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Disfunção eréctil: sintomas, diagnóstico, causas e tratamento

Atualizado: 
07/02/2020 - 17:08
A maioria dos homens sabe reconhecer a disfunção eréctil, mas poucos procuram ajuda. Conheça as causas e saiba que existem tratamentos ajustados a cada caso.
Mulher deitada na cama a segurar no braço de homem

A disfunção eréctil, comummente apelidada de impotência sexual, caracteriza-se pela incapacidade constante ou recorrente de obter ou manter uma erecção permitindo a actividade sexual durante pelo menos 3 meses. Isso deve-se ao facto de não haver um fluxo sanguíneo adequado, não existindo sangue em quantidade ou por tempo suficiente no pénis para permitir uma erecção, sendo que as causas para que isso aconteça são diversas.

Ou seja, é entendida como a incapacidade de ter ou manter erecção satisfatória para o acto sexual, também pode ser caracterizada quando ocorre a perda da erecção em certas posições durante o coito, sendo de duração superior a três meses. Quando é ocasional não se caracteriza como disfunção eréctil, sendo, na maioria dos casos, provocada por um alto nível de ansiedade.

Uma erecção é um processo complexo que envolve alterações ao nível dos músculos, dos nervos e dos vasos sanguíneos do pénis. O sangue é bombeado para o pénis, enrijecendo-o, o que normalmente acontece em resposta a um estímulo sexual. A estimulação sexual envia sinais que são transmitidos pelas estruturas nervosas da medula espinal até aos órgãos genitais. Os vasos sanguíneos que irrigam o pénis expandem-se de forma a permitir um maior afluxo de sangue e, consequentemente, o pénis aumenta de volume.

A disfunção eréctil pode atingir os homens de qualquer idade, tornando-se mais frequente em homens com o avançar da idade. Em Portugal este problema apresenta uma prevalência global de cerca de 13 por cento, continuando, para muitos, a ser um assunto tabu, sendo o tema abordado com dificuldade até com o médico de família. Afecta, em todo o mundo, milhões de homens de diversas idades e estima-se que cerca de 40 por cento dos homens de 40 anos podem já ter sofrido de algum grau de disfunção eréctil.

Alguns problemas de erecção são temporários ou ocasionais, e não correspondem exactamente à disfunção eréctil, no entanto se ocorrerem com frequência podem corresponder a problemas de disfunção eréctil.

Sinais e sintomas

Na disfunção eréctil o sintoma que permite o diagnóstico é a incapacidade em manter uma erecção permitindo a actividade sexual durante pelo menos 3 meses.

Diagnóstico

O grau da disfunção, circunstâncias, conflitos e ambiente psico-social são os aspectos que serão levados em consideração na hora de se fazer o diagnóstico e escolha do melhor tratamento.

Assim, o diagnóstico começa pela história clínica e psico-sexual detalhada do doente. Segue-se um exame físico assim como um controle analítico e hormonal básico. Quando justificado o estudo complementar poderá incluir a realização de eco-doppler peniano, um estudo neurológico aprofundado, provas de tumescência e rigidez penianas nocturnas, caverosometrias e avernosografias, assim como uma consulta psicológica.

Causas

Os problemas de erecção podem ter origem em diversos factores, sejam eles físicos ou psicológicos, e frequentemente resultam de uma combinação de ambos.

Encarada anteriormente como uma doença de causas primariamente psicológicas, a disfunção eréctil resulta com maior frequência de uma causa física, geralmente uma doença crónica sistémica, o efeito secundário de um tratamento instituído ou ainda a combinação destes factores.

As causas etiológicas mais comuns são a doença coronária, a aterosclerose, a diabetes, a obesidade, a hipertensão arterial e a síndrome metabólica. Nalguns casos pode representar o primeiro sinal destas doenças. Outros factores importantes no desenvolvimento da doença são o tabagismo, o alcoolismo crónico, alguns medicamentos, doenças neurológicas tais como a doença de Parkinson, a Esclerose Múltipla, distúrbios hormonais (hipogonadismo), a doença de Peyronie e os traumatismos pélvicos.

As causas psicológicas representam 10 a 20 por cento dos casos e incluem a depressão, ansiedade, o stress, o cansaço, assim como os problemas relacionais com a parceira. Em muitos casos, a disfunção eréctil é causada por uma combinação de factores físicos e psicológicos.

Factores de risco

  • Envelhecimento: incidência de cerca de 80 por cento no grupo etário acima dos 75 anos;
  • Doenças crónicas: Diabetes Mellitus, aterosclerose, doença renal, hepática, pulmonar, nervosa, endócrina, etc.;
  • Tratamentos médicos crónicos: anti-hipertensores, anti-depressivos, anti-histamínicos, hipnóticos, tratamento médico do cancro da próstata, etc.;
  • Tratamentos cirúrgicos: por lesão dos nervos pélvicos (prostatectomia radical, cistectomia,..);
  • Traumatismos: associados ou não a fracturas da bacia;
  • Abusos sociais ou comportamentais: tabaco, álcool, marijuana ou drogas pesadas;
  • Stress, ansiedade, depressão: Causas psicológicas da disfunção eréctil;
  • Obesidade;
  • Síndrome metabólica: caracterizada por obesidade, dislipidémia, hipertensão arterial e resistência à Insulina;
  • Ciclismo: compressão prolongada dos nervos e vasos perineais responsável por disfunção eréctil temporária. 

Tratamento

A impotência é considerada a disfunção mais comum nos homens e ao mesmo tempo a que é menos tratada. Acreditava-se (e ainda frequentemente se acredita) erroneamente que a disfunção eréctil fosse consequência do inevitável processo de envelhecimento e apenas de origem psicológica. Hoje sabe-se que a idade pode ser um factor relacionado porém nunca como factor desencadeante. Independentemente da causa que está na origem é muito provável que exista um tratamento adequado para cada caso.

O tratamento de qualquer disfunção sexual deve ser acompanhado por um profissional que possua conhecimentos dos mecanismos da resposta sexual, da anatomia e fisiologia e da resposta sexual. Só um especialista poderá identificar e tratar a disfunção eréctil e os factores subjacentes que possam estar na sua origem.

Após um exaustivo diagnóstico o médico optará pela terapêutica mais adequada ao caso e que pode incluir: aconselhamento/acompanhamento psicológico, terapêutica medicamentosas, tratamento hormonal, cirurgia, infecções intracavernosas, bombas de vácuo ou a implantação de próteses penianas.

Por outro lado, as mudanças de hábitos de vida podem não só melhorar a disfunção eréctil como também melhorar a sua saúde cardiovascular e metabólica. Está provado que a prática de exercício físico e a perda de peso, se tiver peso em excesso, contribuem para uma boa função eréctil. Da mesma forma, será boa ideia deixar de fumar e reduzir o consumo de álcool.

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Fonte: 
Sociedade Portuguesa de Andrologia
saúdedehomem.pt
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
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