Em Alcácer do Sal
A Abraço vai construir uma unidade de cuidados continuados e paliativos em Alcácer do Sal, no distrito de Setúbal, para...

Na véspera da associação de apoio aos doentes com VIH completar 24 anos, Gonçalo Lobo adiantou que é intenção da Abraço alargar a prestação de serviço a esta população com vários projetos, entre os quais a criação desta unidade.

“Apesar de vivermos numa época em que a medicação antirretroviral aumentou a esperança de vida das pessoas que vivem com VIH estas também vão enfrentar, na sua velhice, adversidades que necessitam de algum tipo de apoio especializado, e é nessa matéria que temos de trabalhar”, disse Gonçalo Lobo.

Essas dificuldades começam já a ser sentidas no dia-a-dia da associação: Temos pessoas no apoio domiciliário que não correspondem aos critérios para estarem neste serviço, mas noutro tipo de estruturas, sejam lares ou cuidados continuados e paliativos”, mas "ainda temos dificuldades de inserir os nossos utentes em estruturas deste género", contou Gonçalo Lobo.

“Para que não haja qualquer tipo de discriminação associada ao acesso a este tipo de valências, nós vamos criar uma [unidade] para dar resposta a estas situações”, sublinhou.

A Abraço já tem o terreno e está em negociações com o município para avançar com o projeto, adiantou o presidente da associação.

Sobre o número de pessoas que a unidade vai acolher, disse que está a ser realizado um estudo técnico para verificar as vagas que poderão ser criadas de acordo com espaço e a capacidade de construção.

Ao longo dos tempos a Abraço tem verificado um aumento de falta de possibilidade de resposta para utentes que recebam alta após internamento hospitalar prolongado e que se encontram impossibilitados de realizarem de forma autónoma as suas atividades de vida diárias.

“Em muitos casos, a infeção VIH e sida pode gerar problemas sociais significativos, pois nem sempre este quadro clínico necessita de internamento hospitalar e, muitas vezes, o domicílio não possui condições para os cuidados necessários a estes utentes”, refere a associação.

Para atender a estes casos, a Abraço tem uma unidade residencial no Porto com capacidade para oito pessoas com cuidados extras hospitalares e serviços de apoio domiciliário que funcionam 24 por dia e todos os dias da semana.

A unidade residencial “está sempre lotada e tem uma lista de espera grande, porque não conseguimos dar resposta a todas as situações”, disse Gonçalo Lobo.

Com a criação da unidade de cuidados continuados e paliativos, a associação pretende dar resposta a mais seropositivos, mas também a outras pessoas que necessitem deste apoio: “Não vamos excluir” ninguém, frisou Gonçalo Lobo.

Em 2014 foram diagnosticados 920 novos casos de infeção por VIH em Portugal e, no final do ano, encontravam-se diagnosticados 52.694 casos, segundo o relatório “Infeção VIH/SIDA: a situação em Portugal”, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge

No mesmo ano foram registados 196 óbitos em pessoas com infeção por VIH, das quais 126 em estádio sida.

Serviço Nacional de Saúde
O ministro da Saúde disse que o Serviço Nacional de Saúde tem problemas mais sérios para resolver em municípios da Grande...

Intervindo numa sessão na autarquia de Ourém, distrito de Santarém, Adalberto Campos Fernandes não especificou quais os problemas a que se referia, mas classificou a situação de espantosa e paradoxal.

"Toda a região de Lisboa e Vale do Tejo tem, espantosamente ou paradoxalmente, problemas que não seria de esperar, dada a proximidade da própria capital do país. Falo de Santarém como podia falar de Setúbal e da Grande Lisboa, áreas como Sintra, como a Amadora ou Queluz", disse o ministro da Saúde.

"É de facto paradoxal que estando nós com a maior concentração [na Grande Lisboa] de profissionais de saúde, nomeadamente médicos, do território nacional, tenhamos problemas às vezes mais sérios em Santarém e Setúbal do que temos no interior profundo do país", declarou.

Nesse sentido, Adalberto Campos Fernandes disse que o Governo pretende "arrumar no bom sentido do termo" até final da legislatura, as respostas que as populações possuem como "legítima expectativa" e o "casamento" entre a oferta e procura de cuidados de saúde.

Na sessão, o governante frisou que, em julho, o Serviço Nacional de Saúde assistirá à "maior colocação de médicos de família de que há memória" a nível nacional, explicando, no final, em declarações aos jornalistas, que são 338 jovens médicos "mais os aposentados que possam vir e tenham vontade de trabalhar no Serviço Nacional de Saúde (SNS)".

Questionado se esta resposta não fica aquém das necessidades, Adalberto Campos Fernandes respondeu: "É o melhor resultado que vamos conseguir e reconstruir ou recuperar a falta de respostas, em seis meses [de Governo], apesar de estarmos ao pé de Fátima, não é fácil".

Investigação em Enfermagem
Encontro, precedido pelo Simpósio Internacional dos Cuidados de Saúde Baseados na Evidência, reúne na ESEnfC meio milhar de...

A Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem (UICISA: E), da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), promove, já nos dias 7 e 8 de junho, o V Congresso de Investigação em Enfermagem Ibero-americano e de Países de Língua Oficial Portuguesa, que juntará cerca de 500 participantes provenientes de 15 países.

Profissionais e estudantes de Angola, Brasil, Cabo Verde, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, França, Itália, México, Holanda, Portugal, Espanha, Reino Unido e Uruguai vão encontrar-se neste evento científico bienal que, em 2016, é antecedido (no dia 6 de junho) pelo Simpósio Internacional dos Cuidados de Saúde Baseados na Evidência, destinado à partilha de experiências e resultados de síntese da ciência, implementação, efetividade dos cuidados e inovação.

“Investigação e processo ensino-aprendizagem”, “Investigação, ação colaborativa e financiamento” e “Investigação, saúde e corresponsabilização” são os temas dos painéis dos dois dias de congresso, que terá lugar no Polo A da ESEnfC (Avenida Bissaya Barreto, em Celas).

