Instituto Português de Oncologia
O investigador e declamador Carlos Carranca apresenta na sexta-feira, na Lousã, um livro de poesia cujas vendas revertem a...

“O dinheiro que se fizer será integralmente para esses meninos”, afirmou hoje o autor à agência Lusa, indicando que a iniciativa de escrever a obra, intitulada “Para além do mar vermelho”, lhe foi sugerida por um jovem que conheceu quando ele próprio esteve hospitalizado no Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa.

Para Carlos Carranca, com raízes familiares na Lousã, este livro “tem uma carga simbólica absolutamente fora do comum”, pois responde à proposta desse jovem, admirador da sua obra, que veio a falecer.

Com uma primeira edição de 400 exemplares, “Para além do mar vermelho” nasceu da experiência do poeta nos vários meses que passou “no isolamento do IPO”.

Editado pela Talentilicious, de Miguel Babo, na Figueira da Foz, o livro é vendido em conjunto com um DVD, da autoria do filho mais novo de Carlos Carranca, o cineasta Miguel Afonso Carranca, intitulado “Do mar da Gala à Serra da Lousã”.

“Trata-se de um filme sobre a minha relação poética com os lugares, respetivamente, a Figueira da Foz, onde nasci por acaso, Coimbra e Lousã, a vila serrana onde residia quase toda a sua família, afirmou o poeta.

“Nós, para darmos a volta ao mundo, não precisamos de sair da nossa terra. Acredito que só a poesia poderá unir e pacificar a sociedade de hoje”, disse, dando ênfase a uma opinião também defendida pelo escritor Miguel Torga, sobre o qual Carranca tem vários trabalhos publicados.

A sua poesia “tem cada vez mais uma carga espiritual”, referiu, ao confessar ter adotado esse género como a sua religião.

“Não sou católico, mas respeito quem tem fé. Este meu livro expressa essa minha relação com o povo”, acrescentou Carlos Carranca.

A sessão de lançamento vai decorrer no hotel Palácio da Lousã, na sexta-feira, às 21:30.

A apresentação da obra cabe a Isabel Ponce de Leão, professora da Universidade Fernando Pessoa, no Porto.

O programa inclui ainda uma intervenção de Carlos Dias, “em representação dos salatinas”, o povo da Alta de Coimbra, e um concerto de guitarra de Coimbra com José Reis (viola), Francisco Viana (guitarra), Paulo Alexandre (guitarra) e Arnaldo Tomás (viola).

A obra tem apoio do Centro de Estudos da Lusofonia Agostinho da Silva, Câmara Municipal da Lousã, Junta de Freguesia de Serpins, jornal Trevim e duas empresas locais.

Neuropatia Óptica Hereditária de Lebe
Chama-se Neuropatia Óptica Hereditária de Leber, é uma doença rara, hereditária, incapacitante e que provoca uma perda de visão...

É para este problema que alerta um grupo de especialistas mundiais que não tem dúvidas: apesar de ser a doença mitocondrial mais frequente e de ser a primeira com tratamento aprovado pela Agência Europeia do Medicamento, o atraso no diagnóstico é ainda uma realidade, levando vários meses até que este seja confirmado.

15 dos maiores especialistas mundiais da área e com base na evidência atualmente disponível, decidiram criar um documento de consenso, publicado na revista científica Journal of Neuro-Ophthalmology, onde se definiram as guidelines e critérios para a gestão clínica e terapêutica da Neuropatia Óptica Hereditária de Leber (LHON). A patologia e o documento foram discutidos ontem durante a Reunião dos Grupos Portugueses da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia.

De acordo com o Prof. Valerio Carelli, especialista do Departamento de Ciências Biomédicas e Neuromotoras da Universidade de Bolonha e um dos responsáveis pelo consenso que esteve em Portugal, “importa aumentar o reconhecimento clínico da doença porque ainda temos muitos casos de diagnóstico tardio. É importante ter em termos nacionais um bom laboratório de referência no sentido de providenciar rapidamente um diagnóstico acertado através de testes genéticos.”

Sobre o documento de consenso, o mesmo especialista defende que se trata de um conjunto de guidelines que pode ser adaptado para vários países, nomeadamente Portugal. “São linhas de orientação desenvolvidas pelos maiores especialistas sobre a doença a nível mundial e úteis para todos os médicos em qualquer parte do mundo. A nossa intenção passa por atualizar o documento de consensos de dois em dois anos, para que seja possível tratar de forma mais uniforme os doentes e recolher informação que permita retirar conclusões que contribuam para o melhor tratamento destes doentes”.

Para a Dr.ª Fátima Campos, Presidente do Grupo Português de Neuroftalmologia da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, “a reunião do Grupo Português de Neuroftalmologia, organizada pela SPO, serviu para discutir novos conhecimentos e melhorar a prática clínica em Portugal.  No caso da LHON, é uma doença rara e muitas vezes difícil de diagnosticar. Existe muita expectativa em relação a terapêuticas inovadoras mas para os especialistas portugueses é uma doença preocupante pois provoca uma disfunção visual grave na população jovem e ativa. Trata-se de uma doença que não tem um quadro clínico típico, mas em Portugal temos bons neuroftalmologistas atentos à mesma. Inclusive neste momento está em curso em Portugal um estudo sobre a LHON e contamos ter resultados, mesmo ao nível da incidência da doença, em 2018”.

A LHON é atualmente entendida como a doença mitocondrial (que afeta a mitocôndria, o centro fornecedor da energia necessária para atividades como andar, falar ou ver) resultante de uma mutação genética, de transmissão materna, que afeta sobretudo jovens adultos do sexo masculino entre os 18 e os 35 anos, apesar de poder também afetar mulheres jovens, crianças e pessoas com mais de 60 anos. Os doentes são normalmente assintomáticos, isto até à perda rápida e progressiva da visão central, com distorção e visão turva num dos olhos, a que se costumam seguir iguais sintomas, algum tempo depois, no outro olho.

UNICEF
O crescimento da população infantil em África vai levar a que o continente necessite de mais de 11 milhões de profissionais de...

