Opinião
Um dos maiores avanços que surgiram nos últimos anos no combate ao cancro foi o desenvolvimento de i

Esta ferramenta, que ainda tem muito a evoluir, oferece novas formas de recuperação para àqueles doentes que, não há muito tempo, eram considerados incuráveis. Além disso, tem uma percentagem menor de efeitos secundários do que a quimioterapia e pode ser útil para matar células cancerígenas, interromper ou retardar o seu crescimento e evitar que a doença se espalhe para outras partes do corpo.

Dependendo do caso com o qual tem que lidar, o oncologista tem várias opções que pode avaliar ao tratar um doente. Uma das mais inovadoras é a transferência de células adotivas ou ACT (Adoptive Cell Transfer), que aumenta o número de células T (T-cells) que um doente tem no seu corpo com o objetivo de combater certos patógenos. Geralmente é eficaz para alcançar uma regressão completa e duradoura em casos de melanoma metastático.

Outra opção é a terapia com vírus oncolíticos, injetando vírus geneticamente modificados para matar as células cancerígenas. À medida que morrem, os vírus libertam antígenos que causam uma reação do sistema imunológico do doente, direccionando-se para todas as células cancerosas no corpo de onde esses antígenos se originam. Um exemplo é encontrado na forma injetável do vírus T-VEC que a FDA aprovou em 2015 para o tratamento de lesões de melanoma que não podem ser completamente eliminadas com a cirurgia.

Outra via de imunoterapia é a dos anticorpos monoclonais, que envolve a produção de anticorpos contra antígenos tumorais específicos que são administrados aos doentes. E não podemos esquecer os inibidores dos pontos de controlo imunológico, muito variados e que, devido à sua grande eficácia em alguns doentes, já está a ser colocado nas primeiras linhas de tratamento em diversos tipos de cancro.

Nem sempre os tratamentos são adequados para qualquer caso oncológico: apenas entre 20% e 30% dos doentes respondem à imunoterapia, contudo a grande maioria dos que fazem esta terapia mantém-se livre de doenças por anos e com alta qualidade de vida. Portanto, é conveniente usar ferramentas que nos dizem que opção pode ser mais eficaz em cada caso, e para isso devem ser usados imunogramas específicos, como aqueles usados na OncoDNA. Estes prevêem, através de um estudo do tumor completo, a potencial resposta clínica aos inibidores de pontos de controlo imunológico baseados na análise de marcadores genómicos conhecidos como a expressão de PD-L1 ou a instabilidade de microssatélites, dando ao oncologista uma informação muito valiosa que servirá para personalizar totalmente a terapia que o seu doente tem que seguir, melhorando as suas perspectivas de cura.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Responsável por 500 mil mortes/ano
A Organização Mundial de Saúde recomendou recentemente a eliminação dos ácidos gordos trans produzidos industrialmente do...

O Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, anunciou esta semana, em Genebra, na Assembleia Mundial da Saúde, que o Governo vai iniciar os trabalhos em conjunto com todos os parceiros do setor alimentar tendo como objetivo eliminar a presença de gorduras trans nos alimentos à venda no mercado português, divulga o Governo em comunicado.

«Gostaria de anunciar a nossa intenção, em conjunto com a indústria nacional, iniciar a preparação de medidas que garantam a eliminação da gordura trans em Portugal, à semelhança do que já aconteceu noutros países europeus, nomeadamente na Dinamarca. Este é claramente um problema que Portugal precisa de resolver», revelou o governante, que participou na cerimónia de compromisso de eliminação das gorduras trans, numa sessão a decorrer no âmbito da Assembleia Geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), em Genebra, na Suíça.

Fernando Araújo frisou que, embora em toda a Europa tenha havido «um bom progresso na redução das gorduras trans nos alimentos, em grande parte impulsionado pelo crescente número de países com limites legais», em países como Portugal, onde esta matéria não foi devidamente aprofundada, «as preocupações permanecem», devido à presença, ainda que reduzida, de gorduras trans «em vários produtos altamente consumidos».

De acordo com a evidência científica disponível, detalhou o Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, o grupo das bolachas e dos produtos de pastelaria, sobretudo os produzidos localmente, são aqueles onde os ácidos gordos trans estão mais presentes.

O governante português, que foi convidado a participar nesta sessão em Genebra, aproveitou ainda o momento para falar da prioridade que o Governo tem dado à promoção da alimentação saudável, destacando a criação da Estratégia Integrada para a Promoção da Alimentação Saudável (EIPS), em dezembro de 2017.

A EIPAS consiste num conjunto de medidas acordadas por um grupo de trabalho interministerial e que se «destina a promover a tradicional dieta mediterrânica saudável, rica em frutas e vegetais, e combater o excesso de ingestão de alimentos ricos em ácidos gordos saturados e trans, açúcares livres e sal».

Fernando Araújo afirmou ainda o apoio de Portugal em relação ao compromisso de eliminação de gordura trans dos alimentos. O pacote de ação REPLACE, com uma estratégia para alcançar a eliminação de gordura trans industrializada nos alimentos até 2023 foi lançado no passado dia 14 de maio e apresentado esta terça-feira em Genebra.

O consumo de gorduras trans está fortemente associado ao aumento do risco de doenças cardíacas e à mortalidade associada a estas. Globalmente, estima-se que o aumento do consumo destas gorduras é responsável por mais de 500 mil mortes por ano.

Investigação publicada na revista Heart
O consumo diário de um ovo pode reduzir significativamente o risco de doenças cardiovasculares, a principal causa de morte no...

As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte e incapacidade em todo o mundo, especialmente pelas cardiopatias isquémicas e acidentes vasculares cerebrais (AVC). Ao contrário do resto do mundo, onde é mais frequente a doença isquémica, na China a principal causa de morte prematura é o derrame cerebral.

No estudo lembra-se que os ovos são uma fonte importante de colesterol mas que também contêm proteínas de alta qualidade, muitas vitaminas e componentes bioativos, como os fosfolipídeos (lípidos que contém ácido fosfórico) e os carotenoides (importantes na alimentação e antioxidantes).

A investigação agora publicada refere que estudos anteriores que analisaram a associação entre comer ovos e a saúde foram inconsistentes.

No estudo, uma equipa de investigadores da China e do Reino Unido, liderada pela Escola de Saúde Pública da Universidade de Pequim, propôs-se examinar as relações entre o consumo de ovos e as doenças cardiovasculares, usando dados de um estudo a decorrer e que junta mais de 500 mil pessoas adultas (30-79 anos) de 10 diferentes regiões da China.

Os participantes, recrutados entre 2004 e 2008, foram questionados sobre a frequência do consumo de ovos e foram acompanhados para determinar a sua morbilidade e mortalidade.

