Estudo publicado na Lancet

Estimulação do cérebro mostrou-se eficaz a tratar anorexia

Estudo publicado na Lancet dá pistas para novos tratamentos dos sintomas da anorexia através da colocação de eléctrodos no cérebro.

A solução para os casos mais graves de anorexia pode passar pela estimulação de áreas específicas do cérebro com a ajuda de eléctrodos, indica uma investigação de cientistas norte-americanos e canadianos com "resultados promissores” e que acaba de ser publicada na revista científica Lancet.

O grupo de investigadores do Krembil Neuroscience Centre da University Health Network, em Toronto, conseguiu demonstrar que a técnica de estimulação cerebral profunda pode ser uma solução para o tratamento de doentes com anorexia nervosa que têm resistido a outros tratamentos. O ensaio piloto para este distúrbio alimentar, que se traduz numa redução limite da quantidade de alimentos ingeridos, ainda está na fase 1, mas os cientistas estão entusiasmados com os resultados, escreve o Público Online.

A técnica está em fase experimental e só algumas das doentes mostraram melhorias. Depois de nove meses de tratamento, três das seis mulheres que estão no ensaio tinham engordado e mostravam estar psicologicamente melhor. Duas delas conseguiram mesmo integrar um programa específico para pessoas com distúrbios alimentares.

Para estas três doentes, "este foi o período mais longo de aumento sustentado do Índice de Massa Corporal (IMC)” – que avalia a relação entre peso e altura – desde o início da doença. Uma das participantes tinha um IMC de 11, quando o normal para o seu caso era entre 18,5 e 24,9, e conseguiu chegar aos 21.

A técnica, conhecida como estimulação cerebral profunda, esteve associada a melhorias no humor, ansiedade e depressão sendo que os investigadores perceberam que há diferenças estruturais e funcionais no cérebro das pessoas com e sem anorexia, que influenciam sintomas como a ansiedade ou a percepção do próprio corpo. Contudo, três das seis mulheres não mostraram qualquer ganho de peso e os cientistas justificam este facto com "vários eventos adversos associados”, incluindo o caso de uma doente que sofreu uma convulsão. Outros efeitos adversos incluem dor, náuseas ou ataques de pânico.

Fonte: 
Público Online
Nota: 
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