O Registo Nacional Integrado de Cirurgia Cardíaca será uma realidade
A Sociedade Portuguesa de Cardiologia e a Sociedade Portuguesa de Cirurgia Cardio-Torácica e Vascular assinaram, no dia 12 de...

A criação de uma base-de-dados com toda a informação relativa a cada doente candidato a cirurgia cardíaca permitirá, não só, avaliar os cuidados médicos prestados, mas também trará um conhecimento mais profundo do panorama nacional de cirurgia cardíaca. A integração e atualização automática destes dados viabilizará obter uma avaliação da atividade da cirurgia cardíaca em Portugal, que traduza a situação real do país.

Na prática, vai ser implementada uma base-de-dados com toda a informação sobre cada doente, desde o momento em que o cardiologista considera propor o doente para cirurgia, passando pela avaliação e intervenção do cirurgião cardíaco, incluindo ainda o seguimento durante o primeiro ano, após a cirurgia cardíaca. De acordo com o Presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, Dr. Miguel Mendes, o registo de todas as etapas deste processo facultará uma análise da realidade nacional. “A monitorização constante, inerente a este sistema, possibilitará a identificação das etapas do processo que devem melhorar,” comenta o cardiologista.

A materialização desta parceria permitirá, ainda, a definição estatística de médias nacionais. “Estes dados permitem que os diversos centros possam comparar a sua performance com a média nacional e avaliar a qualidade dos serviços prestados. Com esta estratégia de benchmarking será possível, a cada centro hospitalar, comparar processos e resultados e verificar quais são as etapas que requerem intervenção, com vista à sua melhoria. Desta forma, estamos a criar ferramentas de qualidade e a introduzir uma competição sã, de forma a permitir que a Cardiologia e a Cirurgia Cardíaca portuguesas tomem consciência da sua situação e tentem superar-se”, ressalvou o Dr. Miguel Mendes.

A assinatura deste protocolo uniformizará os dados recolhidos permitindo a partilha de informação entre o Estado Português e as Sociedades Médicas. Desta forma “criaremos um Registo Nacional de Cirurgia Cardíaca, que facultará a avaliação da medicina praticada no nosso País, bem como a perceção das tendências de maior prevalência na população

Portuguesa”, assim apresentou o Presidente da Sociedade Portuguesa de Cirurgia Cardio-Torácica e Vascular, Dr. José P. Neves, o acordo entre as três entidades.

Nas palavras do Presidente da Direção-Geral da Saúde, Prof. Francisco George, “a cooperação no domínio técnico e científico, que a Sociedade Portuguesa de Cardiologia e a Sociedade Portuguesa Cirurgia Cardio-Torácica e Vascular propõem é importantíssima na definição dos dados estatísticos que moldam a saúde da cirurgia cardíaca, em Portugal. Trabalhamos a saúde em Portugal, olhando para o futuro e perspetivando estratégias assentes na análise informativa que conduzimos em conjunto. Esperamos que esta nova cooperação permita desenvolver a perceção nacional através da integração dos serviços de bioestatística e engenharia da informação na análise estatística, com o fito de implementar e desenvolver estratégias de melhoria”. A celebração deste acordo marca o início de uma nova era de cooperação entre estas duas Sociedades Médicas apoiada pela Direção-Geral da Saúde que está sempre disponível para integrar medidas inovadoras e que visem a melhoria da saúde dos Portugueses. A efetivação deste protocolo tem início imediato tendo-se, já, iniciado as primeiras negociações para o desenvolvimento das infraestruturas digitais requeridas por este novo sistema.

Infarmed
Suspensão imediata do fabrico, comercialização e recolha do mercado de todos os lotes de produtos cosméticos fabricados por ...

O fabricante de produtos cosméticos “Egiquímica – Produtos Químicos Industriais, S.A”, irá proceder de forma voluntária à suspensão imediata do fabrico, comercialização e recolha de todos os lotes de produtos cosméticos de marca própria e de todos os lotes de produtos cosméticos produzidos em nome ou marca dos clientes do mesmo, listados em tabela anexa.

Esta medida foi adotada por se ter verificado o incumprimento, por parte do fabricante dos referidos produtos, com o artigo 25.º do Regulamento (CE) n.º 1223/2009, de 30 de novembro, nomeadamente no que respeita a ausência de, aplicação de Boas Práticas de Fabrico, avaliação de segurança e notificação dos produtos cosméticos no Portal Europeu, o qual pode colocar em risco a segurança e a saúde dos consumidores. Assim, o Infarmed ordena a suspensão imediata do fabrico, comercialização e a recolha do mercado de todos os lotes dos produtos listados.

Determina, ainda:

  • As entidades que disponham destes produtos não os podem vender;
  • Os utilizadores finais que disponham destes produtos não os devem utilizar.

Pode consultar a lista de todos os produtos aqui.

Sociedade Portuguesa de Medicina Interna
A Sociedade Portuguesa de Medicina Interna reclama incentivos económicos para atrair os médicos internistas a admitir pelos...

Um levantamento do Ministério da Saúde publicado em Diário da República esta semana veio mostrar que a medicina interna é a especialidade com maior carência de médicos nos hospitais públicos.

“Consideramos importante o reconhecimento da carência de internistas nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), a necessidade da sua contratação, mas gostaríamos que houvesse maior flexibilidade e autonomia dos hospitais na escolha das pessoas, mantendo o respeito pela equidade, e que se encontrem formas de compensação económica e outras que tornem mais satisfatória e atrativa a atividade desta especialidade”, refere a Sociedade de Medicina Interna em comunicado.

Estes profissionais salientam que a necessidade e internistas nos hospitais tem crescido de uma forma mais rápida do que o número de internistas admitidos pelos hospitais do SNS, apesar de até irem sendo abertas vagas em “número generoso”.

