Inflamação cutânea

Antecipe-se às frieiras: saiba como as prevenir

Atualizado: 
07/08/2020 - 10:04
Além das baixas temperaturas, o inverno traz consigo dias de chuva e de vento que obrigam a precauções redobradas. Sobretudo nesta altura do ano, e por ser esta a nossa principal barreira protetora à ação dos agentes de agressão externos, os cuidados a ter com a pele devem ser diários, de forma a prevenir o surgimento de lesões.
Mulher com creme na mão

Provocadas pela exposição ao frio, as frieiras são um problema típico no inverno, que afeta geralmente as extremidades do corpo, como os dedos dos pés, por estarem mais propensos a uma circulação sanguínea insuficiente.

Na origem desta inflamação cutânea está uma contração excessiva dos pequenos vasos sanguíneos existentes à superfície da pele como reação ao frio, que irá depender da sensibilidade de cada pessoa, impedindo o fluxo sanguíneo de chegar às extremidades do corpo. A esta contração sucede-se assim uma recuperação da temperatura da pele, que leva a um congestionamento da circulação, pela rápida expansão dos vasos sanguíneos.

Contudo, a exposição ao frio, à humidade e ao vento não é o único fator de risco para o desenvolvimento de frieiras. Existem outras condições que podem contribuir para o seu aparecimento, entre as quais, antecedentes familiares, alguns problemas de saúde, como problemas circulatórios e cardiovasculares que possam afetar a circulação sanguínea e doenças crónicas, como a diabetes, que afeta a sensibilidade do organismo ao frio, bem como desequilíbrios hormonais. Também as diferenças de temperatura acentuadas, o uso de roupas e calçado muito justos, um baixo índice de massa corporal, o tabaco e o álcool são fatores de risco. Embora todos possamos sofrer de frieiras, esta lesão é mais comum em mulheres, idosos e crianças.

No respeitante aos sintomas desta lesão, estes podem assemelhar-se aos sintomas de uma queimadura. Além de dor e desconforto, esta inflamação poderá provocar inchaço, alterações na cor da pele, descamação, prurido, bolhas, fissuras e úlceras.

Na maioria dos casos, as frieiras são passageiras e desaparecem num espaço de duas a três semanas, sendo ainda assim necessários alguns cuidados, como manter a pele das regiões afetadas seca, evitando a sua exposição ao frio, como também a fontes de calor. No entanto, deverá recorrer a um podologista caso os sintomas se agravem, se sofrer de frieiras de forma recorrente, se não verificar melhorias no espaço de duas a três semanas, se tiver febre ou dificuldades motoras.

Já os diabéticos ou doentes com problemas circulatórios devem ter cuidados redobrados e, sempre que verifiquem qualquer sinal ou sintoma de patologia nos pés, devem recorrer a um podologista, para um correto diagnóstico e acompanhamento.

Quais os cuidados a ter para prevenir este problema?

As frieiras são uma das complicações nos pés mais comuns no inverno, mas existem diversas medidas que podem ajudar a prevenir o seu aparecimento, em especial, hidratar bem os pés. Apesar da pele seca estar frequentemente associada ao verão, também o frio requer cuidados ao nível da hidratação da pele. Além do uso de cremes hidratantes, preferencialmente específicos para os pés, é fundamental evitar a exposição ao frio, bem como a mudanças bruscas de temperatura. Usar roupas e sapatos confortáveis e manter um estilo de vida saudável são ainda alguns dos cuidados a ter.

Não fume e evite o consumo excessivo de cafeína, que contribui para a constrição dos vasos sanguíneos, beba também muita água (mesmo que no inverno não sinta sede), faça uma alimentação saudável e pratique exercício físico, que melhora a circulação sanguínea.

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Autor: 
Manuel Portela - Podologista e Presidente da Associação Portuguesa de Podologia
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
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