A sessão de boas-vindas, pela Presidente da ESEnfC, Maria da Conceição Bento, e pelo coordenador científico da UICISA: E, Manuel Alves Rodrigues, será no dia 7 de junho, às 12h15.

Prémios “Pião Dourado 2016 Jovem Investigador”
Também na terça-feira, às 21h30 (Auditório da ESEnfC - Polo A), serão entregues os prémios “Pião Dourado 2016 Jovem Investigador”. A sessão estará incluída no Sarau da Unidade de Investigação da ESEnfC, que contará com momentos artísticos pelo Grupo Coral da ESEnfC, a Banda Big Band Rags e a Tuna de Enfermagem de Coimbra.

Já na quarta-feira (8 de junho), Alexandre Quintanilha, presidente da Comissão de Ética para a Investigação Clínica em Portugal, vai proferir, a partir das 9h30, a conferência “O valor social e profissional da investigação científica”.

Paralelamente ao congresso, decorrerão reuniões científicas (marcadas para o Polo C, na Sala de Conferências da UICISA: E, na Rua Dr. José Alberto Reis) sobre “Investigação participativa” (esta de 3 a 5 de junho), “Síntese da ciência e prática baseada na evidência”, “Investigação experimental e aplicada”, “Formação de investigadores, prática educativa e ação clínica” e “Escrita científica, edição e comunicação da ciência”.

A acompanhar o evento científico, a organização do encontro promove a III Mostra de Projetos de I&D, para divulgação de projetos estruturantes inscritos e ativos na UICISA: E, em grupos de investigação e nos eixos de desenvolvimento estratégico para a síntese da ciência e para a investigação experimental e aplicada em tecnologia dos cuidados.

O V Congresso de Investigação em Enfermagem enquadra-se no eixo estratégico da UICISA: E orientado para a divulgação internacional da produção científica relevante e válida para a formação dos profissionais de saúde e para a melhoria dos cuidados.

Estas iniciativas pretendem também fortalecer uma rede de colaboração internacional, favorecedora de laços de cooperação e promotora de investigação interdisciplinar e transdisciplinar.

Mais informações sobre o V Congresso de Investigação em Enfermagem Ibero-americano e de Países de Língua Oficial Portuguesa estão disponíveis no sítio do evento na Internet, em www.esenfc.pt/event/congresso5uicisa.

Sobre a UICISA: E
Unidade avaliada, acreditada e financiada, desde 2004, pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), a UICISA: E está organizada em três grupos de investigação – “Formação de profissionais de saúde e educação para a saúde”, Bem-estar, saúde e doença” e “Sistemas e organizações de saúde” –, que integram projetos estruturantes.

Atualmente, a UICISA: E tem uma equipa de investigadores composta por mais de 40 doutorados e vários pós-doutorados, além de membros com o grau académico de mestre e licenciado.

A UICISA: E tem duas publicações: a Revista de Enfermagem Referência e a Série Monográfica Educação e Investigação em Saúde.

A ESEnfC assinala, em 2016, os 135 anos de ensino de Enfermagem em Coimbra e em Portugal, além dos dez anos de fusão das duas instituições de ensino superior que lhe deram origem: as anteriores escolas Dr. Ângelo da Fonseca e de Bissaya Barreto.

Autoridade de Segurança Alimentar e Económica
Ação de fiscalização culminou com a apreensão de cerca de 1,4 tonelada de queijo curado, num valor total que ronda os 11 400...

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) procedeu através de brigada especializada de fiscalização das indústrias de produtos de origem animal da Unidade Regional do Centro, a uma ação de fiscalização dirigida a um entreposto, escreve o Sapo, localizado no concelho de Oliveira do Hospital, com o objetivo de verificar as condições de armazenamento e distribuição de produtos alimentares no âmbito da Segurança Alimentar.

"Como resultado desta ação foi apreendida cerca de 1,4 tonelada de queijo curado, num valor total que ronda os 11 400 euros, tendo sido instaurado processo-crime por falsificação de documentos e detetada ainda a falta de aposição de marca de identificação obrigatória em produtos de origem animal", explica a ASAE em comunicado.

"Das investigações realizadas foi possível apurar que o produto existente naquele entreposto, era rececionado sem qualquer marca de identificação obrigatória, sendo-lhe posteriormente colocada a marca de identificação do referido estabelecimento", acrescenta a nota.

No seguimento desta investigação, foram ainda inspecionados dois estabelecimentos retalhistas na zona centro do país, onde foi detetado e apreendido produto em exposição para venda com aposição indevida de marca de identificação de produto de origem animal.

Segundo especialista
A prevalência desta doença é de cerca de 10 a 20% da população nos países ocidentais, com uma expressiva interferência na...

A aumento de número de casos de pessoas com doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), o largo espetro da sua expressão clínica, o interesse da avaliação funcional, as novas terapêuticas e a necessidade de abordagem multidisciplinar foram os principais tópicos apresentados pelo gastrenterologista Luís Novais, escreve o Sapo, num mini curso dedicado às práticas de procedimento em caso de refluxo refratário, na Semana Digestiva 2016, no Palácio de Congressos do Algarve.

"O número de casos com DRGE tem vindo a aumentar, nas últimas décadas devido á alteração dos hábitos alimentares, ao aumento da incidência da obesidade, ao excesso de consumo de bebidas alcoólicas e ao tabaco " afirmou Luís Novais.

Sintomas
"Rouquidão, pigarro, dor na garganta, tosse crónica, dor no peito, falta de ar ou alterações no esmalte dos dentes, podem ser sintomas desta doença", e a avaliação médica multidisciplinar por profissionais de diferentes especialidades é da maior interesse e relevância.

A introdução dos inibidores da bomba de protões (IBP) revolucionou a abordagem à DRGE, quer no tratamento dos sintomas típicos, quer na cicatrização da esofagite. "Contudo, em cerca de 10 a 40% dos doentes a sintomatologia persiste, tornando-se a ineficácia destes fármacos um problema clínico atual, a denominada DRGE refratária", alertou o especialista.

