8 de março - Dia Internacional da Mulher

SPC chama a atenção para o elevado o número de mulheres afetadas pelas doenças cardiovasculares

As doenças cardiovasculares são responsáveis pela morte de mais de 20 000 mulheres anualmente sendo, também, a principal causa de morte em Portugal! Anualmente, morrem por doenças cardiovasculares mais 4000 mulheres Portuguesas, do que homens.

Esta discrepância na taxa de mortalidade, por doenças cardiovasculares (DCVs), entre homens e mulheres pode dever-se a:

Sintomatologia inespecífica - Existe uma diferença significativa entre os sintomas, desencadeados pela doença coronária, em homens e mulheres, que pode ser subestimada pelas mulheres e pelos profissionais de Saúde, ou até confundida com outras causas.

Assim, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) alerta para a importância das mulheres serem sensibilizadas para este aspeto tão importante. Por exemplo, os sintomas mais frequentes na população feminina, despoletados por um ataque cardíaco podem incluir, apenas, um desconforto geral, semelhante a uma indigestão, sensação de ansiedade inesperada, náuseas, tonturas, palpitações, e/ou suores frios. Já na população masculina um ataque cardíaco revela-se habitualmente por sintomas típicos, como dor ou desconforto no peito, irradiando para o braço esquerdo ou maxilar inferior (mandíbula).

Uma vez que os sintomas nas mulheres são menos percetíveis e mais difíceis de valorizar, o diagnóstico acaba por acontecer em fases mais avançadas da doença, conduzindo a uma maior mortalidade das DCVs, nas mulheres;

Menor acesso a exames diagnósticos;

Idade mais avançada das mulheres;

Pressão Social Hoje em dia as mulheres são pressionadas por padrões de beleza que implicam um peso corporal baixo, facilitado pelo recurso ao hábito de fumar, com consequências nefastas para a sua saúde cardiovascular. A nicotina, componente químico responsável pela dependência do consumidor ao tabaco, influencia o sistema de regulação metabólico localizado no hipotálamo, uma região do cérebro, conduzindo à redução do apetite e potencial perda de peso. Porém, esta realidade tem uma fatura muito pesada, que se resume numa maior incidência e gravidade das DCVs.

O tabagismo é o responsável por cerca de 30% da mortalidade cardiovascular, encurtando a vida dos fumadores em 10 anos, em média. Apenas 10 anos após a cessação tabágica se verifica a atenuação dos seus efeitos nocivos. Já a equalização dos riscos de ex-fumadores, aos riscos e não fumadores, apenas ocorre decorridos 15 anos da cessação tabágica.

Face a esta realidade, a SPC adverte todas as mulheres para a adoção de um estilo de vida saudável, marcado por uma dieta equilibrada, rica em alimentos antioxidantes (como frutas e legumes), e pela prática de atividade física moderada e regular, idealmente com uma baixa exposição ao stress.

Para além da prevenção, que também deve passar pela avaliação do risco cardiovascular, em colaboração com o seu médico de família e/ou cardiologista, é particularmente importante estarem sensibilizadas para os sinais de alarme das DCVs. Esta é a melhor forma para diagnosticar atempadamente e garantir um acompanhamento apropriado.

Nas palavras do Presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, Dr. Miguel Mendes, “ao contrário do que é senso comum, as doenças cardiovasculares atingem mais as mulheres que os homens, pelo que devem ser tomadas todas as precauções, não só para prevenir a doença mas também para a diagnosticar atempadamente."

Fonte: 
SConsulting
Nota: 
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