Aumento da baixa visão e cegueira na população idosa preocupa os oftalmologistas

SPO assinala Dia Mundial dos Avós com rastreio de doenças oftalmológicas que afetam os mais idosos

Os oftalmologistas portugueses estão preocupados com o aumento da baixa visão e da cegueira que se verificam na população idosa. Neste contexto, o Grupo “SPO Jovem” da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia vai realizar um rastreio das doenças oculares que afetam os mais velhos no dia 26 de Julho, dia em que se assinala o Dia Mundial dos Avós, entre as 10:00 e as 17 horas, na Alameda Afonso Henriques, em Lisboa.

As causas de cegueira preveníveis ou tratáveis mais frequentes nesta faixa etária são: catarata senil; glaucoma; olho seco; degenerescência macular da idade e erros de refração não corrigidos. Também a diabetes e a hipertensão arterial (HTA) são responsáveis por complicações oculares graves que podem levar à cegueira.

A catarata senil é a doença visual mais comum no idoso e uma vez operado o doente recupera a visão. Por outro lado, o glaucoma é a segunda causa de cegueira no mundo e a principal causa de cegueira irreversível. O glaucoma leva a uma perda irreversível do campo visual da periferia para o centro e pode terminar em cegueira total. A perda de visão no glaucoma pode ser evitada se a doença for detetada precocemente e convenientemente tratada. O olho seco, frequente no idoso, ocasiona uma diminuição significativa da qualidade de vida do indivíduo. A má lubrificação da superfície ocular leva a fotofobia, lacrimejo, visão flutuante e afeta tarefas tão simples como a leitura, a condução e o trabalho no computador. O seu tratamento passa pelo uso de colírios hidratantes e tratamento das doenças sistémicas e locais que podem levar a este olho seco.

Já a degenerescência macular da idade (DMI) afeta o indivíduo numa altura e que ainda está ativo e independente. “A sua prevalência aumentou em consequência da maior longevidade e do aumento exponencial da população idosa. O Ministério da Saúde iniciou recentemente os rastreios da DMI e a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia é uma participante ativa neste programa”, explica Maria João Quadrado, presidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO).

A especialista realça ainda que “a visão é fundamental para a qualidade de vida do indivíduo. Um dos problemas principais do idoso são as quedas por várias causas, entre elas as deficiências visuais. Um envelhecimento ativo e saudável valoriza o papel do idoso na sociedade e a limitação das suas atividades pela diminuição visual, tem uma grave repercussão na sua qualidade de vida, levando muitas vezes à depressão”.

E tendo em conta a diminuição da qualidade de vida do idoso causada pela sua deficiência  visual, a SPO aconselha:

- Exames oftalmológicos regulares, principalmente após os 40 anos de idade uma vez que são medidas de elevado valor preventivo

- Uma visita periódica ao oftalmologista, mesmo que anual, pode ser suficiente para prevenir e até curar doenças visuais, diminuindo assim a probabilidades de quedas.

- No caso de baixa visão procure um oftalmologista especialista em sub-visão pois existem muitos auxílios óticos que permitem melhorar significativamente a visão e utilizar da melhor forma possível a visão remanescente.

- Os hábitos de vida saudáveis tem repercussão positiva sobre todo o organismo, inclusive sobre os olhos. A prevenção e o controlo de doenças como a diabetes e a HTA contribuem para a manutenção de uma boa visão. 

Fonte: 
Guesswhat
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
ShutterStock