Cancro da Cabeça e Pescoço: Mitos e verdades sobre um carcinoma mais comum do que se imagina
O tabaco ainda é responsável por 97% dos diagnósticos de cancro da laringe.
O álcool associado ao fumo aumenta o risco em 5 vezes para cancro da laringe. Ao contrário do que muitos dizem, a diminuição de fumadores ainda não determinou o mesmo efeito para a incidência do cancro de cabeça e pescoço.
O HPV (vírus do papiloma humano), transmitido também pelo sexo oral não protegido, pode estar relacionado com alguns tipos de cancro de cabeça e pescoço. Os tumores de orofaringe (amígdalas e base de língua) podem ser causados pelo HPV. Em alguns países (como nos EUA) é considerado como epidemia pelo aumento expressivo de casos destes tumores. Em Portugal, começamos a assistir ao aumento de casos em doentes jovens e sem fatores de risco, não sendo ainda conhecidos os verdadeiros números em Portugal.
O cancro de cabeça e pescoço não é uma doença exclusivamente masculina.
Em relação aos doentes diagnosticados com tumores de cabeça e pescoço, houve um aumento de casos entre mulheres e jovens nas últimas décadas.
O uso de próteses dentárias não contribui para o desenvolvimento de cancro da cavidade oral.
Usar prótese dentária não provoca cancro. O problema é se a prótese estiver mal adaptada e provoque feridas com frequência. Esse trauma crónico é fator de risco porque pode provocar uma lesão maligna.
Os colutórios orais aumentam o risco do cancro.
Estudos associam o uso frequente e prolongado de colutórios orais, que têm álcool na sua composição, com o aumento da incidência do cancro de cavidade oral. Pessoas que usam diariamente e por um extenso período esse tipo de produto têm de três a quatro vezes mais risco de desenvolver este tipo de cancro comparado a quem não tem esse hábito.
A carne vermelha tem relação com cancro de cabeça e pescoço.
Estudos demostram que o consumo diário de carne vermelha grelhada aumenta o risco. Dessa forma, carne vermelha pode ser consumida moderadamente, duas ou três vezes por semana no máximo, e o ideal é variar a forma de preparação.
Saiba mais sobre o Cancro da Cabeça e Pescoço
Os tumores de cabeça e pescoço são classificados conforme a área da cabeça ou do pescoço em que se iniciam:
Cavidade Oral - A cavidade oral inclui os lábios, dois terços da língua, gengivas, revestimento interior das bochechas e lábios, pavimento da boca sob a língua, palato duro e área da gengiva atrás dos dentes do siso.
Faringe - A faringe faz a comunicação entre o nariz e a boca com a laringe e o esôfago. É um canal comum ao aparelho digestivo e ao aparelho respiratório. É composto de 3 partes:
Nasofaringe - É a parte superior da faringe, localizada atrás do nariz.
Orofaringe - É a parte média da faringe, inclui o palato mole (parte de trás da boca), a base da língua e as amígdalas.
Hipofaringe - É a parte inferior da faringe.
Laringe - A laringe é uma via de passagem curta formada por cartilagem e localizada na garganta logo abaixo da faringe. A laringe contém as cordas vocais. Ela também contém a epiglote, uma espécie de lâmina que se move para fechar a ligação da laringe com a glote durante a deglutição, impedindo a comunicação do aparelho respiratório com o aparelho digestivo.
Seios Perinasais e Cavidade Nasal - Os seios perinasais são espaços pequenos localizados nos ossos da cabeça à volta do nariz. A cavidade nasal é o espaço oco no interior do nariz.
Glândulas Salivares - As glândulas maiores estão localizadas na boca próximas do osso maxilar. As glândulas salivares são responsáveis pela produção da saliva.
Tratamento
Os tratamentos do CCP podem incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapêuticas-alvo, imunoterapia ou uma combinação de tratamentos.
A localização do tumor, o estadio da doença, a idade da pessoa e o estado geral de saúde são fatores que contribuem para a escolha de tratamento mais adequada a cada doente. O mais importante é o tratamento individualizado, considerando as particularidades de cada doente, oferecendo o melhor tratamento disponível.
Prevenir o cancro pode ser mais fácil do que imagina.
De acordo com estudos, até 40% das mortes por cancro podem ser evitadas pela redução do uso do tabaco; alimentação saudável; estimulação da atividade física regular; diminuição do consumo exagerado de álcool; controlo de alguns vírus relacionados ao cancro (como o vírus da hepatite B e C, e o papiloma vírus humano – HPV); eliminação dos agentes carcinogénicos nos ambientes de trabalho; diminuição da poluição atmosférica; uso de protetor solar.