Dia da Tolerância Zero para a Mutilação Genital Feminina
O apelo no Dia da Tolerância Zero para a Mutilação Genital Feminina, que se assinala na sexta-feira, é, este ano, dirigido aos...

Na mensagem divulgada a propósito da efeméride internacional, o secretário-geral das Nações Unidas destacou que “os sistemas e os profissionais de saúde são essenciais para o bem-estar das sociedades”.

Recordando que “o apoio activo” da comunidade médica a favor da eliminação da mutilação genital feminina (MGF) tem sido “fundamental”, Ban Ki-moon sublinhou que a comunidade médica pode prestar uma “informação credível, científica e imparcial”, que ajudará “as pessoas a protegerem-se de violações dos seus direitos”.

Porém, alertou, é preciso “garantir que os pais não evitam os profissionais de saúde para encontrar métodos alternativos de sujeitar as suas filhas à MGF”.

Também a propósito do dia 6 de Fevereiro, uma coligação de organizações de saúde, coordenada pelo Comité Interafricano de Práticas Tradicionais, emitiu um comunicado no qual se compromete a mobilizar os seus membros para “ajudar a acelerar o fim da MGF”.

Entre os membros da coligação estão a Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia, a Confederação Internacional de Parteiras, os Colégios de Especialidade de Obstetras e Ginecologistas e de Parteiras do Reino Unido, e organizações como a Girl Generation, a FORWARD e a Equality Now.

“A não ser que a acção para eliminar a MGF seja acelerada, na próxima década, 30 milhões de meninas podem ser sujeitas a essa forma de violência, que não tem quaisquer benefícios médicos e pode causar significativos danos físicos e psicológicos”, alertou a coligação, destacando ainda a necessidade de assegurar “apoio e cuidados físicos, emocionais e psicológicos às sobreviventes” da prática.

Actualmente, estima-se que 140 milhões de mulheres e meninas vivam com esta prática, que causa lesões físicas e psíquicas graves e permanentes. Se a tendência se mantiver, outras 86 milhões serão sujeitas à prática até 2030, estimam as Nações Unidas.

A prática é sobretudo mantida no continente africano, incluindo na lusófona Guiné-Bissau, mas tem migrado para a Europa, onde se estima que vivam 500 mil mulheres mutiladas e 180 mil meninas estejam em risco anualmente.

“A crescente medicalização da prática é um obstáculo enorme à sua erradicação e, apesar do grande número de profissionais de saúde activamente envolvidos nos esforços para acabar com a MGF, é necessário um empurrão final para garantir que todos se comprometem com a tolerância zero”, reconheceu a coligação.

Na mensagem divulgada a propósito do Dia da Tolerância Zero para a Mutilação Genital Feminina, o secretário-geral da ONU destacou que “a mudança está a acontecer no seio das comunidades, quebrando o silêncio e derrubando mitos em torno da MGF”.

Como exemplo de boas práticas, Ban Ki-moon citou a Associação de Parteiras da Mauritânia, que se recusa a praticar a MGF e promove activamente o abandono da prática.

“Se todos se mobilizarem, mulheres, homens, jovens, é possível, nesta geração, acabar com a prática”, estimou o responsável máximo das Nações Unidas.

Macau
O Governo de Macau encomendou 10.000 vacinas contra uma nova estirpe do vírus da gripe H3N2, mas garante que não há motivo para...

As novas vacinas, encomendadas recentemente e ainda sem data para chegarem ao território, pretendem proteger a população de uma mutação do H3N2 que, só na quarta-feira, matou sete pessoas em Hong Kong, de acordo com o jornal South China Morning Post.

Segundo anunciaram os Serviços de Saúde de Macau (SSM), as novas vacinas custaram 500.000 patacas (cerca de 55.000 euros) e vão complementar as 107.000 vacinas já adquiridas para a gripe sazonal, 82.000 destas já administradas, que custaram aos cofres públicos seis milhões de patacas (cerca de 660.000 euros).

No mês de Janeiro, as amostras que os SSM têm efectuado acusaram sete casos de pessoas infectadas com este vírus - apenas um caso foi considerado mais preocupante, de um homem de 68 anos que desenvolveu uma pneumonia.

No que toca à gripe sazonal, os números de Janeiro deste ano são inferiores aos de 2014: 238 contra os 569 no período homólogo, indicaram os serviços.

"A situação não é grave. Há uma tendência activa do vírus e da doença em Macau, mas até agora não se registou nenhum caso grave", garantiu Lam Chong, do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças.

Nesta época considerada de pico para a gripe, todos os casos devem ser reportados aos SSM por instituições como escolas ou lares de idosos. Os próprios serviços contactam diariamente os hospitais para assegurar que não se registaram casos que necessitem de exames mais pormenorizados.

Em caso de necessidade de isolamento, os SSM têm 25 camas reservadas e estão a preparar mais enfermarias, informou Cheong Tak Hong, do serviço de pneumologia do Centro Hospitalar Conde de São Januário.

Os SSM explicaram ainda que não serão para já alterados os procedimentos na fronteira, onde habitualmente funciona um sistema de medição de temperatura - qualquer pessoa com a temperatura acima dos 38º é encaminhada para um rastreio médico.

"A [nossa] medida de prevenção não pode ser impedir a sua propagação na fronteira. Actualmente, há medição de temperatura corporal, mas é difícil impedir a propagação de gripe", explicou Lam Chong, defendendo que o importante é antes preparar as instituições médicas para tratar os potenciais doentes.

Em Escolas
A Associação de Jovens Diabéticos de Portugal organiza no próximo dia 11 de Fevereiro, entre as 12h00 e as 13h30, uma sessão de...

A Associação de Jovens Diabéticos de Portugal (AJDP) tem vindo a desenvolver, desde 2009, o projecto “AJDP nas Escolas” com o objectivo de informar e principalmente de desmistificar a diabetes. Com este fim, a AJDP organiza sessões de esclarecimento em Escolas, onde aborda temáticas como a patologia da diabetes tipo I e tipo II, as rotinas das pessoas com diabetes, a importância do exercício físico, entre outras.

As sessões de esclarecimento são especialmente úteis quando existem problemas em encarar, aceitar e lidar com a patologia, tanto da parte da criança ou adolescente com diabetes, como da parte dos seus colegas, professores e/ou pais, no entanto também se podem organizar apenas numa perspectiva de educação para a saúde.

