Estudo

Famílias pouparam 90 milhões com revisão do preço dos medicamentos

As contas são do Infarmed - Autoridade do Medicamento. A revisão dos preços permitiu também que alguns hospitais, como o IPO do Porto, introduzissem tratamentos inovadores sem aumentar o valor global por doente.

As famílias portuguesas pouparam, nos últimos três anos, 90 milhões na farmácia. A conclusão é de um estudo do Infarmed - Autoridade do Medicamento, que avaliou o resultado da revisão do preço dos medicamentos.

O Infarmed conclui ainda que, contando com as despesas do Serviço Nacional de Saúde e das farmácias dos hospitais, a poupança total foi de 268 milhões de euros.

No caso dos medicamentos para uso hospitalar, a poupança foi mais sentida nos anti-retrovirais, usados no tratamento da SIDA, e nos medicamentos oncológicos.

Em declarações à Rádio Renascença, Francisco Rocha Gonçalves, vogal da administração do IPO do Porto, garante que a medida não constitui qualquer tipo de desinvestimento no tratamento do cancro: “Esta poupança é fruto sobretudo de condições negociais, isto é, não diminuiu o número de medicamentos que é consumido nem se desqualificou o tipo de tratamentos que se faz aos doentes. Aquilo que mudou na área do cancro foi a definição dos preços".

“Aquilo que o Infarmed fez foi definir um cabaz de países com preços relativamente baixos na Europa, para alinhar os preços portugueses. Os medicamentos passaram a entrar mais baratos e em consequência o volume total diminuiu sem ser preciso ter diminuído a quantidade de medicamentos, muito menos a quantidade de tratamentos dados aos doentes”, explica ainda o administrador do IPO do Porto.

Nestas declarações à Rádio Renascença, Francisco Rocha Gonçalves esclarece ainda que o IPO do Porto aproveitou a descida do preço dos medicamentos para introduzir fármacos inovadores - logo mais caros - sem aumentar a despesa global com os medicamentos.

“Aquilo que a diminuição dos preços conseguiu foi abrir espaço para essa inovação e para a entrada em vigor e em uso na instituição de medicamentos novos que vêm mais caros que os anteriores. Aquilo que conseguimos é oferecer aos doentes os tratamentos mais modernos sem aumentar os custos, a manter os custos, sensivelmente, de 2012 a 2014”, esclarece.

Fonte: 
RR
Nota: 
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