Para o gastrenterologista, a DRGE que não responde ao tratamento médico adequado e às medidas de alteração dos hábitos alimentares e de vida, "a investigação detalhada dos sintomas do doente e a avaliação diagnóstica são essenciais para clarificar a origem dos sintomas refratários como a toma inadequada ou insuficiente de IBPs, o refluxo ácido persistente, o refluxo não ácido, a bolsa de ácido, a sintomatologia não relacionada com RGE e a hipersensibilidade esofágica".

No que respeita ao diagnóstico "os recentes exames utilizados para confirmar a doença e a razão da não resposta adequada ao tratamento, estão disponíveis em Portugal, são de fácil execução e bem tolerados pelo doente", acrescentou o responsável do Laboratório de Neurogastrenterologia e Motilidade Digestiva (CEDE) da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Lisboa.

Oito por cento de todos os nascimentos
Todos os dias nascem em média 17 bebés prematuros em Portugal, que representam quase oito por cento do total de nascimentos,...

O livro “Viver a prematuridade”, da autoria da jornalista Cláudia Pinto e que é lançado no sábado no Porto, mostra que as taxas de nascimentos prematuros são muito elevadas e sem tendência para descer, com níveis “muito altos” comparativamente aos registados na Europa.

Em 2014, nasceram 6.393 bebés pré-termo (antes das 37 semanas de gestação) e destes, 816 (cerca de 1%) eram muito prematuros, com menos de 32 semanas). É precisamente nestes bebés muito pré-termo que se verifica o maior risco de mortalidade neonatal.

Como explica o livro, as causas da prematuridade são compostas por muitos fatores, como a idade materna avançada, o baixo nível socioeconómico, o consumo de álcool e tabaco em excesso, história anterior de parto pré-termo, gravidez múltipla, alterações da quantidade de líquido amniótico, infeções, hemorragias e malformações uterinas, restrição do crescimento fetal e ainda diversos problemas de saúde materna, como a obesidade.

A pediatra e antiga ministra da Saúde Ana Jorge, que é uma das especialistas a prestar declarações para o livro, elogia o acompanhamento neonatal feito em Portugal quer aos bebés quer às famílias. Contudo, considera falta organizar melhor o acompanhamento posterior a estas famílias.

“Nem em todos os locais existem centros de desenvolvimento com equipas multidisciplinares dedicadas que façam acompanhamento posterior aos bebés prematuros, com enfoque nas necessidades das famílias”, referiu a pediatra.

As unidades de seguimento dos prematuros após a alta não estão organizadas da mesma forma em todo o país. Há hospitais, como o caso do Garcia de Orta, em que uma equipa multidisciplinar faz a vigilância periódica das crianças prematuras, geralmente até aos oito anos.

Apesar de o grupo de maior risco de desenvolvimento de complicações ser o dos prematuros antes das 32 semanas, os bebés entre as 34 e as 36 semanas preocupam especialmente Ana Jorge.

“Os partos destes bebés são muitas vezes provocados, o que não é aconselhável. Os bebés não estão ainda completamente desenvolvidos e o desencadeamento de um parto não é um processo natural, a evitar antes das 40/41 semanas. Deve ser o bebé a ditar o momento em que deve nascer. Muitas vezes, os partos previstos ou marcados antes de haver sinais de que chegou o final da gravidez levam a um nascimento antecipado, com um aumento de problemas no período neonatal precoce, quando comparados com os de termo”, lê-se no livro “Viver a prematuridade”, obra que será lançada no sábado pelo Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto.

António Costa anuncia
O primeiro-ministro, António Costa, anunciou que a rede nacional de Cuidados Continuados será reforçada com mais 8.000 camas.

“Esses investimentos nesta expansão de rede serão iniciados ainda neste ano de 2016”, afirmou, durante a sessão de abertura do Congresso Nacional das Misericórdias, que decorre até sábado, no Fundão, distrito de Castelo Branco.

Referindo que “urge corrigir” a paragem que a rede de cuidados continuados sofreu, o primeiro-ministro adiantou que a expansão está prevista no Programa Nacional de Reformas, que a União Europeia já aprovou.

Segundo referiu, também está prevista a “disponibilização de serviços de cuidados continuados ao domicílio ou em ambulatório, que garantam o apoio aos cidadãos idosos ou em estado de dependência”.

António Costa lembrou ainda que o “compromisso de dar nova vida as questões sociais está no centro da agenda do Governo desde o primeiro dia” e que é preciso “redesenhar as políticas sociais públicas”.

A falar perante centenas de representantes de instituições de solidariedade social e das misericórdias de todo o país, Costa garantiu ainda que a parceria entre o Estado e o setor social “deve ser reconhecida, valorizada e reforçada.

“Seja na área da infância e juventude, das políticas de família, da integração das pessoas com deficiência, dos mais idosos e dependentes, no apoio aos cidadãos sem abrigos ou nos outros domínios ligados à saúde, o papel da cooperação público-social é absolutamente crucial e incontornável”, afirmou.

Além disso, também não deixou de sublinhar o papel das misericórdias e instituições do terceiro setor no que concerne à promoção da coesão territorial.

“A presença territorial das vossas instituições constitui um capital da maior importância para promover um maior equilíbrio regional e estabelecer as bases de uma maior coesão, valorizando e revitalizando o Interior”, referiu.

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde afirmou que, até ao final do ano, 80 por cento das maternidades devem disponibilizar a emissão do Cartão do...

Adalberto Campos Fernandes, que falava aos jornalistas no final da apresentação do programa Nascer Cidadão com Cartão do Cidadão, que faz parte do Simplex +, a qual decorreu na Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa.

Para já, esta possibilidade está disponível em quatro maternidades na Grande Lisboa: CUF Descobertas, Maternidade Alfredo da Costa, Santa Maria e Amadora Sintra.

O ministro da Saúde espera, contudo, que, até ao final do ano, seja possível um recém-nascido ter o seu Cartão do Cidadão em 80 por cento das maternidades.

