de produtos de pesca transformados que foram apreendidos estão bacalhau, migas ou caras.

Concluída esta semana
O segundo comandante da PSP de Viana do Castelo afirmou que a remoção do fibrocimento existente numa área do comando distrital...

"As placas de amianto que existiam já foram removidas e já foi colocada a nova cobertura. Nesta altura, está a decorrer a fase de acabamentos que deverá estar concluída entre quarta ou quinta-feira", explicou Raul Curva.

Em causa está uma intervenção de substituição de uma cobertura com cerca de 300 metros quadrados nos anexos do edifício daquele comando, onde funcionam as Esquadras de Trânsito e a Esquadra de Intervenção e Fiscalização Policial, além de um gabinete da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária.

As obras agora em fase de conclusão foram iniciadas em Novembro último num investimento de cerca de 150 mil euros e incluíram a substituição da cobertura da garagem do comando distrital.

Naqueles anexos, segundo a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP), trabalham cerca de 40 polícias e dois civis.

De acordo com um estudo divulgado em Fevereiro passado por aquela estrutura sindical, nas últimas duas décadas, 23 profissionais que trabalharam - com períodos de tempo de exposição diferentes - naquela área "desenvolveram diversos tipos de cancro".

Destes 23 polícias, segundo adiantou na ocasião a ASPP, 12 morreram da doença.

"Não estamos a afirmar que estas mortes foram causadas pelo amianto, mas as coincidências são muitas e os agentes fizeram a associação entre os problemas de saúde dos colegas e o material da cobertura do anexo", sustentou, na ocasião, Paulo Rodrigues.

Sem data para começar, está uma intervenção mais profunda no edifício do comando distrital, reclamada há vários anos e prevista desde 2011.

"Essas obras estavam a ser tratadas pela Direcção-Geral da Infra-estruturas e Equipamentos, entretanto extinta. Agora o assunto passou para Secretaria Geral do Ministério da Administração Interna (MAI). Não sei como vai ser", disse, em Julho passado, o intendente José Vieira da Cruz, à margem das comemorações dos 138 anos do comando distrital de Viana do Castelo.

Na altura, o comandante distrital afirmou que a degradação na fachada exterior do edifício principal do comando, "com buracos e cal a cair" faz parecer que o edifício "foi alvo de um atentado" no Iraque ou Afeganistão.

Para a área de policiamento daquela força, que abrange a cidade de Viana do Castelo e a vila da Ponte de Lima, estão destacados 185 elementos policiais.

Agrupamento de Centros de Saúde
Agrupamento de Centros de Saúde do Médio Tejo, no distrito de Santarém, tem 29.500 utentes sem médico de família, uma situação...

A directora executiva do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Médio Tejo, Sofia Theriaga, revelou que tem cerca de 29.500 utentes sem médico de família, de um total de 228.000 utentes pertencentes a 11 concelhos, sendo os casos de Abrantes (12.000 utentes a descoberto), Ourém (8.100), Torres Novas (6.300), Sardoal (2.000) e Ferreira do Zêzere (1.100) "os mais complicados".

Para colmatar as necessidades de prestação de cuidados de saúde seria necessário contratar 16 médicos, apontou, tendo o ACES Médio Tejo estado a reforçar junto da população a importância do recurso, em primeiro lugar, às Unidades de Cuidados de Saúde Primários ou contacto com a Linha de Saúde 24 antes de se dirigirem às Urgências Hospitalares.

"Temos capacidade de resposta, apesar de dificuldades em alguns concelhos, e os utentes devem procurar, em primeiro lugar, as unidades de saúde de proximidade nos cuidados primários, ao invés de se dirigirem para as urgências dos hospitais", alertou.

Sofia Theriaga afirmou não se verificar um aumento significativo de procura por motivo de doença aguda nas unidades de saúde do ACES do Médio Tejo, tendo observado que a generalidade dos utentes tem tido resposta no próprio dia.

"No ACES Médio Tejo, para além de consultas programadas, existem respostas para casos de doença aguda, e todos os médicos de família têm no seu horário períodos de consulta aberta diários, para dar resposta à doença aguda dos seus ficheiros", notou, tendo lembrado que existem, igualmente, consultas de recurso, aos utentes sem médico de família, ou cujo médico está ausente, a funcionar durante o fim de semana e feriados.

Relativamente ao surto da gripe, a directora do ACES disse que implementará os mecanismos necessários face a qualquer alteração da procura por parte dos utentes (nomeadamente alargamento do horário de atendimento), garantindo o acesso e prestação de cuidados de saúde à população.

"As diversas Unidades de Saúde do ACES Médio Tejo estão preparadas para responder a estas medidas e garantir a prestação de serviços de saúde adequados", reiterou.

Segundo observou ainda aquela responsável, o ACES do Médio Tejo foi o que mais vacinas da gripe administrou, no inverno passado, dentro de toda a ARSLVT, com 25.869 vacinações. Com os melhores níveis de vacinação contra a gripe seguiram-se os ACES de Almada-Seixal e Loures-Odivelas, com 22.668 e 22.136, respectivamente.

Esta época, observou Theriaga, o ACES do Médio Tejo já suplantou aqueles números, tendo administrado, até ao dia 10 de Janeiro, 29.376 vacinas da gripe.

Com área territorial de 2.700 quilómetros quadrados, o ACES Médio Tejo cobre os municípios de Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Tomar, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha, com 10 Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados, oito Unidades de Saúde Familiares e sete Unidades de Cuidados na Comunidade.

No total, o ACES tem 100 locais de atendimento, cerca de 228.000 utentes, 115 médicos (incluindo 5 médicos de saúde pública), e 188 enfermeiros.

Ébola:
A Organização Mundial de Saúde anunciou planos para iniciar nas próximas semanas um ensaio maciço das vacinas contra o Ébola...

Na Libéria, na Serra Leoa e na Guiné-Conacri, prevê-se que participem cerca de 37.000 pessoas nas vacinações, que constituirão a “fase 3” dos ensaios clínicos que estão agora a ser realizados (na “fase 1”) com as vacinas VSV-ZEBOV, desenvolvida no Canadá e cuja patente foi adquirida pela farmacêutica Merck, e ChAd-EBO, da britânica GSK.

“A terceira fase dos ensaios significará administrar as vacinas a voluntários saudáveis na área geográfica onde o vírus se está a transmitir, e isto é o que realmente provará que funcionam”, disse hoje em conferência de imprensa a directora-geral-adjunta da Organização Mundial de Saúde (OMS), Marie-Paule Kieny.

No processo acelerado que se decidiu lançar para criar uma vacina contra o Ébola, perante a gravidade da epidemia que está a afectar a África Ocidental, a “fase 2” dos ensaios clínicos efectuar-se-á de forma paralela à “fase 3”, indicou a especialista.

A segunda fase contará com a participação de um maior número de pessoas do que a primeira – nos Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, Suíça e países africanos –, somando algumas centenas, e envolverá grupos específicos, como as crianças, que não estão expostos ao vírus.

A responsável da OMS disse que, para tal, a segunda fase decorrerá nos países em volta da Libéria, da Serra Leoa e da Guiné-Conacri.

A OMS convocou na quinta-feira uma reunião, por videoconferência, de especialistas em vacinas de todo o mundo, que avaliaram os resultados preliminares dos ensaios clínicos em curso e consideraram que as duas vacinas em testes cumprem os critérios de segurança.