“Temos observado uma incapacidade de contratarmos os internos que formamos e a quem damos formação para responder a necessidades específicas dos nossos hospitais, vendo-os sistematicamente fugir para os grupos privados de saúde ou hospitais PPP, que têm mais facilidade de contratação e escolha, oferecendo-lhes melhores salários e condições”, resume a Sociedade de Medicina Interna.

Os profissionais desta especialidade queixam-se de que veem as outras especialidade cirúrgicas serem pagas por produção adicional, enquanto os internistas têm de “cuidar do dobro dos doentes” espalhados por todo o hospital “sem incentivo de qualquer espécie”.

As equipas estão envelhecidas e muitos dos profissionais já ultrapassaram a idade para fazerem urgências, sem que haja renovação dos quadros.

Segundo o levantamento do Ministério da Saúde, ao todo são 736 os especialistas em falta nos hospitais públicos do país, entre os quais se destacam os de medicina interna, os anestesiologistas e os psiquiatras, relativamente aos quais a tutela identificou, respetivamente, 129, 57 e 46 vagas a preencher urgentemente.

Até outubro
O Ministério da Educação anunciou que começou a desbloquear processos de juntas médicas de docentes que se encontravam...

“Centenas de docentes com juntas médicas pendentes já começaram a ser chamados”, afirma o ministério em comunicado.

Até outubro, segundo a tutela, deverão ficar resolvidos perto de 500 casos que aguardavam decisão médica na Região de Lisboa e Vale do Tejo, a área com mais situações por resolver e onde os atrasos nos processos são maiores.

No tratamento das situações que aguardam análise será dada prioridade aos casos considerados mais prementes, como pedidos de regresso de licença sem remuneração por motivo de doença, acrescenta o ministério.

Médicos Sem Fronteiras
A organização Médicos Sem Fronteiras criticou o “preço exorbitante” que os governos e as organizações não-governamentais têm de...

Num comunicado, a Médicos Sem Fronteiras (MSF) assinala que negoceia há seis anos sem êxito com as farmacêuticas Pfizer e GlaxoSmithKline (GSK) uma diminuição do preço da vacina contra a pneumonia, a doença com a maior taxa de mortalidade entre os menores de cinco anos.

“Os governos e as organizações humanitárias necessitam das ferramentas para proteger as crianças que vivem uma das maiores crises do nosso tempo. Pfizer e GSK têm de baixar o preço da vacina contra a pneumonia”, disse o diretor de operações médicas da MSF na Grécia, Apostolos Veizis.

Para imunizar um menor contra a pneumonia são precisas três doses de vacina e cada uma custa à MSF 60 euros nas farmácias locais, 20 vezes mais que o preço mais baixo que se pode pagar no mundo por ela, 2,80 euros.

A vacina só pode ser adquirida aquele preço reduzido nos países mais pobres e através da Gavi, uma aliança internacional público-privada para a disponibilização de vacinas.

A MSF juntou mais de 416.000 assinaturas em 170 países pedindo às duas empresas farmacêuticas que reduzam o preço para os cinco dólares (4,5 euros) pelas três doses por criança em caso de crise humanitária e nos países em desenvolvimento.

“Com o colapso dos sistemas de saúde na Síria, Iraque e Afeganistão, a maioria das crianças não foi imunizada. Estes menos vivem em condições terríveis e não deveriam pagar com a sua saúde o preço de fugirem para sobreviver. Temos de os proteger a qualquer preço contra a pneumonia e outras doenças mortais”, disse Veizis.

Além da pneumonia, a MSF vacinou na Grécia mais de 5.000 crianças refugiadas entre os seis meses e os 15 anos contra outras nove doenças.

Aumento da baixa visão e cegueira na população idosa preocupa os oftalmologistas
Os oftalmologistas portugueses estão preocupados com o aumento da baixa visão e da cegueira que se verificam na população idosa...

As causas de cegueira preveníveis ou tratáveis mais frequentes nesta faixa etária são: catarata senil; glaucoma; olho seco; degenerescência macular da idade e erros de refração não corrigidos. Também a diabetes e a hipertensão arterial (HTA) são responsáveis por complicações oculares graves que podem levar à cegueira.

A catarata senil é a doença visual mais comum no idoso e uma vez operado o doente recupera a visão. Por outro lado, o glaucoma é a segunda causa de cegueira no mundo e a principal causa de cegueira irreversível. O glaucoma leva a uma perda irreversível do campo visual da periferia para o centro e pode terminar em cegueira total. A perda de visão no glaucoma pode ser evitada se a doença for detetada precocemente e convenientemente tratada. O olho seco, frequente no idoso, ocasiona uma diminuição significativa da qualidade de vida do indivíduo. A má lubrificação da superfície ocular leva a fotofobia, lacrimejo, visão flutuante e afeta tarefas tão simples como a leitura, a condução e o trabalho no computador. O seu tratamento passa pelo uso de colírios hidratantes e tratamento das doenças sistémicas e locais que podem levar a este olho seco.

Já a degenerescência macular da idade (DMI) afeta o indivíduo numa altura e que ainda está ativo e independente. “A sua prevalência aumentou em consequência da maior longevidade e do aumento exponencial da população idosa. O Ministério da Saúde iniciou recentemente os rastreios da DMI e a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia é uma participante ativa neste programa”, explica Maria João Quadrado, presidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO).

A especialista realça ainda que “a visão é fundamental para a qualidade de vida do indivíduo. Um dos problemas principais do idoso são as quedas por várias causas, entre elas as deficiências visuais. Um envelhecimento ativo e saudável valoriza o papel do idoso na sociedade e a limitação das suas atividades pela diminuição visual, tem uma grave repercussão na sua qualidade de vida, levando muitas vezes à depressão”.

E tendo em conta a diminuição da qualidade de vida do idoso causada pela sua deficiência  visual, a SPO aconselha:

- Exames oftalmológicos regulares, principalmente após os 40 anos de idade uma vez que são medidas de elevado valor preventivo

- Uma visita periódica ao oftalmologista, mesmo que anual, pode ser suficiente para prevenir e até curar doenças visuais, diminuindo assim a probabilidades de quedas.

