O Registo Nacional Integrado de Cirurgia Cardíaca será uma realidade

Um passo à frente no ‘benchmarking’ da medicina cardiovascular em Portugal

A Sociedade Portuguesa de Cardiologia e a Sociedade Portuguesa de Cirurgia Cardio-Torácica e Vascular assinaram, no dia 12 de julho de 2016, um acordo de cooperação com a direção-geral da saúde que visa a integração e monitorização da informação disponível sobre cada candidato a cirurgia cardíaca.

A criação de uma base-de-dados com toda a informação relativa a cada doente candidato a cirurgia cardíaca permitirá, não só, avaliar os cuidados médicos prestados, mas também trará um conhecimento mais profundo do panorama nacional de cirurgia cardíaca. A integração e atualização automática destes dados viabilizará obter uma avaliação da atividade da cirurgia cardíaca em Portugal, que traduza a situação real do país.

Na prática, vai ser implementada uma base-de-dados com toda a informação sobre cada doente, desde o momento em que o cardiologista considera propor o doente para cirurgia, passando pela avaliação e intervenção do cirurgião cardíaco, incluindo ainda o seguimento durante o primeiro ano, após a cirurgia cardíaca. De acordo com o Presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, Dr. Miguel Mendes, o registo de todas as etapas deste processo facultará uma análise da realidade nacional. “A monitorização constante, inerente a este sistema, possibilitará a identificação das etapas do processo que devem melhorar,” comenta o cardiologista.

A materialização desta parceria permitirá, ainda, a definição estatística de médias nacionais. “Estes dados permitem que os diversos centros possam comparar a sua performance com a média nacional e avaliar a qualidade dos serviços prestados. Com esta estratégia de benchmarking será possível, a cada centro hospitalar, comparar processos e resultados e verificar quais são as etapas que requerem intervenção, com vista à sua melhoria. Desta forma, estamos a criar ferramentas de qualidade e a introduzir uma competição sã, de forma a permitir que a Cardiologia e a Cirurgia Cardíaca portuguesas tomem consciência da sua situação e tentem superar-se”, ressalvou o Dr. Miguel Mendes.

A assinatura deste protocolo uniformizará os dados recolhidos permitindo a partilha de informação entre o Estado Português e as Sociedades Médicas. Desta forma “criaremos um Registo Nacional de Cirurgia Cardíaca, que facultará a avaliação da medicina praticada no nosso País, bem como a perceção das tendências de maior prevalência na população

Portuguesa”, assim apresentou o Presidente da Sociedade Portuguesa de Cirurgia Cardio-Torácica e Vascular, Dr. José P. Neves, o acordo entre as três entidades.

Nas palavras do Presidente da Direção-Geral da Saúde, Prof. Francisco George, “a cooperação no domínio técnico e científico, que a Sociedade Portuguesa de Cardiologia e a Sociedade Portuguesa Cirurgia Cardio-Torácica e Vascular propõem é importantíssima na definição dos dados estatísticos que moldam a saúde da cirurgia cardíaca, em Portugal. Trabalhamos a saúde em Portugal, olhando para o futuro e perspetivando estratégias assentes na análise informativa que conduzimos em conjunto. Esperamos que esta nova cooperação permita desenvolver a perceção nacional através da integração dos serviços de bioestatística e engenharia da informação na análise estatística, com o fito de implementar e desenvolver estratégias de melhoria”. A celebração deste acordo marca o início de uma nova era de cooperação entre estas duas Sociedades Médicas apoiada pela Direção-Geral da Saúde que está sempre disponível para integrar medidas inovadoras e que visem a melhoria da saúde dos Portugueses. A efetivação deste protocolo tem início imediato tendo-se, já, iniciado as primeiras negociações para o desenvolvimento das infraestruturas digitais requeridas por este novo sistema.

Fonte: 
SConsulting
Nota: 
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