Infeções vaginais aumentam com temperaturas mais elevadas
A aproximação dos dias mais quentes exige uma maior atenção das mulheres relativamente à sua higiene íntima diária. As temperaturas mais elevadas aumentam a transpiração, fazendo com que a zona vulvovaginal fique mais quente e húmida. Como resultado, aumenta a proliferação de microrganismos e aumenta também o risco de infeções vaginais, com especial incidência da candidíase.
Teresa Laginha, especialista em Medicina Geral e Familiar, explica como a transpiração pode interferir na higiene íntima da mulher e na potenciação de determinadas infeções: “ O aumento da temperatura do ar aumenta também a temperatura corporal e a transpiração. As zonas do corpo como as axilas, virilhas, e nas mulheres os sulcos infra mamários e o pavimento vulvovaginal, sendo pouco arejadas, com o aumento da transpiração, constituem zonas quentes e húmidas, especialmente predispostas para o desenvolvimento de fungos e bactérias. A fim de evitar o aumento sazonal destas afecções e o desconforto que provocam, é importante considerar as causas do seu aparecimento e lembrar um conjunto de recomendações.”
É recomendado ainda que durante o verão a mulher evite o uso de roupas apertadas e que faça a sua higiene íntima com água corrente e gel íntimo suave, sem sabão ou substâncias alcalinas irritantes. A sua fórmula deve conter ácido láctico idêntico ao ácido láctico natural, produzido pelos lactobacilos da vagina, que atuam como barreira contra bactérias patogénicas. A utilização de gel íntimo ajuda a manter o PH fisiológico da vagina entre 3,5 – 4,5 mantendo assim o equilíbrio natural da zona íntima, não causando irritação ou secura de modo a poder ser usado todos os dias.
“Boas práticas” para uma higiene íntima diária [1]:
Frequência diária de higienização:
Uma a três vezes ao dia, dependente do clima, biótipo, atividade física e doenças associadas;
Tipo de produto:
Preferencialmente produtos apropriados para a higiene anogenital que sejam hipoalergénicos, com adstringência suave e pH ácido, variando entre 4.2 a 5,6.
Forma de apresentação:
Preferencialmente produtos de formulação liquida, pois os produtos sólidos, além de serem mais abrasivos, geralmente apresentam pH mais alto.
Tempo de higienização:
O tempo de higiene genital não deve ser superior a dois a três minutos, para evitar a secagem excessiva local;
Produtos utilizados na lavagem da roupa interior:
Deve usar-se detergentes sem corantes, enzimas ou perfumes; a roupa interior deve ser enxaguada exaustivamente (para remoção de resíduos) para remoção de resíduos químicos.
Vestuário:
Os fatos de banho molhados e o vestuário utilizado após o desporto, devem ser trocados o mais rapidamente possível; evitar roupas demasiado justas ou apertadas; trocar roupas intima diariamente; o uso de roupas que favoreçam a ventilação local, nomeadamente as de algodão, é recomendável;
Banho e Higiene:
Preferir gel de banho ou sabonete sem perfume para evitar a irritação da pele. Não se deve esfregar, mas sim secar;
Depilação:
A depilação da zona genital poderá ser feita, mas deverá respeitar a sensibilidade cutânea individual da mulher. A frequência deverá ser a menor possível, e a extensão da área depilada dependerá do gosto de cada mulher. Uma boa opção será o corte dos pêlos em vez do uso de lâminas para a sua eliminação.
Pós-atividade física:
Recomenda-se a higiene após o término das atividades físicas para evitar que o suor e outras secreções irritem a pele da vulva
[1](in Revisão dos Consensos em Infeções Vulvovaginais, 2012):