No discurso de apresentação, Adalberto Campos Fernandes enalteceu o papel que a MAC tem tido: “É uma grande fábrica de vida”, disse.

Questionado sobre a questão do alegado encerramento da MAC, que esteve previsto durante o anterior governo, Adalberto Campos Fernandes disse que este é um assunto encerrado e garantiu que só fechará quando for transferida para o futuro Hospital Oriental de Lisboa, o que deverá acontecer dentro de quatro a cinco anos.

Em quatro instituições
As crianças que nasçam em quatro maternidades da grande Lisboa podem agora deixar as instituições com o seu cartão do cidadão,...

Numa cerimónia que juntou os ministros da Justiça e da Saúde, foi anunciado que as crianças nascidas nas maternidades onde o projeto-piloto está já a funcionar – CUF Descobertas, Maternidade Alfredo da Costa, Santa Maria e Amadora Sintra – poderão ter acesso a esta inovação.

A primeira criança a nascer com cartão do cidadão veio ao mundo na maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, há quatro dias e não precisou de se deslocar aos serviços para obter a sua identificação.

Na prática, a criança nasce e, se os pais concordarem, é fotografada por um funcionário ainda na maternidade.

À fotografia juntam-se os outros elementos sobre o nascimento da criança e a sua filiação, ficando devidamente identificada.

A medida, que consta do Simplex +, é uma das iniciativas digitais na Saúde e na Justiça, tendo sido classificada, pela ministra da Justiça, de “emblemática”.

Trata-se de “um novo serviço, inspirado numa lógica de simplificação”, disse Francisca Van Dunnem, para quem a disponibilização do cartão do cidadão a quem nasce, é um “momento de orgulho” para o Governo.

Segundo a secretária de Estado da Justiça, Anabela Pedroso, também presente na cerimónia, desde que o cartão do cidadão entrou em vigor, em 2007, já foram emitidos 16.151.344 cartões, incluindo renovações e segundas vias.

Atualmente, estão ativos 10.495.805 cartões de cidadão.

Em relação ao registo do nascimento das crianças nas maternidades, que começou no mesmo ano, das 696.312 crianças nascidas, 636.817 fizeram o seu registo no hospital.

No verão
O secretário de Estado da Saúde autorizou o reforço de médicos no Algarve durante a época alta turística, através dos...

Constatando que o número de pessoas no distrito de Faro chega a triplicar durante o verão, o secretário de Estado, Manuel Delgado, autoriza a Administração Regional de Saúde a publicar as vagas de médicos de várias especialidades com vista a assegurar boa assistência médica.

Estas vagas serão ocupadas por médicos que se candidatem através dos instrumentos de mobilidade a tempo parcial, refere o despacho publicado em Diário da República, com garantias de ajudas de custo e de transporte.

O anúncio do despacho foi feito na quarta-feira, durante uma visita de Manuel Delgado ao Algarve, onde presidiu à assinatura de contratos de trabalho de nove enfermeiras que vão exercer no Centro de Medicina Física e de Reabilitação do Sul, em São Brás de Alportel.

“A grande atratividade da região de turismo do Algarve poderá ser também encarada como uma eventual oportunidade por parte dos médicos especializas já vinculados ao Serviço Nacional de Saúde, nos casos em que estes tenham interesse em conciliar a sua atividade profissional com as vantagens que esta região de turismo lhes pode oferecer”, lê-se no referido documento.

A decisão, que vigora entre 01 de junho e 30 de setembro, pretende atrair médicos “altamente qualificados” que possam reforçar os serviços de saúde algarvios e garantir a “adequada cobertura de cuidados, bem como para assegurar a constituição de escalas de urgência”.

Manuel Delgado deslocou-se a Faro, a 10 de maio, para anunciar a abertura de 32 postos de atendimento médicos em praias algarvias e as consultas de turista que vão funcionar em 12 centros de saúde da região com horário adicional ao do funcionamento normal.

Na mesma altura, o secretário de Estado anunciou a abertura de 30 vagas para médicos de medicina geral e familiar e o regresso ao ativo no Serviço Nacional de Saúde de médicos aposentados.

Nos últimos meses têm sido tomadas várias medidas nesta área, entre as quais acordos com unidades médicas nacionais.

O Centro Hospitalar do Algarve (CHA) celebrou um acordo de colaboração na área da ortopedia com o Centro Hospitalar Lisboa Norte, com o Centro Hospitalar Lisboa Central e o com Centro Hospitalar de Setúbal, para apoio à Urgência do Algarve, dois dias por semana.

Na área da Oncologia, foi celebrado um acordo entre o CHA e o Centro Hospitalar Lisboa Norte para o envio de uma equipa de especialistas para a unidade hospitalar de Portimão.

Em declarações em maio, o presidente da Câmara Municipal de Faro, Rogério Bacalhau, sublinhou que "só se pode resolver o problema quando um Governo considerar a situação como prioritária e tomar medidas para fixar os médicos".

Na mesma altura autarcas e médicos da região reconheceram que o Ministério da Saúde tem tomado algumas medidas, mas meramente pontuais e transitórias, estando ainda por resolver os problemas estruturais do setor da Saúde na região.

Bastonário dos médicos diz
O bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, disse e em Coimbra que a publicidade ao consumo de cálcio é “um comércio...

“A publicidade que é feita ao [consumo] de cálcio é lamentável, é um comércio criminoso que põe em causa a saúde pública dos portugueses, pela toma excessiva” do produto, afirmou José Manuel Silva, que falava à margem do Fórum Ibero-americano de Entidades médicas, que termina sábado.

“Com promessas de resultados, que não são fundamentados”, mas que “põem as pessoas a tomar cálcio quando não necessitam dele” e/ou em excesso, essa propaganda “traz problemas de saúde”, provocando inclusivamente doenças, advertiu.

A indústria farmacêutica, sem descontos – e é natural que os tenha tido –, de acordo com os preços de tabela”, investiu, em Portugal, “num ano, em publicidade de medicamentos de venda livre”, cerca de 710 milhões de euros, salientou o bastonário.

