Infecção bacteriana da pele

Erisipela

Atualizado: 
24/04/2019 - 10:37
Manifesta-se através de vermelhidão, dor e edema. Trata-se de uma infecção aguda da pele e chama-se erisipela.

A erisipela é uma infecção bacteriana da pele mas que pode numa porção mais profunda atingir o tecido subcutâneo (derme profunda e tecido gorduroso). A bactéria responsável por esta infecção é o estreptococo que entra na pele a partir de uma lesão através das gotas de saliva microscópicas, contaminadas e expelidas ao falar, tossir ou através dos espirros. Em condições normais, as bactérias não conseguem penetrar na pele.

A ferida pode ser microscópica mas os estreptococos conseguem atravessar a superfície da pele e provocar  infecção, mais frequente nas pessoas com o sistema imunitário enfraquecido, ou em diabéticos, obesos e pessoas com problemas na circulação sanguínea venosa, como insuficiência venosa crónica. Pode todavia surgir em qualquer pessoa de qualquer idade.

O tempo de incubação pode ir até oito dias, mas a progressão é rápida, podendo atingir áreas extensas em pouco tempo. Aparece geralmente nas pernas, mas pode surgir na cara, tronco e braços.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito através da observação da pele e dos sinais e sintomas descritos pelo doente. Podem ser realizadas análises ao sangue para avaliar a evolução da doença.

Sintomas

Esta infecção caracteriza-se por sintomas gerais e cutâneos. Ou seja, ao nível da pele o doente apresenta vermelhidão, dor e edema (inchaço) da região afectada, sendo que nos casos mais graves podem desenvolver-se feridas. Também em alguns casos pode haver a formação de bolhas e neste caso chama-se de erisipela bolhosa.

Ao nível dos sintomas gerais, o doente refere febre, arrepios, perda de apetite e mal-estar geral e, habitualmente, ocorre o aumento dos gânglios linfáticos regionais (comummente chamadas de ínguas).

Tratamento

Quando se procede ao tratamento oportuno, as manifestações cedem rapidamente. Se a infecção não for imediatamente tratada pode provocar algumas complicações. Por exemplo a formação de abcessos cutâneos, cuja cura provoca o aparecimento de cicatrizes, e a disseminação da infecção a outros órgãos e tecidos.

Habitualmente o tratamento é baseado em antibioterapia específica para a bactéria causadora, mas deve tratar-se também a origem da infecção (porta de entrada da bactéria), para evitar o retorno da doença.

Pode ser necessária a administração de medicamentos para as dores e baixar a febre. Para reduzir o edema são necessários grandes períodos de repouso, com as pernas levantadas e, se necessário, colocar ligaduras elásticas. A aplicação de compressas frias sobre as lesões pode aliviar a dor local.

Precauções

  • Tanto o próprio paciente como as outras pessoas devem evitar o contacto directo com as lesões cutâneas;
  • Convém desinfectar com água a ferver a roupa, toalhas e restantes utensílios pessoais que tenham estado em contacto com as lesões cutâneas;
  • Quando as lesões afectarem um membro, convém mantê-lo elevado, de modo a travar o avanço da inflamação;
  • Convém não coçar ou pressionar as lesões para evitar a formação de abcessos cutâneos;
  • Caso as lesões se localizem na face, deve-se suspender o barbear até uma semana após o desaparecimento dos sinais e sintomas. 

Prevenção

  • Os cuidados de higiene são fundamentais para evitar novos episódios;
  • Após a higiene, os pés devem ser bem secos principalmente no espaço entre os dedos;
  • Usar fungicidas e meias de algodão;
  • Escolher bem o calçado para evitar lesões;
  • Tratar cuidadosamente as frieiras ou ferimentos;
  • Usar meias elásticas e elevar as pernas para evitar o edema;
  • Recorrer ao médico se surgir algum sintoma.
Fonte: 
dermatologia.net
medipedia.pt
Nota: 
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