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Os primeiros a receber a vacina da gripe querem proteger-se contra “os males”

Adelaide Vieira, 83 anos, foi uma das primeiras utentes a receber hoje a vacina contra a gripe, no âmbito da actual campanha de vacinação, e fê-lo porque acredita que desta forma está “mais protegida”.

“Todos os anos me vacino e nunca estou constipada”, disse à agência Lusa a octogenária, depois de receber a vacina no Centro de Saúde de Sete Rios, em Lisboa. Tal como Adelaide Vieira, outros idosos aguardaram na sala de espera pela sua vez de serem vacinados. Fizeram-no por estarem convictos de que a medida os vai proteger da gripe – doença que confundem com as comuns constipações -, alguns por sugestão do médico e outros porque acolhem as recomendações da Direcção-Geral da Saúde.

Na sala de espera, os utentes que ali aguardaram pela vacina contra a gripe tinham mais de 65 anos e é precisamente essa a idade em que as pessoas estão “mais vulneráveis” à doença, como disse a subdirectora geral da Saúde Graça Freitas. “É muito importante que as pessoas percebam que a vacina faz bem, que evita sobretudo complicações e até pode evitar a doença”, disse.

A especialista em saúde pública lembrou que as pessoas com mais de 65 anos ou mais anos pertencem ao “grupo mais importante”, pois são os que apresentam um sistema imunitário menos competente e com mais patologia associada. “Este é o grupo com que mais temos de nos preocupar contra a hipótese de complicações da infecção, como internamento, idas para as unidades de cuidados intensivos e até morte”, sublinhou Graça Freitas, que considera que as pessoas voltaram a confiar na vacina contra a gripe, depois da pandemia (gripe A), na época 2009-2010, ter causado “grande confusão, em termos de informação e comunicação, sobre a vacina”.

Com 75 anos, Helena recebeu a vacina contra a gripe por acreditar que esta ajuda “contra os males”. Confunde gripe com constipação e talvez por isso diga que, apesar da vacina, continua a constipar-se. Mas a vacina previne contra o vírus da gripe, nada podendo fazer contra as constipações, cujos sintomas se curam de muitas formas, mas não se evitam com vacinas. “Se faz bem ou não eu não sei, mas a verdade é que, desta forma, as doenças não atacam tão forte”, disse.

Segundo Direcção-Geral da Saúde (DGS), cerca de dois milhões de vacinas contra a gripe começam hoje a ser disponibilizadas em Portugal, sendo gratuitas nos centros de saúde para pessoas com mais de 65 anos.

Os cerca de 2 milhões de vacinas vão ser distribuídos pelas farmácias e pelas instituições do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

 

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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