“A publicidade a medicamentos sujeitos a prescrição médica é proibida – e bem –, mas a publicidade a medicamentos de venda livre tem de ser limitada, tem de ser regrada, tem de ser honesta”, sustentou José Manuel Silva.

“Neste momento, a publicidade [a esses produtos] é desonesta”, é “enganosa” e “é contra isso que a Ordem dos Médicos (OM) e a Ordem dos Farmacêuticos têm alertado”.

Durante a sua intervenção na primeira sessão do fórum, sobre “Medicalização da vida e política de medicamentos”, na qual também participou Juan José Rodríguez Sendín, presidente do conselho geral da organização profissional dos médicos de Espanha (entidade homóloga da OM portuguesa), o bastonário considerou a publicidade ao cálcio tão “impressionante” de tal modo que “quase todos os portugueses andam a tomar cálcio”.

“É preciso pôr alguns limites a esta publicidade”, defendeu José Manuel Silva, reconhecendo, no entanto, que isso não é fácil, designadamente pelo facto de ela constituir “umas das principais receitas dos órgãos de comunicação social”.

Falando em castelhano (língua comum à maior parte dos participantes na reunião), o bastonário também alertou para a toma excessiva de antibióticos em Portugal, e de calmantes e psicotrópicos, designadamente por parte das crianças e jovens.

“Estamos a medicalizar excessivamente, há cada vez mais meninos a tomar psicotrópicos”, afirmou.

O bastonário da OM considerou também que “é necessária uma política não só nacional, mas internacional” para a medicalização, pelo menos ao nível regional (Europa, América Latina, por exemplo).

O Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde) “usa todos os meios artificiais para atrasar a aprovação de novos fármacos”, disse ainda, por outro lado, José Manuel Silva, sublinhando que Portugal é um dos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) com menor índice de acesso à inovação médica.

“Não estamos a fazer oposição aos governos, estamos a defender a medicina, os doentes e a saúde”, concluiu José Manuel Silva.

Também em Espanha, “todas as políticas são no sentido de promover o uso excessivo de medicamentos”, subscreveu Rodríguez Serín, apontando a publicidade e a falta de tempo imposta aos clínicos para as consultas médicas como duas das principais causas da situação.

UNESCO
Médicos de vários países querem que a relação entre o clínico e o paciente seja classificada como Património Imaterial da...

“Estamos a preparar um projeto de candidatura à classificação, pela UNESCO [Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura], da relação médico/doente como bem imaterial da Humanidade”, disse Juan José Rodríguez Sendín durante uma conferência internacional de médicos.

Sendín é presidente do conselho geral dos Colégios Oficiais dos Médicos espanhóis – Organización Medica Colegial de España (OMC) – entidade que equivale, de algum modo, à Ordem dos Médicos (OM) portuguesa e que reúne 52 associações profissionais daquele país.

A relação do médico com o doente é “fundamental para os resultados em saúde”, é “fundamental para o doente, que precisa de ter em quem possa confiar e depositar as suas angústias, os seus medos e as suas ansiedades” e é “fundamental para o médico, que tem de ter a confiança do paciente” para melhor diagnosticar e tratar, sublinhou Rodríguez Sendín, em declarações, à margem do Fórum Ibero-americano de Entidades Médicas, que teve início hoje, num hotel de Coimbra, e que termina no sábado.

Muitas doenças “não se tratam só com medicamentos” e estes podem, frequentemente, ser dispensados e “com melhores resultados para o doente” se houver aquela relação, sublinha o médico espanhol.

Mas, adverte, a relação/médico está a “baixar a humanização” porque é cada vez menos o tempo disponível para as consultas, correndo mesmo “o perigo de se perder, com “consequências terríveis” para os sistemas de saúde, salienta o dirigente da OMC.

“O tempo é a base da relação médico/doente”, defendeu, em declarações, também à margem do fórum, o bastonário da OM, José Manuel Silva, que apoia também a candidatura daquela relação a Património Mundial.

Sem tempo para “ouvir o doente e para lhe “explicar as razões das decisões” dos clínicos, “não é possível construir uma relação saudável” entre o médico e o doente

“Perde-se a essência da medicina, que é o estabelecimento dessa relação de confiança”, salienta o bastonário.

“Sofremos da doença dos indicadores, em que se avalia a produtividade da medicina pela quantidade dos atos produzidos e não pela qualidade dos resultados desses atos”, afirma José Manuel Silva, sublinhando que é preciso “dar tempo para que o médico recupere a boa medicina”.

A falta de tempo para as consultas médicas resulta de fatores “questões economicistas (e não económicas)”, que “redundam em prejuízo”, sustenta o bastonário da OM, recordando que o relatório da Fundação Gulkenkian sobre o SNS alertando para o facto de a perda de qualidade do ato médico ser “não só má para o doente, mas também para a economia”.

O projeto de candidatura da relação/médico doente a Património Imaterial, que conta com o apoio de médicos e organizações destes profissionais de alguns países, será apreciado pela assembleia geral da Confederação Médica Latino-Americana e do Caribe [ou Caraíbas] (CONFEMEL), que decorrerá, em final de novembro, em Brasília, Brasil, adiantou Rodríguez Sendín.

A CONFEMEL é uma entidade não-governamental que reúne instituições médicas do Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Venezuela, Costa Rica, Guatemala, Haiti, Honduras, El Salvador, República Dominicana, Nicarágua, Panamá, Porto Rico, Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai e, desde 2015, de Portugal e Espanha.

Estudo
Um estudo junto da população idosa realizado pelo investigador de Coimbra Ricardo Pocinho concluiu que homens, indivíduos...

O estudo contou com 409 participantes de um total de 620 inquiridos de todo o país, entre os 53 e os 93 anos (média de idades de 72,9 anos), e pretendeu avaliar a capacidade que a pessoa idosa tem para lidar com adversidades, bem como o efeito do lazer na relação da educação com o ‘distress’ (quando o organismo não sabe adaptar-se a situação de stress) psicológico na população sénior.