No documento, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) refere que, se África mantiver o atual ritmo de crescimento demográfico "sem precedentes", haverá 170 milhões de novas crianças entre 2017 e 2030, aumentando o número de menores no continente africano para 750 milhões.

"Investir na saúde, proteção e educação deve tornar-se uma prioridade absoluta para África até 2030. Estamos num ponto crítico para as crianças africanas. Fazendo as coisas bem, conseguiremos criar as bases para retirar centenas de milhares de pessoas da pobreza extrema e contribuir para elevar a prosperidade, estabilidade e paz", lê-se no relatório.

Segundo Leila Pakkala, uma das relatoras e diretora da UNICEF para a África de Leste e Austral, os menores representam quase metade da população atual em cerca de um terço dos 55 Estados membros da União Africana (UA).

Por seu lado, Marie-Pierra Poirier, também relatora e diretora da UNICEF para a África Ocidental e Central, indicou que, segundo as projeções feitas para 2055, o número de jovens poderá atingir os mil milhões.

A UNICEF estima que, se as políticas para promover o emprego e os investimentos - locais e internacionais - no capital humano de África forem bem coordenadas, as próximas gerações terão melhorado quatro vezes a renda per capita.

Caso contrário, adverte a agência da ONU, esta "oportunidade única" será substituída por um "desastre demográfico", caracterizado pelo desemprego e instabilidade política e social.

Neste sentido, a UNICEF recomenda várias linhas de ação, que passam por melhorar os aspetos relacionados com a saúde, com a adaptação dos sistemas educativos, com o dar acesso aos jovens às novas tecnologias, para que possam aceder ao mercado laboral do século XXI, e com o garantir da segurança face a fenómenos como a violência, exploração, casamento infantil e abuso sexual.

As novas políticas, acrescenta a UNICEF, visam também eliminar as barreiras que impedem as mulheres e crianças de se tornarem membros plenos das respetivas comunidades e igualdade de oportunidades no plano laboral e na vida política.

Segundo a agência das Nações Unidas, o crescimento demográfico exponencial em África explica-se com a menor mortalidade infantil, maior taxa de fertilidade e pelo aumento de mulheres em idade reprodutiva.

O crescimento do total de habitantes do continente africano, segundo as projeções da UNICEF, levará ao aumento dos atuais 1.200 milhões para 2.500 milhões de pessoas em 2050.

29 de outubro - Dia Mundial do AVC
Este sábado, dia 28 de outubro, serão apresentados os resultados preliminares do projeto EVT-PT, desenvolvido pelo grupo de...

Com este estudo, a Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral pretende “caracterizar acesso nacional à trombectomia endovascular, especificando e avaliando a sua equidade regional”, explica o Dr. João Sargento Freitas, um dos autores do estudo. Por outras palavras, o objetivo é identificar áreas geográficas com potenciais limitações nesta terapêutica, servindo os resultados desta análise como “base para a discussão da rede nacional de prestação de cuidados ao doente com AVC, especificamente na realização da trombectomia mecânica”, acrescenta o médico.

A trombectomia endovascular ou mecânica é um procedimento que consiste na remoção de um trombo (coágulo), sob orientação de imagem, utilizado em casos de AVC isquémico (oclusão da artéria cerebral), quando não há indicação para o doente realizar trombólise endovenosa (processo pelo qual se dissolve um trombo formado na corrente sanguínea, que só pode ser administrado nas primeiras horas após a ocorrência do AVC). O procedimento passa pela incisão do vaso sanguíneo por cateter para extração do coágulo e é efetuado por profissionais especializados, nomeadamente de Neurorradiologia de Intervenção. A trombectomia mecânica é um tratamento inovador para os doentes com AVC que tem a vantagem de levar à rápida remoção dos trombos, mostrando-se eficaz na recanalização das artérias cerebrais e na redução de sequelas do AVC.

Neste trabalho, foi feito um levantamento do número de procedimentos deste tipo a nível nacional, com a recolha de dados entre junho 2015 e junho 2017. “Já nesta reunião vamos ter disponível uma análise de base epidemiológica, robusta, com as taxas locais de acesso a trombectomia austadas para os principais fatores demográficos”, avança o Dr. João Sargento Freitas.

A 15.ª Reunião Anual da SPAVC irá decorrer ao longo de todo o dia e, para além da apresentação do estudo EVT-PT, abordará temas variados na área da prevenção, diagnóstico e do tratamento do AVC, entre as quais uma sessão inédita sobre o papel da tecnologia para os profissionais desta área. “As novas tecnologias poderão contribuir para uma comunicação mais eficaz entre os cuidados pré-hospitalares e hospitalares, permitindo assim uma referenciação mais rápida e eficaz destes doentes, tal como desempenhar um importante papel na referenciação inter-hospitalar”, afirma o Dr. João Pedro Marto, um dos palestrantes da sessão intitulada “Quais as ferramentas ideais que um ‘strokologista’ deve ter no seu smartphone”, que decorrerá ao início da tarde.

Na área de prevenção, o médico destaca a aplicação ‘Stroke Riskometer’, que “permite um cálculo aproximado do risco individual de AVC no espaço de 5 e 10 anos”, explica. Na área de tratamento “existem aplicações que auxiliam na tomada de decisão terapêutica, com fácil acesso a escalas de avaliação e recomendações”.

Oncologia
O regulamento pediátrico de medicamentos, aprovado há 10 anos, conduziu à autorização de 260 novos fármacos e promoveu a...

As conclusões constam de um relatório que a Comissão Europeia entrega hoje no Parlamento Europeu e no Conselho da Europa sobre os progressos realizados nos medicamentos para crianças desde que o regulamento pediátrico entrou em vigor, há 10 anos.

De acordo com as conclusões do relatório, registaram-se nesta década “progressos significativos” no desenvolvimento de medicamentos para crianças, os quais não teriam acontecido sem uma legislação europeia específica nesta área.

O regulamento permitiu, nomeadamente, a autorização de 260 novos medicamentos.

No entanto, os medicamentos contra o cancro nas crianças ainda só representam sete por cento dos planos de investigação pediátricos.

