Governo

Nutricionistas propõem medidas para melhorar oferta alimentar nas escolas

A Ordem dos Nutricionistas propôs ao Governo um conjunto de medidas para melhorar a oferta alimentar nas escolas, evitar o desperdício e capacitar os pais e a comunidade escolar para a importância de fazer escolhas saudáveis.

A proposta teve como base um projeto-piloto de intervenção alimentar que a Ordem dos Nutricionistas desenvolveu durante um ano na Escola Básica 2,3 de Amarante e teve resultados muito positivos junto das crianças, disse a bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Alexandra Bento, num encontro ontem com jornalistas para assinalar o Dia Mundial da Alimentação, que se comemora hoje.

Uma das vertentes do projeto era alertar os alunos para o desperdício alimentar, desafiando-as a deitar num saco de plástico transparente a comida que sobrava para depois ser pesada. O objetivo era que as crianças terem consciência da comida que estavam a deitar fora, explicou Alexandra Bento.

Também fez parte do projeto a elaboração da ementa por um nutricionista, a decoração da cantina, tabuleiros e tigelas novas para comer a sopa, entre outras iniciativas, que contribuíram para que no final as crianças estivessem “mais conscientes” sobre a importância de fazer escolhas saudáveis na alimentação e “o desperdício alimentar tivesse baixado imenso”.

Para melhorar a oferta alimentar nas escolas, a Ordem dos Nutricionistas entregou em fevereiro ao Ministério da Educação uma proposta com várias medidas, entre as quais a inclusão de 30 nutricionistas nas escolas do país e a presença de um professor no refeitório para acompanhar os alunos na hora da refeição, que ainda não teve resposta, apesar de a secretária de Estado da Educação já ter dito que era uma excelente proposta, segundo Alexandra Bento.

“Em fevereiro deste ano enviámos uma proposta bem construída [ao Governo] sobre o que a escola deve fazer”, para assegurar refeições adequadas, aumentar a literacia face à alimentação, trabalhando com os professores, auxiliares, os pais e os encarregados de educação, mas também criar regras para melhorar a oferta alimentar em torno das escolas.

O objetivo é “auxiliar o Governo no desenho de políticas na área alimentar”, disse a bastonária, defendendo que é preciso pensar “a alimentação como algo que é estratégico para a população”.

“Se tivermos crianças melhor alimentadas vamos ter ganhos positivos. Se não o fizermos estamos a desperdiçar saúde e dinheiro”, vincou Alexandra Bento, salientando que “a solução para se comer bem é ter dinheiro e literacia”.

A bastonária saudou o facto de o primeiro-ministro já ter anunciado a contratação de nutricionistas, considerando que é um “compromisso importante” no sentido de dizer que é preciso mexer na gestão alimentar das escolas, mas é insuficiente.

“Pode-se considerar um começo, mas é insuficiente”, disse, esperando que esta medida seja integrada no Orçamento do Estado.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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