A análise dos resultados mostrou que em comparação com pessoas que não consomem ovos o consumo diário de ovos está associado a um risco menor de doenças cardiovasculares.

Os consumidores diários de um ovo baixaram em 18% o risco de uma doença cardiovascular. Só em relação a um AVC a probabilidade baixou 26%.

O consumo diário de ovos levou também a uma redução de 25% no risco de cardiopatia isquémica.

Os autores notam que o estudo foi de observação, pelo que não se pode tirar uma conclusão categórica de causa e efeito, mas salientam o tamanho da amostra.

“O presente estudo revela que há uma associação entre o consumo moderado de ovos (um por dia) e uma menor taxa de eventos cardíacos”, disseram os autores.

 

 

Distinção
O investigador Nuno Alves, do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC)/ Instituto de Investigação e Inovação em Saúde ...

O projeto com o primeiro prémio, com o título "Identification of Thymic Epithelial Stem Cells in vivo", recebe um prémio de 20 mil euros, "um dos mais elevados em Portugal nesta área de investigação", segundo informação dos promotores - a Crioestaminal e a Associação Viver a Ciência.

As duas menções honrosas foram entregues às investigadoras Rita Fior, da Fundação Champalimaud, com o projeto "Molecular mechanisms of innate immune evasion and recognition", e Susana Solá, do Instituto de Investigação do Medicamento da Universidade de Lisboa (iMed.ULisboa), com o projeto "Metabolic Control of Neural Repair by Diet and Gut Microbiome during Aging".

Na quarta-feira, os vencedores do Prémio Crioestaminal e das menções honrosas, que este ano teve 72 candidaturas, apresentam os seus trabalhos numa cerimónia, no Porto.

 

EMA deixa o Alerta
A Agência Europeia do Medicamento recomenda que o medicamento Esmya, usado em tratamento pré-operatório e sintomas de miomas...

O Comité de Avaliação e Risco em Farmacovigilância (PRAC) da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) informa, numa nota publicada na página da Internet do Infarmed, ter sido notificado de casos de lesões hepáticas graves, incluindo casos de insuficiência hepática aguda que necessitaram de transplante, pelo que iniciou em fevereiro uma revisão do medicamento.

Na nota, o Comité informa que finalizou a revisão de segurança do Esmya, contendo acetato de ulipristale, concluiu que este medicamento não deve ser utilizado em mulheres com problemas hepáticos e que antes de cada novo ciclo de tratamento deverão ser realizados testes da função hepática.

A EMA recomenda também que o tratamento não deve ser iniciado se os níveis de enzimas hepáticas forem superiores ao dobro do limite normal.

“Os testes de função hepática devem ser realizados uma vez por mês durante os primeiros dois ciclos de tratamento e duas a quatro semanas após a interrupção do tratamento. Se o resultado do teste não for normal (níveis de enzimas hepáticas mais de três vezes superiores ao limite normal), o médico deve parar o tratamento e monitorizar a doente”, é referido.

A Agência salienta ainda que o Esmya só deve ser utilizado em mais de um ciclo de tratamento em mulheres sem indicação para cirurgia.

“Em mulheres que aguardam a cirurgia o tratamento com Esmya deverá ser de apenas um ciclo”, é referido na nota.

“As doentes devem ser informadas para a necessidade de monitorização da função hepática e a de contactar o médico caso desenvolvam sintomas de lesão hepática (tais como cansaço, amarelecimento da pele, escurecimento da urina, náuseas e vómitos)”, é ainda recomendado.

Em Portugal, o medicamento Esmya, contendo acetato de ulipristal, está indicado para o tratamento pré-operatório e intermitente de sintomas moderados a graves de miomas uterinos em mulheres adultas em idade reprodutiva.

IPMA
Quase todas as regiões do país apresentam hoje um risco muito elevado e elevado de exposição à radiação Ultravioleta (UV),...

De acordo com o IPMA, em risco muito elevado estão as regiões de Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro, Viseu, Guarda, Coimbra, Castelo Branco, Portalegre e Madeira.

As regiões de Vila Real, Bragança, Leiria, Santarém, Évora, Setúbal, Beja, Faro e São Miguel (Açores) apresentam hoje risco elevado de exposição à radiação UV.

O IPMA colocou ainda Lisboa e as ilhas das Flores, Terceira e Faial (Açores) em risco moderado de exposição à radiação UV.

Para as regiões com risco 'muito elevado' e ‘elevado’, o IPMA recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre 1 e 2, em que o risco de exposição à radiação UV é baixo, 3 a 5 (moderado), 6 a 7 (elevado), 8 a 10 (muito elevado) e superior a 11 (extremo).

O IPMA prevê para hoje no continente períodos de céu muito nublado, apresentando-se muito nublado no litoral a sul do Cabo carvoeiro até meio da manhã, períodos de chuva ou aguaceiros a partir do final da manhã e possibilidade de ocorrência de trovoada.

A previsão aponta ainda para vento em geral fraco do quadrante sul, soprando temporariamente de noroeste durante a tarde no litoral oeste, neblina ou nevoeiro matinal em alguns locais, pequena subida da temperatura mínima na região Norte e s subida da máxima.

As temperaturas mínimas vão variar entre os 11 graus (Évora e Leiria) e os 16 (em Lisboa) e as máximas entre os 21 (no Porto e em Viana do Castelo) e os 28 (em Braga e Santarém).

Na Madeira prevê-se períodos de céu muito nublado, aguaceiros, em especial nas vertentes norte e terras altas e vento moderado a forte de noroeste, soprando forte nas terras altas.

No Funchal as temperaturas vão oscilar entre os 16 e os 22 graus Celsius.

Para os Açores prevê-se céu muito nublado, diminuindo de nebulosidade durante a tarde, períodos de chuva fraca, passando a aguaceiros fracos e vento moderado a bonançoso.

Em Santa Cruz das Flores vão variar entre os 15 e os 23, na Horta entre os 15 e os 21, em Angra do Heroísmo entre os 13 e 20 e em Ponta Delgada entre os 13 e os 20 graus.

 

 

 

Ex-Bastonário
O ex-bastonário da Ordem dos Médicos Germano de Sousa espera que o Presidente da República tenha em conta "o problema&quot...

Germano de Sousa foi um dos ex-bastonários recebidos, no Palácio de Belém, em Lisboa, por Marcelo Rebelo de Sousa  que são “contra a eutanásia e contra a despenalização”.

Os restantes ex-bastonários que vão a Belém são José Manuel Silva, Pedro Nunes, Carlos Ribeiro e Gentil Martins.