O comissário responsável pela saúde e segurança alimentar, Vytenis Andriukaitis, congratulou-se com os resultados obtidos pela legislação, embora lamente que os avanços registados na luta contra o cancro não se registem na oncologia pediátrica.

“Nos próximos dez anos devemos focar-nos em alcançar avanços semelhantes para as crianças”, adiantou.

O relatório indica que, em 2017, o número de planos de investigação pediátrica aprovados ascendeu a mil. Destes, 131 estavam completos no final de 2016.

A área com maior número de planos concluídos é a imunologia/reumatologia (14%), seguidas de doenças infeciosas (14%), do foro cardiovascular (10%) e vacinas (10%).

Estudo
A maioria dos inquiridos para um estudo sobre oncologia considera que são exigidas “demasiadas burocracias” a estes doentes...

Promovido pela Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO), o inquérito “Cuidados de Saúde em Oncologia: a visão dos doentes” foi realizado para “analisar a perceção dos doentes e sobreviventes de doença oncológica sobre os cuidados de saúde em oncologia”, tendo contado com 333 respostas de doentes ou com antecedentes de doença oncológica.

O inquérito visou sinalizar as maiores preocupações em relação à doença e avaliar o impacto da doença no dia-a-dia do doente, entre outros aspetos.

De acordo com as respostas aos inquéritos, 56% sentem que lhes são exigidas demasiadas burocracias para ter acesso aos direitos que lhe estão consagrados por lei.

Ainda na matéria do acesso, 64% disseram que preferem consultar o médico, em caso de dúvidas sobre doença e tratamento, com apenas três por cento a recorrem a associações de doentes, folhetos informativos e linhas de apoio com tal objetivo.

O inquérito revelou que 60% dos doentes oncológicos auscultados tiveram a primeira suspeita que podiam ter cancro após ter sentido alguns sintomas e que oito por cento tiveram a primeira suspeita no seguimento de um rastreio.

Em relação às preocupações com esta doença, a morte surge como a principal apreensão, com 32% a citá-la em primeiro lugar, seguindo-se o impacto físico e, em último, o embate financeiro.

No dia-a-dia do doente, os efeitos psicológicos foram o maior impacto da doença, com um aumento dos níveis de ansiedade e humor registado em 68% dos doentes, enquanto 60% elegeu o nível físico, com redução da mobilidade, náuseas e fadiga.

Para 59%, esse impacto foi maior no desempenho profissional e na capacidade de trabalho.

Entre os fatores que estes doentes mais valorizam, em primeiro lugar aparece a satisfação com a equipa médica (42%), seguindo-se a eficácia (43%), a segurança (39%) e a inexistência de efeitos secundários (37%) no tratamento.

Na consulta, 41% enaltecem a clareza na comunicação e no esclarecimento da informação e 20% atenção.

A maioria dos inquiridos (63%) concorda que “existe a ideia, entre a população portuguesa, que os doentes oncológicos não têm acesso aos tratamentos mais avançados, porque estes são demasiados caros”.

Também a maioria dos inquiridos (60%), está de acordo que, em Portugal, “existem demasiadas assimetrias regionais no que diz respeito à prevenção e tratamento do cancro”.

Para 59% dos inquiridos, falta implementar em Portugal um programa de rastreios organizados de âmbito nacional.

Dos inquiridos, 71% considera que a luta contra o cancro não é uma prioridade para a classe política em Portugal e, para 60%, o governo não faz o investimento necessário para que os doentes tenham acesso às terapêuticas mais avançadas e eficazes.

Ministério da Segurança Social
Cerca de 21,5% das pessoas que estavam de baixa por doença entre janeiro e setembro deste ano e que foram chamadas a juntas...

A mesma fonte adiantou, porém, que nem todas as situações podem ser consideradas fraude.

A secretária de Estado da Segurança Social revelou no Parlamento que, até setembro, foram realizadas 224.796 juntas médicas, mais do que em todo o ano de 2014 e tantas quantas as efetuadas em 2015.

Cláudia Joaquim falava perante os deputados das comissões de Orçamento, Finanças e de Trabalho, onde foi apresentado o Orçamento da Segurança Social para 2018.

Fonte oficial do Ministério de Vieira da Silva disse depois que, "cerca de 21,5% das verificações efetuadas em 2017 correspondem a situações consideradas aptas para o trabalho".

No Parlamento, a secretária de Estado lembrou que em 2016 já tinha havido um reforço da fiscalização aos subsídios por doença e sublinhou que o serviço de verificação das incapacidades temporárias está “a recuperar de quatro anos de perdas” de recursos.

O ministro do Trabalho, Vieira da Silva, já tinha anunciado que a fiscalização às baixas por doença vai ser melhorada e que haverá novos critérios de controlo para que o combate à fraude seja mais eficaz.

No Porto
Investigadores do Porto estão a avaliar o impacto de fatores psicológicos como as crenças, a capacidade de estar mais...

"Aquilo que nos motiva a estudar esta temática é uma perspetiva social, que passa pelo estigma que as pessoas com problemas motores e neuromotores, como tetraplegia, paraplegia, amputações e esclerose múltipla, partilham em termos da sua sexualidade", disse a investigadora Raquel Pereira, do laboratório SexLab, da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto (FPCEUP).

Segundo indicou, este estudo, que estará a decorrer ao longo de um ano e necessita da contribuição voluntária de pessoas entre os 18 e os 50 anos, com e sem incapacidade física, permitirá perceber as principais diferenças relativamente ao funcionamento e satisfação sexual, de modo a poderem planear-se intervenções mais adequadas às circunstâncias.

Apesar de a sexualidade ser essencial na saúde, continuou a investigadora, no que diz respeito às pessoas com incapacidade, esta é "frequentemente ignorada ou negligenciada pelos profissionais de saúde e pela sociedade em geral".

Dados de um estudo preliminar, realizado por Raquel Pereira junto de pessoas com diferentes incapacidades físicas, demonstraram "a elevada importância da sexualidade e intimidade enquanto direitos fundamentais para uma vida independente".