As voluntárias da AJDP desenvolverão, durante a sessão de esclarecimento, um jogo dinâmico que abordará, de forma lúdica, os aspectos mais importantes do dia-a-dia de um jovem com diabetes, evidenciando as vantagens de se cumprir o plano aconselhado de tratamento e de se adoptar hábitos de vida saudáveis, e simultaneamente será feita uma apresentação participativa sobre diabetes.

Para Carlos Neves, presidente da AJDP e diabético tipo I, “O controlo da diabetes é sempre um desafio, sobretudo em crianças e jovens. O estigma associado à necessidade de injecções de insulina, a confusão entre diabetes tipo I e tipo II e o fantasma das complicações de uma diabetes mal controlada podem levar um jovem a não aceitar bem a sua diabetes. No entanto, um jovem com diabetes pode actualmente ter uma vida igual à dos outros jovens, e o desporto desempenha um papel fulcral num estilo de vida saudável.”

No Japão
Investigadores japoneses desenvolveram um sistema para “smartphones” que avisa os pacientes epilépticos pelo menos 30 segundos...

Uma equipa da Universidade de Kyoto, no centro do Japão, que desenvolveu o sistema, está a trabalhar com a Universidade de Kumamoto (sudoeste) e a Universidade de Medicina e Odontologia de Tóquio para que o dispositivo comece a ser comercializado em 2020, informou o diário Nikkei.

O sistema utiliza um pequeno sensor colocado perto da clavícula ou no coração para medir as alterações nos batimentos cardíacos.

Antes de um ataque epiléptico, a atividade das células nervosas que afetam os nervos que controlam o coração muda.

O sistema detecta as alterações através do sensor e envia os sinais para o telemóvel, que utiliza uma aplicação especial para analisá-las.

Infarmed
O presidente do Infarmed garantiu que os hospitais portugueses começaram ontem a pedir os 100 tratamentos gratuitos para a...

Eurico Castro Alves, em entrevista no telejornal da RTP ontem à noite, adiantou que os tratamentos oferecidos por esta farmacêutica começaram a ser pedidos pelos hospitais, depois de o Infarmed (autoridade para a área dos medicamentos) ter “demorado alguns dias” a definir “critérios muito rigorosos” para “garantir que todos os doentes tivessem acesso por igual, justo e equitativo” aos tratamentos.

“Definido esse critério, hoje mesmo, os hospitais começaram a pedir os tratamentos à Gilead e creio que alguns já terão sido entregues, os 100 gratuitos”, declarou.

O presidente do Infarmed adiantou que há mais 200 tratamentos para a Hepatite C oferecidos pela farmacêutica Abbvie, “em sede de ensaios clínicos de um medicamento perfeitamente equivalente”, e cerca de 60, também oferecidos, pela farmacêutica Bristol-Meyrs Squibb.

Eurico Castro Alves admitiu que as farmacêuticas “têm a vida dos doentes nas mãos” e deixou um apelo público para que essas empresas aceitem “o preço que o Estado português pode pagar” pelos tratamentos inovadores para a Hepatite C.

“As farmacêuticas têm nas mãos delas a vida dos nossos doentes. Eu percebo que são empresas que têm expectativas, que nós respeitamos. Temos que encontrar um equilíbrio entre aquilo que é possível o Estado português pagar para tratar todos os seus doentes e as suas legítimas expectativas”, disse.

Eurico Castro Alves declarou ainda que o preço justo “tem que ser encontrado urgentemente” e que se dependesse apenas de si ou do Ministério da Saúde isso já teria acontecido.

“Ninguém tem mais pressa do que o Governo e aqueles que estão a negociar. Temos tanta pressa como os doentes. Estamos solidários com eles, estamos na mesma luta”, declarou.

Sublinhando que está em causa “muito dinheiro”, o presidente do Infarmed deu como exemplo os tratamentos realizados pelo Hospital de São João a quatro doentes, que tiveram um custo de aproximadamente 100 mil euros por doente e por tratamento completo.

Eurico Castro Alves referiu que um “inquérito rigoroso” realizado em maio nos hospitais permitiu identificar 13.015 doentes a precisar de tratamento.

“Multipliquemos 13.015 doentes, que são aqueles que precisam de tratamento, por 100 mil euros cada um. Estamos a falar de muito dinheiro. O que é preciso é arranjar maneira de poder pagar o preço justo”, disse, já depois de ter afirmado que “não podem morrer doentes por falta de tratamento”.

Na Venezuela
Os venezuelanos, que passam horas nas filas para comprar bens de primeira necessidade, têm agora outra dificuldade em mãos, já...

No site MercadoLibre, utilizado pelos venezuelanos para obter bens escassos, um pacote de 36 preservativos é vendido por 4.760 bolívares (660 euros), valor muito próximo do salário mínimo do país, que é de 5.600 bolívares.

"O país está numa tal confusão que, agora, temos de esperar na fila até para ter sexo", lamentou Jonathan Montilla, de 31 anos e diretora de arte numa empresa de publicidade.

A queda no preço do barril de petróleo agravou a escassez de produtos de consumo, desde fraldas a desodorizantes, num país que importa a maioria dos seus bens e tem na exportação petrolífera cerca de 95% das receitas provenientes do exterior.

Como o valor que a Venezuela recebe pelo petróleo exportado caiu 60% nos últimos sete meses, a economia do país está a ser empurrada para o abismo com fortes possibilidades de não conseguir satisfazer o compromisso de pagar o serviço da dívida externa nos próximos 12 meses, se o preço do petróleo não recuperar.

A redução no acesso a contraceptivos é mais grave do que pode parecer, pelo facto de a Venezuela ter elevados números de infecção pelo vírus da Sida e uma das mais altas taxas de gravidez na adolescência da América do Sul, sendo o aborto ilegal no país.

Para Carlos Cabrera, vice-presidente da filial local da International Planned Parenthood Federation (Federação Internacional de Planeamento Familiar), sediada em Londres, dada a ilegalidade da interrupção voluntária da gravidez, o desaparecimento de contraceptivos poderá aumentar o número de mortes entre mulheres grávidas que recorram a clínicas clandestinas.

Por seu lado, Johnatan Rodriguez, do grupo sem fins lucrativos StopVIH, sublinhou que "esta escassez ameaça os programas de prevenção em que a organização tem vindo a trabalhar em todo o país".

Preservativos e outros contraceptivos começaram a desaparecer de muitas farmácias e clínicas venezuelanas no final de Dezembro passado, quando o governo limitou o recurso a divisas ao mesmo tempo que as receitas do petróleo baixaram.

Também as pílulas anticoncepcionais de emergência e as drogas antirretrovirais para pacientes com HIV estão a atingir níveis críticos.

