Médicos especializados

Tratar do coração quando se luta contra o cancro

Hospital de Santa Maria cria equipa que irá estudar efeitos tóxicos dos tratamentos de rádio e quimioterapia para evitar a insuficiência cardíaca.

No Hospital de Santa Maria, em Lisboa, está a nascer uma nova especialidade. Chamam-lhe cardio-oncologia. Junta médicos do coração e oncologistas que avaliam os efeitos tóxicos dos novos medicamentos para tratar os efeitos do cancro da mama no coração. Estudos internacionais mostraram que entre 7% e 25% das doentes que fizeram um determinado remédio ficaram com insuficiência cardíaca, escreve o Diário de Notícias na sua edição digital. Na unidade portuguesa decorre um ensaio que já está a avaliar 93 mulheres. O objectivo é chegarem pelo menos às 200.

"Os novos medicamentos dirigidos a alvos específicos para o cancro da mama foram altamente benéficos para transformar o cancro numa doença crónica e a aumentar a população de sobreviventes. Mas verificou-se que estas terapêuticas tinham influência no coração, com as mesmas alterações que os medicamentos antigos e que provocam insuficiência cardíaca. Começou a nascer a necessidade de uma nova abordagem conjunta entre cardiologistas e oncologistas, que cria uma nova sub-especialidade: a cardio-oncologia", explica ao jornal Manuela Fiúza, cardiologista no Hospital de Santa Maria.

O tema foi ontem discutido no Congresso Português de Cardiologia. O primeiro sinal de alerta internacional surgiu quando as doentes que tomaram um medicamento para o cancro da mama dirigido a uma alteração genética específica começaram a ter problemas cardíacos. "Os estudos mostraram que entre 7% e 25% das doentes desenvolveram insuficiência cardíaca. Desde então começou tudo a ser investigado e tornou-se obrigatório nos ensaios avaliar os efeitos no coração."

Fonte: 
Diário de Notícias Online
Nota: 
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