A avaliação centrar-se-á, agora, em determinar o nível de resposta imunológica que tais vacinas desencadeiam no organismo dos receptores para assim adequar a dose.

O maior ensaio com a vacina VSV-ZEBOV está a ser feito no Hospital Cantonal de Genebra e foi temporariamente suspenso na segunda semana de Dezembro, quando vários voluntários se queixaram de dores nas articulações surgidas alguns dias depois de terem sido vacinados.

O ensaio foi retomado no início desta semana, mas com uma dose muito mais pequena do que a originalmente usada.

Durante a reunião dos especialistas em vacinas, estes receberam igualmente informações sobre outras potenciais vacinas que estão a ser desenvolvidas nos Estados Unidos, Rússia e China.

Neste momento, a que tem mais probabilidades de êxito e que acaba de começar a primeira fase de ensaios clínicos no Reino Unido é a produzida pela empresa Johnson & Johnson, que informou a OMS dos seus planos de avançar até aos testes de eficácia, através de ensaios de vacinação maciça, igualmente nos países afectados.

Para preparar essas vacinações nas próximas semanas, foram constituídas equipas que zelarão pela instalação dos equipamentos de refrigeração necessários, pois as vacinas necessitarão de ser armazenadas a temperaturas muito baixas (cerca de 18 graus abaixo de zero).

Por seu lado, a GSK informou a OMS de que tem capacidade para produzir alguns milhões de doses da sua vacina durante a primeira metade do ano, embora isso depende em boa parte da quantidade que terá a dose final que se inoculará.

A forma de determinar se as vacinas são eficazes será comparando o número de casos numa população vacinada com os de uma população que ainda não recebeu a vacina e, para isso, “é preciso um certo número de casos, pois não se pode comparar um com zero”, explicou Kieny, uma das mais proeminentes especialistas da OMS em vacinas.

Segundo o mais recente relatório da OMS, a Libéria é o único país onde se observa realmente uma queda nos níveis de contágio do vírus do Ébola, ao passo que na Serra Leoa – que é actualmente o mais afectado – os dados apontam para uma estabilização.

Na Guiné-Conacri, a situação oscila, mas não há sinais de que a epidemia esteja sob controlo, já que a presença do vírus está a alastrar geograficamente e que um dos seus municípios acaba de comunicar o seu primeiro caso desde que surgiu este surto de Ébola, em Março do ano passado.

Number of medicines with new active substances continues to increase
In 2014, the European Medicines Agency (EMA) recommended the highest number of orphan designated medicines for marketing...

Among them is the first medicine for the treatment of Duchenne muscular dystrophy (Translarna) as well as the first treatment for erythropoietic protoporphyria, a rare genetic disease which causes intolerance to light (Scenesse).

The past year also saw the first recommendation worldwide of a therapy based on stem cells. The orphan medicine (Holoclar) is a treatment for limbal stem cell deficiency (LSCD), a rare eye condition that can result in blindness.

Special regulatory pathways were used for these three medicines (conditional marketing authorisation for Translarna and Holoclar, and approval under exceptional circumstances for Scenesse). These mechanisms are in place to potentially speed up market access for medicines that fulfill unmet medical needs but for which comprehensive data cannot be provided at the time of application for a marketing authorisation.

Eight new medicines for cancer were recommended for marketing authorisation in 2014, of which Lynparza, Imbruvica, Gazyvaro and Cyramza target rare cancers that are difficult to treat. A targeted treatment for melanoma patients whose cancer has a specific mutation was also recommended for approval in 2014 (Mekinist).

Overall, the number of medicines containing new active substances continues to increase. One in two medicines, either orphan or non-orphan, recommended for approval in 2014, contains a substance that has never been used in medicines before. These medicines have the potential to treat diseases for which no treatments were previously available or bring added benefit to patients over existing therapies.

During the past year, EMA provided more scientific support in the early stages of medicine development. Almost seven out of ten applicants received scientific advice from EMA’s Committee for Medicinal Products for Human Use (CHMP) during the development phase of their medicine and this figure rises to four out of five when it comes to innovative medicines. This is a significant increase compared with 2013 when only half of applicants who had a positive opinion for their medicine had received scientific advice.

Seven positive opinions were granted after an accelerated assessment in 2014 (Daklinza, Harvoni, Exviera, Viekirax, Ofev, Sylvant, Ketoconazole HRA). This mechanism aims to speed up the assessment of medicines that are expected to be of major benefit for public health.

Four of these are for the treatment of chronic hepatitis C virus (HCV) infection. The CHMP used the accelerated assessment tool to make a new generation of medicines available to patients potentially more quickly; these treatments have high cure rates and have recently reshaped the way patients with chronic HCV infection can be treated.

In the past year, the CHMP granted a paediatric-use marketing authorisation (PUMA) for Hemangiol for the treatment of proliferating infantile haemangioma, which are benign tumours of blood vessels. PUMAs can be granted for medicines which are already authorised, but no longer under patent or supplementary certificate protection, and that have been developed specifically for children. As an incentive to stimulate the development of existing medicines for the treatment of children, PUMA medicines are granted ten years of market protection.

For each of these medicines, EMA’s Pharmacovigilance Risk Assessment Committee (PRAC) and CHMP adopted a risk management plan (RMP) to ensure that safety is monitored throughout the lifecycle of the product allowing appropriate regulatory action to be taken if any new risk arises.

Gedeon Richter and Actavis announce
Potential treatment of both schizophrenia and manic or mixed episodes associated with bipolar I disorder.

Gedeon Richter Plc. and Actavis plc (NYSE: ACT) announced that the U.S. Food and Drug Administration (FDA) has acknowledged receipt of Actavis' New Drug Application (NDA) resubmission for its atypical antipsychotic, cariprazine, a potent dopamine D3/D2 receptor partial agonist with preferential binding to D3 receptors. The Prescription Drug User Fee Act (PDUFA) date is expected to be in the second quarter of 2015.

“We believe the resubmission of the cariprazine NDA includes the necessary data to address FDA’s comments and continue the review of this innovative treatment option,” said David Nicholson, Actavis Senior Vice President, Global Brands R&D. “We are committed to the mental health community and this promising treatment option to address patients’ medical needs.”

“We are pleased that the resubmission procedure occurred according to the originally established timeline,” added Dr. István Greiner, Research Director of Gedeon Richter Plc. “We continue to provide all the necessary clinical and regulatory support to Actavis to bring

cariprazine to the market.”

 

About Cariprazine

Cariprazine, an investigational drug, is an atypical antipsychotic for the treatment of patients with schizophrenia and for patients with manic or mixed episodes associated with bipolar I disorder. The safety and efficacy of cariprazine was studied in a clinical trial program of more than 2,700 patients. In addition, cariprazine is being investigated for the treatment of bipolar depression and as adjunctive treatment for major depressive disorder in adults. Cariprazine is protected by a composition-of-matter patent that expires in 2027.

 

About Schizophrenia

Schizophrenia is a chronic and disabling disorder that affects more than 2 million people in the U.S. It imposes significant burden on patients, their families, and society. Symptoms fall into three broad categories: positive symptoms (hallucinations, delusions, thought disorders, and movement disorders), negative symptoms (such as loss of motivation and social withdrawal), and cognitive symptoms (problems with executive functioning, focusing, and working memory).