- No caso de baixa visão procure um oftalmologista especialista em sub-visão pois existem muitos auxílios óticos que permitem melhorar significativamente a visão e utilizar da melhor forma possível a visão remanescente.

- Os hábitos de vida saudáveis tem repercussão positiva sobre todo o organismo, inclusive sobre os olhos. A prevenção e o controlo de doenças como a diabetes e a HTA contribuem para a manutenção de uma boa visão. 

Estudo
Um estudo sobre a adição ao Facebook em Portugal revela que os jovens com este problema apresentam níveis de saúde mental e de...

Segundo o estudo, coordenado pelo investigador português Halley Pontes, da Nothingham Trent University, no Reino Unido, “a adição ao Facebook está associada a maior preferência para interação social online e níveis elevados de sintomas depressivos, ansiedade patológica e stress”.

A investigação, publicada no ‘International Journal of Mental Health and Addiction’, decorreu em maio e junho de 2015 e envolveu uma amostra de 547 jovens estudantes portugueses do 2º e 3º ciclo do ensino básico.

O estudo procurou avaliar a extensão dos problemas relacionados com a utilização excessiva e problemática do Facebook, entre outras adições, numa amostra exclusivamente portuguesa, disse o investigador Halley Pontes.

“Dada a penetração da Internet e dos sites de redes sociais entre os jovens portugueses, juntamente com a necessidade de mais investigação sobre o uso contextualizado da Internet, tornou-se fundamental entender” os efeitos que o uso excessivo e viciante destas redes podem ter sobre a saúde mental dos adolescentes, refere o estudo.

A investigação verificou que “a adição ao Facebook estava presente em 3,6% da amostra total. Tendo em conta a população geral, esta percentagem poderia traduzir-se num total ligeiramente acima dos 380 mil indivíduos, o que é bastante significativo”, disse Halley Pontes, que já publicou mais de 50 estudos científicos na área da adição à internet e videojogos.

Os resultados do estudo apontam que, “em termos do bem-estar psicológico e saúde mental, os indivíduos com problemas de adição ao Facebook apresentaram níveis preocupantes e significativamente piores, em comparação aos participantes que não apresentavam problemas de adição” a esta rede social.

Para Halley Pontes, estudar o problema da adição às redes sociais online é de extrema relevância no contexto da promoção da saúde mental nos indivíduos.

Vários estudos sugerem que o excessivo uso das redes sociais online, leva a que os indivíduos apresentem níveis de saúde mental bastante reduzido.

Um estudo recente realizado numa amostra representativa da população jovem do Canadá verificou que os jovens que costumavam utilizar as redes sociais online por mais de duas horas diárias, apresentaram piores níveis de saúde mental geral, maior incidência de problemas do foro psiquiátrico, aumento da ideação suicida, bem como uma maior necessidade de suporte a nível da saúde mental.

Segundo o Inquérito à Utilização de Tecnologias da Informação e da Comunicação pelas Famílias 2015, do Instituto Nacional de Estatística, a participação em redes sociais é mais frequente em Portugal do que na média dos países da União Europeia.

Em 2015, 70% dos utilizadores de Internet em Portugal participavam em redes sociais, ainda assim menos dois pontos percentuais do que em 2014, mas mais 13 pontos percentuais do que em 2011.

Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
Dois ortopedistas do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra realizaram, em Espanha, pela primeira vez fora do país, uma...

A intervenção cirúrgica, que decorreu em abril e que foi agora divulgada, durou 15 horas e passou por três fases - excisão do tumor, colocação da prótese em substituição dos ossos de metade da pélvis do paciente de 27 anos que foi removida e encerramento do procedimento. Envolveu uma equipa de vários profissionais, chefiada pelos dois cirurgiões da Unidade de Tumores Ósseos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) que trabalham juntos há oito anos.

"É uma cirurgia complexa pelas localizações anatómicas de diversas estruturas que estão na vizinhança dos locais intervencionados no ato cirúrgico. Envolvem vasos sanguíneos que transportam sangue para as pernas, vísceras ocas, como a bexiga, e também a parte óssea e a parte nervosa e obriga a um grande planeamento pré-operatório", disse o médico José Casanova.

O convite surgiu depois de um ortopedista do Hospital Universitário das Canárias (conhecido pela antiga sigla da unidade de saúde portuguesa, HUC, e localizado na ilha de Tenerife) ter feito um estágio em Coimbra: "Não é uma cirurgia que se faça todos os dias, é complexa e o doente teria de ser enviado para outro local em Espanha. Chamaram-nos e realizámo-la pela primeira vez fora de Portugal", explicou, por seu turno, o ortopedista João Freitas.

O especialista adiantou que o doente de 27 anos estava acamado há quatro meses com uma lesão "que o impedia de andar e punha em perigo a sua vida" e que a prótese utilizada, numa liga metálica específica, substituiu os ossos removidos da parte direita da bacia e permite que o jovem leve uma vida próxima do normal.

A intervenção cirúrgica começou ao início da manhã e terminou perto da meia-noite e envolveu "procedimentos muito demorados porque se solta tudo", ilustrou João Freitas, acrescentando que a intenção é curar o doente, mas também dar-lhe função motora.

"Isso tem de estar sempre presente na mente de um cirurgião, porque senão o homem ficaria ou numa cadeira de rodas ou numa cama, para sempre. E ele já anda", destacou.

"Andar é extremamente importante. Vai fazer, de certeza, as coisas básicas do dia-a-dia: levantar-se, ir à mesa, à casa de banho, sair à rua, até conduzir, talvez um carro adaptado numa fase inicial, mas terá potencialidade de fazer uma vida normal atendendo também à sua idade", frisou João Freitas.