"A baixa autoestima, preconceito e isolamento social são vistos pelos participantes como as principais barreiras à sua sexualidade, os quais identificam o acesso à informação especializada como uma das principais necessidades para lidar com o impacto da sua condição física na sexualidade", referiu.

Ao nível das barreiras contextuais, foi identificado o acesso limitado a determinadas atividades, tecnologias ou recursos financeiros para tratamentos especializados, que poderiam facilitar a vida sexual dessas pessoas e ajudá-las a resolver algumas questões da sua sexualidade.

No final do projeto corrente, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), os investigadores esperam ter resultados que contribuam para um maior conhecimento científico e para promover a saúde sexual de pessoas com incapacidade física junto de profissionais de saúde e da comunidade em geral, através de palestras, meios de comunicação, fóruns, atividades psicoeducativas e informativas.

Embora não seja o foco deste projeto, desde que começou este trabalho, a investigadora tem percebido que a realidade portuguesa quanto à intervenção e ao acesso a tratamentos nesta área "é muito inconsistente".

"Há serviços onde já existem, outros em que vai havendo uma atitude mais positiva, mas nos quais os técnicos não conseguem dar resposta, e outros em que os profissionais nem sequer são sensibilizados para estas situações", contou.

Segundo Raquel Pereira, em países mais a norte da Europa, como a Holanda e a Dinamarca, já existe assistência sexual a pessoas com incapacidade física, onde são desenvolvidas estratégias e técnicas que lhes facilitam a atividade sexual.

"A própria sociedade também já tem outra abertura, permitindo com que já tenham sido criados mecanismos, leis e profissões que dão outro tipo de respostas às necessidades sexuais dessas pessoas", disse.

De acordo com a investigadora, embora já existam alguns estudos nesta área em Portugal, "ainda é necessário fazer muito ao nível de investigação".

"Não existe um campo de estudos nesta área e a informação que já existe não chega efetivamente às pessoas", acrescentou.

O inquérito tem uma versão masculina e outra feminina e estão assegurados aos participantes as normas de anonimato e confidencialidade.

Ministério da Educação
A Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares recebeu desde o início do ano letivo 70 queixas relativas à má qualidade das...

De acordo com dados enviados à agência Lusa, foram recebidas em setembro 36 reclamações e, até ao dia 20 de outubro, outras 44.

As refeições escolares têm sido alvo de várias queixas de pais e encarregados de educação, que vão desde a má qualidade à falta de pessoal, passando pela pouca quantidade de comida distribuída aos alunos e pelo não cumprimento das condições de higiene e segurança.

Das queixas recebidas em setembro, a maioria é referente a escolas da região de Lisboa e Vale do Tejo (16), sobretudo por causa da quantidade de comida distribuída aos alunos (6) e da falta de pessoal nos refeitórios (6). A qualidade da comida foi o motivo de três das queixas apresentadas e os ingredientes utilizados mereceram uma reclamação.

No mesmo mês, foram apresentadas nove queixas relativas a escolas da região Norte, sete do Centro e quatro do Alentejo.

Já este mês, e até ao passado dia 20 de outubro, foram apresentadas 12 queixas na região Norte, 11 na de Lisboa e Vale do Tejo, sete no Centro e quatro no Alentejo. A maior parte das reclamações recebidas dizem respeito à qualidade da comida.

Segundo os dados do Ministério da Educação, são 1.148 os refeitórios em funcionamento em Portugal continental nas escolas de 2º e 3º ciclos e secundário, sendo 348 de gestão direta, 776 de gestão adjudicada e 24 de gestão autárquica.

De acordo com as informações da tutela, os prazos dos contratos anteriores terminaram este ano, pelo que se abriu concurso para fornecimento das refeições escolares. Estes contratos, tal como os anteriores, são para três anos, refere o ministério, acrescentando que o concurso tem por base um caderno de encargos que impõe um conjunto de regras e de penalizações, que podem ir até à anulação.

O ministério recorda que no sistema de controlo interno está prevista uma “apreciação diária do serviço”, que poderá dar origem a reclamações, e que as queixas apresentadas por pais ou por alunos das escolas “são apreciadas pelos responsáveis locais pelo fornecimento dos serviços prestados e são refletidas no sistema de controlo”.

Garante que a Direção-Geral de Estabelecimentos Escolares (DGEstE) “segue atentamente todas as queixas reportadas, analisando e intervindo efetivamente junto das empresas fornecedoras de forma à imediata regularização dos casos sinalizados”.

Adicionalmente, “os serviços regionais da DGEstE têm a indicação expressa para acompanharem diariamente as escolas”, com técnicos que disponibilizem o apoio necessário para assegurar a qualidade das refeições”, tendo presentes as orientações dadas para que seja cumprido o estipulado no caderno de encargos.

“São também realizadas visitas aleatórias surpresa a cantinas escolares para comprovar que os requisitos contratualizados de quantidade e qualidade estão a ser escrupulosamente cumpridos”, acrescenta o ministério.

Serviço Nacional de Saúde
O ministro da Saúde anunciou hoje que convidou o regulador e o Tribunal de Contas a alargarem e aprofundarem as avaliações ao...

Adalberto Campos Fernandes falava na comissão parlamentar da Saúde sobre o relatório do Tribunal de Contas (TdC) relativo ao acesso a cuidados de saúde no Serviço Nacional de Saúde (SNS), que concluiu que, no triénio 2014-2016, ocorreu “uma degradação do acesso dos utentes a consultas de especialidade hospitalar e à cirurgia programada”.

Antes do ministro, os deputados ouviram a presidente da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), Marta Temido, e o presidente do TdC, Vítor Caldeira. A primeira negou qualquer limpeza de utentes das listas de espera, alegando erros devido a dificuldades informáticas.

Já o responsável do TdC considerou que os dados não são rigorosos nem refletem a realidade, mas destacou que "falsear não significa falsificar".

O ministro da Saúde começou por afirmar que “certos tipos de cavalgamentos não vão mudar o registo do diálogo político” e reiterou “formalmente a confiança técnica e política na equipa da ACSS”.