Em declarações à agência Lusa, Germano de Sousa afirmou que tem “uma consideração muito grande pela sua capacidade intelectual e ética” e espera que o Presidente tenha em consideração o “problema de ordem constitucional” dos projetos do PAN, BE, PS e PEV.

É preciso ter em conta, afirmou, “se esta lei é ou não constitucional, dado que a Constituição é clara quanto à inviolabilidade da vida humana”.

Questionado sobre se espera um veto presidencial, caso a lei passe no parlamento, o médico apenas afirmou: “Espero que o sr. Presidente da República julgue em consciência”.

Os quatros projetos de lei para despenalizar e regular a morte medicamente assistida em Portugal vão ser debatidos e votados, na generalidade, em 29 de maio na Assembleia da República.

O partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) foi o primeiro a apresentar um projeto, ainda em 2017, seguido pelo BE, pelo PS e o Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV).

Todos os diplomas preveem que só podem pedir, através de um médico, a morte medicamente assistida pessoas maiores de 18 anos, sem problemas ou doenças mentais, em situação de sofrimento e com doença incurável, sendo necessário confirmar várias vezes essa vontade.

 

 

Comissão de Educação e Treino
Rui Campante Teles, cardiologista de intervenção português, acaba de ser eleito para integrar a direção da Associação Europeia...

“Esta nomeação é uma honra para a APIC e para a nossa Cardiologia de Intervenção” sublinha João Brum Silveira, presidente da Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular.

Rui Campante Teles é atualmente o Coordenador do Registo Nacional de Cardiologia de Intervenção e o Coordenador da campanha Corações de Amanhã, ambas iniciativas promovidas pela Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular.

A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC), uma entidade sem fins lucrativos, tem por finalidade o estudo, investigação e promoção de atividades científicas no âmbito dos aspetos médicos, cirúrgicos, tecnológicos e organizacionais da Intervenção Cardiovascular.  Para mais informações: www.apic.pt.

Eutanásia
Seis bastonários da Ordem dos Médicos, incluindo o atual, entregam, na quarta-feira, ao Presidente da República uma declaração...

“Esta carta foi assinada pelos seis bastonários dos últimos anos da Ordem dos Médicos. Como bastonários temos obrigação de defender o código deontológico e, como tal, não somos a favor da despenalização da eutanásia”, afirmou o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães.

Além de Miguel Guimarães, assinam a declaração José Manuel Silva, Pedro Nunes, Germano de Sousa, Carlos Ribeiro e Gentil Martins.

De acordo com Miguel Guimarães “esta é uma altura” em que importa ao Presidente da República “conhecer a posição das pessoas que lideraram a Ordem dos Médicos nos últimos anos”.

A discussão da despenalização da eutanásia está agendada para dia 29 de maio, na Assembleia da República, e o bastonário considera que o “debate é curto”, uma vez que “pouco se falou do assunto nos últimos anos”.

“Os portugueses têm de ter consciência daquilo que a Assembleia da República está na iminência de aprovar. Embora o parlamento tenha legitimidade para decidir, a verdade é que, à exceção do PAN, nenhum partido discutiu este tema na altura das eleições”, disse.

Segundo o bastonário, esta declaração espelha uma “reflexão” dos médicos que, “melhor do que qualquer cidadão, conhecem as práticas”.

“A maior parte das pessoas não estão informadas, ainda não se sabe distinguir eutanásia de distanásia. É necessária mais informação, mais debate, melhor esclarecimento, para que as pessoas formem uma opinião e a transmitam aos partidos políticos”, concluiu o bastonário.

O parlamento vai discutir quatro projetos de lei sobre a morte medicamente assistida ou a despenalização da eutanásia, projetos do PAN, Bloco de Esquerda, PS e Partido Ecologista Os Verdes.

Publicado em Diário da República
Gabinete do Secretário de Estado Adjunto e da Saúde publicou, em Diário da República, a criação de um Grupo de Trabalho que se...

Nas palavras do Presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC), João Morais, "a Sociedade Portuguesa de Cardiologia saúda a criação do Grupo de Trabalho para Insuficiência Cardíaca e destaca a importância da sua composição, na qual a Sociedade está representada através de várias personalidades, peritos nesta área do conhecimento. Ao definir a insuficiência cardíaca como uma prioridade nacional, a SPC está convicta que será possível reduzir, nos anos mais próximos, a mortalidade por doenças do aparelho circulatório, retirando-as do lugar cimeiro que hoje ocupam."

Em Portugal, a Insuficiência Cardíaca representa um flagelo para a saúde dos portugueses, com uma prevalência de, de acordo com o Estudo EPICA, 4.36% nos adultos, atingindo, no entanto, os 12.67% na população dos 70 aos 79 anos e 16.4% nos idosos com mais de 80 anos. Estes números, que já se apresentam alarmantes, podem vir, no entanto, a sofrer um aumento nos próximos anos se nada for feito para cessar a evolução desta síndrome. É importante salientar ainda que a Insuficiência Cardíaca se enquadra no grupo de doenças cardiovasculares -líderes nas causas de mortalidade em Portugal-, e que a população portuguesa está cada vez mais envelhecida, o que significa um aumento da prevalência destas doenças.

Após o sucesso no combate ao Enfarte Agudo do Miocárdio ao longo das últimas décadas, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia trava agora uma nova batalha: recentemente, a SPC repensou a sua estratégia enquanto sociedade e elegeu a Insuficiência Cardíaca como uma das prioridades. Deste modo, é de braços abertos que recebe a criação de um Grupo de Trabalho do Governo dedicado a esta patologia, apostando na prevenção, no diagnóstico precoce e no tratamento, assim como na reabilitação. É fulcral, por outro lado, referir também os custos económicos crescentes que esta doença acarreta e que se estima que dupliquem a cada 5 anos, sobrecarregando o SNS.

A colaboração com outras entidades que procuram dar resposta a este problema é também um aspeto positivo, uma vez que permite uma visão mais abrangente e multidisciplinar, tão importante no âmbito das doenças cardiovasculares.

A Sociedade Portuguesa de Cardiologia espera, assim, que este grupo e a aposta num trabalho conjunto venham, por fim, contribuir para a redução dos números associados à Insuficiência Cardíaca, culminando naquele que é o derradeiro objetivo da SPC: melhorar a saúde cardiovascular dos portugueses.

Neste momento a Sociedade Portuguesa de Cardiologia integra outros dois Grupos de Trabalho: Grupo de Trabalho para a definição de critérios a observar nos Programas de Reabilitação Cardíaca, e Grupo de Trabalho para a Requalificação do Programa Nacional de Desfibrilhação Automática Externa.