Já José Casanova lembrou que a funcionalidade de um doente a quem é colocada uma prótese de substituição óssea depende de vários fatores, desde logo o grau de extensão da intervenção.

"E, depois, depende também da idade do doente. Um jovem de 27 anos tem um potencial de recuperação muito maior do que doentes de 70 anos e da vontade de recuperar, o empenho que põe na recuperação é muito importante", declarou o ortopedista.

O paciente mais antigo, intervencionado há 10 anos com uma prótese precursora da atual - a mais recente é usada há cerca de quatro anos - é um professor de engenharia de Lisboa que, segundo José Casanova, "conduz o seu carro e anda de bicicleta", apesar de usar uma canadiana na qual se apoia nos movimentos diários.

Hoje em dia, adianta João Freitas, é possível retirar e reconstruir "qualquer" osso do corpo humano afetado por tumores, embora note que há situações "que são impossíveis", nomeadamente as que surgem "muito tarde".

"Mas salvar a vida, primeiro, e poder salvar o membro, é fantástico. E temos meios para isso", sublinhou.

O doente espanhol vai continuar a ser seguido pelos especialistas do país vizinho - a nível oncológico e na parte ortopédica - mas também pelos ortopedistas do CHUC: "Continuamos a receber informações e a dar indicações em parceria com os colegas espanhóis. Estaremos sempre ligados a esse doente", afirmou João Freitas.

José Martins Nunes, presidente do conselho de administração do CHUC, lembrou a "dimensão de cooperação" do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, quer a nível interno, onde foi "pioneiro" em parcerias com outros hospitais, quer a nível internacional e dos países de língua oficial portuguesa.

"Temos vindo a trabalhar no reconhecimento internacional do nosso hospital. Estamos a começar a ser solicitados para integrar equipas de países estrangeiros e isso significa o prestígio da medicina portuguesa. Este hospital e os seus profissionais, de uma forma muito sólida, têm trabalhado no sentido da qualidade", referiu.

Estudo
O excesso de peso diminuiu a esperança média de vida em um ano, número que sobe para 10 anos em caso de obesidade severa.

O estudo refuta conclusões anteriores de que algum excesso de peso não representava um perigo.

São apontadas evidências de que o risco de morrer antes dos 70 anos cresce de “forma constante e acentuada” com o aumento da cintura.

“O estudo demonstra definitivamente que o excesso de peso ou a obesidade estão associados ao risco de morte prematura”, escreve o autor do estudo Emanuele Di Angelantonio, da Universidade de Cambridge.

Aumentam todos os riscos de doença cardíaca, acidente vascular cerebral, doenças respiratórias e cancro, afirmou.

Usando os dados de quase quatro milhões de adultos em quatro continentes, o estudo, divulgado na revista médica The Lancet, descobriu que as pessoas com excesso de peso perdem em média um ano de vida e as pessoas moderadamente obesas três anos.

“Os obesos severos perdem 10 anos de esperança média de vida”, disse Emanuele Di Angelantonio.

O estudo revelou também que o risco de mortalidade é três vezes maior nos homens do que nas mulheres.

Em 2014, segundo dados da Organização Mundial de Saúde, mais de 1,9 mil milhões de adultos tinham excesso de peso e 600 milhões eram obesos.

Conclui-se também que há um elevado risco de morte prematura em pessoas abaixo do peso normal.

Estudo
Cientistas descobriram que os medicamentos antirretrovirais diminuem significativamente o risco de contágio do Vírus da...

O estudo foi publicado no Jornal da Associação Médica Americana (JAMA) e foi o maior já realizado para examinar o risco em casais serodiferentes (com diagnósticos opostos) que têm relações sexuais desprotegidas, enquanto o infetado toma medicação para travar a replicação do vírus e reequilibrar o sistema imunitário.

A pesquisa envolveu 900 casais de 14 países europeus, entre 2010 e 2014. Dois terços dos casais eram heterossexuais, e os restantes eram compostos por homens.

Depois de um estudo de uma mediana de 1,3 anos, não foram encontrados casos em que a pessoa seropositiva tivesse transmitido o vírus ao parceiro.

No entanto, confirmaram-se 11 casos em que o parceiro que apresentava diagnóstico negativo de Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) no início passou a positivo.

Dez dos 11 estavam em relações homossexuais, mas os pesquisadores afirmaram que oito dos que passaram a estar infetados admitiram ter tido relações desprotegidas com outras pessoas.

De qualquer modo, as novas infeções não puderam ser molecularmente relacionadas com os parceiros originalmente seropositivos, resultando numa taxa de transmissão igual a zero, nos casais estudados.

“Apesar de estes resultados não fornecerem diretamente uma resposta à pergunta se é seguro praticar sexo sem preservativos em casais serodiferentes, este estudo fornece dados informativos (especialmente para heterossexuais) para os casais puderem construir a sua aceitação ao risco”, disse a equipa, orientada por Alison Rodger da University College London.

O JAMA adverte que os casais não devem considerar que o risco de transmissão é sempre nulo e aconselha que o parceiro que com VIH use antiretrovirais durante seis meses, pelo menos, antes de praticar sexo sem preservativo.

Estudo
Um estudo do Instituto de Medicina Molecular sobre a rede de células nervosas residentes no intestino descobriu “um processo...

Este mecanismo foi descoberto no intestino dos ratinhos e funciona sob o controlo do sistema nervoso intestinal, adianta o estudo, explicando que “as células do sistema nervoso recebem sinais do intestino e dão instruções específicas ao sistema imunitário para reparar os danos".

O estudo, publicado na revista científica Nature, revela que “o sistema nervoso funciona como os 'olhos e ouvidos' do sistema imunitário”, adianta o coordenador da investigação, Henrique Veiga-Fernandes.

