Relatório

Amnistia considera inaceitáveis números de mortalidade materna na África do Sul

A mortalidade materna na África do sul “continua elevada a um nível inaceitável”, criticou a Amnistia Internacional num relatório hoje publicado, referindo ainda que a maioria das mortes durante a gravidez e parto poderia ser evitada.

“Em 2012, 60% das mortes maternas na África do Sul poderiam ser evitadas”, indicou a organização não-governamental de direitos humanos. Mais de um terço das mortes acontece devido à Sida, num país com cerca de seis milhões de seropositivos, um décimo da população. “O governo criou medidas louváveis para melhorar a situação, nomeadamente (…) uma melhoria no acesso aos tratamentos anti-retrovirais para mulheres e jovens grávidas seropositivas e o acompanhamento gratuito durante a gravidez”, acrescentou a Amnistia.

No entanto, as sul-africanas consultam pouco e tarde os médicos quando estão grávidas.

Menos de metade vai a uma consulta antes das vinte semanas de gestação e “estes atrasos explicam um quarto de mortes maternas que poderiam ser evitadas”, referiu o relatório.

A taxa de mortalidade materna na África do Sul situa-se em 269 em 100 mil e “apesar das melhorias desde 2011, é superior ao objectivo de 38 mortes sobre 100 mil fixado pelo próprio governo para 2015”, sublinhou o documento.

A organização avança com várias razões para o fracasso, sobretudo aqueles ligados à pobreza.

As mulheres têm medo de consultar o médico crendo que serão forçadas a fazer o teste do VIH e que poderão enfrentar o risco de serem estigmatizadas no seu meio social devido à doença, considera.

A Amnistia citou também “os problemas estruturais do sistema de saúde na África do Sul”, o país mais desenvolvido do continente africano e dotado de uma rede de hospitais privados que atendem pacientes de outros países de África.

 

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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