“O Governo reconhece e considera que o relatório do TdC é da maior utilidade”, disse, defendendo a ampliação do objeto das instituições auditadas pelo Tribunal de Contas: “O TdC podia e devia ir mais longe”, afirmou.

Adalberto Campos Fernandes referiu ainda que propôs à Entidade Reguladora da Saúde (ERS) a realização de “avaliações mensais” e que publicitasse mensalmente ou trimestralmente os seus resultados.

De “consciência tranquila”, o ministro declarou que até gostaria que o seu ministério estivesse “mais exposto”, até porque “quem não deve não teme”.

Sobre o documento elaborado pelo TdC, Adalberto Campos Fernandes disse que o mesmo “corresponde rigorosamente à verdade”. “Desafio que alguém o desminta”, declarou.

Em relação às deficiências encontradas, o ministro ressalvou que “o problema não só não é novo, como não está resolvido, arrasta-se há mais de 15 anos”, estando o seu ministério “a fazer tudo para o resolver, com meios próprios e externos”.

Questionado sobre a sua alegada intervenção na medida da ACSS, que conduziu ao expurgo de “erros” das listas de espera para consultas nos hospitais, Adalberto Campos Fernandes rejeitou qualquer ordem, limitando-se a dizer que aos organismos que tutela apenas foi pedido o cumprimento do programa do Governo e que zelassem pelo “rigor e transparência no acesso”.

“As revisões administrativas das listas têm de ser feitas com critérios, seriedade e transparência”, adiantou.

Sobre as recomendações do TdC, o governante disse que “obviamente” vão ser cumpridas e que vai esperar pela avaliação intercalar deste tribunal.

Porto
Investigadores nacionais e internacionais em doenças como Parkinson e epilepsia participam na sexta-feira e no sábado, no Porto...

Em Portugal, a incidência da epilepsia é de 30,6 casos por cada 100.000 habitantes. Os dados disponíveis relativos à doença de Parkinson apontam para uma prevalência de 270/100.000 habitantes na população portuguesa com mais de 50 anos, afetando cerca de 6.3 milhões de pessoas em todo o mundo.

De acordo com a organização, este encontro, que conta com cerca de 200 participantes, irá analisar também o tratamento dos efeitos adversos dos medicamentos para a doença de Parkinson, a consciência e a epilepsia, a seleção de doentes para a estimulação cerebral profunda e alguns casos clínicos em doentes adultos e pediátricos com epilepsia.

Organizado em parceria com a Liga Portuguesa Contra a Epilepsia e com a Sociedade Portuguesa das Doenças do Movimento, o Fórum conta com cerca de 30 investigadores nacionais e internacionais, entre os quais se destacam Nir Giladi, diretor do Departamento de Neurologia do Tel Aviv Sourasky Medical Center, e Elena Moro, professora de Neurologia na Universidade de Grenoble Alpes.

A organização destaca ainda a participação de Tiago Mestre, professor assistente na Universidade de Ottawa, Canada, Vicente Villanueva, Neurologista e diretor da Unidade de Epilepsia no Hospital La Fe, Espanha, e ainda Fabrice Bartolomei, professor da Universidade de Aix-Marselha e diretor do Service de Neurophysiologie Clinique, do Hospital La Timone, França.

O encontro encerra, no sábado, com um debate sobre “A Importância da Investigação Clínica na Formação Médica” com a participação de António Sarmento, da Ordem dos Médicos/Norte, Joaquim Ferreira, professor da Faculdade de Medicina de Lisboa, e Francisco Sales, neurologista da Unidade de Epilepsia, do Departamento de Neurologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

Serviço Nacional de Saúde
O presidente do Tribunal de Contas sugeriu hoje que o Ministério da Saúde crie um mecanismo de verificação regular que assegure...

Vítor Caldeira foi hoje ouvido no parlamento sobre o relatório da última auditoria ao acesso dos utentes ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), que apontam para maiores tempos de espera para consultas e cirurgias bem como para uma limpeza administrativa de doentes que falseia os dados.

O responsável do Tribunal de Contas considerou que os dados não são rigorosos nem refletem a realidade, mas destacou que "falsear não significa falsificar".

Vítor Caldeira propõe que "possa haver um mecanismo de verificação regular externa que assegure que a informação é fiável".

No final da audição, em declarações à agência Lusa, o presidente do Tribunal de Contas indicou que poderia ser uma entidade da esfera do sistema de saúde, mas externa à Administração Central do Sistema de Saúde, que verifique com regularidade os dados das listas de espera e do acesso ao SNS.

Não se trata assim da sugestão de uma auditoria externa, como chegou a ser proposta pela Ordem dos Médicos.

Entretanto, o Ministério da Saúde criou um grupo técnico independente, presidido pelo bastonário dos Médicos, para analisar os sistemas das listas de espera no SNS, na sequência do relatório da auditoria do Tribunal de Contas.

Estudo
Um estudo do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, hoje divulgado, concluiu que a maioria dos hospitais...

Segundo os investigadores da Unidade de Investigação em Epidemiologia (EPIUnit) do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), os hospitais nacionais adotam as principais medidas de prevenção de transmissão da tuberculose, mas “é necessário um maior esforço para a implementação eficaz dessas medidas, resolvendo pequenas falhas existentes”.

Defendem que para minimizar o risco de transmissão da tuberculose entre doentes, profissionais de saúde e visitas, é indispensável a existência de “um programa de prevenção que contemple medidas como o diagnóstico e a aplicação rápida e adequada de tratamento, o isolamento dos doentes em fase contagiosa, e a educação das pessoas para o uso de máscaras de proteção individual”.

Neste estudo, coordenado por Raquel Duarte, responsável pelo Núcleo de Investigação em Doenças Infeciosas da EPIUnit do ISPUP, foram aplicados questionários ‘online’ anónimos às comissões de infeção e aos médicos dos serviços de Infecciologia e Pneumologia, onde estes doentes são geralmente tratados.

Segundo as comissões de infeção, 92% dos hospitais apresentam um plano de controlo estabelecido, mas apenas cerca de metade (54%) avalia a sua implementação no dia-a-dia. Quanto à admissão ao diagnóstico, somente 37% dos médicos refere que estes doentes são encaminhados para uma avaliação rápida.