O Instituto de Medicina Molecular (IMM) refere que “já se sabia que existe uma relação, um diálogo, entre os neurónios do intestino e o sistema imunitário”, lembrando um estudo publicado recentemente por cientistas da Universidade de Rockefeller (EUA), segundo o qual “certos neurónios conseguem induzir certas células imunitárias (os macrófagos) a produzir substâncias protetoras do intestino”.

Mas, segundo Veiga-Fernandes, há um facto “completamente novo" na investigação que conduziu: "Não só desvendámos o fenómeno em si, mas também descrevemos os mecanismos moleculares que estão em jogo".

"Identificámos uma 'troica' multicelular [linfócitos inatos, células da glia, células do epitélio intestinal], orquestrada por fatores neurotróficos, que protege o intestino" e “constatámos que a alteração deste eixo celular e molecular conduz à doença inflamatória intestinal e à incapacidade de eliminar as infeções", sublinha.

Uma aplicação futura dos resultados do estudo poderá ser o desenvolvimento de novas estratégias preventivas e terapêuticas contra a inflamação intestinal crónica, como a doença de Crohn ou colite ulcerosa, e contra o cancro intestinal.

“Atualmente, tenta-se controlar a inflamação crónica do intestino com medicamentos supressores da imunidade, mas a ativação das células da glia poderá permitir reparar mais eficazmente o tecido intestinal”, segundo Veiga-Fernandes.

Os cientistas estão agora a explorar formas de ativar diretamente os linfócitos inatos, sem passar pela glia: "Queremos conseguir fazer o trabalho das células gliais", revela o investigador.

Nos próximos dias
A Direção-Geral da Saúde emitiu um alerta, à população em geral e em particular às pessoas mais vulneráveis, para que adotem...

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, prevê-se um aumento significativo das temperaturas a partir de quinta-feira, dia 14 de julho, até dia 20 de julho, pelo menos.

A temperatura máxima vai registar valores superiores a 30ºC, em praticamente todo o território, podendo atingir valores de 38º a 42ºC, em especial nas regiões do interior.

Neste contexto, a Direção-Geral da Saúde (DGS) “recomenda a adoção de medidas gerais de prevenção destinadas à população em geral e medidas específicas para pessoas mais vulneráveis aos efeitos do calor”, nomeadamente bebés e crianças pequenas, idosos, doentes crónicos, praticantes de desporto e pessoas isoladas e em carência económica e social.

Assim, para “se proteger dos efeitos negativos do calor intenso” a DGS recomenda que as pessoas se mantenham hidratadas, protegidas do calor e com a casa fresca.

Para quem tem problemas de saúde, a DGS aconselha a estar especialmente atento e protegido.

Segundo a página da DGS é igualmente importante estar em contacto e atento aos outros, bem como manter-se informado.

Primeiro na Península Ibérica
O primeiro procedimento cirúrgico não invasivo realizado na Península Ibérica para doentes com insuficiência severa da válvula...

Em declarações a propósito deste método pioneiro no tratamento de doentes com insuficiência cardíaca, o diretor do serviço de cardiologia do hospital, Vasco Gama, disse que esta patologia é frequente, principalmente em doentes operados à válvula mitral, cuja parte direita do coração se vai dilatando com o tempo, fazendo com que aumente também o anel da válvula tricúspide.

Esta válvula separa duas cavidades do coração - aurícula direita e o ventrículo direito - e é composta por um anel de sustentação, que fixa três componentes (ou cúspides).

Através do método agora adotado, ainda em fase experimental e que demora em média entre duas e três horas, é possível diminuir o grau de dilatação da válvula tricúspide, melhorando clinicamente os sintomas associados à patologia e diminuindo a necessidade de os doentes se dirigirem ao hospital.

Neste procedimento não invasivo "são feitas duas incisões na veia jugular do paciente, por onde entram dois implantes pequenos que, através de um dispositivo controlado, são colocados na válvula do paciente", explicou Vítor Veloso, especialista clínico da empresa americana responsável pelo desenvolvimento do dispositivo utilizado nesta técnica.

"Depois de implantados, esses dois pontos são aproximados, reduzindo dessa forma o tamanho da válvula", disse.

De acordo com Vasco Gama, os pacientes submetidos até à data à técnica iniciada nos Estados Unidos têm tido bons resultados, podendo voltar a ter uma vida "praticamente normal".

Entre os sintomas mais comuns de quem enfrenta esta patologia encontram-se a falta de ar, o inchaço nas pernas, a dificuldade na marcha e o fígado dilatado, "uma situação muito incapacitante e que não tende a piorar com o tempo", indicou o médico.

Maria da Conceição Gomes, de 77 anos, foi uma das duas pacientes submetidas a este método no Centro Hospitalar de Gaia.

"Sentia muito cansaço e uma grande dificuldade em respirar", disse a paciente, que já tinha sido submetidas duas vezes a cirurgias à válvula mitral.

Segundo o especialista Vítor Veloso, até ao momento tinham sido realizadas 31 intervenções com esta técnica, 15 delas nos Estados Unidos e as restantes em alguns países europeus, com uma permissão concedida pela FDA - órgão dos Estados Unidos que tem a função de controlar os alimentos e medicamentos, através de testes e pesquisas.

Além de estrear na Península Ibérica no procedimento cirúrgico não invasivo para doentes com insuficiência severa da válvula tricúspide, o serviço de cardiologia de Gaia foi também pioneiro na Península tratar a estenose aórtica (doença estrutural cardíaca) por via percutânea, em 2007. Este é o tratamento preferencial desde então em doentes inoperáveis que sofrem da patologia, contou Vasco Gama.

Estudo
Uma variante de um gene presente nas pessoas com cabelo avermelhado, pele muito clara e sardas pode aumentar o risco de...

O risco, surpreendentemente, também é maior para as pessoas que possuem tal assinatura genética mas não apresentam as características físicas próprias dos ruivos, afirmou a equipa internacional de cientistas.

Os resultados estão baseados numa análise genética de tumores de cancro da pele de mais de 400 pessoas, escreve o Diário Digital.

