Uma infeção de pele mais frequente nos idosos

Herpes Zoster ou “Zona”

Atualizado: 
18/10/2019 - 10:14
A zona é uma infeção provocada pelo vírus herpes-zoster, o mesmo vírus responsável pela varicela, que é muito comum na população infantil. O vírus provoca as lesões cutâneas da varicela, migra até aos gânglios sensitivos e aí torna-se latente.

 

Nas idades mais avançadas, pode haver reativação devido a determinados fatores de risco, como por exemplo, imunossupressão ou traumatismo, entre outros. O vírus reativado multiplica-se e migra pelo nervo sensitivo até à pele, onde provoca lesões características de “zona”.

 

Sintomas do herpes zoster

No território do nervo acometido pelo vírus:

  • Dor
  • Formigueiros
  • Hipersensibilidade a estímulos leves
  • Paralisia motora

Os gânglios linfáticos regionais podem estar aumentados.

Muitos destes sintomas precedem geralmente as manifestações cutâneas. Em casos mais raros, pode também ocorrer afeção do nervo sem lesões cutâneas.

Por vezes, verificam-se, simultaneamente, sintomas semelhantes a uma gripe.

Manifestações cutâneas do herpes zoster

As lesões cutâneas aparecem apenas num lado do corpo, na área correspondente ao nervo e gânglio acometidos, que se designa por dermátomo.

Geralmente aparecem predominantemente no tórax (<50%),  face (10-20%), região lombosagrada e pescoço (10-20%).

Caracterizam-se pelo aparecimento de pápulas avermelhadas que evoluem para vesículas em 48 horas, posteriormente para pústulas em 96h e finalmente há formação de crostas entre 7 a 10 dias.

Geralmente é uma condição benigna, mais preocupante em casos em que existe afeção do olho (zoster oftálmico) ou nos imunossuprimidos.

Como prevenir o herpes zoster?

A vacinação contra o vírus da varicela diminui a incidência do zoster (não está incluída no Plano Nacional de Vacinação).

Qual é o tratamento para o herpes zoster?

Deve haver sempre uma avaliação médica para se definir o diagnóstico e o tratamento corretos.

A terapêutica é efetuada com fármacos antivirais orais, tais como o valaciclovir. Pode ser necessário repouso no leito e controlo da dor com analgésicos.

Se houver infeção bacteriana secundária das lesões cutâneas, utilizam-se antibióticos tópicos.

Quando há atingimento ocular (pálpebras e olho) é obrigatória a observação por oftalmologia, porque pode haver complicações graves como a cegueira.

Pacientes com imunossupressão grave poderão necessitar de internamento para realização de terapêutica endovenosa.

Nevralgia pós herpética- O que é e como se trata?

É uma das potenciais complicações da infeção por herpes-zoster. Consiste em dor constante, intensa, em punhalada ou queimadura, que pode persistir durante meses ou mesmo anos numa minoria dos pacientes (10-15%). É mais comum nos idosos e nos casos em que houve atraso no início do tratamento.

Trata-se com fármacos direcionados para este tipo de dor: gabapentina, pregabalina, antidepressivos tricíclicos. Em casos refratários, efetua-se  bloqueio do nervo.

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Autor: 
Dr.ª Ana Marcos Pinto - Clínica Universitária Dermatológica de Lisboa | Hospital de Santa Maria
Prof. Dr. João Borges da Costa - Clínica Universitária Dermatológica de Lisboa | Hospital de Santa Maria | Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa | Instituto de Higiene e Medicina Tropical
Nota: 
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