Mal a escola começa, regressam com ela as infestações de piolhos

Pediculose

Atualizado: 
02/07/2019 - 11:20
Embora o ataque destes parasitas seja mais frequente no Verão, chegando a atingir 37% das crianças em idade escolar, é em Setembro que, habitualmente, regressa a dor de cabeça dos pais. Mas se a verdade é que os piolhos não escolhem cabeças, o melhor é estar atento!
Menina na escola para ilustrar a pediculose ou piolhos

Considerada pelos especialistas como uma doença parasitária provocada por uma infestação de piolhos, a pediculose afeta tanto crianças como adultos e, apesar de ser mais frequente no couro cabeludo, pode atingir também o corpo e a zona púbica.

O piolho é um pequeno inseto, sem asas, que se fixa aos pelos e que se alimenta de sangue. Chega a medir entre três a quatro milímetros de comprimento e vive cerca de 30 dias. Uma fêmea chega a pôr cerca de 300 ovos – designados de lêndeas – de onde, ao fim de sete dias, nascem novos piolhos.

“Ao alimentarem-se, os piolhos introduzem saliva no couro cabeludo, sendo que este fato pode estar na origem de um reação de hipersensibilidade na pele que se traduz localmente por prurido e irritação”, explica Teresa Laginha, especialista em Medicina Geral e Familiar.

Afetando sobretudo crianças em idade escolar “porque as crianças mais pequenas tendem a estar em contato mais próximo umas com as outras”, o seu contágio costuma ser rápido. Por isso mesmo, “em qualquer altura, as escolas terão algumas crianças infestadas com piolhos”, adianta a especialista, sendo a sua incidência mais frequente nos meses do Verão.

Os piolhos não escolhem cabeças. “Não escolhem entre cabelos curtos, longos, limpos ou sujos, e por isso mesmo ter piolhos nada tem a ver com a falta de higiene”, afirma Teresa Laginha.

No entanto continuam a ser muitos os que escondem o assunto por vergonha. “Atualmente, a presença de piolhos está relacionada com a maior frequência de infantários e escolas. Assim associar a presença de piolhos a más condições de higiene é um mito antigo que deve ser desmistificado”, reforça.

O diagnóstico é confirmado por um exame atento aos cabelos, procurando piolhos ou lêndeas em todo o couro cabeludo, sobretudo nas zonas da nuca e atrás das orelhas.

Cuidados a ter

“É recomendado que os pais verifiquem semanalmente os cabelos das suas crianças, o que ajuda a manter a restante família livre de infestações”, explica Teresa Laginha.

Ao encontrar um piolho é aconselhado que se verifique o cabelo de todos os elementos da família e que se dê inicio ao tratamento.

É importante ainda aconselhar as crianças a não partilharem pentes, escovas do cabelo chapéus ou gorros. “Apanhar o cabelo comprido, usar touca na piscina, lavar a roupa da cama e objetos pessoais a 60 graus e aspirar a casa e o carro, deitando fora os sacos aspiradores”, acrescenta a especialista.

No entanto, “para além do cuidado de verificação constante do cabelo, podem ser utilizados determinados produtos que ajudam na prevenção contra a pediculose”.

Tratamento da pediculose

De acordo com Teresa Laginha para o tratamento da pediculose devem ser utilizados produtos específicos para o combate aos piolhos, “fazendo dois tratamentos com um intervalo de sete dias” para garantir que o ciclo dos piolhos está completamente terminado.

Mas desengane-se se pensa que só se tem piolhos uma vez na vida! A verdade é que vários investigadores apontam para o aumento da resistência dos piolhos aos produtos químicos, habitualmente utilizados nos tratamentos de farmácia.

“Outras razões para o insucesso do tratamento são: a demora no diagnóstico que favorece a rápida multiplicação dos piolhos, não seguir as instruções dos produtos de tratamento - não utilizar a quantidade suficiente do produto, não respeitar a duração do tratamento ou não remover os piolhos e lêndeas através de um pente próprio”, explica a especialista.

O contato com crianças ou adultos não tratados, e a incorreta limpeza e desinfeção do ambiente são também responsáveis pela reincidência desta doença parasitária.

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Autor: 
Sofia Esteves dos Santos
Fonte: 
Ogilvy
Nota: 
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Foto: 
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