Esta análise revelou que os tumores de pessoas com uma variante do MC1R (gene responsável por dar cor à pele e aos cabelos), que está relacionada com os ruivos, tinham 42% mais mutações - o equivalente a 21 anos de exposição adicional ao sol nas pessoas que não possuem essa variante.

Embora a maioria das mutações genéticas sejam inócuas, quanto mais estas ocorrem, mais provável é que uma célula humana normal se transforme numa célula cancerígena.

Os resultados sugerem que as pessoas com uma variante do gene MC1R são mais suscetíveis a sofrerem processos mutagénicos - resultantes, por exemplo, de agentes como a exposição aos raios UV, que podem provocar cancro da pele, conhecido como melanoma.

“Este trabalho é importante porque as conclusões aplicam-se a uma alta proporção da população, as pessoas que carregam pelo menos uma cópia com uma variante genética no MC1R”, disse o co-autor do estudo, David Adams, do Instituto Wellcome Trust Sanger, no Reino Unido.

Em alguns países, como Inglaterra e Irlanda, essa proporção pode chegar a um terço da população - embora apenas cerca de 2% das pessoas tenham o fenótipo dos ruivos.

Muitas das pessoas que estão em risco nem sabem que carregam a variante, disseram os pesquisadores.

Os ruivos recebem uma cópia da variante genética de cada um dos seus pais. Mas as pessoas que recebem uma só cópia, do pai ou da mãe, provavelmente não têm o cabelo vermelho - e podem permanecer alheias à sua composição genética particular.

Já se sabe há muito tempo que os ruivos queimam-se mais rapidamente debaixo do sol e que são mais suscetíveis aos efeitos mutagénicos da radiação UV - portanto, têm maior risco de cancro da pele.

Mas o novo estudo sugere que há outras maneiras “possivelmente independentes dos raios UV” de que variantes do MC1R podem aumentar o risco de melanoma, disse Adams.

A pesquisa também revelou, pela primeira vez, o risco para as pessoas que não são ruivas mas que possuem a variante.

“Essas pessoas devem ter cuidado extra debaixo do sol, visto que podem ser altamente suscetíveis à radiação UV e outros agentes mutagénicos, algo que muitas pessoas que possuem variantes do MC1R não percebem”, disse Adams.

Pessoas com familiares ruivos têm uma maior probabilidade de possuir uma variante do MC1R, e devem tomar cuidado extra, disse a equipa.

Não ficou claro se as mutações significam que o melanoma em pessoas ruivas é mais ou menos grave.

Estudo
O consumo de suplementos vitamínicos durante a gravidez é um desperdício de dinheiro porque a maioria das futuras mães não...

O estudo alega que uma análise dos produtos e dados disponíveis mostrou que estes não melhoram a saúde de gestantes e fetos, mas que mulheres grávidas deveriam manter o consumo de ácido fólico e vitamina D, além de manter uma dieta saudável, escreve o Diário Digital.

Segundo os especialistas envolvidos, o consumo de 400 mg de ácido fólico por dia pode comprovadamente proteger o feto contra anomalias no cérebro e na coluna vertebral, ao passo que uma dose diária de 10 mg de vitamina D é recomendada para que mãe e bebé tenham ossos saudáveis.

No estudo, os pesquisadores dizem que as grávidas podem se sentir coagidas a comprar suplementos multivitamínicos caros, mas que elas precisam de resistir ao marketing das empresas.

“Os únicos suplementos recomendados para todas as mulheres durante a gravidez são o ácido fólico e a vitamina D, disponíveis a custos relativamente baixos”, diz o estudo.

Janet Fyle, do Royal College of Midwives, instituição que forma enfermeiras-parteiras, acrescentou ainda que as mulheres não precisam de “comer por dois”.

"Encorajamos as gestantes a ter uma dieta saudável e variada, incluindo frutas e legumes e frescos, além do suplemento de ácido fólico. Comer por dois é um mito. É necessária apenas uma quantidade equilibrada de comida."

A Health Food Manufacturers' Association, entidade que representa a indústria dos suplementos alimentares no Reino Unido, contestou a pesquisa e insiste que uma proporção significativa de mulheres em idade fértil não está a obter nutrientes suficientes apenas com o que consomem no dia-a-dia.

Estudo
O consumo de adoçantes artificiais como substitutos do açúcar provocam o aumento do apetite, mostra um estudo publicado pela...

O Centro Charles Perkins da Universidade de Sydney e o Instituto Garvan de Pesquisa Médica concluíram que a substância gera um efeito na parte do cérebro que estimula o apetite e altera as perceções de sabor.

Apesar de ter menos calorias, escreve o Diário Digital, os adoçantes causaram o aumento de peso nos animais testados na pesquisa. “Depois da exposição crônica a uma dieta com adoçante à base de sucralose, vimos que os animais começaram a comer mais”, afirmou o professor Greg Neely, da Universidade de Sydney.

“Descobrimos que dentro do cérebro, a sensação de doce é similar ao do conteúdo energético. Quando se perde o equilíbrio entre o doce e a energia durante um certo período de tempo, o cérebro calibra novamente e aumenta o total de calorias consumidas”, explicou.

A primeira parte do estudo foi feita com moscas que pousam em frutas. Após serem expostas por cinco dias a adoçantes artificiais, estas aumentaram o consumo de calorias em 30% em relação à dieta anterior, à base de frutas com açúcar natural.

A segunda parte da análise foi realizada com ratos que, depois de sete dias a consumir adoçantes artificiais, passaram a comer uma quantidade maior de comida e tiveram alterações neuronais. “O consumo crónico de adoçante artificial aumenta a intensidade do doce em relação ao açúcar real e consequentemente incentiva o animal a comer mais”, diz Neely.

