Saiba evitar riscos

Saúde em viagem

Atualizado: 
28/07/2014 - 14:57
Em viagem, o viajante contacta com novos ambientes e agentes transmissores de doenças que podem por em risco a sua saúde. Estes riscos podem ser minimizados se agir de forma informada e preventiva, antes, durante e após a viagem.

Ao viajar, as pessoas ficam expostas a riscos maiores do que os existentes no seu local de origem, por isso o aconselhamento médico é uma etapa importante no planeamento de uma viagem.

Certo é que o risco de adoecer depende de factores como a susceptibilidade do indivíduo - influenciada por antecedentes vacinais e de doenças, doenças concomitantes e utilização de medicamentos – bem como das características da viagem programada - roteiro, época do ano, duração, tipo de actividade, condições de alojamento, disponibilidade de assistência médica.

Existem viajantes que, pelas suas condições especiais, precisam de aconselhamento médico e precauções especiais, assim como informação adequada sobre os serviços médicos disponíveis no destino da viagem. Falamos dos recém-nascidos, crianças jovens, mulheres grávidas, idosos, deficientes com incapacidade física ou indivíduos com doenças pré-existentes.

Assim, antes de viajar, os indivíduos com doenças crónicas devem consultar seu médico, informar-se sobre a qualidade da assistência médica no local de destino e certificar-se das coberturas do seguro de viagem.

Em termos gerais, os riscos para o viajante são maiores em países e regiões menos desenvolvidas. Constitui, no entanto, um equívoco presumir que nos países desenvolvidos os riscos sejam inexistentes. Em todos os países, em maior ou menor grau, podem existir condições que impliquem riscos para a saúde do viajante. Os padrões de riscos são desiguais entre países e, dentro de um país, podem haver diferenças consideráveis entre regiões, cidades e até mesmo entre os bairros de uma mesma cidade.

É importante ter em conta mudanças possíveis, como as condições climáticas, o fuso horário, a alimentação, a altitude e a existência de microrganismos que podem ser causa doenças infecciosas. Estas mudanças, associadas ao stress, à fadiga, às condições do meio de transporte, à idade e à presença de problemas de saúde prévios, podem representar um risco para a saúde do viajante.

Por outro lado, a exposição a condições ambientais adversas, como variações da pressão atmosférica, redução do nível de oxigénio em regiões de elevada altitude, exposição excessiva à luz solar, extremos de temperatura (calor ou frio), pode resultar em riscos potenciais para a saúde dos viajantes.

Também o desconhecimento dos hábitos locais e dos riscos de violência e acidentes, que são peculiares para cada região, associada a uma desinibição (sensação de anonimato), que é comum nos viajantes, pode facilitar a ocorrência de transtornos durante a viagem.

Especial atenção à realização de actividades aquáticas não habituais (natação, mergulho, passeios de barco), muito comum durante as viagens, principalmente entre os mais jovens, pois o afogamento é a segunda causa mais comum entre os viajantes.

As viagens aéreas estão associadas com barotrauma (lesão ou dor que afecta sobretudo o ouvido médio), cinetose (enjoo de movimento), alteração dos ritmos circadianos (jet-lag), distúrbios de comportamento, doenças tromboembólicas, e despressurização.

Os viajantes devem ter igualmente em atenção a distúrbios mentais pré-existentes, pois podem ser exacerbados devido ao stress ou, em pessoas predispostas, podem ser desencadeados pela primeira vez. Os distúrbios mentais são um dos principais problemas de saúde relacionados com as viagens, e as emergências psiquiátricas são uma das razões mais comuns para evacuação aérea dos viajantes.

Já referido, anteriormente, existe o risco (elevado em determinados destinos) de contrair doenças infecciosas no local de destino, mas pode ser evitado/diminuído quando os viajantes estão devidamente informados sobre os perigos, adoptando medidas de protecção, bem como, através da vacinação e medicação profiláctica – quando indicada.

É da responsabilidade do viajante a procura de informação, a consciencialização dos riscos envolvidos e a toma das precauções necessárias à viagem. Para isso, nada melhor do que marcar uma consulta médica de aconselhamento – consulta do viajante - preferencialmente, 4 a 6 semanas antes da partida.

Nestas consultas, existentes em todo o país, o médico intervêm no aconselhamento geral, nas recomendações sobre a vacinação e à medicação, na avaliação do risco para o viajante individual. Tem em consideração a probabilidade de este vir a contrair uma infecção ou doença e o impacto da sua gravidade no mesmo.

Para cada doença considerada é também realizada uma avaliação relativamente à disponibilidade e comodidade da quimioprofilaxia, bem como os respectivos efeitos secundários e a qualquer risco de saúde pública associado (por ex. risco de infectar a comunidade).

O médico intervém ainda na composição do estojo médico e artigos de higiene pessoal de acordo com as possíveis necessidades e duração da viagem, assim como nas precauções de segurança em caso de perda ou roubo.

Fonte: 
consultaviajante.ufp.edu.pt
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
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