Disfunção sexual feminina

Vaginismo

Atualizado: 
31/07/2019 - 11:15
O vaginismo é um problema do sexo feminino, e ocorre quando se dá uma contracção involuntária dos músculos que rodeiam a entrada da vagina, não permitindo que o coito seja possível.
Mulher loira deitada na cama

Causas

A origem do problema é psicológica e não orgânica, pois é provocado por um profundo receio da penetração vaginal, mesmo que na maioria dos casos seja um receio inconsciente.

Nestas condições, qualquer tentativa de penetração é, obviamente, dolorosa ou inútil, o que impossibilita a realização do coito.

Deve-se referir que, como o reflexo responsável pelo espasmo muscular é automático, pode-se evidenciar mesmo quando a mulher manifesta um certo grau de excitação sexual e tenta relaxar a musculatura voluntariamente, embora não o consiga. O receio da penetração, que origina o problema, desactiva os circuitos dos neurónios encarregues de manter a musculatura vaginal relaxada ao longo da resposta sexual, uma condição indispensável para o coito.

A origem do receio pela penetração pode ser muito distinta. Por vezes, é originado por um problema orgânico, por exemplo, uma infecção vaginal, um hímen imperfurado ou qualquer malformação anatómica da região genital, que possa ter provocado, em relações anteriores, um coito doloroso. Nestes casos, o espasmo da musculatura vaginal constitui uma reacção de defesa que visa impedir a penetração e, consequentemente, evitar a dor, não sendo uma disfunção sexual.

Todavia, na maioria dos casos, a origem da disfunção não é orgânica, sendo provocada por factores psicológicos, conscientes ou inconscientes. Por vezes, o receio pela penetração está associado a experiências traumáticas sofridas na infância, como uma violação ou uma história de abusos sexuais, podendo até ser provocada por situações desta natureza em que, mesmo que não tenha afectado pessoalmente a mulher, foi acompanhado de perto pela mesma. Noutros casos, costuma ser provocada por conflitos intrapsíquicos profundos, relacionados com sentimentos de culpa ou vergonha em relação à sexualidade, consequentes de uma educação opressora ou demasiado rígida neste âmbito. Ou até por uma deficiente informação sobre a temática sexual que tenha gerado uma sensação de receio em perder a virgindade, de uma gravidez indesejada ou de contrair doenças venéreas.

Tratamento

Deve-se recorrer à prática de exercícios de relaxamento que permitam à paciente reduzir e, por fim, eliminar a ansiedade que as tentativas de penetração lhe provocam, o que por vezes proporciona a cura do problema.

Contudo, não convém tentar o coito até que se tenha a certeza de que a mulher já consegue relaxar convenientemente a musculatura vaginal e dilatar o canal sem dificuldades. Com este fim, pode-se recorrer à utilização de dispositivos dilatadores de diferente tamanho, os quais devem ser introduzidos suavemente na vagina e colocados até ao desaparecimento do espasmo muscular reflexo inicial. Deve-se começar por utilizar um dilatador fino e, depois, ir-se progressivamente passando para outros cada vez mais grossos, até que não se produza qualquer contracção espasmódica quando se utilize um que tenha as dimensões de um pénis normal em estado de erecção.

Caso não se deseje recorrer a dispositivos especiais, pode-se utilizar a mesma técnica, em primeiro lugar, através da introdução de um dedo e, depois, de tampões higiénicos cada vez mais grossos.
Independentemente do material utilizado, o objectivo da terapêutica é anular o reflexo condicionado responsável pelo problema, para que após a cura do problema e possa realizar o coito normalmente. Em condições normais, a correcta terapêutica, respeitando rigorosamente as instruções do especialista, possibilita a cura do problema num período de tempo relativamente curto.

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Fonte: 
medipedia.pt
Nota: 
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