Apenas na capital do país ainda era possível obter contraceptivos no final de Janeiro, recorrendo a um dos três centros de planeamento familiar onde os mesmos eram vendidos livremente a 3 bolívares a unidade.

Em 2015
O secretário regional da Saúde do Governo dos Açores anunciou o alargamento, este ano, do rastreio do cancro colorrectal a...

"O projecto arrancou em 2014. Tivemos uma experiência piloto na área de influência do hospital da Horta extremamente positiva e fui informado recentemente pelo Centro de Oncologia dos Açores de que é um projeto que vai arrancar em todas as ilhas do arquipélago no ano de 2015", salientou.

Luís Cabral falava numa cerimónia, a pretexto do Dia Mundial do Cancro, em que foram de novo apresentados dados já anteriormente divulgados do Registo Oncológico Regional dos Açores relativos às taxas de incidência do cancro e sobrevivência à doença na região.

Tal como em 2013, quando foram apresentados os últimos números da incidência do cancro nos Açores, Luís Cabral deixou um apelo à prevenção dos cancros provocados pelo consumo de tabaco.

Por seu turno, Raul Rego, presidente do COA, disse que o centro tem já uma anteproposta de uma campanha de sensibilização antitabágica, que não apresentou por ter de ser ainda aprovada pelo Governo Regional dos Açores.

Ainda assim, Raul Rego sublinhou a necessidade de sensibilização dos jovens no 3.º ciclo de escolaridade, alegando que são o grupo etário mais vulnerável à prevenção do consumo do tabaco.

De acordo com dados relativos ao período entre 2007 e 2011, o cancro com maior incidência nos Açores é o da próstata, seguido do cancro do pulmão, do cancro da mama, do cancro colorrectal e do cancro do estômago.

Por outro lado, um estudo do COA relevado em dezembro passado, que analisou dados entre 2000 e 2009, concluiu que houve um aumento da taxa de sobrevivência em casos de cancro nos Açores.

"A maioria dos cancros teve uma evolução favorável na sobrevivência entre o período 2000-2004 e o período mais recente (2005-2009)", segundo um comunicado do COA divulgado nesse dia.

Os tipos de cancro com melhor sobrevida cinco anos após o diagnóstico, entre 2005 e 2009, foram, nos homens, o da próstata (86,3%) e, na mulher, o da mama (79,3%). Já os cancros mais letais foram o do fígado (6,5%) e o do pulmão (7,9%).

Na maioria dos tipos de cancro, a taxa de sobrevivência nos Açores é menor do que a nível nacional, mas Raúl Rego considerou, em dezembro, que é difícil fazer "comparações com a realidade nacional" e lembrou que os serviços de oncologia nos Açores só foram criados "a partir da década de 80" do século passado.

Desde 2011 que o Centro de Oncologia dos Açores divulga dados sobre a incidência do cancro na região, tendo registos desde 1997.

Hospital esclarece
O Hospital Egas Moniz esclareceu que a doente que morreu de Hepatite C, alegadamente por falta de tratamento com Sofosbuvir,...

A doente de 51 anos, que faleceu na sexta-feira no Hospital de Santa Maria, foi seguida durante nove anos no Hospital Egas Moniz, pertencente ao Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (CHLO), afirma esta unidade em comunicado.

“Desde 2008 foi-lhe proposta por várias vezes a terapêutica convencional com resultados muito favoráveis para o genótipo que a doente apresentava, terapêutica esta que a doente sempre recusou, tendo a doença evoluído, sem tratamento específico durante cerca de seis anos”, refere a nota.

Segundo o CHLO, em 2014 a doente apresentava já doença hepática “muito avançada, com prognóstico reservado”, tendo estado internada sete vezes durante esse ano.

Em Julho, a Comissão de Farmácia e Terapêutica do CHLO recebeu o primeiro pedido de terapêutica com Sofosbuvir (medicamento inovador para a hepatite C), tendo sido posteriormente solicitada ao laboratório Gilead a disponibilização desse medicamente de forma gratuita.

Segundo o CHLO, esse pedido foi aceite pela Gilead em Janeiro deste ano.

“Nesta data a doente estava internada em situação extremamente critica e por acentuada deterioração do estado clinico, com necessidade de cuidados intensivos (…) foi transferida para o Hospital de Santa Maria”.

Promessa de averiguar morte
O ministro da Saúde recebeu hoje os filhos de duas doentes com hepatite C, que assistiram à audição do governante no Parlamento...

No final de uma audição na Comissão Parlamentar da Saúde, que durou mais de quatro horas, Paulo Macedo recebeu David Gomes e Ivo Miguel, numa sala longe dos olhares dos jornalistas.

“O ministro disse-nos, olhos nos olhos, que iria averiguar o que aconteceu no caso da minha mãe e porque é que ela não recebeu o medicamento Sofosbuvir [alvo de negociações para redução de preço entre a farmacêutica e o Ministério da Saúde]”, afirmou David Gomes aos jornalistas, no final da reunião com Paulo Macedo.

David Gomes quer saber a razão pela qual a mãe, “que pelos vistos era uma doente tão prioritária que acabou por morrer”, não recebeu o fármaco.

No encontro, Paulo Macedo terá explicado a David Gomes e Ivo Miguel as negociações que decorrem com o laboratório.

“Temos de pressionar as farmacêuticas”, disse David Gomes, que continua com a intenção de processar o Estado e o Ministério da Saúde.

Recusando a ideia de que no encontro o ministro da Saúde terá feito uma lavagem cerebral, Ivo Miguel corroborou a ideia de que não se deve pressionar apenas o Ministério da Saúde, mas também o laboratório.

Paulo Macedo adiantou aos jornalistas que, no decorrer da reunião, David Gomes lhe terá transmitido que o hospital onde a mãe foi seguida já terá aberto um inquérito para averiguar o que se passou.

O ministro tinha afirmado, ainda no decorrer da audição, que se comprometia “pessoalmente” a verificar o circuito das autorizações de utilização excepcional de medicamentos, como o Sofosbuvir, para a hepatite C, de modo a averiguar como pode ser melhorado.

David Gomes revelou ainda que elaborou uma carta para a presidente da Assembleia da República contra a forma como o deputado social democrata Miguel Santos se dirigiu a si e a Ivo Miguel, sugerindo que abandonassem a sala da comissão, após um doente se ter exaltado e gritado com o ministro da Saúde.

Laboratório confirma
A farmacêutica Gilead, detentora do medicamento inovador para a hepatite C, disse que a doente que morreu recentemente vítima...