Diariamente, milhões de pessoas consomem adoçantes artificiais em todo o mundo. Esse é o primeiro estudo que identifica por que os adoçantes artificiais podem estimular o apetite. Outros efeitos secundários são a hiperatividade, insónia e redução da qualidade do sono.

Em Lisboa
O Hospital Pulido Valente, em Lisboa, vai ser requalificado e transformado no segundo parque de saúde da capital portuguesa,...

“O que nós decidimos, com o apoio do Governo, foi a requalificação do Hospital Pulido Valente, transformando-o no segundo parque de saúde da cidade” (o primeiro foi criado em Alvalade, no antigo Hospital Júlio de Matos), disse o responsável.

No parque ficarão instalados, por exemplo, a Central de Esterilização Partilhada e o Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (serviços do Ministério da Saúde).

Segundo Carlos das Neves Martins, a requalificação “visa dar fruição exclusivamente pública a 100% das áreas que lá estão construídas com dinheiro público e terminar as obras que há cinco anos estão paradas”.

O responsável falava aos jornalistas na sequência de declarações da Plataforma Lisboa em Defesa do Serviço Nacional de Saúde, que está preocupada com o futuro daquele hospital.

Segundo a plataforma, já foram retiradas camas e serviços ao Pulido Valente e o Governo prepara-se agora para entregar os cuidados paliativos e continuados à Santa Casa da Misericórdia.

O presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte, que agrega o Pulido Valente e o Hospital de Santa Maria, assegurou que o parque da saúde vai “manter-se exclusivamente na esfera do património público”.

Além disso, o Ministério da Saúde “não vai investir nas obras de requalificação e no terminus de alguns espaços que ficaram parados” porque quem vai fazer o investimento são os parceiros com quem vão trabalhar.

"Na área dos cuidados paliativos e continuados, vai ser a Santa Casa da Misericórdia que vai pagar uma renda para utilização do espaço”, exemplificou.

Quanto ao número de camas, o responsável frisou que vão ser aumentadas e que o futuro parque de saúde “passará a ter 274 camas: 15 para cuidados paliativos, 60 para cuidados continuados, 120 para cuidados intermédios e 79 para cuidados agudos”.

Será ainda entregue uma área que está atualmente desocupada para ser instalada a Unidade de Saúde Familiar (USF) do Lumiar, cujas condições “não são as melhores”.

Uma hora antes de Carlos das Neves Martins falar aos jornalistas, a Plataforma Lisboa em Defesa do Serviço Nacional de Saúde deu uma conferência de imprensa à porta do Pulido Valente, onde defendeu que a opção de ceder espaço para uma USF e de entregar os cuidados paliativos e continuados à Santa Casa faz parte de uma “estratégia de desmantelamento” daquele hospital.

Afirmando que não está em causa a forma como a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa presta aqueles serviços, o porta-voz da Plataforma, Sebastião Santana, centrou a questão “na forma como o processo está a ser feito” e no “dinheiro que se vai gastar no final quando se podia estar a investir em mais camas na esfera pública”.

“A Santa Casa seguramente não vai fazer isto de forma gratuita”, acrescentou.

Instituto de Saúde Pública do Porto
As regiões autónomas registam mais mortes no trabalho do que o continente, cinco por cada 100 mil trabalhadores, indica um...

Raquel Lucas, coordenadora da investigação, disse que esse número é bastante elevado quando comparado, por exemplo, com a Área Metropolitana de Lisboa, onde o número de acidentes mortais é de 1,4 por cada 100 mil trabalhadores.

Em termos nacionais, nas empresas de maior dimensão (mais de 250 trabalhadores) há 1,5 acidentes mortais por cada 100 mil trabalhadores, ao passo que nas microempresas (um a dez trabalhadores), o número é de 7,3, devendo-se isso à "menor cobertura de serviços de segurança no trabalho", embora constituam "95% do nosso tecido produtivo".

Estes resultados foram obtidos através projeto "Trabalho e Saúde em Portugal", concluído em junho de 2016, cujo objetivo era retratar o contexto sociolaboral português na sua relação com a saúde, com especial atenção às condições de trabalho e aos principais problemas de saúde que delas resultam.

Dos 184 mil lesões registadas em acidentes laborais por todo o território português em 2013, 68% foram em homens e 32% nas mulheres, "o que se relaciona com o facto de os homens terem profissões com mais exposição ao risco de acidente", referiu a investigadora.

Quanto à taxa de incidência de acidentes ocorridos, a região norte regista 52 lesões por cada mil trabalhadores enquanto no Algarve e nas regiões autónomas essa relação é de 35 por cada mil. Contudo, o número de vítimas mortais dos acidentes de trabalho nas ilhas acaba por superar os do restante território, com cinco casos por cada 100 mil trabalhadores.

De acordo com a investigadora, a frequência de exposição a fatores de risco de natureza ergonómica (que podem prejudicar os trabalhadores a nível físico ou psicológico através de doenças ou desconforto) reportada é elevada em Portugal quando comparados com os da restante Zona Euro.

"Esta exposição justifica que a grande maioria das doenças profissionais certificadas seja musculoesquelética", refere.

Quando comparados com trabalhadores das mesmas categorias profissionais de outros países da Zona Euro, os portugueses reportam menos controlo sobre o seu trabalho apesar de a exigência ser equivalente, sendo este outro dos resultados obtidos no estudo.

Segundo Raquel Lucas, este relatório é um "retrato multidimensional" da saúde ocupacional em Portugal (sobre a qual pouco se sabe) que reúne informação quantitativa e mostra as disparidades sistemáticas na saúde dos trabalhadores.

A informação agora divulgada pode ser usada como "linha de base para medir o resultado de políticas destinadas a promover a saúde dos trabalhadores", acrescentou.

No projeto participaram seis investigadores, cinco dos quais do Instituto de Saúde Pública do Porto (ISPUP), contando com a colaboração da Universidade Pompeu Fabra, de Barcelona.