 

About Bipolar I Disorder

Bipolar disorder, which encompasses bipolar I and bipolar II disorders, affects approximately 5.7 million people in the U.S. Bipolar I disorder, also known as manic-depressive illness, is characterized by unusual shifts in mood, energy, activity levels, and the ability to carry out day to- day tasks. Patients experience "mood episodes" that manifest as either a manic episode (overexcited, extreme irritability, racing thoughts, and difficulties with sleep) or a depressive episode (extreme sadness, fatigue or hopelessness) or a combination of both.

 

About Actavis

Actavis plc (NYSE:ACT), headquartered in Dublin, Ireland, is a unique specialty pharmaceutical company focused on developing, manufacturing and commercializing high quality affordable generic and innovative branded pharmaceutical products for patients around the world.

Actavis markets a broad portfolio of branded and generic pharmaceuticals and develops innovative medicines for patients suffering from diseases principally in the central nervous system, gastroenterology, women's health, urology, cardiovascular, respiratory and antiinfective therapeutic categories. The Company is an industry leader in product research and development, with one of the broadest brand development pipelines in the pharmaceutical industry, and a leading position in the submission of generic product applications. Actavis has commercial operations in more than 60 countries and operates more than 30 manufacturing and distribution facilities around the world. For more information, visit Actavis' website at www.actavis.com.

 

About Gedeon Richter

Gedeon Richter (www.richter.hu), headquartered in Budapest/Hungary, is a major pharmaceutical company in Central Eastern Europe, with an expanding direct presence in Western Europe. Richter's consolidated sales were approximately EUR1.2 billion (US$1.6 billion) while its market capitalization amounted to EUR2.8 billion (US$3.8 billion) in 2013. The product portfolio of Richter covers almost all important therapeutic areas, including gynaecology, central nervous system, and cardiovascular areas. Having the largest R&D unit in Central Eastern Europe, Richter's original research activity focuses on CNS disorders. With its widely acknowledged steroid chemistry expertise, Richter is a significant player in the female healthcare field worldwide. Richter is also active in biosimilar product development.

Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
Formandos terão possibilidade de desenvolver período de estágio em instituições de saúde nacionais ou estrangeiras. Curso, a...

A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) lança, a partir de Fevereiro, um novo curso de pós-graduação em Tratamento de Feridas, área onde os profissionais de saúde reconhecem haver défice na formação.

Não existindo, até agora, na região Centro do país, formação com as características que a ESEnfC pretende implementar, este curso, que resulta de uma parceria com a ELCOS – Sociedade de Feridas, tem a vantagem de oferecer um período de estágio, que pode ser desenvolvido em instituições de saúde nacionais ou estrangeiras, proporcionando aos formandos o contacto com o que de mais avançado se pratica nos cuidados a pessoas com feridas.

“É reconhecimento generalizado entre os profissionais de saúde que é deficitária a formação, e o conhecimento, na área do tratamento a pessoas com feridas. Não tem sido fácil a transferência para a prática de cuidados da mais recente evidência resultante da investigação, nem da utilização racional dos novos materiais que a indústria tem disponibilizado. De igual modo, esta área de intervenção tem estado centrada no âmbito hospitalar, quando é na comunidade que se encontram as situações mais prementes de intervenção como as feridas crónicas”, afirma o coordenador científico do curso, professor Rogério Manuel Rodrigues.

Sem esquecer a vertente da situação aguda, o novo curso de pós-graduação em Tratamento de Feridas vem “recentrar o foco na intervenção comunitária, na situação de cronicidade e no seguimento pós-hospitalar”, sublinha Rogério Manuel Rodrigues, mestre em Saúde Pública e doutorado em Ciências de Enfermagem.

 

20 vagas para preencher até 26 de Janeiro

É objectivo da ESEnfC inserir o curso na rede internacional de formação, pelo que está em preparação um pedido de acreditação junto da EWMA - European Wound Management Association (Associação Europeia de Tratamento de Feridas).

Há 20 vagas para esta formação (15 para candidatos licenciados em Enfermagem e cinco para titulares de licenciatura em curso na área da saúde), que se inicia a 13 de Fevereiro e que termina em Julho de 2015. A componente teórica do curso funcionará nas instalações da ESEnfC, às sextas-feiras (17h00-21h00) e sábados (09h00-13h00 e 14h00-18h00), sendo que as candidaturas decorrem até ao próximo dia 26 de Janeiro.

Mais informações estão disponíveis na página Web da instituição, em www.esenfc.pt.

Para eventuais esclarecimentos, podem também os interessados contactar a ESEnfC/Área Académica (números de telefone 239 487 200 e 239 802 850, ou e-mail [email protected]).

Testemunho na primeira pessoa
Em 2013 a Enfermeira Joana rompeu o vínculo ao SNS para se poder dedicar integralmente à enfermagem

Desde 2011 faço parte da pool de enfermeiros de cirurgia de guerra do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), sediado em Genebra.

Uma primeira missão de 6 meses em Peshawar, Paquistão, fez-me aprender as diretrizes do trabalho de um enfermeiro durante um conflito. Novos protocolos, novos procedimentos, um B-A-Bá de técnicas que, em Portugal, estavam longe de ser pensadas. Sem pressões externas, a medicação é reduzida ao indispensável, os procedimentos simplificados ao extremo e a característica de “Florence Nightingale” tem que se sobrepor: higiene e organização acima de tudo!

 

Principais aprendizagens? O facto de o CICV trabalhar com as autoridades locais doando equipamento e treinando o staff nacional. Para isso, basta enviar uma equipa-base de 6 pessoas: um chefe de projeto (administrador), um cirurgião, um anestesista, um enfermeiro de bloco operatório, um enfermeiro de urgência/enfermaria e um fisioterapeuta. Com estes 6 elementos podemos treinar um hospital inteiro, dêem-nos tempo e disponibilidade. Recorrendo a equipamento disponível permanentemente, adaptamos as nossas técnicas e procedimentos: a utilização de açúcar em pensos cavitados e vinagre para algumas feridas infetadas, permitem resultados extraordinários!

Em 2012 foi-me proposta uma segunda missão: desta vez, uma saída para um conflito em início no Norte Kivu, República Democrática do Congo. Três meses passados e o balanço era muito positivo: um hospital militar avaliado e apoiado, um outro hospital particular com um serviço autónomo do CICV para cirurgia a feridos de guerra e um sem-fim de desafios e dificuldades ultrapassados. O interesse e motivação eram cada vez maiores, e a vontade de me dedicar a tempo inteiro à enfermagem em conflito crescia.

 

Tendo provas dadas em situações-limite, acabei por ficar associada às equipas de emergência enviadas para conflitos: em dezembro de 2013 estive um mês na República Centro Africana, em agosto de 2014 foi-me proposto um mês em Gaza, e aguardo futuras necessidades para voltar ao calor do conflito.

Desde dezembro de 2013 que não tenho qualquer vínculo profissional com Portugal. Rescindi o contrato que me ligava ao Serviço Nacional de Saúde (Serviço de Urgência do antigo Hospital dos Covões, em Coimbra) por entender que um serviço não pode viver com uma enfermeira a meio-tempo – e nem me seriam autorizadas mais suspensões de contrato. Apesar do orgulho de pertencer a uma casa onde os cuidados de excelência eram reconhecidos por todos, compreendi que a possibilidade de uma carreira recompensadora era pouco mais do que uma miragem.