A informação foi avançada pelo Rádio Renascença e entretanto confirmada, em comunicado, pela empresa Gilead.

Na nota hoje enviada à agência Lusa, a Gilead disse nunca ter recebido qualquer nota de encomenda para o uso do medicamento na mulher de 51 anos, que morreu na sexta-feira vítima de hepatite C, apesar de o laboratório o ter disponibilizado.

Segundo a farmacêutica, o Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental enviou à Gilead, a 4 de Novembro do ano passado, um pedido de acesso sem custos ao medicamento Ledispasvir/Sofosbuvir, mas na altura não havia enquadramento legal para o fornecer sem custos.

Na sequência de um pedido de esclarecimento, a Autoridade do Medicamento explicou, a 31 de Dezembro de 2014, que o fornecimento do medicamento se enquadrava num novo regulamento relativo ao programa para acesso precoce a fármacos sem custos para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Nove dias depois, a Gilead comunica ao Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental a sua disponibilidade para fornecer o medicamento a essa doente sem custos para o SNS.

Contudo, até hoje, o laboratório diz não ter recebido “qualquer nota de encomenda ao abrigo do respectivo regulamento por parte desse hospital para o medicamento em questão”.

A Gilead recorda ainda que, no dia 16 de Janeiro, foi acordado com o Ministério da Saúde o acesso sem custos ao medicamento para a hepatite C para os 100 doentes mais urgentes.

Questionada pela agência Lusa sobre se os medicamentos já foram disponibilizados e se começaram a ser tratados, a Gilead remeteu para a Autoridade do Medicamento (Infarmed), escusando-se a prestar mais esclarecimentos.

A Lusa contactou igualmente o Infarmed para obter explicações, mas até ao momento ainda não teve resposta.

A Gilead frisa que, logo que foi legalmente possível fazê-lo, acordou com o Ministério da Saúde “o acesso precoce e sem custos a 100 tratamentos”.

Movimento “Cancro Sem Tabus”
A Liga Portuguesa Contra o Cancro lança hoje o movimento “Cancro sem tabus”, uma iniciativa que pretende “quebrar os mitos que...

Lançado no Dia Mundial da Luta contra o Cancro, a campanha desafia os portugueses a partilharem o seu testemunho sobre esta doença, sendo “o exemplo dado por figuras públicas, que falam sobre os tabus que consideram fundamental afastar da palavra “cancro” e o que sentiram quando passaram pela doença”, adianta a Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) em comunicado.

Nicolau Breyner, João Lobo Antunes, Jorge Gabriel, Sofia Lisboa, António Forjaz, Cláudia Marcos e Marine Antunes são os nomes que se associaram à campanha e que gravaram vídeos individuais nos quais relatam a sua experiência pessoal com as doenças oncológicas e que podem ser visualizados no site da LPCC e na sua página de Facebook.

“Estudos recentes concluíram que, para os portugueses, o cancro é a doença mais preocupante e que as razões para tal prendem-se com a elevada prevalência das doenças oncológicas, a ausência de cura e elevada mortalidade”, refere o presidente da Liga, Francisco Cavaleiro de Ferreira, defendendo a importância de lançar campanhas que desmistifiquem algumas ideias erradas que ainda persistem à volta da doença, que mata 70 portugueses por dia.

Fique a saber
A angina de peito é um desconforto ou dor no peito que ocorre quando sangue rico em oxigénio não che
Desenho de homem com dor forte no peito

 

A doença coronária é normalmente causada pela aterosclerose, uma situação em que depósitos gordos (chamados “placas”) se formam ao longo das paredes interiores dos vasos sanguíneos. Apesar de afectar principalmente homens de meia-idade ou mais velhos, pode ocorrer em ambos os sexos e em todas as faixas etárias.

 

Sintomas

A angina de peito provoca normalmente uma dor no peito tipo pressão, queimadura ou aperto. A dor principal situa-se habitualmente por baixo do esterno, podendo também atingir a garganta, os braços, os maxilares, a zona entre as omoplatas ou até mesmo o estômago. Outros sintomas que podem estar relacionados com a angina de peito incluem náuseas, tonturas, dificuldade em respirar/falta de ar e sudação.

A angina de peito pode dividir-se em dois tipos

Angina estável

A dor no peito segue um padrão específico, ocorrendo quando alguém pratica actividade física intensa ou experimenta emoções extremas. Outras situações que levam à angina de peito incluem fumar um cigarro ou um charuto, o tempo frio, uma refeição grande e o esforço na casa de banho. A dor normalmente desaparece quando o factor desencadeante termina.

Angina instável

Os sintomas são menos previsíveis e deve chamar um médico imediatamente quando a tiver. Esta dor no peito ocorre em repouso, durante o sono ou frequentemente com um esforço mínimo, podendo o desconforto ser prolongado e intenso.

Diagnóstico

O seu médico pode suspeitar que tem angina de peito baseado nos sintomas e no risco de doença coronária. O médico irá rever o seu historial médico para saber se fuma (ou se fumou) e se tem diabetes e pressão arterial elevada, bem como questioná-lo acerca do historial médico da sua família, rever os seus níveis de colesterol, incluindo o colesterol LDL (mau) e o colesterol HDL (bom), e ainda verificar a pressão arterial e pulsação e auscultar o coração e os pulmões. Pode precisar de realizar um ou mais dos seguintes testes de diagnóstico de forma a determinar se tem uma doença coronária:

Electrocardiograma (ECG)

O ECG é um registo dos impulsos eléctricos do coração que pode identificar problemas com a frequência e ritmo cardíaco e por vezes pode mostrar alterações indicativas de uma artéria bloqueada.

Prova de esforço

Se o ECG estiver normal e for capaz de andar, será encaminhado para realizar uma prova de esforço na qual terá de caminhar num tapete rolante enquanto a sua frequência cardíaca é monitorizada. Noutras provas de esforço utiliza-se medicação para estimular o coração, injectam-se corantes para procurar obstruções e fazem-se ecografias para fornecer mais informação.

Angiografia coronária

Estas radiografias das artérias coronárias constituem a forma mais fidedigna de avaliar a gravidade da doença coronária. Um tubo fino, longo e flexível (chamado cateter) é inserido numa artéria no antebraço ou na virilha. O médico orienta o cateter em direcção ao coração utilizando uma câmara especial e, assim que o cateter esteja em posição, é injectado um corante para mostrar o fluxo sanguíneo no interior das artérias coronárias, realçando quaisquer áreas estreitadas ou bloqueadas.

