Inquérito revela

Carreira, dinheiro e viajar são mais importantes para as mulheres portuguesas do que ter um filho

Poupar dinheiro, progredir profissionalmente e viajar são as prioridades das mulheres portuguesas. Assim o revela o inquérito ‘Prioridades Antes de Ser Mãe’ | Portugal, no qual se demonstra que atualmente as mulheres adiam e não têm como prioridade a maternidade, independentemente da sua geração.

Concretamente, 69% das mulheres preocupa-se perante a possibilidade de uma gravidez não planeada e 64% considera que a gravidez afetaria a sua vida social e laboral. Perante esta situação, 60% das mulheres considera a possibilidade de recorrer à pílula do dia seguinte para evitar uma gravidez não planeada. Neste sentido, 58% tem medo de perder oportunidades de trabalho ou de concluir os estudos devido a uma gravidez, sendo as mais preocupadas as mulheres mais jovens, pertencentes à Geração Z, onde a média de idades é de 21 anos (69%) e Millenialls, cuja idade média é de 30 anos (59%).

Para Teresa Bombas, médica especialista em ginecologia e obstetrícia e presidente da Sociedade Portuguesa da Contraceção (SPDC), “estes dados espelham bem a tendência da sociedade atual, uma vez que a idade média da mulher quando tem o primeiro, e grande parte das vezes único filho, tem vindo a aumentar na última década”.

Apesar de querer evitar uma gravidez não planeada, 34% das mulheres tiveram uma relação sexual desprotegida nos últimos 12 meses. As mulheres pertencentes às gerações “millenial” e “X” são as que mais se expõem a relações sexuais de risco (35% cada). Relativamente aos motivos para esta exposição ao risco, 17% considerou que a possibilidade de ficar grávida era reduzida e 27% manteve relações sexuais desprotegidas por esquecimento de tomar a pílula. Nesse sentido, é importante destacar que 17% recorreu ao coito interrompido porque o considerou um método seguro.

A pílula do dia seguinte, uma segunda oportunidade
Perante relações sexuais desprotegidas e a possibilidade de uma gravidez não planeada e indesejada, existe uma segunda oportunidade como a pílula do dia seguinte. Trata-se de um método contracetivo de emergência que supõe ser uma alternativa caso tenha havido relações sexuais desprotegidas, quer por não utilização ou falha do método contracetivo regular.

De acordo com os dados extraídos do inquérito, 60% das mulheres utilizaria a pílula do dia seguinte para evitar uma gravidez não planeada. Concretamente, 42% delas já recorreu a este método e, destas, 33% fê-lo nos últimos 12 meses, sendo este método contracetivo de emergência mais utilizado por mulheres nas faixas etárias mais elevadas.

Por oposição, 40% das mulheres rejeita o uso da pílula do dia seguinte. De facto, este tipo de contraceção ainda é rejeitado por muitas mulheres, que persistem em considerá-lo um método abortivo (36%) ou uma ‘bomba hormonal’ (24%).

Para Teresa Bombas, “A classe médica tem vindo a trabalhar para desconstruir os mitos associados à contraceção de emergência, mas, de algum modo, as ideias erradas de que a pílula do dia seguinte possa ser abortiva ou, de algum modo, uma bomba hormonal prejudicial à saúde da mulher persistem. É algo que devemos combater, pois a contraceção de emergência é segura e a sua utilização para evitar uma gravidez não planeada é um ato de responsabilidade do casal”. 

Fonte: 
Vânia Martins
Nota: 
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