Liga Portuguesa Contra o Cancro
Trinta mil pessoas são esperadas no domingo nas caminhadas "O que nos Liga", que vão decorrer em 78 municípios...

Em conferência de imprensa, o presidente do núcleo regional do Centro, Carlos Oliveira, disse que as caminhadas em simultâneo têm como objetivo a consciencialização social para a prevenção do cancro e a comemoração do Dia do Voluntário, "homenageando assim o trabalho, dedicação e carisma dos cerca de 1.500 voluntários da região".

A iniciativa insere-se nas comemorações dos 50 anos do núcleo regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), que abrange uma população de cerca de 1,5 milhões de habitantes nos 78 concelhos abrangidos.

Por outro lado, a atividade pretende promover o exercício físico e destacar a "matriz solidária das comunidades" da região Centro.

"Um terço das mortes por cancro são atribuídas a fatores que decorrem de hábitos alimentares errados e à inatividade física", frisou o médico Carlos Oliveira, salientando que a atividade física é uma "parte importante de uma vida saudável, independentemente da idade".

As 78 caminhadas "O que nos Liga" podem vir a entrar no livro de recordes do Guinness Book pela "maior mobilização comunitária na luta contra o cancro", adiantou o presidente do núcleo regional do Centro.

A iniciativa conta com o apoio do Turismo Centro de Portugal, representado na conferência de imprensa de apresentação pelo presidente Pedro Machado, que se associou à causa.

"Esta é uma forma também de promover o nosso território, uma vez que é uma ação simultânea nos 78 municípios e a predisposição que as caminhadas representam num dos nossos produtos mais fortes hoje", sublinhou.

Com esta ação, "de alguma forma, vai-se também reforçar essa aptidão que o Centro de Portugal e estes territórios têm para o desenvolvimento da chamada componente ativa ou de uma vida saudável", acrescentou Pedro Machado.

Instituto Nacional de Estatística
Doenças do aparelho circulatório e tumores malignos foram os responsáveis por mais de metade das 110.970 mortes registadas em...

As doenças circulatórias mataram mais mulheres, fazendo 32.805 vítimas (55,1 por cento), do que homens, com a idade média de morte nos 81,1 anos.

Em relação a 2015, houve uma pequena descida de 0,2%, mas mesmo assim perderam-se 47.923 potenciais anos de vida para as doenças circulatórias.

Em "Causas de Morte 2016", os números do Instituto Nacional de Estatística (INE) traduzem um aumento de 2,7 por cento nas mortes por tumor maligno em relação a 2015, subindo para 27.357, com uma idade média de 73,1 anos e custando 111.072 potenciais anos de vida perdidos para as doenças.

Os tumores malignos da traqueia/brônquios/pulmão e os do cólon, reto e ânus foram os mais mortíferos, tirando a vida a mais de 8.000 pessoas.

As doenças do aparelho respiratório fizeram 13.474 mortes em 2016, mais quatro do que no ano anterior, atingindo mais os homens (52,2%), e em 9,9% dos casos, antes dos 70 anos, custando 14.963 anos potenciais de vida.

Mais de 36% das mortes aconteceram antes dos 70 anos.

A quase totalidade das mortes deveu-se a doenças, mas 4,4% aconteceram por "causas externas de lesão e envenenamento", 2,6% por acidentes e 0,9% por suicídio.

Os 981 suicídios em 2016 representaram uma descida de 13,3% em relação ao ano anterior.

Entrevista
Considerada uma das principais causas de morte por cancro entre as mulheres, o cancro do ovário é, e

O que é o cancro do ovário e como se classifica? Quais os subtipos mais frequentes?

O cancro do ovário tem origem no ovário, que é o órgão reprodutivo feminino responsável pela produção de óvulos e também de hormonas como estrogénio e progesterona. O cancro desenvolve-se especificamente a partir de células em que ocorreram mutações que permitem o seu crescimento de forma descontrolada.

A maioria (85%-90%) dos cancros do ovário tem origem em células epiteliais, da camada exterior do ovário, e designam-se por carcinomas epiteliais. Estes podem ser de diferentes tipos, destacando-se: seroso, mucinoso, endometrioide, de células claras. Outros cancros do ovário, menos frequentes, têm origem em células germinativas - tumores de células germinativas (disgerminomas, tumores embrionários,…)­ - ou em células do estroma (tumores da granulosa, tumores de Sertoli-Leydig). Os pontos seguintes serão abordados especificamente para o cancro do ovário epitelial.

Qual a incidência do cancro do ovário e seu prognóstico?

O cancro do ovário é a 9ª neoplasia mais frequente na população europeia do sexo feminino. Frequentemente surge em estadios avançados – III e IV da FIGO, o que se explica por um lado por se tratar de doença de crescimento silencioso que só em fases avançadas causa sintomas, e também, por não estar previsto qualquer programa de rastreio. A sobrevivência 5 anos após o diagnóstico é cerca de 46% e aos 10 anos cerca de 35%. Assim, associa-se a um prognóstico ainda reservado, sendo a 5ª causa de morte por cancro no sexo feminino.

Quais os fatores de risco associados?

O risco para cancro do ovário aumenta com a idade, sendo raro o diagnóstico antes dos 40 anos. Factores como: endometriose, menarca precoce e/ou menopausa tardia, nuliparidade ou 1ª gravidez após os 30 anos, história de infertilidade, obesidade e uso de terapêutica hormonal de substituição, estão associados a maior predisposição para desenvolvimento de cancro do ovário. A história familiar de cancro, em particular de cancro do ovário e da mama, está associada a aumento do risco. Nos factores de risco hereditários, destaca-se a presença de mutações germinativas BRCA 1 ou BRCA 2, responsáveis por cerca de 10-15% dos cancros do ovário, e o Síndrome de Lynch.

Apesar de se tratar de uma doença frequentemente assintomática em estadios iniciais, a que sinais devemos estar atentos? Quais os principais sintomas?

A ocorrência de queixas como: dor pélvica, hemorragia vaginal anómala, distensão abdominal, náuseas, perda de apetite, emagrecimento involuntário, cansaço, alterações do funcionamento intestinal, queixas urinárias, podem, entre outros possíveis diagnósticos, ser indícios de neoplasia do ovário pelo que se aconselha avaliação e orientação médica.

Como é feito o seu diagnóstico? E qual a importância do diagnóstico precoce?

