Laranja Pontes

Crianças do S. João poderiam ter sido acolhidas pelo IPO/Porto

O presidente do Instituto Português de Oncologia do Porto, Laranja Pontes, disse hoje que uma possível transferência de doentes oncológicos da pediatria do hospital São João "podia ter sido equacionada", mas não está neste momento sobre a mesa.

"Não teríamos problema nenhum com isso, mas neste momento é assim que está, pelo que é assim que continua. Se quiserem que mude, os nossos superiores terão de fazer as diligências", disse o presidente do Instituto Português de Oncologia (IPO)/Porto.

Laranja Pontes falava à margem das comemorações do Dia Internacional do Voluntariado que esta manhã decorreram na Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), no Porto, e questionado sobre se o IPO estaria disponível para acolher as crianças doentes oncológicos do São João respondeu: "Isso poderia ter sido pensado há muitos anos. Agora acho que estão reunidas as condições para rapidamente resolverem o assunto".

Em causa está o facto de há dez anos que o hospital de São João ter um projeto para construir uma ala pediátrica, mas desde então o serviço tem sido prestado em contentores.

Em janeiro de 2017, o Ministério da Saúde aprovou a construção da ala pediátrica, anunciando um investimento de cerca de 20 milhões de euros.

O Governo autorizou a 19 de setembro a administração do Centro Hospitalar Universitário de São João a lançar o concurso para a conceção e construção das novas instalações do Centro Pediátrico.

A ministra da Saúde afirmou no início de novembro, no Parlamento, que não dormirá tranquila enquanto o problema da nova ala pediátrica do hospital de São João não estiver resolvido, mas não se comprometeu com datas e rejeitou a possibilidade de um ajuste direto para a obra.

Hoje, o presidente do IPO/Porto explicou que "a oncologia pediátrica está dividida há muitos anos e que no IPO são tratados mais ou menos 100 doentes por ano e no hospital de São João são tratados 50".

"O nosso grande desejo é que as condições no São João voltem à normalidade e que a centralidade do cuidar em si esteja focada nas crianças que precisam de melhores condições", disse o responsável numa sessão que ficou marcada pela entrega de insígnias pelos anos de serviço a dezenas de voluntários e pela entrega o Prémio Nacional de Oncologia da LPCC - Artur Santos Silva, ao médico e primeiro presidente do IPO/Porto, José Guimarães dos Santos.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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