Uma das conclusões do estudo aponta para o facto de pessoas com mais habilitações terem mais ‘stress’, algo que é contrário à ideia inicial da equipa de investigação, apontou à agência Lusa Ricardo Pocinho, coordenador de uma pós-graduação em Envelhecimento Ativo e Saudável na Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra.

"As pessoas com mais habilitações académicas poderiam ter estratégias de reação à adversidade maiores, mas isso não se verificou", disse Ricardo Pocinho, considerando que esse resultado poderá estar relacionado com a própria vida que esses indivíduos levaram, com "carreiras de maior desgaste e de maior exigência técnica".

A institucionalização foi também indicada pelo estudo como "um fator perturbador", que agrava a capacidade de lidar com o ‘stress’, independentemente de todas as outras variáveis.

"A maioria das IPSS [Instituições Particulares de Solidariedade Social] que visitámos cumprem os requisitos legais, mas estão sobredimensionadas. Não há um reforço da equipa de profissionais e há falta de recursos qualificados", constatou o também investigador colaborador do CINTESIS (Center for Health Technology and Services Research) da Universidade do Porto.

Os idosos que estão "equilibrados" acabam por "ficar de lado", face ao enfoque "naqueles que precisam de cuidados continuados", sendo que o próprio ambiente dos lares acaba por levar a um efeito de contágio, sublinhou.

Segundo o investigador, também o género é uma das variáveis onde se encontra "um desequilíbrio muito grande", com as mulheres a mostrarem-se "mais resistentes ao ‘stress’ do que os homens".

Já a participação em atividades de lazer acaba por ser um fator que dá "mais capacidade às pessoas para lidarem com o ‘stress’", sendo "um importante fator para criar resistência" a adversidades, salientou Ricardo Pocinho.

O aumento da idade e a residência em meio urbano mostraram também ser contributos para uma maior vulnerabilidade a situações de ‘stress’, refere o estudo.

Para o estudo foi utilizado "o Mental Health Inventory para comparar o nível de ‘distress’ nas categorias de habilitações, meio e lazer".

O estudo começou em novembro de 2015 e contou ainda com a participação de um psicólogo e uma gerontóloga.

Um dos elementos da equipa vai agora avançar com um doutoramento em torno da temática.

Diabéticos
No mês do seu 90.º aniversário, a APDP cria um Portal do Utente para facilitar o acesso aos serviços da Associação. Marcação...

“Este é mais um passo que a APDP dá no caminho da sua modernização e da melhoria da qualidade de vida das pessoas com diabetes que, a partir de agora, podem usufruir de uma série de serviços sem terem de se deslocar à associação, o que se traduz numa grande vantagem para muitos dos nossos utentes”, defende Luis Gardete Correia, presidente da APDP.

Para beneficiar destes serviços online basta aceder ao portal da APDP – www.apdp.pt (onde se encontra também o tutorial de utilização) – entrar no Portal do Utente, a minha apdp, e clicar em registar. Se o utilizador ainda não for utente da APDP é pedido o preenchimento de vários campos, se for utente da APDP é pedida a inserção do número de utente.

O utilizador recebe, de seguida, um email com um link para definir a palavra-passe que pretende passar a usar. Clicando na imagem que surge no Portal do Utente, inserindo email e palavra-passe escolhida na página de entrada, o utilizador pode, então, beneficiar dos vários serviços que o portal oferece.

Esta nova ferramenta de comunicação permite aos utentes da APDP atualizar os dados pessoais, consultar a agenda de marcações, solicitar a desmarcação/remarcação de consultas, realizar pedido de consulta, aceder ao resultado de alguns exames, solicitar receitas médicas, solicitar declarações. De acordo com o médico Bruno Almeida, gestor deste portal, “com a criação do Portal do Utente pretende-se melhorar a comunicação com a clínica de diabetes da APDP”.

Constituída por uma equipa multidisciplinar e experiente, a APDP é uma das maiores Clínicas de Diabetes da Europa. Durante o ano de 2014 foram seguidas em consultas na APDP cerca de 15000 pessoas com Diabetes tipo 2 e 4000 com Diabetes tipo 1. Em 2015, a APDP realizou quase 60 mil consultas e exames.

Iniciativa apoia Associação e alerta para a doença
Sensibilizar para a doença e todos os problemas associados é o objetivo da III Marcha Solidária pela Fibrose Quística que se...

A III Marcha Solidária pela Fibrose Quística tem início com uma aula de zumba seguida pela marcha solidária de cerca de 5 Km. No final haverá um piquenique que promoverá o convívio entre os participantes. A par destas atividades irão decorrer rastreios ao colesterol total e HDL, pressão arterial e Índice de Massa Corporal.

A Fibrose Quística (FQ) é uma doença genética rara, potencialmente fatal que afeta aproximadamente 75.000 pessoas na América do Norte, Europa e Austrália. Em Portugal a doença afeta cerca de 320 pessoas.

A FQ é causada pela ausência ou defeito de uma proteína denominada regulador de condutância transmembranar da fibrose quística (CFTR) resultado de mutações no gene CFTR. As crianças têm que herdar dois genes CFTR defeituosos - um de cada progenitor - para desenvolverem a FQ. Existem aproximadamente 2.000 mutações conhecidas do gene CFTR. Algumas destas mutações, as quais podem ser determinadas utilizando um teste genético ou de genotipagem, conduzem à FQ pela criação de proteínas CFTR não funcionais ou em quantidades demasiado pequenas na membrana das células. A deficiente função ou a ausência de proteínas CFTR em pessoas com FQ resulta numa alteração do movimento das trocas de água e sal das células epiteliais de alguns órgãos. No caso dos pulmões, este facto leva à acumulação de um muco anormalmente espesso e pegajoso que pode provocar infeções crónicas nos pulmões com  danos progressivos que comprometem a função pulmonar.

Em Sevilha
A Guarda Civil espanhola desmantelou em Sevilha um laboratório clandestino que fabricava medicamentos ilegais para o tratamento...

