Resultados de estudo indicam:

Jovens portugueses pouco predispostos a doar óvulos e espermatozóides

Um estudo inédito sobre o recurso a gâmetas de dadores, que envolveu mais de 1.500 adolescentes, revelou que os jovens portugueses estão pouco predispostos a doarem óvulos e espermatozóides, apesar de aceitarem esta técnica.

"Os adolescentes portugueses apoiam a doação de gâmetas para a Procriação Medicamente Assistida (PMA), a comparticipação pelo Estado para o recurso a estas técnicas e o anonimato dos dadores”, no entanto há uma baixa predisposição dos adolescentes, quer para recorrer no futuro a dadores de gâmetas caso necessitem, quer para serem dadores. Esta é a principal conclusão do estudo "Doação de gâmetas: atitudes e predisposição para o uso e recuso nos adolescentes portugueses” da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação e da Faculdade de Ciências, da Universidade do Porto que será divulgada no 5º Congresso Português de Medicina da Reprodução.

Mariana Veloso Martins, da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, é uma das autoras do estudo e disse que, apesar dos adolescentes portugueses apoiarem a doação de gâmetas e perceberem que é necessário os casais recorrerem a ela, esta "é uma realidade ainda muito distante para eles”. "Eles entendem o desejo dos casais quererem um filho e concordam com o apoio do Estado a estas técnicas, mas não revelam predisposição nenhuma para recorrer a elas nem revelam qualquer predisposição para serem dadores”, adiantou.

Por estas razões, Mariana Veloso Martins considera que "não é realista esperar que imirja uma cultura de doações altruístas em Portugal se nada for feito para que haja uma maior motivação por parte dos jovens, que são o principal alvo do banco público de gâmetas, uma vez que são os que têm maior qualidade de espermatozóides e ovócitos”.

De acordo com as conclusões do estudo, "tanto os rapazes como as raparigas discordam da utilização desta técnica em casais homossexuais e para fins de selecção (como de género ou raça) e da manipulação para investigação científica”.

Os autores do estudo, onde participaram 1.532 jovens (941 mulheres e 591 homens), com idades entre os 14 e os 22 anos e a frequentar o ensino secundário público, defendem que a educação sexual inclua a prevenção da infertilidade e as implicações do recurso a dadores (à semelhança da adopção), assim como um maior empenho ao nível de campanhas e programas de acção que possam levar os jovens a serem dadores de espermatozóides e óvulos.

Fonte: 
Diário Digital
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Foto: 
ShutterStock