Greve dos enfermeiros

OM preocupada por hospitais do Norte não cumprirem serviços mínimos

O presidente da secção regional Norte da Ordem dos Médicos disse ontem estar “muito preocupado” pelo facto de vários hospitais do Norte não estarem a cumprir os serviços mínimos decretados para a greve dos enfermeiros.

“Isso, como é evidente, prejudica seriamente os doentes”, afirmou António Araújo.

O representante dos médicos revelou que os centros universitários do Porto e do São João e o Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho não cumpriram ontem os “serviços mínimos”, tendo doentes com doença oncológica não sido operados.

Além disso, o responsável pela Ordem dos Médicos na região Norte assumiu ver ainda com “muita apreensão” a situação atual por entender que se estão a “extremar demasiado as posições”.

“A Ordem dos Médicos está preocupada com o aumento do discurso de alguns dirigentes associativos de uma classe profissional de saúde que, como já foi afirmado, coloca em causa o relacionamento entre os vários profissionais de saúde”, considerou.

António Araújo ressalvou que não se tem constatado o estabelecimento de “diálogo e de pontes de consenso” que possam satisfazer quer as aspirações dos enfermeiros, quer as possibilidades que o Governo tem em as satisfazer

“Pelo contrário, tem-se fechado as portas ao diálogo, tem-se extremado cada vez mais as posições, por um lado do enfermeiro, por outro da tutela, e acaba-se por não se conseguir resolver a situação e lesar a saúde dos doentes”, vincou.

Por esse motivo, a Ordem dos Médicos exorta o Governo e as estruturas associativas dos enfermeiros a dialogarem.

O diretor clínico do Centro Hospitalar Universitário do Porto avançou ontem que os enfermeiros não cumpriram os serviços mínimos decretados para a greve, tendo sido operados apenas cinco dos 26 doentes considerados como “prioritários”.

Em declarações, José Barros adiantou que para ontem estavam agendados 30 doentes em 12 salas operatórias para cirurgia convencional e, desses, o hospital considerou que 26 cumpriam os atuais critérios de “serviços mínimos” (muito prioritários, prioritários, oncológicos ou TMRG [tempos máximos de resposta garantidos] expirados ou a expirar durante a greve).

A greve dos enfermeiros decorre desde quinta-feira e estende-se até fim de fevereiro em blocos operatórios de sete hospitais públicos, sendo que a partir de sexta-feira passa a abranger mais três hospitais num total de dez.

O secretário de Estado Adjunto da Saúde suspendeu relações institucionais com a Ordem dos Enfermeiros na sequência de posições e declarações da bastonária sobre a greve em blocos operatórios, segundo uma nota do gabinete de Francisco Ramos.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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