Pneumoconioses dos mineiros de carvão

Síndroma de Caplan

Atualizado: 
04/03/2014 - 16:41
Esta síndroma resulta da exposição à poeira respirável proveniente do carvão mineral, desprendida durante a mineração.

Também conhecida como pneumoconioses dos mineiros do carvão, a síndrome de Caplan é uma perturbação pouco frequente que pode afectar os mineiros do carvão que sofrem de artrite reumatóide. A doença desenvolve-se rapidamente através da formação de grandes nódulos redondos no pulmão. Tais nódulos podem formar-se nos indivíduos que sofreram uma exposição significativa ao pó do carvão.

Quanto maior for a intensidade e duração da exposição, tanto maior serão as hipóteses de desenvolvimento da doença. A síndrome pode apresentar-se na sua forma mais simples, através da presença de máculas e placas (deposição de partículas enegrecida no tecido conjuntivo peribrônquico e sub-pleural) danificando as vias aéreas adjacentes e predispondo a enfisema focal ou centro lobular.

Na sua forma mais complicada a síndrome de Caplan caracteriza-se pela presença de grandes massas fibróticas predominando nos lobos superiores de ambos os pulmões.

Sintomas
A pneumoconiose dos mineiros de carvão ou sindrome de Caplan não complicada não costuma determinar manifestações significativas, uma vez que os sintomas surgem após vários anos de exposição ao agente – pó do carvão. Podem no entanto os doentes apresentar uma função respiratória obstrutiva com tosse e falta de ar.

Nos casos mais graves da doença, a dispneia apresenta-se como uma grave perturbação funcional. Se os doentes forem fumadores e apresentarem enfisema ou bronquite a gravidade da função respiratória será maior.

Diagnóstico, prevenção e tratamento
O médico estabelece o diagnóstico quando detecta as manchas características na radiografia ao tórax da pessoa que esteve exposta ao pó do carvão durante muito tempo. Regra geral indivíduos que trabalharam em minas pelo menos durante10 anos.

Pode prevenir-se a sindrome de Caplan suprimindo o pó do carvão no local de trabalho. Os trabalhadores do carvão devem fazer radiografias ao tórax todos os quatro a cinco anos, de modo que a doença possa ser detectada no estadio inicial.

Quando esta se detecta, o trabalhador deve ser transferido para uma zona com baixas concentrações de pó de carvão para prevenir a fibrose maciça progressiva.

A prevenção é fundamental pois não há cura para esta doença. O doente que tem dificuldades respiratórias pode beneficiar dos tratamentos utilizados para a doença pulmonar obstrutiva crónica, como os fármacos que permitem manter as vias aéreas abertas e livres de secreções.

Fonte: 
Manual Merck
Nota: 
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