A suspeita de cancro do ovário justifica a orientação para consulta de especialidade de ginecologia para avaliação por exame ginecológico, em que pode ser identificada massa pélvica ou outra alteração. Entre os exames radiológicos utilizados para diagnóstico, destaca-se a ecografia pélvica transvaginal que permite avaliar a presença de tumefação ovárica suspeita. O doseamento do marcador tumoral CA125, se elevado, aumenta a suspeita de malignidade da neoformação ovárica. Outros exames radiológicos que podem apoiar o diagnóstico são - a RMN pélvica para caracterização da lesão, a TAC torácica e abdominopélvica (permite despistar a metastização à distância e caracterizar a lesão ovárica), a PET (tomografia de emissão de positrões) que permite o despiste de metastização à distância através de uma avaliação metabólica baseada na captação anómala de FDG pelas células do tumor.

A detecção em estadios precoces, em que é possível uma cirurgia citorreductora completa (em que é removido todo o tumor, não sendo identificável doença residual após a intervenção) associa-se a melhor prognóstico.

Os casos diagnosticados em fase inicial - estadio I -apresentam uma sobrevivência aos 5 anos de 95%, que desce em estadios mais avançados: estadio II - 78%, no estadio III - 65% e no estadio IV (com metastização à distância) - 35%.

Como se faz o estadiamento do cancro do ovário?

A avaliação clínica através do exame ginecológico realizado por ginecologista experiente, complementada por exames radiológicos como a TAC toraco-abdominal, a RMN pélvica e a PET, permite estabelecer o estadiamento do cancro do ovário. A identificação de lesões à distância, como metástases pulmonares ou hepáticas, estabelece o estadio IV. Em função da extensão local do tumor, nomeadamente o envolvimento de órgãos vizinhos e do peritoneu, é estabelecido o estadiamento I, II ou III, e definido o tratamento e permite uma estimativa do prognóstico. O estadiamento clínico-radiológico é importante para a decisão de tratamento, especificamente para avaliar as condições para cirurgia de citorredução, que tem por objetivo a remoção completa do tumor.

Qual o padrão atual do tratamento de primeira linha?

Com a exceção do estadio IV, em que são identificadas metástases à distância, a primeira opção de tratamento a considerar é a cirurgia. No cancro do ovário a cirurgia consiste numa abordagem de citorredução máxima, ou seja, na remoção completa de todos os locais de tumor com o objetivo de, no final da intervenção, não ser identificada “doença residual”. De facto, esta ausência de “doença residual” está associada a melhor prognóstico. Nos casos em que não seja possível este tipo de cirurgia quer pela irressecabilidade da doença, pela sua extensão e localização, quer por serem previsíveis significativas complicações inerentes a uma intervenção cirúrgica demasiado extensa, pode ser considerada a realização de quimioterapia como tratamento inicial – designada por quimioterapia neoadjuvante – devendo ser planeada a cirurgia após 3 ciclos deste tratamento.

Nos casos em que é realizada a cirurgia, inicialmente, é estabelecido o estadiamento patológico, identificado o tipo histológico do tumor e o seu grau de diferenciação, através da avaliação da peça cirúrgica por um médico especialista em Anatomia Patológica. De acordo com esta informação, e com a referência do cirurgião acerca da presença/ausência de doença residual após a cirurgia, é estabelecida a indicação para quimioterapia em função do risco de expectável recorrência. A todas as doentes em que é referida “doença residual” após a cirurgia, é proposta quimioterapia complementar. A grande maioria das doentes sem evidência de doença residual é, igualmente, considerada para tratamento com quimioterapia.

Apenas podem ser excluídas para quimioterapia as doentes com tumores “borderline” ou em estadios muito precoces (IA ou IB) em que o tumor está limitado a um ou aos dois ovários, não tendo sido identificado fora destes órgãos, desde que o seu tipo histológico seja de baixo grau (G1). 

A quimioterapia consiste no tratamento com 2 fármacos – carboplatina e paclitaxel – administrados de 3/3 semanas até um total de 6 ciclos de tratamento. Nos casos considerados de alto risco de recorrência, em particular os que apresentam doença residual após a cirurgia, pode ser considerada a associação de bevacizumab (anticorpo monoclonal anti VEGF, com ação anti-angiogénica, ou seja, destrói os vasos que irrigam o tumor), administrado durante a quimioterapia e após a sua conclusão como tratamento de manutenção.

Qual a abordagem terapêutica indicada para as fases mais avançadas?

As doentes em estadios IV ou em que há referência a doença residual após a cirurgia, estão associados à pior sobrevivência. Nestes casos é possível, para além da quimioterapia com carboplatina e paclitaxel, associar bevacizumab durante e após o término da quimioterapia até um máximo de 18 a 22 ciclos.

Os casos de recorrência de cancro do ovário são divididos em função do intervalo livre de tratamento, especificamente o tempo desde o término do último tratamento à base com platino. São considerados platino-refractários quando há recorrência ou progressão durante o tratamento, platino-resistentes quando a recorrência ocorre nos primeiros 6 meses após ter terminado o tratamento à base de platino e sensíveis ao platino se a recorrência ocorre pelo menos 6 meses após o término do tratamento. Os casos considerados platino-sensíveis podem ainda ser divididos em “parcialmente sensíveis” se a recorrência ocorre entre os 6 e os 12 meses e “sensíveis” se ocorre pelo menos 12 meses após terem completado o tratamento.

Nos carcinomas do ovário sensíveis, ou parcialmente sensíveis, está indicado o re-tratamento com esquema à base de platino e pode ser considerada a associação de bevacizumab ao tratamento com carboplatina e gemcitabina, em particular se a doente não foi tratada previamente com este fármaco.

Mais recentemente, e em particular para doentes com mutação BRCA germinativa ou somática, pode ser considerado o tratamento de manutenção com inibidor da PARP após resposta à quimioterapia à base de platino. Os inibidores da PARP – olaparib, niraparib e talozaparib – são fármacos de administração oral, que, apesar de terem apresentado maior eficácia em doentes com mutação BRCA, mostraram também ser eficazes na ausência desta mutação. Em particular, o niraparib foi aprovado para todas as doentes com cancro do ovário platino-sensível que apresentem resposta após re-tratamento à base do platino independentemente da mutação BRCA e o mesmo é esperado para o olaparib após uma aprovação inicial apenas para doentes com mutação.

Nas doentes resistentes ou refractárias ao platino está indicada a alteração do tratamento para monoterapia com doxorrubicina lipossomica peguilhada, paclitaxel semanal, topotecano. Nestes casos pode ser associado bevacizumab, o que demonstrou ser mais eficaz que a quimioterapia isolada.

Qual a relevância da imunoterapia no tratamento do cancro do ovário?