Duração esperada

Um episódio de angina de peito estável normalmente dura menos de cinco minutos. Uma dor que dure mais do que isso ou que seja intensa pode indicar uma diminuição mais significativa no fornecimento de sangue ao coração, sugerindo um ataque cardíaco ou uma angina instável.

Prevenção

Pode ajudar a prevenir a angina causada pela doença coronária controlando os factores de risco para as artérias obstruídas:

Colesterol alto

Siga as orientações do médico em relação a manter uma dieta pobre em gorduras e colesterol e, caso necessário, tome medicação para reduzir o colesterol.

Pressão arterial elevada

Siga as recomendações do médico em relação a alterar a dieta e tomar a medicação.

Tabagismo

Se fuma, deixe de o fazer; Se não fuma, não comece.

Diabetes

Teste o açúcar do sangue (glicemia) frequentemente, siga a sua dieta especial e tome a insulina ou a medicação oral conforme prescrito pelo médico.

Também é sensato fazer exercício físico regularmente e manter o peso ideal. Se os episódios de angina de peito forem desencadeados pelo stress emocional, pode ser útil aprender a controlá-lo ou a efectuar técnicas de relaxamento.

Tratamento

Quando a angina é causada por uma doença coronária, o tratamento normalmente inclui:

Alterações do estilo de vida

As alterações incluem a perda de peso nos doentes obesos, uma terapêutica para deixar de fumar, medicamentos para baixar o colesterol alto, um programa de exercício físico regular para baixar a pressão arterial elevada e técnicas de redução do stress.

Nitratos, incluindo a nitroglicerina

Os nitratos são medicamentos que dilatam os vasos sanguíneos (vasodilatadores), aumentando o fluxo sanguíneo nas artérias coronárias e tornando mais fácil ao coração bombear o sangue para o resto do corpo.

Beta-bloqueantes, como o atenolol e o metoprolol

Estes medicamentos diminuem a sobrecarga do coração abrandando a frequência cardíaca e reduzindo a força das contracções do coração, especialmente durante o exercício físico.

Bloqueadores dos canais de cálcio, como a nifedipina, o verapamil, o diltiazem e a amlodipina

Estes medicamentos podem ajudar a melhorar a eficiência da função muscular do coração e podem diminuir o número e a gravidade dos episódios de dor no peito.

Aspirina

Uma vez que a aspirina ajuda a prevenir que coágulos sanguíneos se formem no interior de artérias coronárias estreitadas, pode reduzir o risco de ataques cardíacos em pessoas que já têm doença coronária.

Se as alterações do estilo de vida e os medicamentos não forem eficazes para aliviar a angina de peito ou quando o risco de ataque cardíaco é elevado, o médico pode recomendar uma angioplastia com balão ou uma cirurgia de pontagem (bypass) das artérias coronárias.

Quando contactar um profissional

Contacte o seu médico se tiver dores no peito, mesmo que pense que é demasiado novo para ter uma angina peito e não exista uma história de problemas cardíacos na sua família. O médico irá recomendar os passos seguintes baseado na forma como descreve os seus sintomas e nos seus factores de risco.

Prognóstico

Em pessoas com doença coronária, o prognóstico depende de vários factores, incluindo a localização e a gravidade do estreitamento da artéria, assim como o número de artérias coronárias envolvidas. O tratamento adequado melhora significativamente o prognóstico nas pessoas com doença coronária.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Constipações
Está chegada a altura do pingo no nariz!

Prevenção. O melhor remédio!

O melhor a fazer é prevenir. Há uma série de cuidados no seu dia-a-dia que não deve descurar:

- não lave o cabelo da criança todos os dias. E quando o fizer certifique-se que no final o seca muito bem. Com o secador de cabelo a uma temperatura tolerável seque também os ouvidos. Desta forma evitará muitas otites. Isto também é válido para idas à piscina.

- a tolerância ao frio de um adulto e de uma criança é diferente. Tenha sempre um gorro ou um casaco de capuz e luvas a postos, para utilizar se necessário.

- certifique-se que o seu filho anda bem alimentado. Isto é, tem uma alimentação rica e variada, especialmente à base de fruta fresca, legumes (sopa) e carne. É importante para o correcto funcionamento do sistema imunitário.

- evite a permanência prolongada em espaços fechados e com muita gente. Um ambiente saturado propicia a disseminação de bactérias e vírus pelo ar.

- vigie a temperatura e a humidade do quarto da criança (21/22ºC e 50/60% humidade). Desta forma torna o ar mais respirável.

- existem vacinas orais que funcionam como preventivos para as constipações ou, caso não as evitem totalmente, pelo menos amenizam a sua própria gravidade. Informe-se com o seu pediatra acerca de qual será mais adequada para o seu filho.

Caso o seu filho tenha alguma doença associada, como asma por exemplo, deve ter em conta as indicações específicas para o caso dele.

 

Ranhocas. O que fazer?

Se as secreções do seu filho são transparentes ou brancas claras não há motivo para grande alarido. Mas se forem com cor e/ou cheiro é porque têm alguma bactéria ou vírus associado.

Se ele já tiver idade suficiente deve incentivá-lo a assoar-se com frequência. Recomende o uso de lenços de papel, que devem ser descartados após cada utilização.

Se a criança for muito pequenina terá de lhe dar uma ajuda. Aí vem algo que eles não gostam nada, mas que até traz um grande alívio: o aspirador nasal. Comece por humedecer as cavidades nasais (soro, água do mar ou água do mar hipertónica). Introduza o aspirador nasal no nariz da criança e comece a aspirar. Os movimentos devem ser firmes e rápidos, mas com cuidado para não provocar lesões.

De acordo com a idade da criança pode recorrer também a gotas descongestionantes nasais, bálsamos peitorais ou mesmo xaropes anti-histamínicos. Mais uma vez deve aconselhar-se com o seu médico ou farmacêutico.

Dependendo da opinião médica o nebulizador pode ou não ser utilizado. Nebulização só com soro fisiológico ou com alguma outra solução prescrita.

 

“Mamã, dói-me a garganta!”

Através de observação directa verifique se está inchada, vermelha, ou com pontinhos brancos. Se sim, recorra a um médico. Se for somente uma simples dor pode recorrer a pastilhas, sprays ou xaropes, sempre de acordo da idade da criança e com supervisão de um médico ou farmacêutico. Opte por amornar a água que lhe dá de beber. É uma boa oportunidade para o habituar a chás. NUNCA dê mel antes dos 3 anos de idade!