Este trabalho vai ser apresentado na quinta-feira durante as comemorações dos dez anos do ISPUP, iniciadas na segunda-feira, tendo como "ponto alto" a Festa da Sopa, servida à população na praça Gomes Teixeira, no Porto, no mesmo dia.

Neste evento, vários restaurantes da cidade vão dar a provar as suas sopas, como forma de alertar a população para a importância de uma alimentação equilibrada na promoção da saúde.

O programa das comemorações conta ainda com um debate sobre "Política e História da Peste no Porto", uma exposição e uma visita guiada.

No ISPUP colaboram mais de uma centena de investigadores, entre médicos, nutricionistas, bioquímicos e estatísticos.

Toxicodependentes
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, disse que ainda não existe local nem data definida para a...

Fernando Medina respondia a uma questão apresentada pelo Bloco de Esquerda (BE) na sessão de perguntas à Câmara que decorreu na Assembleia Municipal, tendo afirmado que o município "ainda não tomou uma decisão nem do local nem da data relativamente à criação" deste espaço.

Na sua intervenção, o BE lembrou que em fevereiro os deputados municipais aprovaram uma recomendação do grupo municipal bloquista para que a Câmara avançasse com a abertura de salas de consumo assistido "no mais curto espaço de tempo".

Na altura, a recomendação mereceu o voto contra de um deputado do PSD, a abstenção de cinco deputados sociais-democratas, do CDS-PP e do MPT e os votos favoráveis de PS, Cidadãos Por Lisboa (eleitos nas listas socialistas), PCP, BE, PEV, PAN, Parque das Nações Por Nós (PNPN) e a restante bancada do PSD.

O BE lembrou também que a localização da sala já foi apontada para as zonas da Mouraria e da Alta de Lisboa.

No final da reunião da Assembleia Municipal de Lisboa (AML), o vereador dos Direitos Sociais corroborou aos jornalistas que o município está "a estudar as hipóteses".

"Não temos calendário", vincou João Afonso, acrescentando que "antes do final do mandato vai haver uma decisão" quanto a esta matéria.

O autarca ressalvou que "a lógica nunca passará por a sala de consumo assistido ser uma única resposta", uma vez que a Câmara tem já vários programas de apoio em curso.

Quanto aos sítios apontados para a localização desta unidade, o vereador advogou que um diagnóstico à cidade identificou a Mouraria e a Alta de Lisboa como locais onde a problemática da toxicodependência está mais instalada, mas o que "não quer dizer que a sala se localize" num destes locais.

O Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) elaborou um plano integrado de possibilidades de intervenção para as duas localizações, sendo que o da Mouraria esta concluído, mas a Câmara Municipal aguarda ainda as conclusões referentes à Alta de Lisboa.

Depois de conhecidas as conclusões, continuou João Afonso, começará a fase da consulta local, junto das populações e instituições.

"Se tivermos condições sociológicas temos de ver se faz sentido, e só depois escolher o local", advogou o autarca.

Aos jornalistas, João Afonso manifestou também interesse em recolher informações junto de cidades estrangeiras que já têm ou estão em processo de instalar uma sala de consumo assistido.

Durante a sessão de perguntas ao executivo de maioria socialista, o PCP insistiu na questão da circulação de quatro carruagens na linha verde do Metropolitano de Lisboa, dado que atualmente só circulam três devido às estações do Areeiro e Arroios estarem inacabadas.

Em resposta, o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, afirmou que questionou a empresa e que "a resposta é simples", dado que "com a extensão da linha azul para a Reboleira tiveram de aumentar o material circulante" ali, em detrimento do da linha verde.

Entretanto, segundo vereador, "ainda não foi adquirido mais material circulante".

Estudo
Um estudo publicado na revista médica JAMA indica que terapia antirretroviral baixa consideravelmente o risco de transmissão do...

Este estudo foi o maior a examinar a questão do risco de transmissão do VIH em casais sorodiscordantes, que tenham relações sexuais desprotegidas, quando o parceiro infetado está a suprimir a carga viral do VIH, com medicação.

A investigação envolveu 900 casais, sendo que a dois terços da amostra correspondem casais homossexuais.

Depois de cerca de um ano e meio o estudo não produziu nenhum caso em que a pessoa infetada com VIH, a tomar medicação para controlar o vírus, tenha infetado o parceiro.

No entanto, o estudo revelou 11 casos em que a pessoa que não estava infetada, ao iniciar o estudo, acabou por contrair o vírus que causa a SIDA.

Os investigadores afirmaram que oito dos participantes, que terminaram o estudo infetados com VIH, admitiram que tiveram relações sexuais desprotegidas fora da relação.

Em nenhum dos casos a infeção, da pessoa recentemente infetada, foi molecularmente compatível com a do parceiro, ou seja, a taxa de transmissão entre os membros dos casais participantes foi zero.

“Ainda que estes resultados não possam dar uma resposta para a questão de partida, este estudo fornece dados informativos nos quais os casais podem basear a sua aceitação do risco”, explicitou o estudo, conduzido por Alison Rodgar da Universidade de Londres.

O editorial da revista JAMA, escrito por Eric Daar e Katya Corado do Harbor-UCLA Medical Center, acautelou que os casais não devem assumir que o estudo reivindica que o risco de transmissão é zero.

“Para os indivíduos que querem ter relações sexuais desprotegidas, rotineiras ou periódicas, os médicos indicam que o risco de transmissão de VIH é pequeno, assumindo que o parceiro infetado esteja em contínuo tratamento de supressão viral”, afirmaram.

A pessoa infetada com o vírus necessita cumprir a terapia antirretroviral durante pelo menos seis meses antes de o casal ter relações sexuais desprotegidas.

Daar e Corado acrescentaram ainda que é necessário “conduzir mais investigações, com amostras maiores e um período de acompanhamento maior”.

Este estudo foi realizado entre 2010 e 2014 em cerca de 75 clínicas espalhadas em países europeus.

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