As doentes com cancro do ovário platino-resistente ou refractário apresentam prognóstico muito reservado. A investigação de novas formas de tratamento, nomeadamente no âmbito da imunoterapia, poderá vir a trazer novas opções de tratamento neste grupo de doentes, assim como opções mais eficazes para doentes platino-sensíveis. Cerca de 2% dos carcinomas do ovário apresenta instabilidade de microssatélites e para este pequeno subgrupo o tratamento com imunoterapia, com pembrolizumab, é já considerado.

Vários ensaios clínicos estão em curso, nomeadamente para avaliação da combinação de imunoterapia com quimioterapia, inibidor da PARP ou inibidor da VEGF.

Que outras terapias alvo estão em estudo para o tratamento desta doença?

São várias as terapêuticas alvo que estão a ser avaliadas no cancro do ovário, a maioria relacionadas com mutações associadas a deficiência da recombinação homóloga, como a mutação BRCA.

Que necessidade existe por responder em Portugal no tratamento do cancro ovário recorrente?

Em Portugal ainda não é realizada por rotina a pesquisa de mutação BRCA no carcinoma epitelial do ovário, que, para além de estar associada a maior sensibilidade ao tratamento com platino, é um potencial alvo para tratamento com inibidor da PARP. A pesquisa de mutação germinativa através da análise do sangue e, em caso desta ser negativa, a pesquisa de mutação somática no tumor, deve ser considerada para definir a estratégia terapêutica em particular no carcinoma do ovário platino-sensível recorrente. Para além da mutação BRCA outras alterações a nível do tumor podem associar-se a um estado BRCAness e podem também ser estudadas para eventual definição do tratamento.

A mutação germinativa levanta questões associadas a aumento do risco de cancro do ovário, e também de ouros tumores, pelo que a articulação com consulta de risco familiar de cancro deve ser reforçada em Portugal.

O que se pode esperar do futuro?

No futuro a caracterização molecular do cancro do ovário permitirá identificar mais alvos, contribuir para o desenvolvimento de novas terapêuticas e definir o tratamento de cancro do ovário de forma individualizada. O recurso a plataformas para caracterização do perfil genómico do tumor, através do tecido tumoral ou de biopsias líquidas, será a forma de identificar mutações específicas associadas a maior eficácia de determinados tratamentos, para inclusão em ensaio clínico ou para tratamento na prática clínica corrente.

Em matéria de prevenção, o que pode ser feito? Faz sentido a existência de um rastreio para o diagnóstico precoce?

A prevenção do cancro do ovário passa por reconhecer os fatores de risco evitáveis e reduzir a exposição. Apesar de não estar preconizado programa de rastreio populacional, a identificação de doentes de risco aumentado de forma a estabelecer programas de vigilância permite aumentar a probabilidade de diagnóstico em fase precoce que está associado a melhor sobrevivência. A forma de vigilância consiste no exame ginecológico, ecografia pélvica transvaginal e doseamento do marcador tumoral CA125 (que poderá contribuir para o diagnóstico diferencial entre lesão benigna e maligna).

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
APCP e SECPAL assinam um memorando de colaboração
A Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos e a Sociedad Española de Cuidados Paliativos assinaram no passado dia 18 de maio...

Esta parceria surge como resultado dos últimos desenvolvimentos relativos ao debate sobre a Eutanásia e Suicídio Medicamente Assistido que decorrem em Portugal e Espanha, mas sobretudo ao relevante interesse público dedicado ao fim de vida em ambos os países, onde a acessibilidade e qualidade destes cuidados são uma necessidade urgente de saúde pública.

Duarte Soares, presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP), sublinha que caso as propostas de despenalização da Eutanásia venham a ser aprovadas “estaremos perante uma mudança de paradigma preocupante. O Estado Português, que tarda em cumprir as recomendações nacionais e internacionais no acesso a cuidados paliativos, terá agora a obrigação de matar os nossos concidadãos, sempre que os pedidos forem aprovados. Esta é uma votação prematura, que não serve o interesse dos nossos concidadãos. A verdadeira urgência está na luta por um direito humano e prioridade de saúde pública que, apesar de universal, tem sido sistematicamente negligenciado. A necessidade de, enquanto sociedade, oferecermos cuidados de fim de vida humanizados e da mais alta qualidade - incluindo cuidados paliativos - a todos e cada um dos nossos concidadãos”.

Este memorando refere também a importância do cumprimento das políticas nacionais e internacionais para o fim de vida de todos os cidadãos e também a urgência de assegurar o fácil e atempado acesso a todos os níveis e tipologias de serviços de cuidados paliativos, estando alguns grupos de pacientes ainda mais afastados deste tipo de serviços, nomeadamente as crianças, os idosos ou os portadores de doenças não oncológicas.

Estudo
Um novo estudo publicado no “The Journal of Nutrition” mostrou que consumir uma porção de iogurte no início de uma refeição...

O estudo conduzido por investigadores da Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos, pretendeu descobrir se o iogurte exercia benefícios sobre a inflamação do organismo, anulando-a ou, pelo menos, diminuindo-a.

Num primeiro ensaio, escreve o Sapo, os cientistas recrutaram 120 mulheres em fase de pré-menopausa, metade das quais obesas.

Metade das participantes receberam cerca de 350 mililitros diários de iogurte magro, durante nove semanas. A outra metade recebeu um alimento não lácteo. Como resultado, as participantes que tinham consumido iogurte evidenciavam uma redução significativa dos marcadores inflamatórios.

No segundo ensaio, durante nove semanas, as mulheres receberam uma refeição altamente calórica para exercer stress sobre o seu metabolismo. A refeição consistia num pequeno-almoço rico em gordura e hidratos de carbono com cerca de 900 calorias. Metade das participantes iniciaram a refeição com uma porção de iogurte e a outra metade com um alimento não lácteo.

Nas horas que se seguiram à refeição, durante a digestão da mesma, as mulheres que tinham consumido iogurte exibiam uma redução significativa dos marcadores de endotoxinas, uma toxina inflamatória.

Nas participantes obesas, os níveis de glicose após o consumo da refeição desceram mais rapidamente no grupo do iogurte, o que demonstra igualmente um melhor metabolismo da glicose.

Os investigadores concluíram que o consumo de cerca de 250 mililitros de iogurte de baixa gordura antes de uma refeição poderá ser uma estratégia viável para melhorar o metabolismo depois da refeição e ajudar a reduzir o risco de doenças metabólicas e cardiovasculares, lê-se no estudo.

Porto
Uma cirurgia por microlaparascopia extraperitoneal, que o Centro Materno Infantil do Norte diz ser "pioneira em Portugal...

