Tumores

O que são os Linfomas Cutâneos?

Atualizado: 
05/02/2022 - 09:46
Os linfomas cutâneos são um tipo de Linfoma não-Hodgkin, um tipo de tumor que se desenvolve nos linfócitos, que atingem a pele. Estes podem ser classificados em linfomas de células T e de células B.

O que é o Linfoma?

De acordo com a especialista em Hematologia, Daniela Alves, o linfoma “é uma doença maligna que afeta os linfócitos” (um subtipo de glóbulos brancos), que têm como função a “montagem e regulação da resposta imunitária”, combatendo desde infeções virais a células cancerígenas (linfócitos T) e a quem cabe a produção de anticorpos. (linfócitos B). Embora existam outros tipos linfócitos, como as células NK (Natural Killer), neste artigo, centramo-nos nestes dois tipos, habitualmente associados ao linfoma, nomeadamente ao linfoma cutâneo.

Apesar de habitualmente se encontrarem nos gânglios linfáticos, no sangue e no baço, os linfócitos “podem ainda ser encontrados noutros órgãos tais como o estômago, intestino, pulmão, amígdalas, entre outros”. Isto quer dizer que os linfomas podem afetar qualquer local onde se encontram linfócitos.

A classificação do tumor dependerá do tipo de linfócito e da localização envolvida.

Segundo a especialista, existem dois grandes grupos de Linfomas: Linfomas de Hodgkin e Linfomas Não Hodgkin.

O Linfoma de Hodgkin é uma neoplasia caracterizada pela existência de células Reed-Sternberg (células malignas gigantes). É pouco frequente e atinge sobretudo adultos com idade mais avançada.

O Linfoma Não Hodgkin (LNH) é constituído por um grupo muito grande e heterogéneo de doenças e consiste na proliferação de linfócitos B (cerca de 85% dos LNH) ou linfócitos T.

Segundo a hematologista, podem ser classificados em linfomas indolentes (considerados de evolução mais lenta e crónicos) e linfomas agressivos (de evolução mais aguda, mas que são curáveis).

Os Linfomas Cutâneos

Os Linfomas Cutâneos são um subtipo de Linfoma Não Hodgkin (LNH) que afetam a pele, podendo ter origem nas células B ou nas células T.

O Linfoma Cutâneo de Células B (LCCB) é, frequentemente, subdiagnosticado, uma vez que, pelas suas características, é facilmente confundido com um processo inflamatório não neoplásico. Trata-se de um tipo de linfoma indolente, que apresenta baixa agressividade e pouca capacidade de disseminação.

O LCCB pode ser classificado como primário ou secundário, sendo o primário aquele que tem sua origem na pele, enquanto o secundário se origina em outro sítio e depois acomete a pele.

Clinicamente, o LCCB caracteriza-se por um pequeno número de lesões, que podem ser nódulos ou infiltrações, com crescimento relativamente rápido.

O seu tratamento dependerá do tipo de linfoma e da extensão da doença. A radioterapia está, por exemplo, indicada nos casos de doença localizada. Outra hipótese é a cirurgia. Em estadios mais avançados é usada a quimioterapia associada a um anticorpo monoclonal.

O linfoma centrofolicular e o linfoma da zona marginal são os tipos de Linfoma Cutâneo de Células B mais frequentes.

Por seu lado, o Linfoma Cutâneo de Células T (LCCT), mais raro, costuma ser persistente e de crescimento muito lento.

Os tipos mais comuns de LCCT são a Micose fungoide e a Síndrome de Sezary. Ambos se manifestam de forma muito subtil e caracterizam-se pelo aparecimento de placas avermelhadas, descamativas, que causam comichão intensa, podendo ser confundidas com alergias ou irritações da pele (processos eczematosos).

Podem desenvolver-se tumores e eritrodermia. Em casos mais avançados pode ocorrer aumento dos gânglios, acometimento do sangue e de órgãos internos.

O tratamento do LCCT pode consistir em terapia direcionada à pele, que inclui medicamentos tópicos (corticoides e retinoides) ou fototerapia. A quimioterapia é utilizada quando mais nenhuma outra terapêutica resulta ou quando a doença se disseminou para outro local além da pele.

Referências:
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-do-sangue/linfomas/linfomas-cut%C3%A2neos-de-c%C3%A9lulas-t
https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/linfoma-cutaneo/57/
http://www.oncoguia.org.br/conteudo/tratamento-para-tipos-especificos-de-linfoma-de-pele/4910/649/
https://bestpractice.bmj.com/topics/pt-br/1025
https://www.apcl.pt/pt/doencas-do-sangue/linfoma/linfomas-cutaneos

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Autor: 
Sofia Esteves dos Santos
Nota: 
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