Para evitar longos períodos de espera antes de novas emergências humanitárias, trabalho também com uma organização humanitária dinamarquesa de desminagem (DCA). Fiz uma missão inicial na Líbia, como formadora de equipas de ambulância e coordenadora projetos na área de primeiros-socorros. Depois de integrada e conhecendo a dinâmica da organização e do trabalho em desminagem, sou agora responsável pelo treino e supervisão das equipas de ambulâncias nos diferentes países em que a DCA está presente. Depois da Líbia visitei o Líbano, escrevo agora do Sudão do Sul e, nos primeiros meses de 2015, passarei por Angola e pela República Democrática do Congo.

 

Um breve comentário sobre o Sudão do Sul…. O mais jovem país do mundo tem os piores indicadores de saúde e educação de que há registo! Tudo está por fazer: desde escolas a hospitais, de estradas a procedimentos administrativos… Um sem-fim de necessidades que acabam por me fazer sentir demasiado pequena e com muita sorte por ter nascido a mais de 5000 km de distância.

O meu trabalho humanitário não ficará por aqui. Se o CICV é motivador e empolgante, mas também extenuante e emocionalmente cru, o trabalho de formação das equipas de ambulância com a DCA permite-me recuperar energias e trabalhar em áreas menos comuns para um enfermeiro. Vou alternando ambas organizações, procurando a realização profissional que em Portugal me fugia. Esta é uma forma de levar a enfermagem portuguesa a outros horizontes, onde somos reconhecidos e sentimos que fazemos a diferença.

 

Impressões Pessoais

Tendo trabalhado em diferentes contextos, com condições indescritíveis, não posso deixar de recordar o sorriso das crianças que, indiferentes ao que os rodeia, continuam a procurar brincar e ser felizes.

Um dia uma mulher, no Congo, pediu-me:

“Leva a minha família contigo, para o teu país” ao que respondi “Não posso… O meu país não é um mar de facilidades: não há emprego, a saúde é cada vez mais cara, muitos passam fome…” e ouvi uma verdade de que amordaçou: “Aqui também é assim… Mas no teu país não há medo… O medo que sinto de ver um grupo de homens entrar em minha casa, violar as minhas filhas, matar-nos a todos, só porque o meu marido foi confundido com um soldado… E isto acontece comigo e com muitos outros… Acredita, que se o teu país só tem desemprego, saúde cara e fome, continua a ser melhor do que o meu…”… Trabalho com a firme convicção que o mundo melhor é possível e eu quero contribuir para chegar lá mais depressa.

É evidente que há dias em que pensamos desistir… Que todas as barreiras parecem inultrapassáveis e as saudades da segurança sentida em casa apertam demais… É nessas alturas em que olhamos à nossa volta e percebemos que não estamos sozinhos… Entendemos que escolhemos trilhar um caminho cheio de riscos, mas onde uma pequena vitória tem um gosto de medalha olímpica… É nessas pequenas vitórias que nos alimentamos e encontramos o impulso para continuar…

 

Desafios

Trabalhar com paquistaneses ou congoleses é totalmente diferente e impossível de comparar. A adaptação a culturas diferentes, religiões distintas ou valores diversos é fundamental para poder ser aceite e respeitado.

Com recursos muito limitados e sem quaisquer equipamentos eletrónicos, a observação torna-se a nossa primeira ferramenta. No Paquistão, como as mulheres devem ser protegidas dos olhares alheios, eram muitas vezes colocadas no fundo das salas (cuidados intensivos e sala de urgência não tinham uma separação formal de áreas para homens e mulheres), ocultadas por um biombo. Facilmente se compreende que sejam evitadas ou mesmo esquecidas pelos enfermeiros masculinos (que são a esmagadora maioria), correndo muito maiores riscos do que um homem na mesma situação.

Enquanto mulher num país árabe, tudo se apresenta desafiante. Na Líbia dei formação a um grupo de homens, um dos quais, por motivos religiosos, não podia olhar para mim ou dirigir-me a palavra. Imagine-se fazer um curso de primeiros-socorros onde um formando olha para o outro lado da sala. Incrível? Eu também não acreditaria se não tivesse passado por isso…

 

 

NOTA BIOGRÁFICA

Nome: Joana Barros e Sá

Data de Nascimento: 22/01/1983

Naturalidade: Coimbra

Formação:

  • Licenciatura em Enfermagem na Escola Superior de Enfermagem dr. Ângelo da Fonseca;
  • Pós-graduação em Enfermagem de Emergência Pré-Hospitalar na Escola Superior de Enfermagem S. Franscisco das Misericórdias;
  • Mestranda em Global Health na Universidade de Manchester.

Atividade Profissional:

  • Medical Coordinator na Dan Church Aid – Humanitarian Mine Action;
  • Enfermeira em programas de cirurgia de Guerra do CICV;
  • Formadora da Cruz Vermelha Portuguesa: Suporte Básico de Vida com Desfibrilhação Automática Externa, Primeiros-Socorros, Tripulante de Ambulância de Transporte.

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Ordem dos Médicos diz
O Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos alertou que 15 mil utentes vão ficar médico de família devido às 21 vagas...

“Serão cerca de 15 mil utentes a quem foi atribuído um médico de família que voltarão a não ter quem os acompanhe”, lamenta o Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos (CRN-OM) em comunicado, explicando que o concurso que hoje termina retira ao Norte oito médicos.

O CRN-OM explica que, em Outubro, “terminaram a formação específica em Medicina Geral e Familiar” 29 internos que assumiram de imediato “ficheiros de utentes”, se apresentaram como “os seus novos médicos de família” e começaram a “estudá-los e acompanhá-los”.

Agora, no concurso que hoje termina para assinatura de contratos vinculativos, o Norte fica apenas com 21 vagas, alerta a entidade representante dos médicos do Norte.

Considerando estar em causa “uma falta de respeito para com os doentes e para com os profissionais de saúde”, a ordem dos médicos do Norte avisa ter por intenção “desenvolver todos os esforços para defender os doentes e combater a ilegalidade e falta de equidade deste tipo de concursos”.

“O CRN-OM considera inaceitável a retirada de recursos necessários no Norte do país para outras regiões, obrigando recém-especialistas a saírem de locais onde são necessários e onde assumiram já listas de utentes, que se verão de novo sem médico de família”, escreve-se no comunicado.

A ordem dos médicos do Norte avisa ainda que esta região é “a única que aloca profissionais recém-especialistas após a conclusão do internato para locais onde há falta de médicos de família enquanto aguardam colocação definitiva”.

O CRN-OM sublinha que, “pela primeira vez, a responsabilidade destes concursos ficou sediada na Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS)”, entidade que, no “documento justificativo de atribuição de vagas pelas várias Administrações Regionais de Saúde (ARS), assume que o Norte tem uma carência de 144 médicos de família.

O ministro da Saúde garantiu na quinta-feira que nenhum centro de saúde vai reduzir horários ou encerrar serviços, pelo menos até final de Março, e que podem até estender os horários sempre que necessário.

Paulo Macedo falava aos jornalistas no final de um debate agendado pelo PS sobre as situações vividas em alguns serviços hospitalares, com longas horas de espera, desmentindo uma notícia sobre o alegado encerramento de serviços em centros de saúde na ARS do Norte.