"O procedimento é pioneiro no nosso país", afirma Hélder Ferreira, coordenador da Unidade de Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva do Centro Hospitalar do Porto, a que está associado o Centro Materno Infantil do Norte (CMIN). "Consiste numa abordagem minimamente invasiva ao cancro do útero por via extraperitoneal e tem muitos benefícios em termos de tratamento, por permitir à paciente uma recuperação mais rápida, menos complicações pós-cirúrgicas e uma menor taxa de recorrência da doença", revelou.

O ginecologista e cirurgião disse que a formação nessa técnica inovadora se revela particularmente útil numa altura em que "a incidência do cancro do útero e endométrio está a aumentar nas sociedades ocidentais devido à obesidade, à hipertensão arterial, à diabetes, à dislipidemia e à terapia hormonal de substituição".

A cirurgia em causa será realizada no âmbito de uma reunião médico-científica em que profissionais de Ginecologia, Obstetrícia, Oncologia e outras especialidades clínicas seguirão pelo auditório do CMIN, em tempo real, duas intervenções conduzidas no bloco operatório por cirurgiões de referência internacional.

A outra cirurgia também prevista para sábado é um "tratamento laparoscópico de endometriose muito severa com comprometimento da função renal e reprodutiva". Tem como finalidade evitar a remoção de um rim cujo desempenho está ameaçado pela doença, que se caracteriza pelo alojamento de células do endométrio uterino noutros órgãos, afeta "10 a 15% da população feminina em idade reprodutiva, pode ser muito incapacitante e, apesar de raras vezes manifestada nas suas formas mais graves, infelizmente se mantém subdiagnosticada".

Segundo Hélder Ferreira, são "duas cirurgias altamente inovadoras", tanto em Portugal como nos outros 14 países representados no evento, e o modo como serão filmadas e transmitidas para o auditório do CMIN também constitui "uma novidade", na medida em que recorre ao sistema Ultra HD (4K) para "garantir aos profissionais na plateia um detalhe de imagem muito superior ao que é habitual" nos hospitais nacionais.

"Será a primeira vez que em Portugal se transmitem cirurgias em resolução Ultra HD recorrendo a uma câmara laparoscópica de maior definição", explicou o cirurgião. "Isso possibilita a identificação de estruturas anatómicas de dimensões mínimas - como pequenas artérias, veias, nervos, canais linfáticos - e permite magnificar a imagem dos tecidos do doente, viabilizando assim ainda maior precisão na técnica cirúrgica, mais eficácia e segurança no procedimento, maior radicalidade na remoção da doença e menos perdas de função nos órgãos por ela afetados", defendeu.

Para conduzir as duas cirurgias o CMIN convidou "quatro ‘experts’ de reputação mundial", incluindo o francês Arnaud Wattiez, especialista em endometriose severa, professor de Ginecologia na Universidade de Estrasburgo, diretor do curso de Cirurgia Ginecológica no Instituto de Investigação em Cancro Digestivo (IRCAD), chefe do Departamento de Ginecologia do Hospital Latifa do Dubai e presidente da Academia Europeia de Cirurgia Ginecológica (EAGS).

Além da belga Pascale George, perita em laparoscopia ginecológica no Centro Hospitalar do Norte do Luxemburgo, os outros cirurgiões convidados são os espanhóis Juan Gilabert-Estellés, diretor da Escola Europeia de Endoscopia Ginecológica e ‘expert’ em oncologia e cirurgia minimamente invasiva, e ainda Alberto Vázquez, reconhecido pelo seu trabalho em medicina reprodutiva no Instituto Valenciano de Infertilidade e no Instituto Universitário Dexeus de Barcelona.

Entre os 200 médicos de 15 nacionalidades a reunir no auditório do CMIN para acompanhar essas cirurgias contam-se profissionais de países como Suíça, Reino Unido, França, Rússia, Holanda, Bélgica, Uruguai, Estónia, Brasil e Sudão, sendo que todos terão "oportunidade de apresentar em tempo real as suas dúvidas sobre as cirurgias".

Sindicato
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses advertiu hoje que além do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, há vários hospitais que...

O Diário de Notícias adianta na sua edição de hoje que a saída de enfermeiros (desde janeiro terão saído mais de cem) obrigou o Hospital de Santa Maria a fechar camas e um setor de cirurgia devido à falta de recursos humanos.

Em declarações hoje, Guadalupe Simões, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), disse que o que se está a acontecer no hospital de Santa Maria está a passar-se na maior parte dos hospitais portugueses, como por exemplo no Hospital da Cova da Beira, no Centro Hospitalar do Porto e na Unidade Local de Matosinhos.

“O Santa Maria já encerrou um serviço de cirurgia, mas prevê-se que noutros hospitais possam vir a ser encerrados serviços resultado daquilo que é a não autorização do Ministério da Saúde e Ministério das Finanças de contratar enfermeiros”, avançou.

De acordo com Guadalupe Simões, se não forem contratados enfermeiros, a Unidade Local de Saúde de Matosinhos pode vir a ter que encerrar serviços assim como o Centro Hospitalar do Porto.

“Estamos a falar de grandes hospitais nas grandes cidades. Nos hospitais no interior ainda é mais grave porque a oferta é menor. A Unidade Local de Saúde de Castelo Branco, o Centro Hospitalar Médio Tejo, o hospital da Cova da Beira, todos estes hospitais estão numa situação de pré-ruptura e o Ministério da Saúde está a assistir a isto quase de forma passiva”, disse.

Na opinião de Guadalupe Simões, a situação vai-se agravar com a passagem dos enfermeiros com contrato individual de trabalho a 01 de julho para as 35 horas.

“Todas as instituições reportaram para o Ministério da Saúde a necessidade de contratar enfermeiros decorrente dessa situação e hoje quando analisamos o balanço social dos hospital entre outubro de 2017 e abril deste ano (que são os dados disponíveis) na sua maioria todos perderam enfermeiros, têm hoje menos enfermeiros do que em outubro de 2017 e estamos a dois meses da entrada em vigor de uma lei que foi negociada e recebeu o aval do Ministério das Finanças para que se concretizasse e é na situação que estamos hoje de pré-ruptura e que rapidamente vai entrar em rutura”, considerou.

Segundo a dirigente do SEP, a situação não se resolve sem a contratação de enfermeiros.

“O que é estranho e deveras preocupante é que o governo na negociação da passagem dos enfermeiros para as 35 horas impôs que esta medida entrasse em vigor a 01 de julho contrariamente à nossa exigência precisamente para durante estes primeiros seis meses do ano se fizesse um plano de contratação de enfermeiros em função das necessidades”, disse.

Segundo Guadalupe Simões, essas reuniões nunca se concretizaram, tendo estado marcadas várias vezes, mas que foram desmarcadas pelo Governo.

