21 novembro | Dia Mundial da Anafilaxia

Amendoins, leite, ovos devem ser introduzidos mais cedo nas dietas dos bebés para prevenir alergias

Estudo português analisou produtos alimentares disponíveis nos supermercados e seis dos 14 principais alergénios não fazem parte dos ingredientes. “Deve-se incorporar em vez de excluir”, defendem investigadoras da CESPU.

Esta sexta-feira, 21 de novembro, assinala-se o Dia Mundial da Anafilaxia, uma ocasião importante para um alerta sobre as alergias alimentares e a necessidade de se introduzirem os alergénios (os ovos, os frutos secos – como amendoins –, o peixe, entre outros) nas crianças o mais cedo possível, de modo a prevenir estas alergias alimentares e evitar maiores riscos para a saúde quando são mais velhas.

Pode parecer contraditório com o que está socialmente instituído, mas esta ideia está alinhada com as recomendações internacionais: “Deve-se incorporar em vez de excluir estes alimentos alergénicos”, refere um artigo publicado neste mês de novembro na European Annals of Allergy and Clinical Imunology por investigadoras do Instituto Universitário de Ciências da Saúde, da CESPU.

Esta equipa, composta por Inês Pádua, Rita Barbosa Silva, Ângela Moreira e Beatriz Pimenta, analisou os ingredientes presentes nos rótulos dos alimentos para bebés até 15 meses disponíveis em dez cadeias de supermercados, como purés de fruta, iogurtes, papas, snacks.

Foram analisados 492 produtos, e dos 14 principais alergénios, foram detetados apenas oito. O trigo estava presente em 132 produtos, o leite de vaca em 112, peixe em 16 e ovos em seis. A soja estava listada em 11 produtos. Apenas dois diziam ter frutos secos e um continha amendoim. Nenhum produto continha os restantes seis alergénios (crustáceos, sésamo, mostarda, tremoço, aipo e sulfitos).

“As recomendações de introdução alimentar atuais sugerem a introdução dos alergénios alimentares mais comuns aos 12 meses. Embora seja recomendável o consumo de refeições caseiras, existe uma crescente procura por soluções comerciais complementares” (CACF, na sigla original em inglês), notam as investigadoras. É também assinalado que, apesar de serem escassos os estudos sobre as tendências alimentares na primeira infância, na maior parte dos países europeus regista-se um consumo destes produtos nos primeiros dois anos de vida.

“As últimas recomendações portuguesas para alimentação complementar datam de 2019 e, apesar de alertarem que a introdução de alimentos potencialmente alergénicos não deve ser atrasada, nada diz sobre o imperativo de se introduzirem estes alergénios com o propósito da prevenção alérgica”, lê-se no artigo disponível aqui.

Esta análise excluiu o leite em pó, produtos alimentares para bebés acima dos 15 meses e para crianças com alergias alimentares e intolerância.

Fonte: 
wlpartners
Nota: 
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