O laboratório artesanal, localizado na casa em que o detido vivia, não tinha o mínimo de condições sanitárias, informou a Direção Geral da Guarda Civil.

A maior parte dos princípios ativos utilizados para a produção dos medicamentos eram adquiridos em países asiáticos, sem qualquer controlo sanitário.

O homem detido, um autodidata, tinha fabricado ele mesmo alguma da maquinaria usada no laboratório, recorrendo a tutoriais na Internet.

Estudo
Quase 70% dos doentes com osteoartrose entre os 50 e os 65 anos estão sem trabalhar, segundo um estudo que analisou o impacto...

A investigação foi feita com base nos dados do primeiro estudo epidemiológico nacional sobre doenças reumáticas (EpiReumaPt), que abrangeu mais de 10 mil pessoas.

Os dados parcelares do estudo, analisaram todas as pessoas do estudo epidemiológico entre os 50 e os 65 anos, antes da idade oficial da reforma.

Mais de metade (68,8%) dos inquiridos afetados pela osteoartrose dizem não trabalhar, o que corresponde potencialmente a mais de 140 anos de trabalho perdidos. Por comparação, entre os inquiridos sem osteoartrose na mesma faixa etária a percentagem dos que indicam não trabalhar fica pelos 47,6%.

O estudo mostra que quase 30% da população entre os 50 e os 65 anos sofre de osteoartrose, sendo as articulações mais afetadas o joelho (18,6%), mãos (12,6%) e anca (3,6%).

Embora muito associada ao envelhecimento, a osteoartrose não está apenas relacionada com a idade. Segundo a Sociedade Portuguesa de Reumatologia, é uma doença que resulta dos danos e alterações que a articulação sofreu anteriormente e é também determinada pela hereditariedade.

Reumatologistas contestam a ideia muitas vezes generalizada de que quem sofre de osteoartrose deve aprender a conviver com a dor, sendo uma noção que leva à desvalorização da doença e do seu impacto social e económico.

A osteoartrose é uma doença reumática que pode comprometer uma ou mais articulações, provocando dor, sensação de rigidez e inchaço, afetando a mobilidade.

Sociedade Portuguesa de Gastroenterologia
O consumo frequente e massificado do paracetamol, um medicamento não sujeito a receita médica, pode ser responsável pela...

O paracetamol é um medicamento utilizado para alívio de dores e para baixar a febre que não é sujeito a receita médica. A sua utilização é muito comum pela elevada eficácia, baixo custo e fácil acesso. É, de forma geral, um medicamento seguro, com menos efeitos adversos do que outros fármacos analgésicos.

No entanto, escreve o Sapo, o consumo frequente e maciço é responsável pela ocorrência de intoxicações graves, levando a danos no fígado e rins. "A toma de doses diárias de paracetamol superiores a 4 gramas por dia poderá levar a essas complicações", alertam os médicos num comunicado da Sociedade Portuguesa de Gastroenterologia.

A intoxicação por paracetamol, intencional ou acidental, é a causa mais comum de falência hepática aguda nos países desenvolvidos sendo responsável por cerca de metade dos casos de hepatite aguda. As autoridades de saúde de certos países tiveram necessidade de tomar várias medidas para reduzir o número de comprimidos por embalagem, restringir a venda livre e limitar a dosagem em crianças.

"É importante que o público em geral seja alertado para os potenciais malefícios do paracetamol em excesso. Trata-se do analgésico e antipirético mais comprado no mercado nacional, existindo muitos outros medicamentos, nomeadamente antigripais, que o contêm como substância ativa. Sem se aperceberem, é frequente os doentes automedicarem-se com mais do que um medicamento contendo paracetamol ao mesmo tempo. Deverá haver sempre o cuidado de verificar a composição dos medicamentos ingeridos ou pedir a ajuda para garantir que não se esteja a tomar mais do que um medicamento contendo paracetamol. Em caso deste medicamento não resolver a dor, constipação ou febre, o doente deve procurar a ajuda de um médico e não aumentar a dose", explica a sociedade médica.

"Os indivíduos com doenças do fígado causadas por hepatites, consumo excessivo de álcool ou com cirrose são mais suscetíveis e, por esse motivo, quando necessário, devem tomar doses inferiores ao geralmente recomendado", alertam os especialistas.

O reconhecimento precoce e o tratamento imediato dos indivíduos que consumiram uma dose tóxica de paracetamol são essenciais para minimizar a morbilidade e a mortalidade.

Numa primeira fase, a sintomatologia é inespecífica, associada a náuseas, vómitos e desconforto abdominal. A segunda fase, caracteriza-se pelo aparecimento de toxicidade hepática, com icterícia (coloração amarelada dos olhos e pele) e desorientação, havendo alterações das análises do fígado.

Posteriormente, pode haver agravamento dos sintomas, com insuficiência hepática ou renal agudas. Na maioria dos casos ocorre resolução, no entanto a intoxicação por paracetamol pode levar a transplante hepático ou morte.

Na presença ou suspeita de uma intoxicação deve ser procurada assistência médica com a maior brevidade, mesmo na ausência de sintomas. Quanto mais rapidamente for iniciado o tratamento, maiores são as probabilidades de recuperação. A atuação precoce é essencial para um bom prognóstico, já que existe um antídoto específico que pode ser utilizado.

O consumo de paracetamol é um dos temas que estarão em destaque na Semana Digestiva 2016, no Centro de Congressos do Algarve, na Herdade dos Salgados.

Instituto de Medicina Molecular
Entender o processo de degeneração dos neurónios para conseguir desenvolver novas terapêuticas é o principal objetivo de...

Vanessa Morais, investigadora do Instituto de Medicina Molecular (IMM) em Lisboa, tem até 2021 para concluir o trabalho de pesquisa que tem atualmente em mãos. A cientista portuguesa foi recentemente distinguida pelo seu trabalho na área das neurociências e distúrbios neuronais. O prémio EMBO Installation Grant irá permitir o desenvolvimento da sua investigação, por um período máximo de cinco anos, e consequente entrada na prestigiada rede de jovens investigadores Europeus da EMBO.