Sobre a falta de profissionais nos serviços, o ministro reiterou o investimento que o seu Governo tem feito nesta área, recordando que desde 31 de Dezembro de 2010 foram contratados cerca de 2.500 médicos e que mais 1.840 clínicos foram recentemente recrutados. O governante anunciou que será ainda este mês aberto um novo concurso para 200 médicos de medicina geral e familiar, também aberto a médicos que exercem no sector privado.

No último concurso para esta especialização, que decorreu em 2014, cerca de 50 profissionais que trabalhavam em unidades do sector privado optaram por ir trabalhar no SNS, disse. O alargamento das 35 para as 40 horas de trabalho também deverão ajudar a suprimir a falta de médicos, adiantou o ministro.

Especialista defende
O presidente do Conselho para a Qualidade na Saúde defende a criação nas urgências hospitalares de um atendimento específico...

A ideia consta do “Roteiro de Intervenção em Cuidados de Emergência e Urgência em todos os hospitais”, documento elaborado por Luís Campos como contributo para o Plano Nacional de Saúde, previsto para o período 2012-2016, mas que deverá ser estendido até 2020.

Luís Campos, que dirige o Serviço de Medicina IV do Hospital São Francisco Xavier (Centro Hospitalar Lisboa Ocidental), acredita que se estivessem em vigor urgências ambulatórias para atender os doentes menos graves (verdes e azuis) nas urgências hospitalares, as situações das últimas semanas, com esperas superiores a 20 horas, não se teriam registado.

De acordo com a proposta que consta do documento, entregue ao director-geral da Saúde em Novembro do ano passado, “deveria ser difundido o modelo de “fast track” para os doentes verdes e azuis, adjacente ao serviço de urgência, mas na dependência deste, assegurado por uma equipa dedicada e adequada a este tipo de doentes”.

Este modelo foi criado “com muito sucesso” na urgência do Hospital São Francisco Xavier, em 1994, e “permite retirar rapidamente do hospital os 40 por cento de doentes classificados como verdes e azuis na triagem de Manchester que, na maior parte dos casos, apenas necessita de ver o médico e não precisa de exames complementares”.

“Esta urgência ambulatória permitiu, naquele hospital, acabar com as reclamações por tempo de espera, evitando a permanência por muitas horas em salas de espera, porque estes doentes têm tempos alvo longos na triagem de Manchester”, lê-se na proposta.

Segundo o documento, “este modelo permite, também, maior adequação dos médicos que observam os doentes para o tipo de patologia de que estes sofrem”.

“Esta separação dos doentes permite também uma maior concentração dos médicos que estão nos balcões das urgências, porque evita a mistura de casos graves com casos banais”.

Na proposta são ainda apresentados alguns dados, como o número médio anual de atendimentos nas urgências hospitalares, cuja projecção para 2016 é de 754,3 por mil habitantes, sendo a meta a redução para 720,1.

Em relação ao rácio entre urgências hospitalares e consultas externas, cuja projecção para Portugal Continental, em 2016, é de 0,33, a meta definida pelo PNS é de 0,31.

O recurso às urgências hospitalares revela alguma estabilidade: 7.122.383 admissões em 2002 (das quais 6.662.560 em hospitais públicos) e 7.300.892 em 2012 (6.451.512 em hospitais públicos).

Destas admissões, 82% foram por doença, 12% por acidente e seis por cento por outras causas.

Segundo o documento, “enquanto as admissões nos hospitais públicos têm estado estáveis (88%), as urgências nos hospitais privados quase que duplicaram, passando de 459.832 em 2002, para 849.380 em 2012”.

“Muitas das urgências em hospitais privados são consultas de conveniência, como se pode concluir do facto da percentagem de doentes verdes e azuis da Triagem de Manchester, em alguns destes hospitais, ultrapassar os 70%”, refere.

Aberto concurso para contratar mais 200
Ministério da Saúde vai abrir concurso para tentar contratar ainda mais 200 especialistas em medicina geral e familiar, uma das...

Os centros de saúde de várias zonas do país vão ser reforçados com 50 médicos de família que trabalhavam no sector privado e que aceitaram regressar ao Serviço Nacional de Saúde (SNS). A informação foi avançada pelo ministro Paulo Macedo, que adiantou que o concurso foi concluído no final de 2014 e que ainda durante Janeiro será lançado mais um para mais 200 especialistas em medicina geral e familiar, escreve o jornal Público na sua edição digital.

Paulo Macedo, que falava aos jornalistas no final de um debate na Assembleia da República sobre o caos nas urgências agendado a pedido do PS, rejeitou as críticas de desinvestimento no SNS de que foi alvo por parte dos partidos da oposição e insistiu: “Temos mais 2500 médicos hoje do que tínhamos em 31 de Dezembro de 2010”. E mais 1849 foram recentemente recrutados, muitos dos quais internos ainda em formação.

O ministro reconheceu que ainda há carências em algumas áreas, com um milhão de portugueses ainda sem médico de família, mas assegurou que a tutela tem feito “um grande investimento em médicos” e contratado todos os clínicos que pode. Ainda a este propósito, lembrou que além dos médicos o SNS foi reforçado em 2014 com mais 1090 enfermeiros – um número que espera “superar largamente” neste ano que começa.

Sobre os médicos de família, Paulo Macedo aproveitou para dizer que os cuidados primários são uma aposta do Governo e prometeu que nenhum centro de saúde será encerrado ou verá os seus horários reduzidos até Março, como forma de resposta ao pico da gripe e subida da afluência aos serviços de saúde durante o Inverno. O ministro acredita ainda que, com a passagem de mais médicos do regime de trabalho de 35 para 40 horas semanais, algumas carências sejam ultrapassadas.

Por alegada negligência
Criticando "silêncio" do ministro, Ordem dos Médicos – Norte - nota que não é habitual morrerem doentes nas urgências...

Um novo caso de morte por alegada negligência num serviço de urgência hospitalar foi denunciado pela família de uma idosa. É o terceiro caso conhecido desde que alguns serviços de urgência entraram em ruptura, deixando os doentes horas a fio à espera de serem atendidos, nos últimos dias.

A família de uma mulher de 79 anos contou a sua saga a várias estações de televisão: a doente chegou ao Hospital de Peniche na segunda-feira às 9h30, “com dores no peito e nas costas”, foi triada com pulseira amarela (a terceira numa escala de prioridades com cinco cores), mas só por volta das 17h00 os familiares terão sido informados de que os resultados das análises entretanto feitas (e que tiveram que ser enviadas para o Hospital das Caldas porque o de Peniche não tem laboratório) não eram conclusivos e que ela teria ainda que fazer uma TAC (tomografia axial computorizada).

A idosa terá morrido depois das 19h00 enquanto estava a ser preparada para ser transferida para o Hospital das Caldas (porque o de Peniche também não tem meios para fazer este exame). O Centro Hospitalar de Peniche (a que pertencem os dois hospitais) abriu entretanto um inquérito, apesar de considerar que “o atendimento proporcionado à utente foi adequado e atempado” e que ela esteve “sempre acompanhada pelos profissionais de serviço”. Uma das filhas adiantou à Lusa que a família tenciona avançar com uma acção judicial por alegada negligência.