 

Preparar o quarto de dormir

Como já foi dito deve controlar a temperatura e humidade do quarto. Opte por levantar a cabeceira da cama, por exemplo, pondo uma toalha dobrada debaixo do colchão, de modo a elevá-lo um pouco na zona da cabeça. Desta forma vai permitir que seja mais fácil respirar durante o sono.

Prefira cobertores e mantas em vez de edredões e não deixe peluches pela cama.

 

Cinesioterapia respiratória

É uma técnica efectuada por fisioterapeutas que ajuda o seu filho a expulsar as secreções. Por vezes uma só sessão é suficiente, outras vezes são necessárias várias intervenções.

 

Se os sintomas forem acompanhados de febre deve consultar o pediatra.

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As ulcerações provocadas pelo frio ocorrem pela exposição repetida por várias horas a temperaturas b
Homem de gorro e cachecol em ambiente frio

O risco de sofrer ulcerações é maior em pessoas com circulação sanguínea reduzida e entre pessoas que não estão convenientemente vestidas para fazer frente a temperaturas extremamente baixas.

Sintomas

Os sintomas incluem uma mudança da cor da pele para branco, camada superficial da pele invulgarmente firme, surgimento de dores e posteriormente bolhas.

O que fazer?

  • Chamar de imediato o médico (ligar 112), seguindo os seguintes procedimentos até à sua chegada.
  • Transportar a pessoa para uma área aquecida o mais rápido possível;
  • Desapertar ou remover roupas apertadas que possam restringir a circulação;
  • Aquecer a área afectada usando o calor do corpo, por exemplo, o calor das axilas pode ser usado para aquecer os dedos das mãos;

Ou…

  • Imergir a área afectada em água morna (a temperatura deve ser confortável ao toque nas partes do corpo não afectadas);
  • Depois de a pessoa estar aquecida, cobrir a área afectada com peças de vestuário esterilizado. Colocar alguma gaze entre os dedos (das mãos e dos pés) para absorver a humidade e evitar que eles se colem entre si.

O que não fazer?

  • Não tentar reaquecer a zona corporal afectada no local, mas tentar parar o arrefecimento dessa zona;
  • Não massajar a zona afectada, pois pode danificar os tecidos afectados, nem rebentar as bolhas;
  • Não usar o calor de uma lareira, fogão, ou radiador para aquecer a zona afectada, porque esta está dormente e pode ser facilmente queimada;
  • Não permitir que a pessoa ingira bebidas alcoólicas, bebidas com cafeína ou fume.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
No âmbito do Dia Nacional do Doente Coronário
Anualmente morrem por Enfarte do Miocárdio mais de 8 mil portugueses, o que equivale sensivelmente a uma morte a cada hora.

Estima-se que em 2020 serão as doenças cardiovasculares a principal causa de incapacidade e mortalidade no Mundo. Em Portugal, apesar de algum decréscimo nas últimas décadas, as doenças cardiovasculares continuam a ser a principal causa de morte.

Segundo Carlos Catarino, médico da Fundação Portuguesa de Cardiologia, “um dos grandes desafios neste início de século é o de travar o flagelo das doenças cardiovasculares. Os números são assustadores, com Portugal a liderar a maior taxa de mortalidade por doenças cardiovasculares na Europa Ocidental.”. Salienta ainda que, “esta situação é facilmente explicada, se tivermos em conta que 70% da população adulta tem colesterol elevado, 20% é fumadora, mais de 30% é obesa, 40% é hipertensa, a maioria é sedentária (somos o país da União Europeia com menos praticantes de actividade física) e o número de diabéticos tem vindo a aumentar consideravelmente.”

A Fundação Portuguesa de Cardiologia (FPC) desenvolve um papel fundamental na luta por Corações (mais) Saudáveis e, neste âmbito, no Dia Nacional do Doente Coronário, irá promover uma série de iniciativas assentes na temática “Como prevenir o Enfarte do Miocárdio”.

Neste sentido, no próximo dia 14 de Fevereiro, entre as 10h e as 13h, o Porto de Recreio de Oeiras será palco da iniciativa “PASSEIO COM O CORAÇÃO - um parceiro para a vida”, uma caminhada orientada promovida pela Fundação Portuguesa de Cardiologia em parceria com a Câmara Municipal de Oeiras. No local, para além dos rastreios cardiovasculares gratuitos e de um espaço com aconselhamento nutricional, estarão presentes também a Associação de Produtores da Maçã de Alcobaça, com oferta de fruta e sumos, e o Museu do Pão, com oferta de Pão São. No seu conjunto, este evento pretende ser uma referência à importância da adopção de estilos de vida saudável, que inclua a prática de actividade física e uma alimentação saudável.

Apelo dirigido ao Ministro da Saúde e laboratórios farmacêuticos
Numa altura em que a hepatite C e o seu tratamento estão na ordem do dia, o Núcleo de Estudos das Doenças do Fígado da...

“Não pode prever-se com segurança a evolução de cada doente, pelo que todos devem ser considerados candidatos ao tratamento, embora a dificuldade de acesso à melhor terapêutica possa impor a priorização dos mais graves”, explica o secretariado do Núcleo de Estudos das Doenças do Fígado (NEDF).

O NEDF considera que os novos fármacos para o tratamento da hepatite C constituem uma inovação disruptiva e apresentam custo-efectividade dentro dos parâmetros até aqui aceites, embora seja desejável e possível obter preços mais baixos. Permitem hoje obter a cura em mais de 90% dos doentes, com terapêutica oral, sem interferão e quase sem efeitos adversos. “Para quem, como nós, está habituado a seguir doentes crónicos e conhece o impacto e os custos da doença crónica nos serviços de saúde, poder curar uma destas doenças em 3 meses é algo que supera as melhores expectativas”, afirmam os especialistas.

No entanto, o preço elevado destes fármacos tem sido o único impedimento a que possam ser utilizados, quando indicados. Tendo em consideração o número de doentes a tratar, a escolha do tratamento adequado a cada caso e os preços que poderão ser definidos, o NEDF defende que “poderíamos assegurar a cura de mais de 90% dos doentes com hepatite C, em cinco anos, com menos do que se gasta num ano com o tratamento da infecção VIH (mais de 220 milhões de euros) ”.

A incidência da hepatite C tem vindo a diminuir, pelo que a maioria dos doentes portugueses foi infectada há já muitos anos e mais de 40% têm já cirrose hepática, sendo imperioso o tratamento a curto prazo, com os novos fármacos, sem interferão, em mais de metade dos doentes que seguimos.

