Factores associados

Quando a causa da disfunção eréctil é orgânica

Atualizado: 
07/02/2020 - 13:05
São várias as causas da disfunção eréctil. Contudo, a maioria dos casos tem origem orgânica com diferentes factores associados. Conheça-os.
Homem com as mãos nos olhos por baixo dos óculos

A disfunção eréctil, anteriormente conhecida por impotência, é definida como a incapacidade persistente em obter e/ou manter uma erecção suficiente para uma relação sexual satisfatória. A erecção constitui um processo complexo que envolve alterações dos músculos, nervos e vasos sanguíneos do pénis. De forma simples, a disfunção eréctil ocorre porque não chega sangue suficiente ao pénis, ou este não se mantém no pénis o tempo necessário para manter uma erecção. Alguns problemas de erecção não duram muito tempo nem ocorrem com frequência, mas se se mantiverem ou ocorrerem frequentemente, isso poderá constituir um sinal de que tem disfunção eréctil.

Trata-se de uma doença muito frequente, estimando-se que cerca de 50% dos portugueses apresentem algum grau de disfunção eréctil. Apesar da probabilidade de sofrer de disfunção eréctil aumentar com a idade, este problema não é inevitável no processo de envelhecimento. No entanto, ainda que seja doença benigna, altera de forma muito significativa a qualidade de vida do doente e do casal. É importante, por isso, procurar um especialista que o ajude a identificar a causa do problema e consequentemente a tratá-la.

Causas

São diversas as causas que podem contribuir para a disfunção eréctil. Desde factores físicos (orgânicos) até possíveis efeitos secundários de medicamentos que esteja a tomar, passando pelos aspectos psicológicos e emocionais. Contudo, a maior parte dos casos pode ser tratada independentemente da causa.

Actualmente, acredita-se que até 90% dos casos são originados por factores orgânicos, geralmente relacionados com má circulação sanguínea, ou “insuficiência vascular”. O pénis precisa receber um fluxo de sangue adequado para que o homem possa ter erecção. Um fluxo insuficiente pode determinar que a erecção não se mantenha durante a relação sexual e inclusive que esta não se complete.

Factores associados à disfunção orgânica:

  • Diabetes – A diabetes pode aumentar as probabilidades de ter disfunção eréctil, já que ocorre em pelo menos metade dos homens com diabetes. A incidência da doença aumenta a cada década de idade, sendo maior para homens com diabetes. Ao longo do tempo, um nível elevado de açúcar no sangue pode danificar os vasos sanguíneos e os nervos do pénis.
  • Hipertensão – A presença de hipertensão aumenta três vezes a prevalência de doença arterial coronária e também o risco de disfunção eréctil mais grave. A hipertensão representa 43% dos doentes com esta doença. A pressão arterial elevada pode danificar os vasos sanguíneos em todo o corpo, incluindo no pénis.
  • Colesterol elevado – 71% dos homens com disfunção tem colesterol alto. Ao longo do tempo, o colesterol elevado no sangue pode provocar o estreitamento dos vasos sanguíneos em todo o corpo, incluindo no pénis. Se tal suceder, não fluirá para o pénis a quantidade de sangue suficiente para proporcionar uma erecção firme.
  • Doença cardiovascular – As doenças cardiovasculares afectam 58% dos homens com disfunção eréctil, uma doença predominantemente de origem vascular. A doença cardiovascular enfraquece o fluxo sanguíneo nas artérias, incluindo as do pénis, podendo provocar disfunção eréctil. Durante uma erecção, aumenta o fluxo de sangue através das artérias pequenas que conduzem ao pénis. Se estas artérias estiverem bloqueadas, poderá ser difícil atingir e/ou manter uma erecção.
  • Depressão – A relação entre sintomas depressivos e disfunção eréctil em homens de meia-idade é real e muito presente.
  • Efeitos secundários de medicamentos: diuréticos, beta-bloqueadores, simpatolíticos, sedativos, hipnóticos, tranquilizantes, …
  • Álcool, fumo e drogas – Quase metade dos homens que fumam apresentam alguma disfunção eréctil. A mesma percentagem serve para o alcoolismo que também prejudica a vida sexual.
  • Doenças dos nervos - As doenças que afectam os nervos, tais como a doença de Parkinson e a esclerose múltipla, podem aumentar a probabilidade de vir a sofrer de disfunção eréctil. O pénis poderá não receber as mensagens transmitidas pelo cérebro ou pela medula espinal através dos nervos. Sem estas mensagens nervosas, poderá não haver um fluxo sanguíneo suficiente para o pénis.
  • Intervenções cirúrgicas ou lesões - Intervenções cirúrgicas - especialmente as da próstata, bexiga ou recto - ou lesões da região pélvica podem danificar os nervos ou os vasos sanguíneos que conduzem ao pénis.
  • Baixos níveis hormonais - Baixos níveis da hormona masculina (testosterona) poderão afectar a capacidade de um homem atingir a erecção. A disfunção eréctil também poderá ocorrer quando o nível da hormona tiroideia do homem está demasiado elevado ou reduzido.

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Nota: 
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