Duas em cada 10 portuguesas contraem vaginose bacteriana
Numa amostra de 300 mulheres em idade fértil, 20% já contraíram vaginose bacteriana pelo menos uma vez e que 37% estão colonizadas com a respectiva bactéria (Gardnerella vaginalis), revela um estudo do Centro de Engenharia Biológica da Universidade do Minho, noticiado pela Netfarma.Segundo os responsáveis pelo estudo, os dados de Portugal aproximam-se dos máximos registados em estudos internacionais, mas, ao contrário destes, não se notaram variações significativas entre as etnias e as zonas rurais/urbanas analisadas.
O professor da Universidade do Minho acrescenta que há mulheres que tiveram um aborto ou parto prematuro e desconhecem o motivo, não o associando à vaginose bacteriana.
Nuno Cerca sustenta, a propósito, que os ginecologistas em geral utilizam as terapêuticas mais antigas, apesar das novas terapias em vigor nos EUA, originando "taxas de recaída alarmantes”.
"Sabe-se que esta condição está relacionada com os hábitos sexuais, mas não há consenso se é sexualmente transmissível”, admite Nuno Cerca.
O tema "é pouco estudado” a nível mundial, ao contrário de doenças fatais como cancro e malária.
Este assunto é investigado na Universidade do Minho há três anos, com o apoio da Fundação para a Ciência e Tecnologia. O estudo da Universidade do Minho é o primeiro a nível nacional sobre a prevalência da vaginose bacteriana.