O NEDF apela ao ministro da Saúde, Paulo Macedo, e aos laboratórios farmacêuticos que sejam razoáveis e coloquem acima de tudo o interesse dos doentes nas discussões que decorrem para negociar o custo dos novos tratamentos para a hepatite C, permitindo a adopção do plano que os especialistas há muito defendem e que é essencial para curar a esmagadora maioria dos doentes.

Versão portuguesa é apresentada amanhã na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra apresenta, amanhã, a versão portuguesa do novo guia sobre prevenção e tratamento de...

“Prevenção e Tratamento de Úlceras por Pressão: Guia de Consulta Rápida” é o título desta publicação, cuja tradução para português foi feita pela Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) e que será apresentada após a cerimónia de abertura do III Congresso Internacional de Feridas, que a ESEnfC organiza nos dias 5 e 6 de Fevereiro, nas respectivas instalações, em S. Martinho do Bispo (Polo B).

O guia, cuja versão original foi publicada em setembro de 2014, apresenta recomendações (guidelines) sobre avaliação, diagnóstico, prevenção e tratamento das úlceras por pressão, feitas com base na melhor evidência científica disponível, que podem ser utilizadas na tomada de decisão e nos cuidados prestados pelos profissionais de saúde em todo o mundo.

“O guia é direccionado a todos os profissionais de saúde, independentemente da disciplina clínica, que estejam envolvidos na prestação de cuidados a indivíduos em risco de desenvolver ou com úlceras por pressão já desenvolvidas. Este guia destina-se a ser aplicado em todos os contextos clínicos, incluindo hospitais ou instituições de reabilitação, cuidados continuados e assistência domiciliária e, a menos que seja especificamente indicado, pode ser considerado adequado a todos os indivíduos, independentemente do seu diagnóstico ou outras necessidades de cuidados de saúde”, lê-se na introdução do documento.

A versão portuguesa deste guia de consulta rápida contou com a coordenação dos professores Luís Paiva e Verónica Coutinho e com a tradução de Ana Fernandes e Patrícia Ribeiro.

O III Congresso Internacional de Feridas abordará outros temas, como a “A importância da nutrição na prevenção de feridas” e a “Qualidade de Vida relacionada com feridas crónicas” (títulos de conferências previstas para estes dois dias de trabalhos).

Haverá, também, quatro mesas-redondas: “As alterações da pele durante o ciclo vital”, “Questões emergentes sobre tratamento de feridas”, “Feridas em unidades de cuidados continuados” e “Feridas de difícil cicatrização” (serão analisados a ferida oncológica e os enxertos de pele).

O III Congresso Internacional de Feridas compreende, igualmente, um conjunto de workshops sobre “Pé diabético”, “Terapia compressiva”, “Epidermólise Bolhosa”, “Terapia por vácuo”, “Simulação em Feridas”, “Infeção e antisséticos”, “Úlceras por pressão”, “Queimados”, “Estomas de eliminação” e “Desbridamento Biológico - Larvoterapia”.

Empresa de Coimbra integra consórcio europeu
Uma empresa de Coimbra integra um consórcio europeu para desenvolver uma técnica inovadora que permitirá “desenhar e conceber...

Apoiado pela Comissão Europeia com quatro milhões de euros, o projecto SocketMaster permitirá o fabrico de “uma prótese com elevada qualidade, optimizada e com um encaixe perfeito”, realçando que a sua produção será “menos dependente da competência” de cada profissional protético.

“O grande objectivo é tornar a prótese mais confortável para o amputado e diminuir o tempo de fabrico”, disse Carlos Alcobia, docente do Instituto Superior de Engenharia de Coimbra e um dos fundadores da empresa Sensing Future Technologies.

O projecto em que participa a empresa de Coimbra, financiado no âmbito do novo programa comunitário Horizonte 2020 – Investigação e Inovação, arrancou esta semana e inclui a realização de mais de 50 ensaios clínicos, com o objectivo de desenvolver “uma nova técnica de ‘design’ e fabrico rápido de próteses optimizadas” para membros inferiores.

Criada em 2012 e instalada na incubadora do Instituto Pedro Nunes (IPN), a Sensing Future desenvolve dispositivos médicos que resultam da aplicação de conhecimentos na área das engenharias à saúde.

Os trabalhos decorrerão ao longo dos próximos três anos, com cinco profissionais da ‘start-up’ portuguesa envolvidos na “realização dos testes de ‘hardware’ e ‘software’ do sistema”, disse Carlos Alcobia.

A proposta apresentada à Comissão Europeia obteve uma classificação de 14,5 pontos em 15, com duas pontuações máximas nos itens de “Excelência do consórcio” e “Impacto”.

“Trata-se de um projecto ambicioso que promete fornecer aos amputados próteses optimizadas e que podem ser concebidas e fabricadas num curto espaço de tempo”, de acordo com o IPN, realçando que, nos países desenvolvidos, “mais de 90% dos amputados alcançam a sua mobilidade” através do uso de próteses.

O projecto SocketMaster aposta numa “melhor qualidade de vida para o utilizador de prótese”, cujo conforto “é uma questão crucial” para os fabricantes e os prestadores de cuidados de saúde.

A nova técnica passa por “integrar diversos microssensores numa meia, que ajudará o profissional protético a desenhar e conceber rapidamente” as próteses para membros inferiores.

“Através destes sensores, espera-se recolher uma quantidade abrangente de dados do utilizador durante as suas actividades de rotina. Esses dados irão depois ser utilizados para a otimização e conceção 3D da prótese, que poderá ser fabricada numa máquina de prototipagem rápida”, explica uma nota do IPN.

Além da portuguesa Sensing Future, o projecto envolve a Innora (Grécia), a Fondazione de Bruno Kessler (Itália), a Veneto Nanotech SCPA (Itália), a Polkom Badania SP ZOO (Polónia), a University of Surrey (Reino Unido), a Hugh Steeper Limited (Reino Unido) e a TWI (Reino Unido), que lidera o consórcio.

A primeira reunião de trabalho com todos os parceiros realiza-se na próxima semana, no Reino Unido.

Deco defende
A Deco defendeu um "regresso ao passado" em que a carne picada a granel só podia ser triturada à vista e a pedido do...

Ouvido na Comissão de Agricultura e Mar, a pedido do PS, sobre o estudo da associação de defesa do consumidor relativo à qualidade da carne picada vendida em Portugal, Nuno Lima, técnico da associação, afirmou que "a Deco mantém tudo o que disse porque confia no seu trabalho".