Os resultados mostram ainda que a política de isolamento é já uma realidade na maioria dos hospitais, sendo os doentes infetados internados em quartos separados, de acordo com 70% dos médicos.

A maioria dos profissionais de saúde (92%) refere que se usam máscaras de proteção individual para prevenir a transmissão da doença, embora nem sempre de forma estandardizada em relação ao tipo de máscara.

Raquel Duarte salienta que “os planos de controlo de transmissão nosocomial da tuberculose devem contemplar medidas que permitam um diagnóstico e início de tratamento precoce da doença; o isolamento do doente durante o período de contagiosidade; a educação do doente, das visitas e dos profissionais para a utilização de material de proteção individual”.

“Apesar de a maioria dos serviços questionados referir a existência de protocolos, foram identificadas falhas que devem ser colmatadas”, frisa Raquel Duarte.

O estudo, intitulado “Nosocomial tuberculosis prevention in Portuguese hospitals: a cross-sectional evaluation”, foi publicado no “The International Journal of Tuberculosis and Lung Disease”.

Serviço Nacional de Saúde
O presidente do Tribunal de Contas considerou hoje que há uma prática de limpeza das listas de espera no Serviço Nacional de...

Na comissão parlamentar de Saúde, Vítor Caldeira revelou aos deputados que na auditoria do Tribunal de Contas ficou claro que a cada ciclo de três anos o número de doentes em espera para consultas diminui, sendo uma realidade há vários anos.

"É uma prática que identificámos. Não aconteceu apenas em 2016, as operações de limpeza são uma prática", referiu o presidente do Tribunal de Contas, ouvido a propósito do relatório da recente auditoria ao acesso ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Vítor Caldeira afirmou, em reposta a questões dos deputados, que o Tribunal não tentou saber se houve ou não orientação política para se proceder a uma eliminação administrativa de doentes das listas de espera.

"O Tribunal de Contas olhou para os factos", afirmou, sublinhando que se concluiu que o sistema das listas de espera hoje existente "não proporciona fiabilidade".

"A informação não é rigorosa nem é real", disse o responsável do Tribunal de Contas, indicando que a consequência é "dar uma imagem que não é a realidade".

Administração Central do Sistema de Saúde
A presidente da Administração Central do Sistema de Saúde, Marta Temido, garantiu hoje que apenas foram eliminados das listas...

Marta Temido falava aos jornalistas no final de uma audição na Comissão Parlamentar da Saúde sobre o relatório do Tribunal de Contas (TdC) relativo ao acesso a cuidados de saúde no Serviço Nacional de Saúde (SNS), o qual concluiu que, no triénio 2014-2016, ocorreu “uma degradação do acesso dos utentes a consultas de especialidade hospitalar e à cirurgia programada”.

Sobre a eliminação de utentes das listas de espera para consultas hospitalares, o tema que dominou a audição parlamentar, Marta Temido afirmou que se tratou de “erros”, e não de pedidos de consultas, e que estes “erros” se deveram a dificuldades informáticas causadas por vários sistemas.

“Erros é uma coisa, eliminação com intenção de melhorar resultados é outra”, disse, assumindo que o impulso da medida foi da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), mas que a medida envolveu os hospitais e os centros de saúde, além de outros organismos do setor, e teve conhecimento das “várias tutelas, que estiveram sempre a par do que se estava a fazer”.

Após a audição de Marta Temido, será ouvido o presidente do TdC sobre o mesmo relatório, estando ainda agendada uma audição ao ministro da Saúde, pela mesma razão.

Sociedade Portuguesa de Cardiologia
É urgente aumentar o reconhecimento dos sintomas da insuficiência cardíaca, para que possamos ajudar todos aqueles que vivem...

Cerca de 80% das pessoas com Insuficiência Cardíaca são idosas. No Dia Internacional da Terceira Idade, que se assinala no dia 28 de outubro, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia relembra os quase 500 000 Portugueses que sofrem insuficiência cardíaca: um número assustador de doentes crónicos, cuja tendência não é decrescente. A insuficiência cardíaca tem uma taxa de mortalidade superior a diversos tipos de cancro, tais como o cancro da mama, do cólon, da próstata e a leucemia.

A melhoria das condições de vida, a maior qualidade dos cuidados de saúde e o avanço tecnológico, que têm garantido uma melhor prevenção e tratamento de diversas doenças, têm levado a um aumento da esperança média de vida da população Portuguesa. Portugal é hoje um país com uma população envelhecida e, como tal, com elevado risco de desenvolver insuficiência cardíaca.

“É urgente aumentar o reconhecimento dos sintomas da insuficiência cardíaca, para que possamos ajudar todos aqueles que vivem com esta condição!” É desígnio da Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) evitar que o número de doentes com insuficiência cardíaca continue a aumentar. Por este motivo, a SPC alerta Profissionais de Saúde, Tutela, Media e Sociedade Civil, para a necessidade de discutir a doença que constitui um grave problema de saúde pública em Portugal, constituindo a principal causa de internamento em doentes idosos, com importantes repercussões socioeconómicas.

Cerca de 1 em cada 3 pessoas, confunde os sintomas de insuficiência cardíaca (IC) com os sintomas normais de envelhecimento. O diagnóstico da insuficiência cardíaca resulta da constatação de um conjunto de sintomas e sinais que podem ser inespecíficos e de valorização difícil.

A insuficiência cardíaca é causada por alterações na estrutura e função do músculo cardíaco, que comprometem o aporte de nutrientes e oxigénio ao organismo. A sua progressão pode ser silenciosa, numa fase inicial, e tende a avançar por surtos de agudização, isto é, de descompensação da doença, levando a internamentos consecutivos.