Este caso aconteceu na segunda-feira, apenas um dia depois de um homem de 57 anos ter morrido na urgência do Hospital de S. Sebastião (Santa Maria da Feira), enquanto terá aguardado por atendimento durante mais de cinco horas, com vómitos e náuseas. Primeiro triado com prioridade amarela, só depois do agravamento do seu estado de saúde é que lhe foi atribuída a pulseira laranja (muito urgente). Nessa altura foi visto por um médico mas já não foi possível salvá-lo.

O Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga (a que pertence o hospital da Feira) decidiu também abrir um inquérito, mas escusou-se a avançar mais detalhes sobre as horas que este doente terá esperado num dia que terá sido particularmente complicado na urgência. A família do homem anunciou então que estava a ponderar apresentar queixa-crime por negligência contra o hospital e os médicos de serviço nessa noite.

Na segunda-feira da semana anterior, também o Hospital de S. José em Lisboa abriu um inquérito à morte de um doente de 80 anos que terá estado à espera durante quase seis horas numa maca na sala de observações sem ser visto por médicos, na madrugada de sábado, 26 de Dezembro. O filho garante que ele não foi visto por qualquer médico. "A ficha que fica agarrada ao doente estava em branco", relatou. A autópsia demonstrou que o doente foi vítima de um AVC tronco-encefálico, o mais grave dos acidentes vasculares cerebrais e os resultados do inquérito hospitalar já foram enviados para a Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS), segundo a SIC Notícias, citada pelo Público Online.

A Ordem dos Médicos, os sindicatos médicos e outras organizações têm criticado a situação que se tem vivido nalgumas urgências ao longo dos últimos dias, considerando que a responsabilidade é do Ministério da Saúde, que alegam ter sido antecipadamente avisado dos problemas que estão na base deste fenómeno, sobretudo a falta de recursos humanos e a escassez de camas de internamento.

Entretanto, a Ordem dos Médicos/Norte anunciou esta quinta-feira que abriu um inquérito à conduta da directora clínica do Hospital de Santa Maria da Feira e acrescentou que vai comunicar os factos de que tem conhecimento à IGAS, criticando o “silêncio” do ministro Paulo Macedo face às “situações dramáticas” vividas nas urgências de vários hospitais.

“Não é habitual morrerem doentes nos serviços de urgência hospitalares enquanto esperam a sua vez para serem atendidos. Quantas desgraças serão necessárias para que os responsáveis políticos tomem medidas efectivas para a resolução de um problema que não é novo nem sequer é desconhecido dos principais decisores na área da Saúde? Até quando vai o Ministro da Saúde manter o seu silêncio?”, questiona o Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos em comunicado.

Ministério da Saúde
Ministério reforça resposta nas urgências numa altura em que estamos no início da epidemia de gripe e com mortalidade já “acima...

O Ministério da Saúde (MS) quer que os enfermeiros possam pedir exames complementares de diagnóstico na triagem das urgências hospitalares e que os doentes possam ser sujeitos a uma segunda avaliação se estiverem sujeitos a esperas prolongadas. São medidas que o Ministério já propôs às ordens (dos médicos e dos enfermeiros) e que poderão eventualmente ajudar a evitar que se repitam episódios como os que deram origem a inquéritos na sequência da morte de três doentes em serviços de urgência hospitalar. Esta quinta-feira foi denunciada mais uma morte nas urgências após quatro horas de espera no Hospital de São Bernardo, em Setúbal.

Numa altura em que Portugal está já no início da fase epidémica de gripe e com mortalidade acima do esperado, como indica o último boletim de vigilância do Instituto de Saúde Ricardo Jorge, o Ministério da Saúde adiantou ao jornal Público que vai reforçar as medidas já tomadas e avançar com outras, até porque, admite, houve mais casos de doentes graves nas urgências do que em anos anteriores (“a procura teve geralmente contornos de maior prioridade”). Uma das propostas passa por permitir que os pedidos de exames de diagnóstico sejam feitos logo no momento da triagem dos doentes.

O bastonário da Ordem dos Médicos confirma que esta proposta está a ser analisada mas adianta que tem “sérias reservas” sobre a sua eficácia. “Querem pedir análises e RX para todos os doentes que entram na urgência? Peçam. Mas isso terá custos, alguém vai ter de pagar, e não resolve o problema do doente. Só serve para lhe dar a sensação de que fez alguma coisa enquanto espera horas. É um remendo. O essencial para resolver os problemas das urgências é que o doente seja visto por um médico atempadamente, nos tempos definidos”, responde.

Para José Manuel Silva esta medida e outras (como a repetição da triagem) são “remendos que vão aumentar a despesa e não vão acelerar nada”. “Duplicar triagens ou pedir análises e exames que podem até ter de ser repetidos após o doente ser visto por um médico só vai significar mais perdas de tempo”, insiste. A solução? “O doente tem de ser visto a tempo pelo médico e para isso é preciso que exista o número de recursos humanos adequados às necessidades e ao afluxo de doentes. E qualquer cidadão sabe, não é preciso se ministro da Saúde, que na época de Inverno há um elevado afluxo de doentes. Este ano nem houve muito mais doentes nas urgências mas houve menos recursos disponíveis”.

Além das medidas já anunciadas para aliviar as urgências hospitalares - como o alargamento dos horários dos centros de saúde e a ordem para dar mais altas ao fim de semana – o Ministério decidiu avançar com uma série de outras, nomeadamente a abertura do terceiro centro, em Coimbra, da Linha de Saúde 24.

DGS recomenda vacinação
A subdirectora-geral da Saúde, Graça Freitas, reforçou hoje o apelo à vacinação contra a gripe, lembrando que os dados da...

“A vacinação é a melhor forma de prevenir a doença e as suas complicações. Recomendamos também medidas de higiene como a lavagem das mãos e evitar o contacto com pessoas doentes”, disse Graça Freitas, reforçando o apelo, em especial para os idosos, crianças ou pessoas com doenças crónicas.

Segundo explicou, a actividade gripal em Portugal entre 29 de Dezembro e 04 de Janeiro foi elevada e está acima da actividade basal, o que indicia o início do período epidémico.

“Neste momento, a actividade gripal é semelhante à que atingiu no ano passado perto do pico mas, de acordo com o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, a incidência, o número de pessoas que estará doente por cem mil habitantes é de 127,7 e isso levou a que a linha de base fosse ultrapassada e se considere que entrámos no período epidémico”, afirmou Graça Freitas.

De acordo com a subdirectora-geral da Saúde, a evolução da mortalidade semanal, por “todas as causas”, apresenta, no mesmo período, um acréscimo em relação ao esperado.

“Este aumento ocorre habitualmente na época de inverno e pode estar associado às baixas temperaturas, à descompensação de doenças crónicas e a infecções respiratórias causadas por diferentes microrganismos, nomeadamente gripe”, disse.

Graça Freitas adiantou também que têm estado em circulação outros vírus, além do vírus da gripe, que originam sintomatologia respiratória, nomeadamente Rhinovírus humano.

“Estamos a aguardar mais uma ou duas semanas para perceber qual vai ser o padrão de vírus em Portugal e isso depois vai definir a evolução da epidemia”, contou. Graça Freitas lembrou que o vírus da gripe é sazonal, manifestando-se principalmente durante o inverno, com um padrão de incidência predominante, nos últimos anos, em Janeiro e em Fevereiro. A DGS estima que 60% das pessoas com 65 ou mais anos de idade já estejam vacinadas contra a gripe.

