Pesquisa classifica os afrontamentos

Que tipo de calores sente?

O afrontamento – aquela sensação repentina de calor que pode deixar uma mulher ruborizada e encharcada de suor – é considerado há muito tempo o sintoma definitivo da menopausa. Uma nova pesquisa, porém, mostra que a época e a duração dessas ondas de calor podem variar significativamente de mulher para mulher, e que cada uma parece ser classificada uniformemente em quatro categorias do fenómeno.

Algumas mulheres, com ondas de calor de “início prematuro”, começam a sentir o calorão muito antes da menopausa. Os sintomas podem ter início de cinco a dez anos antes da última menstruação, mas os sintomas param em torno do último ciclo menstrual.

A seguir vêm as mulheres que só sentem o primeiro depois da última menstruação, entrando na subdivisão chamada de “início posterior”. E algumas caem no grupo que os pesquisadores batizaram de “sortudas”. Algumas delas nunca vivenciam uma onda de calor sequer, escreve o Diário Digital, enquanto outras sofrem brevemente alguns episódios perto do fim da transição menopáusica.

E também existem as com o “supercalorão”. Este grupo azarado inclui uma a cada quatro mulheres de meia-idade. A mulher dessa categoria começa a vivenciar os afrontamentos relativamente cedo na vida, de forma similar ao grupo do início prematuro, mas os seus sintomas continuam muito além da menopausa, como as do início posterior, e podem durar 15 anos ou mais.

As descobertas vêm do estudo nacional da saúde da mulher (Swan, na sigla em inglês), pesquisa que há 22 anos está a acompanhar a saúde física, biológica e psicológica de 3.302 mulheres de diversas origens étnicas e raciais nos EUA. O estudo é realizado em sete centros de pesquisa do país e é financiado pelo Instituto Nacional de Saúde.

“Isso acaba com o mito típico acerca dos afrontamentos, segundo o qual só duram alguns anos e todas as mulheres seguem o mesmo padrão. Talvez sejamos mais capazes de ajudar as mulheres quando soubermos em qual categoria elas podem ser colocadas”, afirma Rebecca Thurston, autora principal, professora de Psiquiatria e epidemiologista da Universidade de Pittsburgh.

As mulheres do grupo de início prematuro têm maiores probabilidades de serem brancas e obesas. Mulheres do início posterior costumam ser fumadoras. As sortudas que não tiveram ondas de calor ou somente alguns casos geralmente são asiáticas e mulheres com melhor saúde. As do “supercalorão” eram mais comumente afro-americanas. Mulheres desse último grupo apresentavam maior hipótese de ter uma saúde pior ou de consumirem álcool regularmente. Os pesquisadores alertaram, no entanto, que embora tenham identificado algumas tendências estatísticas em cada grupo, é importante observar que cada subconjunto engloba uma diversidade de mulheres representando todas as raças, etnias, pesos e classificações de saúde. Nenhum fator pareceu determinar o risco de uma mulher se encaixar em qualquer uma dessas categorias.

Por exemplo, embora as mulheres afro-americanas tivessem probabilidade três vezes maior de pertencer ao grupo do “supercalorão”, elas representavam somente 40% dessa divisão. Os outros 60% eram compostos por brancas, algumas asiáticas e outros grupos.

De acordo com Rebecca, é importante que os médicos compreendam que 75% das mulheres têm afrontamentos na meia-idade e que, para metade delas, as de início posterior e com “supercalorão”, os sintomas duram muito além da menopausa.

“Isso confronta totalmente a visão tradicional de que as mulheres têm esses sintomas por algo entre três a cinco anos ao redor do final do período menstrual. Agora sabemos que, no caso da maioria delas, isso está evidentemente errado.”

Fonte: 
Diário Digital
Nota: 
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