O estudo da Deco analisou amostras de carne picada vendida em 26 talhos de rua, de mercados e de hipermercados, tendo chumbado todos na conservação, higiene e temperatura de venda da carne de vaca picada a granel, com 23 a adicionarem ao preparado sulfitos, aditivos proibidos por lei.

A questão da utilização dos sulfitos na carne privada foi considerada como a "mais preocupante" por Nuno Lima, afirmando que "é uma fraude", porque estão a utilizar-se conservantes que não são permitidos por lei e que podem colocar em causa a saúde pública.

Perante os resultados do estudo, o técnico da associação voltou a defender a interdição da venda de carne a granel previamente picada ao consumidor.

Ana Cristina Tapadinhas, da Deco, acrescentou que o estudo "é uma fotografia do momento" para que as entidades com capacidade de intervenção possam "fazer o filme todo" e intervirem para garantir a segurança dos cidadãos.

A ASAE também foi ouvida na comissão parlamentar, a seguir à Deco, tendo o inspector-geral do organismo, Pedro Portugal Gaspar, afirmado que não pode pronunciar-se sobre o estudo porque não o conhece.

"O que tivemos sempre o cuidado de dizer é que qualquer comunicação de risco tem de ser bem fundamentada e não conhecendo o estudo não posso pronunciar-me sobre ele", disse Pedro Gaspar aos jornalistas no final da audição, adiantando que pediu à Deco o estudo para ser avaliado pelo painel científico da ASAE.

Ana Tapadinhas frisou que os estudos da Deco são feitos por “laboratórios acreditados e credenciados” com o objectivo de “dar mais informação aos consumidores”.

Sobre a polémica levantada em torno do estudo, considerou “lamentável que se queira matar o mensageiro e não se dê importância à mensagem”.

“Consideramos o papel da ASAE importante, entendemos, contudo, que são necessárias alterações à lei” e que “a fiscalização seja mais eficiente” e divulgada ao consumidor para que saiba os riscos que pode correr se comer carne nestas condições.

Baseando-se nos dados da ASAE em matéria de prevenção e fiscalização, Pedro Portugal disse que a situação é "perfeitamente normal e que não há razão para qualquer tipo de alarmismo".

Pedro Portugal adiantou que a ASAE tem vindo a aumentar o acompanhamento na área alimentar, que é "importante para a saúde pública e para a defesa do consumidor".

Em matéria operacional, em 2012, 40% da fiscalização era na área alimentar e 60% na área económica. Em 2014, a fiscalização na área alimentar foi de 57,2%.

Lembrando um estudo da Deco de 2013 sobre a carne picada, o deputado do PS Miguel Freitas lamentou que, dois anos depois, esteja “tudo na mesma”: “Os resultados da Deco são os mesmos, a reacção de todas as entidades é exactamente a mesma e as soluções parecem ser exactamente as mesmas e isso não nos satisfaz”.

Já o deputado social-democrata Nuno Saraiva manifestou “total confiança” nas instituições que regulam esta actividade e nos laboratórios científicos, destacando ainda o aumento dos cuidados com a saúde pública e a segurança alimentar nos últimos anos.

Junto ao parlamento
Cerca de meia centena de doentes com hepatite C e seus familiares concentraram-se hoje frente à Assembleia da República para...

Organizado pela recém-formada Plataforma Hepatite C, a concentração contou também com o apoio da associação de doentes SOS Hepatites e ainda de outros doentes a título individual.

A Plataforma exige ao Ministério da Saúde que trate até ao final do ano as 5.000 pessoas mais doentes e em maior risco de progressão para doença grave.

Em causa está a dificuldade de acesso ao medicamento inovador Sofosbuvir, que actualmente só é administrado nos hospitais através de autorização de utilização especial (AUE), processo moroso que por vezes pode custar a vida ao doente, como aconteceu recentemente com uma mulher, cujo filho foi assistir hoje à audição do ministro da Saúde no Parlamento.

O Ministério da Saúde tem estado a negociar com o laboratório que fabrica o Sofosbuvir, para conseguir um abaixamento do preço daquele tratamento que neste momento custa mais de 40 mil euros por doente, o que significaria uma despesa do Estado superior a 200 milhões de euros para tratar os doentes mais urgentes.

Emília Rodrigues, do SOS Hepatites, salientou que este foi apenas mais um caso dos vários doentes que têm morrido com esta doença, mas cujos familiares não têm dado a cara.

Só no ano passado morreram sete pessoas associadas da SOS Hepatites, fora as que morrem nas urgências, disse Emília Rodrigues, acrescentando que no ano passado o Ministério da Saúde prometeu tratamento para 150 doentes até final de dezembro e foram feitos apenas 35.

“Até agora já foram tratados 60”, acrescentou a responsável da SOS Hepatites, sublinhando que “há vários doentes à espera do medicamento desde Maio. São casos em estádio muito avançado e que neste momento vão começar morrer”.

Emília Rodrigues destaca que muitas vezes os doentes morrem nas urgências por rebentamento de varizes esofágicas ou descompensações cirróticas, que são consequência da Hepatite C, mas não entram na contabilização como mortes por Hepatite C.

Para estes doentes “a vida não tem preço” – como se lê num dos cartazes que ostentam – e o tempo está sempre a contar.

“O ministro da Saúde diz que não tem data limite [para o fim das negociações], mas os doentes têm”, lamentou Emília Rodrigues.

João Carolino é marido de uma doente de cerca de 60 anos que contraiu a doença na sequência de uma transfusão de sangue que recebeu em 1989 durante uma cirurgia no Hospital dos Capuchos.

A mulher descobriu há menos de meio ano que tem hepatite C e varizes esofágicas e já é prioritária para acesso à terapêutica inovadora, explicou o marido, que não se conforma e não compreende que por 40 mil euros se perca uma vida.

“Mesmo que eu queira comprar o medicamento particularmente, não posso, tem que ser através do hospital. A minha mulher está refém. Nós estamos reféns”, afirmou comovido João Carolino - que tem dois filhos e netos – acrescentando não compreender que este mesmo medicamento custe cerca de “600 euros em Israel ou no Egipto”.

Maria João Santa Maria, uma das fundadoras da Plataforma, contou que esta concentração surgiu quase espontaneamente há dois dias, assim que se soube que o ministro viria ao parlamento.

O objectivo foi apelar à tutela que trate imediatamente os doentes mais urgentes e que sejam revistas as condições de AUE, para que todos os doentes possam fazer tratamento, e á industria para que pratique preços que permitam assegurar o acesso universal às terapêuticas.

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