Conhecida como a febre do papagaio

Psitacose

Atualizado: 
06/03/2014 - 16:31
A psitacose é uma pneumonia rara transmitida ao homem por determinadas aves, que provoca febre e sinais e sintomas respiratórios.

A psitacose, também conhecida como a febre do papagaio, é uma pneumonia rara causada pela Chlamydia psittaci, uma bactéria de reduzidas dimensões que se encontra principalmente em aves como papagaios, periquitos e rolas. Mais raramente, é possível ser encontrada noutras aves, como pombos, borrachos, galinhas e pavões.

As aves infectadas eliminam a bactéria através das suas secreções, sobretudo através dos excrementos, onde podem sobreviver durante um mês, conservando a sua capacidade de infecção. O contágio ao ser humano, de um modo geral, produz-se por via respiratória, através da inalação das pequenas partículas que se encontram suspensas no ar e provenientes das fezes contaminadas.

Contudo, o microrganismo também se pode transmitir através da picada de uma ave infectada e, em alguns casos excepcionais, de uma pessoa para outra através das pequenas gotas que são expulsas com a tosse.

A psitacose é a principal doença ocupacional de quem trabalha com animais domésticos ou nas criações aviárias. Estas são as pessoas mais expostas ao contágio, uma vez que estão intimamente em contacto com as aves. Por exemplo, as pessoas que têm aves de capoeira ou as que trabalham em lojas de animais, também podem ser afectadas pela doença bem como as pessoas que têm, simplesmente um papagaio ou uma ave semelhante em casa.

O método mais fiável para confirmar o diagnóstico é através de uma análise ao sangue.

Sintomas
O período de incubação da psitacose dura entre uma a duas semanas. A doença pode ser ligeira ou grave, dependendo da idade e da extensão do tecido pulmonar afectado.

A doença começa por se manifestar de forma brusca através de febre elevada acompanhada com arrepios, dor de cabeça, dores articulares e musculares por todo o corpo, apesar de serem mais intensas nas costas, e uma sensação de mal-estar geral.

Em seguida, surgem os sinais e sintomas da afectação pulmonar, nomeadamente tosse seca, que ao fim de pouco tempo se torna produtiva com expectoração mucosa ou sanguinolenta, dificuldade respiratória e sensação de falta de ar.

Caso se inicie o adequado tratamento nesta fase, a doença costuma desaparecer ao fim de algumas semanas, sem originar grandes problemas. Todavia, caso não se proceda ao devido tratamento as manifestações costumam persistir, nomeadamente através de um quadro típico de pneumonia e complicações graves consequentes da extensão do processo infeccioso ao coração, fígado, baço, glândulas supra-renais ou outros órgãos.

Tratamento
O tratamento baseia-se na administração de antibióticos activos contra o microrganismo responsável durante um período de uma ou duas semanas.

É aconselhável que o doente se mantenha em repouso na cama enquanto persistem as manifestações, cumpra uma dieta ligeira e beba líquidos em abundância.

Para além disso, caso se manifestem sinais e sintomas que evidenciem complicações, é possível que o especialista decida por internar o doente para que lhe seja administrado um tratamento intensivo e para que seja submetido a um controlo constante.

A recuperação pode levar muito tempo, especialmente nos casos graves. O índice de mortalidade pode atingir 30 por cento nos casos graves não tratados.

Prevenção
A psitacose é uma doença altamente contagiosa. Por isso, a prevenção é fundamental para evitar o contágio.

A prevenção consiste essencialmente na detecção das aves afectadas e em submetê-las ao tratamento oportuno. Ocasionalmente, as aves afectadas expressam alguns sinais e sintomas que evidenciam o padecimento do problema, como falta de apetite, debilidade notória, um franzir das penas ou estado de letargia, enquanto noutros casos o seu aspecto é perfeitamente normal. Em caso de dúvida, convém consultar um veterinário.

Por outro lado, os criadores e donos de aves podem proteger-se evitando o contacto com o pó das penas e das jaulas dos animais doentes.

Fonte: 
Manual Merck
medipedia.pt
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
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