De acordo com o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA), o número de casos de gripe subiu dez vezes mais entre os dias 29 de Dezembro e 4 de Janeiro e a mortalidade ’por todas as causas’ cresceu acima do esperado. A taxa de incidência da síndroma gripal foi na última semana de 127,7 casos por cada 100 mil habitantes.

Segundo o boletim do INSA, naquela semana foram analisados laboratorialmente 169 casos de síndroma gripal, dos quais 109 negativos para o vírus influenza, 51 positivos para vírus influenza do tipo B (dos quais 25 da linhagem Yamagata, 8 positivos para o vírus influenza A(H3) e 1 positivo para o vírus influenza A(H1)pdm09.

“Na semana 01 de 2015 foi admitido um caso de gripe nas 21 Unidades de Cuidados Intensivos que reportaram informação”, indica o INSA, adiantando tratar-se duma mulher de 52 anos que não tinha sido vacinada contra a gripe.

Desde o início da época de gripe 2014-2015 foram admitidos, em unidades de cuidados intensivos, sete doentes com gripe, quatro por influenza B e três por influenza A. “A identificação dos subtipos destes vírus não é, ainda, conhecida”, é referido no boletim.

Cumprimento de acordo
Um acordo entre o Ministério da Saúde e as empresas farmacêuticas permite que os hospitais públicos recebam 95 milhões de euros...

Os hospitais públicos vão receber 95 milhões de euros mediante notas de crédito já emitidas pelas empresas farmacêuticas no ano passado, no âmbito de um acordo celebrado entre o Ministério da Saúde e a Apifarma, segundo avança a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).

O acordo fixava uma contribuição total directa de 120 milhões de euros, cinco dos quais serão pagos pelo SNS e aproximadamente 20 são deduzidos àquela contribuição, correspondentes a investimentos feitos pelas empresas em investigação e desenvolvimento.

A execução do acordo está prevista para o primeiro trimestre deste ano, sendo que, em função da despesa pública com medicamentos, pode haver uma contribuição adicional no montante que exceder o máximo definido (2 mil milhões de euros). Para este ano, a contribuição prevista é de 135 milhões.

Laboratório de Coimbra obrigado
Para tentar comprar equipamento de investigação o laboratório de Bioquímica Genética da Universidade de Coimbra recorreu a...

O Laboratório de Bioquímica Genética (LBG) da Universidade de Coimbra (UC) teve de recorrer a uma plataforma digital de recolha de fundos ("crowdfunding") para tentar comprar equipamento de investigação, disse fonte da organização, citada pelo Destak.

Face às reduções "drásticas" de financiamento do laboratório que está associado ao Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da UC, o LGB ficou sem "possibilidade de financiamento para adquirir equipamentos de investigação", explicou à agência Lusa a directora do LGB, Manuela Grazina.

A também fundadora do laboratório, que funciona desde 1995, decidiu então lançar uma campanha para comprar o aparelho Qubit 2.0, procurando dois mil euros de financiamento através de "crowdfunding", até 15 de Janeiro.

Mortalidade acima do esperado
O número de casos de gripe disparou na primeira semana de Janeiro, registando-se uma actividade gripal alta e uma mortalidade...

O Boletim, elaborado pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), dá conta do início do período epidémico, com uma taxa de incidência da síndrome gripal de 127,7 casos por cada 100 mil habitantes, acima da zona de actividade basal.

Em relação aos internamentos, na primeira semana deste ano foi admitido um caso de gripe - uma mulher de 52 anos que não tinha sido vacinada contra a gripe - nas 21 Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) que transmitiram a informação.

No boletim lê-se que, desde o início da época de gripe 2014/2015, foram admitidos em UCI sete doentes com gripe, quatro por influenza B e três por influenza A.

O Sistema Nacional de Vigilância da Gripe foi activado em Outubro de 2014 e funcionará até Maio de 2015.

A Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe conta, na época de 2014/2015, com a participação de 16 laboratórios, na sua maioria de hospitais do continente e regiões autónomas da Madeira e dos Açores.

Esta rede assegura a detecção e caracterização dos vírus da gripe que podem estar na origem de casos mais graves da doença.

Depois de investimento de 4,4 ME
Uma nova residência assistida para idosos é inaugurada hoje no Funchal, depois de um investimento de 4,4 milhões de euros da...

A residência Dilectus Assicom, segundo os promotores, parte do conceito em que o utente pode "fazer o que quiser, quando quiser" e não tem restrições quanto aos pedidos.

O projecto é da autoria de João Vasconcelos e Sá, engenheiro civil que criou o modelo a partir do exemplo da sua mãe e que tem a instituição concessionada por um período de 14 anos.

"A minha mãe tinha 79 anos e, apesar de ter sete filhos, decidiu ir para uma unidade destas, em que disse que queria ter a sua independência e pegou no seu carro, estacionou na garagem e subiu ao seu quarto", explicou, acentuando que se pauta por uma filosofia em que "as pessoas queiram vir, antes de precisarem de vir".

A ideia partiu também de uma prospecção de mercado, segundo a qual "a geração do Mick Jagger (vocalista dos Rolling Stones) quer ter liberdade para fazer o que quiser" e não permanecer em lares onde se assemelham a "[pessoas] pré-enterradas e institucionalizadas", disse.

Os 45 quartos da residência têm capacidade para 80 pessoas e, dependendo dos pedidos dos utentes, têm condições à medida.

"Temos piscina, garagem, ginásio, cabeleireiro, manicura, bar aberto - para aqueles que não têm restrições médicas - internet, TV cabo e a qualquer pedido feito a resposta é sempre: pode", exemplificou. Estes serviços custam uma média de 1.800 por mês, podendo o valor subir ou descer consoante os pedidos dos utentes.

Ministro da Saúde garante:
O ministro da Saúde garantiu hoje que nenhum centro de saúde vai reduzir horários ou encerrar serviços, pelo menos até final de...

Paulo Macedo falava aos jornalistas no final de um debate agendado pelo PS sobre as situações vividas em alguns serviços hospitalares, com longas horas de espera, desmentindo assim uma notícia sobre o alegado encerramento de serviços em centros de saúde na Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte.

“Não vai haver qualquer encerramento de nenhuma área de cuidados de saúde primários nos meses de Janeiro, Fevereiro e Março”, disse o ministro que durante mais de uma hora esteve debaixo do fogo da oposição que o acusou de ser responsável pelo caos nas urgências que se registou nos últimos dias em algumas instituições.

Segundo Paulo Macedo, os centros de saúde já receberam, ou vão receber, instruções para alargarem os seus horários, sempre que de tal se justifique.

Sobre a falta de profissionais nos serviços, o ministro reiterou o investimento que o seu Governo tem feito nesta área, recordando que desde 31 de Dezembro de 2010 foram contratados cerca de 2.500 médicos e que mais 1.840 clínicos foram recentemente recrutados.

A este propósito, o governante anunciou que será ainda este mês aberto um novo concurso para 200 médicos de medicina geral e familiar, também aberto a médicos que exercem no sector privado.

No último concurso para esta especialização, que decorreu em 2014, cerca de 50 profissionais que trabalhavam em unidades do sector privado optaram por ir trabalhar no SNS, disse. O alargamento das 35 para as 40 horas de trabalho também deverão ajudar a suprimir a falta de médicos, adiantou o ministro.