No futuro, é expectável que 1 em 5 pessoas venha a desenvolver esta doença ao longo da vida. Cerca de metade dos doentes morre, em média, 5 anos após o diagnóstico. Além disso, o número de internamentos está diretamente relacionado com o aumento da mortalidade, pelo que a redução e prevenção das hospitalizações deve ser uma prioridade. A insuficiência cardíaca é muito debilitante, não só do ponto de vista físico, mas também emocional, o que leva frequentemente a estados depressivos e a outras patologias do foro psicológico, afetando doentes e cuidadores.

Recentemente, um consenso médico publicado na Revista Portuguesa de Cardiologia, órgão científico da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, alertou para a incapacidade de reconhecimento e diagnóstico da insuficiência cardíaca e para as consequências a nível de mortalidade e da deterioração da qualidade de vida dos doentes, bem como para as implicações e encargos económicos que esta doença acarreta.

Entre as medidas propostas no documento de consenso e como forma de contrariar a tendência de agravamento da situação atual, sugerem-se:

- Tornar a insuficiência cardíaca uma prioridade na saúde;
- Formar os profissionais de saúde;
- Criar um programa multidisciplinar de manejo integrado da insuficiência cardíaca a fim de assegurar o correto acompanhamento dos doentes;
- Melhorar o diagnóstico precoce através do doseamento de marcadores bioquímicos para exclusão da doença;
- Implementar uma metodologia de recolha de dados, com intuito de atualizar a informação epidemiológica de progressão da síndrome e de avaliar os impactos para a qualidade de vida dos doentes e para a economia do país.

Comissão Europeia
O comité de peritos da União Europeia sobre o glifosato decidiu hoje adiar um voto sobre o prolongamento da licença para o uso...

Na terça-feira, a Comissão Europeia fez saber que ia pedir uma renovação por cinco a sete anos, em vez dos dez previstos, na sequência de um voto não vinculativo do Parlamento Europeu (PE) defendendo a proibição do produto a partir de 2022.

Perante o novo adiamento de uma decisão no comité de peritos, o executivo comunitário salientou que vai refletir sobre os argumentos dos representantes dos Estados-membros e agendar em breve a data de uma nova reunião.

No comité de peritos, é necessária uma maioria qualificada de 55% dos Estados-membros que representem 65% da população da União Europeia (UE) para ser aprovada ou rejeitada uma proposta da Comissão Europeia.

O PE, no texto aprovado, nota que documentos internos da Monsanto, a empresa proprietária e fabricante de Roundup, um produto cuja substância ativa é o glifosato, lançam “dúvidas sobre a credibilidade de alguns estudos, tanto os patrocinados pela Monsanto como os estudos presumivelmente independentes, que figuravam entre os dados utilizados pela EFSA (Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos) e ECHA (Agência Europeia dos Produtos Químicos) para a sua avaliação de segurança do glifosato”.

No texto adotado, o Parlamento Europeu defendeu a proibição de quaisquer utilizações de glifosato em parques públicos, parques infantis e jardins públicos, ou nas suas imediações, após 15 de dezembro deste ano.

A 09 de outubro passado, a Comissão Europeia anunciou ter recebido uma iniciativa de cidadania europeia para proibir o uso de herbicidas à base de glifosato, que recolheu mais de um milhão de assinaturas de cidadãos da UE.

A iniciativa de cidadania europeia, a quarta a ser apresentada, pede a Bruxelas que “proponha aos Estados-membros a proibição do glifosato, reforme o procedimento de aprovação de pesticidas e estabeleça, ao nível da UE, metas de redução obrigatórias para a utilização de pesticidas”.

Sociedade Portuguesa de Medicina Interna
Mais e melhor prevenção, consolidação da rede de Unidades de AVC e melhores tratamentos e um encaminhamento mais célere através...

A propósito do Dia Mundial do AVC, que se assinala a 29 de outubro, a especialista chama a atenção para a necessidade de um acesso rápido por parte dos doentes a determinados tratamento e intervenções, que podem fazer a diferença. Aliás, Maria Teresa Cardoso, referindo-se às terapêuticas de reperfusão de vaso ocluído, defende mesmo que esta rapidez “é a chave no sucesso e constitui um enorme desafio na reorganização do sistema de saúde. Há ainda um enorme potencial de crescimento para estas estratégias terapêuticas”. Medidas às quais acrescenta o “aumento dos centros de intervenção e/ou a criação de estratégias de transporte direto dos doentes para esses centros após avaliação de indicação”, obrigam a uma reorganização rápida dos recursos. “É pois um grande desafio tornar as novas estratégias terapêuticas na fase aguda do AVC rapidamente acessíveis  à maioria da população.”

De acordo com os dados publicados pela Direção-Geral da Saúde (Relatório do Programa Nacional para as Doenças Cérebro-Cardiovasculares 2017), tem-se assistido a “uma diminuição progressiva da mortalidade por AVC nos últimos anos em Portugal (19,7%), particularmente no AVC isquémico abaixo dos 70 anos (redução de 39%)”, o que se traduziu em “menos 1261 óbitos entre 2013 e 2014. Estes resultados refletem uma melhor prevenção (lei da cessação tabágica, legislação sobre o conteúdo de sal no pão, tratamento da hipertensão, anticoagulação na fibrilhação auricular, controlo da diabetes entre outros), uma consolidação da atividade nas unidades de AVC, uma melhoria no encaminhamento dos casos de AVC agudo através da via verde e a uma enorme evolução no tratamento da fase aguda do AVC”.

A estes números juntam-se outros, aqueles que revelam que “em 80,7% dos casos decorreram menos de duas horas entre a identificação dos sinais e sintomas de AVC e o encaminhamento através da Via Verde do AVC”, cuja ativação “leva a uma resposta célere, mais adequada e eficaz dos serviços de saúde. E aqui assume particular relevância a educação das populações para o reconhecimento precoce dos sinais de alarme e da forma de acionar os meios específicos de auxílio (112)”, reforça a médica. 

Administração Central do Sistema de Saúde
A presidente da Administração do Sistema de Saúde admitiu hoje que as listas para consultas hospitalares foram expurgadas em...

Marta Temido está a ser ouvida pelos deputados sobre as conclusões do relatório da auditoria do Tribunal de Contas (TdC) relativo ao acesso a cuidados de saúde no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Este relatório refere que, no triénio 2014-2016, ocorreu “uma degradação do acesso dos utentes a consultas de especialidade hospitalar e à cirurgia programada”.