O trabalho de investigação da especialista portuguesa, escreve o Sapo, centra-se no estudo de um pequeno organelo que existe nas células, a mitocôndria, que, a nível dos neurónios, tem um papel vital para o correto estabelecimento de circuitos neuronais e para o bom funcionamento do cérebro. De acordo com Vanessa Morais, “a investigação pretende compreender os mecanismos moleculares que a mitocôndria tem dentro dos neurónios”.

Além disso, permite também saber “como podem influenciar e ser influenciados nas doenças neurológicas, para tentar perceber se a disfunção daquele elemento pode ser uma causa de doenças neurológicas como Parkinson, Alzheimer ou esclerose lateral amiotrófica. A partir do momento em que há uma disfunção da mitocôndria, há processos vitais, como a cognição, que não conseguimos efetuar”, explica.

Qual o próximo passo?
A expetativa é entender o que define uma mitocôndria neuronal e tentar abordagens terapêuticas que melhorem o estado geral do neurónio. A equipa de Vanessa Morais vai, nos próximos anos, tentar perceber como é que a disfunção da mitocôndria pode influenciar o funcionamento do neurónio a nível da comunicação neuronal. A compreensão de novos mecanismos moleculares vai auxiliar na prevenção da disfunção mitocondrial e degeneração do neurónio.

Descodificador:

- Esclerose lateral amiotrófica
Doença neurológica caracterizada pela degeneração dos neurónios responsáveis por transmitir a informação do cérebro aos músculos, que conduz progressivamente à incapacidade motora.

- Mitocôndria
Pequeno órgão responsável pela produção de energia nas células, um fator essencial para a concretização de qualquer atividade que a célula necessite efetuar.

Fundação da Juventude
Beatriz Gomes e Mariana Garcia, têm 18 anos e Paulo Castro 20 e são eles os vencedores da X Mostra Nacional de Ciência que,...

Durante 3 dias estiveram sobre o olhar atento dos júris que atribuíram ao projeto Neuro Teste o 1º Prémio. Segundo os autores do estudo, desenvolvido na Escola Secundária de Arouca “o Neuro Teste é uma ferramenta inovadora que tem potencial aplicação na indústria farmacêutica, em estudos de neurotoxicologia ambiental e/ou de genética associada às doenças neurodegenerativas. Utiliza como organismo modelo larvas de Drosophila melanogaster e permite testar, em larga escala, a custos relativamente baixos e in vivo, um elevado número de compostos farmacológicos”.

Em 2ºlugar ficaram dois projetos, ambos desenvolvidos na área da química e na Escola Secundária de Azambuja. Um deles utiliza a biomassa de casca de banana para diminuir a concentração de corantes catiónicos e de metais pesados nos efluentes industriais, o outro determina a quantidade de cálcio biodisponível na casca de ovo de modo a criar um suplemento alimentar rico em cálcio, que supra as necessidades diárias de acordo com a idade.

O 3º lugar foi para um estudo que, desenvolvido nos laboratórios de ciências da Escola Secundária Júlio Dinis em Ovar, recorre a moscas para estudar os efeitos do Omeprazol na memória. Após os testes os jovens demonstram existir possíveis efeitos de letargia ou confusão induzidos pelo consumo deste fármaco.

A criação de um novo conceito de turismo associado à matemática valeu a um grupo de jovens da Escola Básica e Secundária de Pinheiro o 4º lugar na competição. Segundo os autores do projeto que participaram na categoria de matemática, “trata-se de um roteiro que não só se sugere locais a visitar, como apresenta os motivos matemáticos associados a essa mesma visita”.

O 5º Lugar foi atribuído a um grupo de estudantes do Instituto Educativo do Juncal, em Porto de Mós que desenvolveu um roteiro pedestre, dando destaque a aspetos da geodiversidade na região do Juncal. O grupo de jovens investigadores concluiu que a região do Juncal apresenta elevado interesse do ponto vista geológico, paleontológico e económico.

Os projetos que constituíram a 10ª Mostra Nacional de Ciência, que terminou ontem no Museu Nacional de História Natural e da Ciência, em Lisboa, podem ser consultados em:

http://cms.fjuventude.pt//upload_files/client_id_1/website_id_1/Actividades/Mostra_Nacional_de_Ciencia/2016/Miolo_catalogo_projectos_VF_online.pdf

Mostra Nacional de Ciência leva jovens a competições europeias e internacionais
A Mostra Nacional de Ciência, que assinalou este ano a sua 10ª edição, é já considerada uma das maiores a nível Europeu. É a partir deste encontro de ciência que a própria Fundação da Juventude, enquanto promotora do Concurso de Jovens Cientistas e Investigadores e da Mostra Nacional de Ciência, seleciona os projetos destinados a representar Portugal em competições europeias e internacionais de ciência. Durante três dias estiveram sobre o olhar atento e critico dos júris trabalhos “verdadeiramente surpreendentes”, o que para Ricardo Carvalho, Presidente Executivo da Fundação da Juventude, “constitui um fator revelador da qualidade do ensino que se pratica em Portugal e da crescente importância que as ciências têm vindo a adquirir na formação dos jovens». Relativamente à participação de jovens em certames europeus e internacionais ,o dirigente acrescente que «apesar de sermos um país pequeno, já alcançámos uma quota de participação significativa nas competições europeias e internacionais onde participamos com projetos de elevado nível”.

A avaliação e a seleção dos trabalhos esteve a cargo de um júri designado pela Ciência Viva - Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica, o qual integra professores e investigadores de reconhecido mérito das diferentes áreas científicas envolvidas, para além de representantes da Direção Geral da Educação do Ministério da Educação, Agência para a Energia e da Agência Portuguesa do Ambiente.

Mais informação sobre os premiados disponível em http://www.fjuventude.pt/pt/1245/10-mostra-nacional-de-ciencia.aspx

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