Fazer face às dúvidas dos papás
O pai também tem um papel muito ativo no aleitamento materno.
Aleitamento materno

Quando falamos sobre aleitamento materno é certo que necessitamos de cerca de três horas em conversa para que as coisas possam fazer sentido para os pais – sim, porque o pai também tem um papel muito ativo no aleitamento materno – numa fase em que ainda estão ‘grávidos’. Isto acontece, quer se tratem de primeira gravidez ou não, pois todas(os) viveram ou ouviram relatos acerca do aleitamento materno.

Para fazer face às dúvidas dos papás, tentei organizar ideias para escrever este “manual” de uma forma compreensível e fluida… estas linhas orientadoras não são um apoio individualizado nem dirigido a ninguém em particular, pretendem apenas ser um pequeno suporte, com aquilo que são as bases de um aleitamento materno de sucesso. Este ‘manual’ não pretende fazer-se substituir a qualquer apoio personalizado que a mãe, puérpera e o bebé possam obter – esse é sempre bem-vindo e certamente mais assertivo e direcionado já que tem em conta a tríade mãe/ pai/ bebé em questão.

Ufa! E vamos então por partes. Existem quatro fases do aleitamento materno.

A preparação
Tal como é esperado que se planeie a gravidez, também é suposto que o façamos com o aleitamento materno, seja percebendo como tudo acontece, seja tomando uma primeira decisão sobre se querem ou não amamentar;

O colostro
É o primeiro leite que sai da mama, normalmente bastante espesso e amarelo, riquíssimo em nutrientes e comummente subvalorizado. Por ser tão rico, pouca quantidade é suficiente para que o bebé fique saciado, até porque o seu estômago não é maior do que o tamanho de um berlinde! Sim, quando nasce o bebé tem o estômago do tamanho de um berlinde!

A descida de leite
Tecnicamente é a produção excessiva de leite relativamente ao consumo do bebé, caracterizada pelo enchimento da mama, muitas vezes acompanhado de dor, temperatura e dificuldade em que o bebé faça uma pega correta e um bom esvaziamento da mama. (Voltaremos aqui mais em diante)

O leite maduro
Aquilo a que eu gosto de chamar de “velocidade cruzeiro”. Sem dúvida, se se fizer uma boa preparação, tudo será mais fácil, pois todos serão conhecedores dos obstáculos.

Amamentar é em primeira instância uma decisão, tornemo-la consciente e esclarecida. Para não tornar o “manual” em algo ilegível, e porque na fase “colostro” estará em meio hospitalar, não abordarei os obstáculos técnicos, apenas alerto para a importância – tantas vezes negligenciada – de cuidar da mama (primeiro biberão do bebé) desde a primeira mamada, com a aplicação de um creme (preferencialmente lanolina pura), utilização de um bom soutien de suporte, colocação de umas conchas protetoras de mamilos. Idealmente andaria com a mama ao ar, mas na impossibilidade de o fazer, estes são os segredos para uma mama sã.

O colostro será então aquilo que alimentará o bebé nos primeiros três a sete dias de vida, momento em que terá a descida do leite. Quando entramos nesta fase, é fundamental que o bebé mame frequentemente, isso assegurará uma boa base de produção de leite e esvaziamento da mama, evitando que esta fique tão tensa e que o bebé não consiga efetuar a pega o que certamente fará com que o bebé não fique tão sôfrego que não queira largar a mama! - Intervalos curtos entre mamadas darão origem a mamadas mais curtas e bebés mais serenos.

Recordando que este “manual” não substitui um aconselhamento individualizado, a minha orientação vai no sentido de intervalos de duas a duas horas e meia entre as mamadas, de duração entre quinze a trinta minutos (no máximo) e em ambas as mamas. É fundamental reter que o intervalo entre mamadas se contabiliza a partir do momento em que o bebé começa a mamar e este deverá fazer entre oito a dez mamadas por dia (vinte e quatro horas). Este momento, denominado “descida do leite” por se tratar de uma resposta cerebral ao estímulo que o bebé efetua na mama desde a primeira mamada, dura cerca de vinte e quatro a quarenta e oito horas, desde que bem orientado. Superável?

Daqui em diante entramos na “velocidade de cruzeiro”, podemos começar a estabelecer rotinas e padrões, pois o nosso corpo já percebe quanto e quando o bebé come/mama. A Mãe Natureza é fabulosa!

Os sete passos para o sucesso são:

1º: Calma!

2º: Calma!

3º: Calma!

4º: Saber que o leite materno digere mais rápido do que o leite artificial

5º: Saber que 80% daquilo que o bebé mama fá-lo nos primeiros 5 minutos de mamada – apaziguador, não?

6º: Saber que quanto maior é o estímulo, maior é a produção

7º: NUNCA esquecer a ….CALMA!

Ter esta informação sempre presente é importantíssimo para a serenidade do casal e harmonia com o bebé, senão vejamos. Por exemplo no ponto 4, só com esta informação percebemos por que razão, caso seja administrado ao bebé leite artificial, este fica por vezes cinco horas sem dar sinais de fome, ao invés do que acontece quando mama leite materno, em que por vezes ao fim de uma hora ou uma hora e meia já quer voltar a mamar. Quanto ao ponto 5, esta é a razão pela qual não faz qualquer sentido manter o bebé na mama por uma hora ou mais, como por vezes vemos ou sabemos que acontece…. É bem provável que esse bebé apenas esteja a fazer da sua mama chupeta…. Esta situação irá inclusivamente causar confusão nos horários da amamentação, nos intervalos entre mamadas e é tantas vezes causa da interrupção do aleitamento materno.

Ingrediente secreto… Saber que quanto maior é o estímulo, maior é a produção
No que refere ao ponto 6 eu chamar-lhe-ia o ingrediente secreto, pois se quanto maior é o estímulo maior é a produção então estou certa em defender intervalos curtos entre mamadas! Não só asseguram uma boa produção, como um excelente esvaziamento da mama e estou quase certa que excelentes ganhos de peso também.

E é esta a base do trabalho que diariamente desenvolvo como conselheira em aleitamento materno…. Em termos emocionais o aleitamento materno é muito poderoso, de forma bilateral – pela positiva e pela negativa. E por isso reforço que a preparação é importantíssima, pois é nesta fase que podemos pensar no que queremos e como queremos! Mas uma relação não sobrevive sem comunicação, sem diálogo, sem partilha, e nesta fase em que está a viver um turbilhão de emoções que alteram o nosso “habitual”, falar é ainda mais importante! Sabemos que os homens têm dificuldade em compreender as mulheres, pois se não falarmos essa tarefa torna-se impossível!

Uma vez uma grávida disse: “Os meus receios com o aleitamento materno são os normais…” Isto é chinês para um homem! Fale, diga-lhe o que pensa, o que sente e como quer que ele a apoie… amamentar também o envolve a ele. Antes e durante esse processo de amamentação esse fator pode ser determinante. Crie um espaço para esse momento tão íntimo e especial. Deve ser sereno e confortável para que a linguagem hormonal possa acontecer. Não receie pedir ajuda, isso demonstra inteligência e não fraqueza! Saiba que em todas e cada uma das fases da amamentação é normal que surjam questões… é o seu sentido de responsabilidade que a faz questionar sempre! Perceba que a decisão de amamentar é sua, e diária… ninguém pode ou deve emitir juízos de valor acerca do que faz com a sua vida em cada momento.

Joana Freitas, Conselheira em Aleitamento Materno - E. [email protected]

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.

Páginas