Nessa data, “ocorreu um aumento do tempo de espera no acesso a consultas de especialidade, que constituiu um entrave ao acesso às consultas hospitalares no SNS”, lê-se no documento.

O relatório motivou fortes críticas dos deputados que confrontaram a presidente da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) com algumas das conclusões do documento e quiseram saber quem deu as ordens para a alegada eliminação dos utentes em listas de espera.

Marta Temido começou por afirmar que o organismo a que preside não se revê em algumas acusações do TdC, tendo recordado que “os procedimentos administrativos de alegada limpeza não são uma realidade nova”, como o que terá acontecido em 2013.

A presidente da ACSS admitiu que, em 2016, este organismo procedeu à eliminação da inscrição de elementos que tinham faltado à consulta, sem justificação válida, mas “não com a intenção de falsear” dados, mas antes de “melhorar a informação”.

Este procedimento terá sido realizado com a participação de hospitais, centros de saúde e de administrações regionais de saúde, afirmou Marta Temido, acrescentando ter em seu poder um conjunto de mensagens de alguns elementos destes organismos a afirmarem que não se revêm nas conclusões do TdC.

Marta Temido, para quem o sistema informático é o “calcanhar de Aquiles” da ACSS, admitiu ainda alguns “procedimentos manuais” que terão atrasado o processo de encaminhamento de utentes e que tal se deve ao facto de a plataforma informática que sustenta o acesso não permitir melhorias e estar, por isso, bloqueado.

“A ACSS procurou, com as entidades hospitalares e centros de saúde, identificar quais os utentes com estes sistemas de informática que justificavam uma colocação diferente daquela que o sistema estava a ler”, explicou.

Segundo Marta Temido, “o que houve foi um trabalho de cruzamento de dados”.

Este cruzamento terá tido como objetivo “dispor de dados para livre acesso e circulação dos utentes no SNS”.

Relativamente à emissão dos vales cirúrgicos, Marta Temido atribuiu alguns atrasos registados a questões relacionadas com os procedimentos concursais na emissão.

A atribuição dos vales cirúrgicos “depende de um processo automático, em que os sistemas de medição de tempos emitem mensagens. Essa operação de envio de vales e de notas de transferências confrontou-se com alguns problemas, em termos de respostas, devido a procedimentos concursais”.

Segundo o relatório do TdC, “no último trimestre de 2016, num período de apenas 23 dias (entre 03 e 26 de outubro) foram emitidos 49.495 vales cirurgia e notas de transferência, 60,5% do total de emissões do ano. Nos anos anteriores (2014 e 2015), a emissão de vales cirurgia e notas de transferência ocorreu, como seria expectável, ao longo de todo o ano”.

Profissionais de saúde
O Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência publicou hoje um novo guia de respostas a problemas relacionados com a...

O guia, “Respostas sanitárias e sociais aos problemas relacionados com as drogas: um guia europeu”, é baseado nas análises de 30 países e explica por exemplo como dar resposta a problemas de consumo de heroína por parte de pessoas com mais idade, como abordar mortes provocadas por drogas potentes, ou como evitar danos causados por consumos de droga e álcool em festivais e bares.

Em comunicado o Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (EMCDDA) explica que o guia foi concebido para ajudar quem aborda os problemas da droga na perspetiva do planeamento da saúde pública, como os técnicos e profissionais de saúde.

O novo guia “proporciona orientações práticas a fim de permitir conceber, orientar e concretizar de forma mais eficaz as respostas no domínio da droga, fornecendo os elementos de base para o desenvolvimento e a boa execução das intervenções”, explica o Observatório no comunicado.

Nas palavras de Alexis Goosdeel, diretor do Observatório citado no documento, o guia analisa alguns dos principais desafios atuais em matéria de saúde pública no que respeita às drogas e “proporciona um roteiro para as várias fases de conceção, orientação e concretização de respostas eficazes”.

Ainda segundo o comunicado, o guia aborda os problemas associados a diferentes tipos de droga e padrões de consumo, a necessidades de grupos diferentes (mulheres, migrantes ou jovens, por exemplo), e a problemas em diferentes cenários (prisões, festivais ou escolas, por exemplo).

E porque os problemas relacionados com as drogas estão frequentemente associados a outros, sanitários e sociais, o guia salienta a importância da criação de parecerias com serviços de outras áreas, e dá exemplos de “uma variedade de abordagens colaborativas na Europa”, das prisões aos donos de bares, da polícia aos serviços de emergência e às autarquias.

Por outro lado, se a internet, as redes sociais e as novas tecnologias estão a mudar a forma de comprar drogas, são também ferramentas que devem ser usadas “para apoiar uma melhor execução das iniciativas em matéria de prevenção, tratamento e redução de danos”, diz o guia.

Nele analisa-se ainda os progressos realizados até agora em matéria de prevenção e redução de danos, a ligação droga-hepatite C, as mortes por “overdose”, o aparecimento rápido de novas substâncias psicoativas, as mudanças de políticas em relação à canábis, ou mesmo a vulnerabilidade dos migrantes em matéria de drogas.

“O presente guia é, até ao momento, a nossa primeira e mais ambiciosa tentativa de reunir informação de uma forma acessível sobre as respostas disponíveis nas áreas sociais e de saúde relacionadas com o consumo de drogas na Europa. Ao realçar as lacunas no conhecimento e nas práticas, bem como as oportunidades de melhoria e de desenvolvimento, o guia oferece a base para um programa de trabalho atualizado neste domínio para os próximos anos», disse Alexis Goosdeel, citado no comunicado.

Em Lisboa está a decorrer entre hoje a quinta-feira a segunda Conferência Europeia sobre Comportamentos Aditivos e Dependências, coorganizada pelo EMCDDA, pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), e pela International Society of Addiction Journal Editors (ISAJE).

João Goulão, diretor do SICAD, disse à Lusa que a conferência “Lisbon Addictions 2017” junta 1.200 participantes de 71 países.

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