Estudantes de Medicina

Proposta para reduzir número anual de estudantes

A Associação Nacional De Estudantes de Medicina entregou, aos ministros da Saúde e da Ciência, um conjunto de medidas para reduzir, em cinco anos, de 1.800 para 1.300 o número de estudantes de medicina por ano.

Em comunicado, a Associação Nacional De Estudantes de Medicina (ANEM) indica que, nesta proposta, é defendida a “extinção imediata do contingente adicional de 15% de vagas para licenciados a admitir nos cursos de Medicina”.

Outra proposta passa pela “redução fracionada, de 3% ao ano (em relação ao valor inicial), em cinco anos, do número de vagas nas escolas médicas portuguesas, num total de 15% ao final de cinco anos”.

A ser posta em prática, esta proposta “poderá traduzir-se, ao final de cinco anos, numa redução de cerca de 1.800 para cerca de 1.300 estudantes de Medicina por ano”.

De acordo com esta associação, “o número de estudantes é superior à capacidade formativa pré-graduada atual". "Em média, no ensino clínico pré-graduado existem oito estudantes por tutor, sendo que, em alguns casos, chegam a ser 18 estudantes para um tutor”.

“Este extravasar da capacidade formativa coloca em causa a qualidade do ensino e o atendimento aos utentes, que muitas vezes, em estado debilitado, são confrontados com mais de dez médicos à sua volta”, prossegue o documento.

Segundo a ANEM, “o número de ingressos nos cursos de Medicina ultrapassa também a capacidade formativa pós-graduada - aquela que permite a especialização dos diplomados em Medicina”.

“No final de 2015, 114 médicos foram impedidos de ingressar numa especialidade, porque o número de candidatos era superior às vagas disponíveis. Se nada for feito, no próximo concurso, que se realizará já em junho, serão provavelmente mais de 400 médicos a ficarem sem acesso a uma vaga e a tornarem-se médicos indiferenciados, somando-se aos 114 já existentes”, lê-se no comunicado.

Para a ANEM, “esta redução de 'numerus clausus' deverá ser acompanhada de medidas governamentais para um correto planeamento dos recursos humanos em saúde, com adequada identificação das regiões e especialidades médicas mais carenciadas”.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
ShutterStock