Estudo

Esperança de vida máxima pode estar longe de ter sido atingida

A esperança de vida máxima de um ser humano já foi atingida? Talvez não, segundo um estudo com centenários italianos publicado esta quinta-feira que descobriu que a longevidade humana está a aumentar lentamente.

Os cientistas debatem há muito tempo se a esperança de vida máxima das pessoas já foi ou não atingida. Um estudo de 2016 publicado na revista Nature argumentou que sim, em 1997, quando a francesa Jeanne Calmant morreu com 122 anos. Mas as novas descobertas tornadas públicas pela revista Science apontam para a possibilidade de se estar a prolongar a longevidade humana.

Com base em dados de mais de 3.800 centenários de Itália, escreve o Sapo, os investigadores descobriram que o risco de morte diminui, chegando a estabilizar acima dos 105 anos.

Um risco que acaba por nivelar
"À medida que envelhecemos, a nossa saúde e risco de morte pioram cada vez mais rápido. Mas em idades extremas, eles param de piorar", comenta o coautor Kenneth Wachter, professor de estatística da Universidade da Califórnia, em Berkeley, à agência de notícias France Presse.  "Não melhoram, mas param de piorar. Nivelam-se", disse à AFP.

Os investigadores estudaram dados sobre todos os habitantes da Itália com 105 anos ou mais entre 2009 e 2015, num total de 3.836 casos documentados. Concentrando-se na mortalidade entre as pessoas nascidas nos mesmos anos (1896 e 1910), encontraram ligeiros declínios na taxa de mortalidade.

Isso sugere que, com o passar do tempo, as pessoas estavam a viver um pouco mais do que as que nasceram nos anos anteriores. "As melhorias lentas, mas distintas, ao longo do tempo que vemos no nível da estabilização além da idade de 105 anos, dão a esperança de que um limite fixo para a esperança de vida não está a ser observado atualmente", explicou Wachter.

O estudo sugere que fatores socioeconómicos e melhorias no atendimento médico podem ser fatores que aumentam a longevidade humana. Mas "padrões semelhantes de estabilização da mortalidade em idade extrema são observados em outras espécies", lê-se no relatório.

Se este estudo for confirmado por outras investigações, pode significar que o limite da esperança de vida humana ainda não foi atingido.

A esperança de vida global aumentou quase continuamente desde o século XIX, mas estabilizou nas últimas décadas.

Os bebés nascidos nos Estados Unidos hoje, por exemplo, podem esperar viver quase 79 anos, em comparação com os 47 anos vividos pelos americanos nascidos em 1900.

As pessoas que vivem até a velhice extrema são, no entanto, raras. Desde a morte de Calment, a tendência geral é a pessoa mais velha do mundo atingir os 115 anos de idade.

Fonte: 
Sapo
Nota: 
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