“O que se assiste é a uma série de obstáculos na contratação. Não se contratam enfermeiros de forma efetiva, não há autorização para substituir enfermeiros com ausências prolongadas desde que sejam contratos de trabalho em funções públicas e mesmo nos contratos individuais de trabalho só estão a ser substituídas as enfermeiras com licenças de parentalidade, mesmo estes contratos no que diz respeito às ausências por motivo de doença não estão a ser autorizadas as substituições. É o caos que está instalado”, concluiu.

De acordo com o Diário de Notícias, o número de enfermeiros está muito abaixo do necessário e só desde o início do ano mais de cem profissionais abandonaram o Centro Hospitalar Lisboa Norte e nem metade desse número foi contratado para compensar as saídas.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Todas as regiões do país apresentam hoje um risco muito elevado e elevado de exposição à radiação Ultravioleta, segundo...

O país está em risco muito elevado, com exceção para Bragança e para o grupo ocidental dos Açores (Flores e Corvo), que estão com níveis elevados.

Para as regiões com risco 'muito elevado' e ‘elevado’, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) recomenda o uso de óculos de sol com filtro Ultravioleta (UV), chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre 1 e 2, em que o risco de exposição à radiação UV é baixo, 3 a 5 (moderado), 6 a 7 (elevado), 8 a 10 (muito elevado) e superior a 11 (extremo).

O IPMA prevê para hoje no continente períodos de céu muito nublado, em especial por nuvens altas, possibilidade de ocorrência de precipitação fraca no litoral oeste a sul do Cabo Mondego e no interior Norte e Centro, a partir da manhã.

A previsão aponta ainda para vento fraco a moderado do quadrante sul, soprando temporariamente de noroeste durante a tarde no litoral a norte do Cabo Carvoeiro.

Está também prevista neblina ou nevoeiro matinal em alguns locais, pequena descida da temperatura mínima, com exceção do interior Norte e Centro e pequena subida da temperatura máxima.

As temperaturas mínimas vão oscilar entre os 08 graus Celsius (Braga) e os 14 (em Lisboa) e as máximas entre os 19 (no Porto e em Viana do Castelo) e os 28 (Santarém).

Estudo
O consumo diário de um ovo pode reduzir significativamente o risco de doenças cardiovasculares, com a probabilidade de AVC a...

As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte e incapacidade em todo o mundo, especialmente pelas cardiopatias isquémicas e acidentes vasculares cerebrais (AVC). Ao contrário do resto do mundo, onde é mais frequente a doença isquémica, na China a principal causa de morte prematura é o derrame cerebral.

No estudo lembra-se que os ovos são uma fonte importante de colesterol mas que também contêm proteínas de alta qualidade, muitas vitaminas e componentes bioativos, como os fosfolipídeos (lípidos que contém ácido fosfórico) e os carotenoides (importantes na alimentação e antioxidantes).

A investigação agora publicada refere que estudos anteriores que analisaram a associação entre comer ovos e a saúde foram inconsistentes.

No estudo publicado ontem, uma equipa de investigadores da China e do Reino Unido, liderada pela Escola de Saúde Pública da Universidade de Pequim, propôs-se examinar as relações entre o consumo de ovos e as doenças cardiovasculares, usando dados de um estudo a decorrer e que junta mais de 500 mil pessoas adultas (30-79 anos) de 10 diferentes regiões da China.

Os participantes, recrutados entre 2004 e 2008, foram questionados sobre a frequência do consumo de ovos e foram acompanhados para determinar a sua morbilidade e mortalidade.

A análise dos resultados mostrou que em comparação com pessoas que não consomem ovos o consumo diário de ovos está associado a um risco menor de doenças cardiovasculares.

Os consumidores diários de um ovo baixaram em 18% o risco de uma doença cardiovascular. Só em relação a um AVC a probabilidade baixou 26%.

O consumo diário de ovos levou também a uma redução de 25% no risco de cardiopatia isquémica.

Os autores notam que o estudo foi de observação, pelo que não se pode tirar uma conclusão categórica de causa e efeito, mas salientam o tamanho da amostra.

“O presente estudo revela que há uma associação entre o consumo moderado de ovos (um por dia) e uma menor taxa de eventos cardíacos”, disseram os autores.

Ordem dos Médicos
O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, afastou ontem, no Porto, a possibilidade de rever o código deontológico e...

Numa intervenção no final do ciclo de debates organizado pelo Conselho Nacional da Ordem dos Médicos e que ontem versou as "decisões sobre o fim da vida", Miguel Guimarães respondeu desta forma à pergunta feita pelo antigo bastonário Germano de Sousa, que quis saber o que iria fazer o bastonário em caso de despenalização.

"Não vou mudar o código deontológico", afirmou Miguel Guimarães sobre o resultado da discussão agendada para 29 de maio na Assembleia da República (AR), reforçando que, tão pouco, fará um "referendo interno para mudar um código que resulta de leis internacionais e que é um código de conduta profissional".

Apesar da resiliência demonstrada, o bastonário afirmou que se a "AR, ou em sede de referendo nacional, os portugueses decidirem que existe despenalização da eutanásia, obviamente que a função em termos disciplinares relativamente aos médicos acaba por resultar em nada", explicando que "ficam automaticamente despenalizados em função da lei do país".

Reiterando uma afirmação recorrente no debate que juntou cerca de 50 pessoas na secção regional do norte da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães questionou a "legitimidade da AR para tomar esta decisão".

"Não tendo, sequer, esta questão sido discutida amplamente, será que deveriam ser os deputados a decidir sobre questões de liberdades individuais dos portugueses?", perguntou o bastonário, lamentando que a decisão seja tomada "por pouco mais de 100 deputados".

No final de um debate que começou com um minuto de silêncio em memória de António Arnaut, considerado o "pai" do Serviço Nacional de Saúde (SNS) que hoje faleceu em Coimbra, Miguel Guimarães lembrou a obra do antigo deputado socialista, para lembrar que o SNS "é hoje alvo de ameaças sérias".

Frisando que em Portugal "as desigualdades sociais na Saúde são alarmantes", observou que "só quem tem condições económicas tem acesso fácil".

Voltando ao tema da eutanásia, o também médico considerou "não se poder argumentar, honestamente, com o sofrimento quando não estão criadas as condições para acabar com o sofrimento", reivindicando a "melhoria" desse serviço.

Como exemplo disso, afirmou que "os cuidados paliativos chegam a uma percentagem muito pequena, entre 15 e 17%, da população portuguesa", pedindo por isso "maior acesso à Saúde" para as pessoas e que, essa sim, "deveria ser uma preocupação central da AR".

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